Livro aborda os encontros e desencontros entre a engenharia e o desenvolvimento social
Planeta COPPE / Engenharia de Produção / Notícias
Data: 07/11/2005
Como é possível aliar engenharia e técnica a causas sociais? Esta é uma questão amplamente abordada no livro “Tecnologia e Desenvolvimento Social e Solidário”, que será lançado, dia 16 de novembro, às 19 h, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, no Campus da Praia Vermelha (Av. Pasteur 250). O livro possui artigos assinados por 26 autores, entre eles o economista Paul Singer, os professores do Programa de Engenharia de Produção da COPPE Rogério Valle, Roberto Bartholo e Michel Thiollent. A obra foi organizada por Sidney Lianza, professor da Escola Politécnica da UFRJ e coordenador do Núcleo de Solidariedade Técnica da UFRJ (SOLTEC) e por Felipe Addor, mestrando em Engenharia de Produção na COPPE.
Os textos buscam trazer luz sobre a questão da inclusão social associada à técnica e discute a conciliação entre emprego e desenvolvimento econômico. A diferente formação dos autores enriquece a obra com abordagens feitas sob vários prismas. Os temas vão desde o papel da universidade e do ensino até a aplicação de medidas econômicas e casos de sucesso de arranjos produtivos que promovem a inclusão social.
O professor Rogério Valle ressalta a importância da chamada “solidariedade técnica”. Esta pressupõe que embora critérios técnicos sejam importantes para a realização de projetos, outros também devem ser considerados. Ele explica que algumas vezes usa-se a técnica como justificativa para encobrir a falta de vontade política para a realização de um projeto. Rogério destaca que hoje há quase um consenso sobre a impossibilidade de se gerar o chamado pleno emprego apenas com o trabalho assalariado regular. “Por isso é fundamental pensarmos em novas formas de se gerar trabalho e renda”, defende.
No artigo que assina no livro, o professor Roberto Bartholo fala sobre o trabalho e a necessidade de revalorizá-lo. Ele defende políticas sociais que aproveitem dois fatores produtivos abundantes em nosso país: a força de trabalho e a terra. Para o professor, o desemprego não é necessariamente conseqüência do desenvolvimento, e sim algo que deve ser combatido. Dentre os exemplos citados no livro de iniciativas em que a tecnologia foi associada ao desenvolvimento social e solidário está a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da COPPE/UFRJ, que já criou milhares de postos de trabalhos.
O lançamento do livro reflete as discussões do primeiro congresso “Engenharia e Desenvolvimento Social: elaboração, monitoramento e avaliação de projetos solidários”, que movimentou o ambiente universitário carioca no ano passado. A segunda edição vai acontecer nos próximos dias 16 e 17 de novembro.
