Ipanema e Leblon também ganham internet gratuita
Planeta COPPE / Engenharia de Sistemas e Computação / Notícias
Data: 24/06/2009
Os frequentadores da orla de Ipanema e Leblon já estão usufruindo do acesso gratuito à Internet em banda larga sem fio, mais conhecido como wi-fi. Inaugurado dia 26 de junho, o novo trecho faz parte do projeto Orla Digital, do governo do estado do Rio, que começou a ser implantado no início de 2008, na orla de Copacabana. A partir da tecnologia desenvolvida na Coppe, o projeto, que possui a maior área de cobertura da América Latina, com 8,5 km de extensão, passa a oferecer acesso simultâneo a cerca de 3.200 usuários. São 24 pontos em Copacabana e 20 em Ipanema e Leblon.
A cerimônia de inauguração contou com a presença do governador Sérgio Cabral, do vice-governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, do secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso; do prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; do presidente da Faperj, Ruy Garcia Marques; e do diretor de Planejamento e Administração da Coppe, Guilherme Horta Travassos.
O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes declararam estar surpresos com a alta velocidade da conexão em Ipanema, que é superior ao da Orla de Copacabana. Cabral disse que a navegação é mais veloz do que em sua residência, onde utiliza banda larga fornecida por uma empresa privada. O prefeito Eduardo Paes chegou a falar com o professor da Coppe, Luis Felipe de Moraes, um dos coordenadores do projeto, sobre a possibilidade de implantar o sistema na sede da Prefeitura do Rio.
A velocidade de acesso à internet no trecho Ipanema – Leblon é superior a da Orla de Copacabana. Segundo Luis Felipe, a tecnologia foi aperfeiçoada, tornando a troca de informações 25 vezes mais rápida. “Os usuários vão poder executar suas tarefas com velocidade ainda maior porque modificamos a forma de transmissão: em Copacabana, os rádios instalados nos postes captam o sinal dos notebooks e dos aparelhos celulares e o transmite para outros rádios, sucessivamente, até chegar às fibras óticas. Já no trecho Ipanema – Leblon, o primeiro rádio receptor já transmite a informação diretamente para a fibra ótica, tendo no máximo um outro rádio intermediário”, explica.
O professor da Coppe, Claudio Amorim, que também coordena o projeto, afirma que o Orla Digital vai oferecer ao usuário muito mais do que a disponibilidade do acesso gratuito. Os freqüentadores e visitantes da orla terão acesso a tecnologias inovadoras, como o sistema de vídeo sob demanda capaz de atender a grandes audiências com baixo custo de infraestrutura de comunicação. O sistema, desenvolvido no Laboratório de Computação Paralela da Coppe, já foi patenteado pela instituição e será aplicado no Orla Digital, utilizando distribuidores de vídeo na borda da rede, um no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que abriga a central de operações de Rede Rio, e outro na PUC, onde fica os roteadores do tráfego. “A proposta é oferecer aplicativos que possam disponibilizar conteúdo de qualidade para o usuário, seja de âmbito cultural, educacional e de entretenimento com resolução de imagem equivalente à de TV ou superior, dependendo da capacidade de banda efetiva do ponto de acesso”, antecipa o professor Amorim, responsável pelo laboratório.
Para mostrar na prática as possibilidades proporcionadas pelo acesso à internet, a Secretaria de Ciência e Tecnologia instalou 15 computadores em um stand na orla, onde durante 90 dias serão oferecidas, das 8 às 20 horas, oficinas de informática à população. “A experiência de disponibilizar os computadores para a população durante seis meses na orla de Copacabana foi muito bem-sucedida”, afirmou o secretário.
Alta tecnologia garante acesso gratuito de qualidade à população
O professor da Coppe, Luis Felipe de Moraes afirma que para escoar todo o tráfego na Internet gerado pelos usuários da orla, foi instalado um enlace de fibra ótica ligando a rede “mesh” sem fio ao Centro de Operações da Rede-Rio/Faperj, localizado na rua Lauro Muller, próximo ao campus da UFRJ, na Urca. A conexão através desse enlace de fibra ótica permite a transferência dos dados entre a rede instalada na orla e o “backbone” da Rede-Rio/FAPERJ e à Internet, a uma taxa de 1 Gigabits/s.
Com tecnologia da empresa Cisco, a cobertura do sinal na orla será formada por células de comunicação em malha (“mesh”), interligadas. A rede mesh wi-fi é econômica, de alto desempenho e proporciona acesso de banda larga sem fio de forma escalável para redes de todos os portes. O sistema foi projetado para maximizar o tráfego e a cobertura, proporcionando a conectividade que as aplicações exigem.
“Um dos diferenciais dos equipamentos instalados na orla de Ipanema é o dispositivo de rastreamento de freqüência da Cisco, que permitirá aos administradores da rede equilibrar a demanda por acesso. “Caso muitos usuários estejam conectados na mesma frequência, automaticamente uma outra frequência menos carregada será acionada para equilibrar a demanda do acesso, garantido a qualidade do serviço” explica o professor da Coppe.
Financiado pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (SECT), com verba da Fundação Carlos Chagas de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o projeto conta com apoio da prefeitura, que disponibilizou a infra-estrutura de postes e dutos da RioLuz, para a instalação de equipamentos de rádio e a passagem de cabos de fibra ótica. As tarefas envolvendo a implantação e configuração da rede e do software de gerência de rede estão sendo realizadas sob a coordenação da Rede-Rio/Faperj.