LabPol celebra 50 anos
Planeta COPPE / Engenharia Química / Notícias
Data: 06/12/2024
O Laboratório de Controle de Poluição das Águas (LabPol), um dos mais emblemáticos do Programa de Engenharia Química (PEQ), celebrou nesta quinta-feira, 5 de dezembro, seus 50 anos de pesquisa em tratamentos biológicos e físico-químicos, abrangendo efluentes de setores como refinarias, cervejarias, petroquímico, farmacêutico e micropoluentes.
Ao longo de sua trajetória, mais de 160 alunos da Coppe realizaram suas pesquisas de mestrado e doutorado no LabPol, que hoje conta com cinco mestrandos, oito doutorandos, quatro pesquisadores de pós-doc e 14 bolsistas de iniciação científica. O laboratório é coordenado pelos professores Márcia Dezotti e João Paulo Bassin.
De acordo com o professor Geraldo Lippel, ex-coordenador do LabPol, o laboratório nasceu de um curso ministrado pelo professor Rubens Sette Ramalho, da Universidade de Laval (Canadá), em visita ao PEQ. “Ramalho compartilhou conhecimentos sobre controle de poluição das águas, que inspiraram o professor Carlos Russo a fundar o LabPol, inicialmente com três alunos de mestrado”, lembrou Lippel.
Ele destacou a continuidade do trabalho: “Das mãos de Carlos Russo (1974 a 1995), o laboratório passou para mim (1980-2007), depois para Márcia Dezotti (desde 1998) e agora para João Paulo Bassin (desde 2014). Assim como na arte, o show não pode parar”.
A celebração foi descrita por Márcia Dezotti como um evento intimista para preservar histórias e tradições: “O laboratório nunca perdeu sua essência, que vem sendo transmitida por gerações”.
Para João Paulo Bassin, os alunos são o coração do LabPol. “São eles que fazem as pesquisas e geram resultados relevantes para a sociedade. Fazer ciência exige paciência e dedicação incansável”, afirmou. Ele também destacou o valor das relações humanas: “Não são os artigos científicos e os prêmios que definem o valor de um laboratório. Não são essas realizações profissionais que mais ficam em nossas memórias. O que realmente nos marca são as amizades que fazemos ao longo do caminho e os encontros que este ambiente de trabalho nos proporciona. As relações humanas constituem o verdadeiro valor do nosso trabalho. No fim das contas, são as pessoas que fazem o caminho valer a pena”, refletiu Bassin.
Depoimentos de ex-alunos e colegas
Daniele Bila
Eu tive oportunidade de fazer parte de um laboratório que se destaca não apenas pela qualidade dos projetos, como pela convivência entre os colegas. O ambiente era colaborativo, acolhedor e todos estavam sempre dispostos a ajudar uns aos outros. O que é fundamental no crescimento de qualquer pesquisador.
Neste laboratório, aprendi que trabalho em equipe, respeito mútuo e a troca constante de ideias são elementos-chave para o sucesso.
Simone Vendramel
Entrei para o LabPol somente porque meu pai veio trabalhar na Petrobras. Graças a ele, tive a oportunidade de vir para a Coppe. Eu vim de Curitiba e os colegas do LabPol se tornaram uma família para mim. Graças à Márcia e ao Geraldo, eu me encantei pela área ambiental. Hoje sou professora do IFRJ e tudo o que sou, profissionalmente, devo ao LabPol.
Foi o único momento em minha vida, em que eu ficava ansiosa no domingo, pensando no laboratório e nas atividades que faria na semana. Eu tinha muito prazer em estar aqui e meus colegas se tornaram irmãos e irmãs para mim.
Rafael Almada
Nasci e fui criado na Pavuna, fiz curso técnico em Nilópolis, graduação na UFF e fiz meu mestrado e doutorado aqui. Foi um período desafiador que só consegui enfrentar porque conheci pessoas maravilhosas como Geraldo Lippel e Márcia Dezotti, que são muito mais do que orientadores.
Que a gente comemore 60, 70 anos. Essa continuidade precisa ser sempre festiva. Depois da pandemia que a gente precisou se distanciar… estar com as pessoas é muito especial. A confraternização, a gratidão, o reconhecimento que precisamos fazer.
Sandra Cao
De uma pequena cidade no Espírito Santo, encontrei no LabPol um ambiente familiar que foi essencial para minha trajetória. Hoje, trabalho no INPI analisando patentes na área de tratamento de água, algo que só foi possível graças ao suporte da “família LabPol”.
Celia Regina Tavares
Vim de Belém, do Pará, fiz meu mestrado na USP e lecionei na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e quando vim para cá e estava preocupada com essa mudança toda. Eu me senti em casa aqui, eu fui a primeira doutora formada no LabPol. Aprendi a ser pesquisadora e orientadora com Russo e Geraldo.
Tenho carinho e gratidão muito especiais à Coppe e à UFRJ, tanto que me aposentei e vim morar no Rio de Janeiro. A Coppe tem uma contribuição muito importante à minha formação profissional e à minha formação como pessoa A Coppe me deu este acolhimento. Sempre que posso, estou na Coppe porque gosto muito daqui
Ricardo Medronho
Fui da segunda turma que atuou no LabPol. Eu assisti a uma palestra do professor Carlos Russo, fiquei apaixonado pelo tema de controle de poluição de águas e decidi mudar o tema da minha pesquisa no mestrado. Carlos Russo foi um excelente professor, com uma didática fantástica, e também foi um grande gestor. Foi o melhor decano do Centro de tecnologia (1986-1990) que eu vi.
Claudio Habert
É fundamental preservar a memória, celebrar as pessoas que constroem a universidade. Elas fizeram muito mais do que desenvolver atividades de ensino e pesquisa. Laboratórios liderados por pessoas competentes e que se dedicam à causa universitária precisam ser reconhecidos e celebrados.