Maior produtor de biomassa de algas compartilha sua experiência na Coppe

A Coppe/UFRJ recebeu na última segunda-feira, 8 de maio, o maior produtor da macroalga marinha Kappaphycus alvarezii da América do Sul. O engenheiro Hoce Fariñas contou como a sua empresa, Tide, conseguiu chegar à produção de 600 toneladas de biomassa de algas marinhas. A palestra foi realizada no Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais – IViG.

Segundo Fariñas, a empresa produz de 20 a 30 toneladas de algas por dia, em duas áreas de cultivo, uma com sete hectares e a outra com três, na Ilha de Margarita, em Nueva Esparta, Venezuela, e possui uma Central de Processamento de Algas com 3 mil m² e capacidade instalada para processar entre 2 mil e 2,4 mil quilos de algas por hora, sendo que cada dez quilos de algas frescas geram um quilo de algas secas. Por ano, a Tide consegue exportar 600 toneladas de algas processadas. A companhia também produz o extrato de alga Green Tide, um fertilizante 100% orgânico, com ação bioestimulante.

“Dizemos que não trabalhamos com algas, trabalhamos com gente. A nossa produtividade cresceu à medida em que nos reuníamos com nossos colaboradores e aprendíamos, com sua experiência prática, a aperfeiçoar cada procedimento. Fazemos reuniões quinzenais, que permitem o feedback da prática diária nos permite o avanço constante”, destacou o engenheiro.

Segundo Pedro Paulo Vieira, pesquisador de pós-doutorado do IViG, a Kappaphycus alvarezii pode ser utilizada na indústria como estabilizante, espessante, para ligamento ou gelatinização, em uma ampla gama de produtos tais como: sorvete, cerveja, ração animal, iogurte, suco de fruta, creme dental e cosméticos.

“Há 20 anos se fala em produção de algas no litoral sul fluminense e, por razões geopolíticas, o interesse por biofertilizantes aumentou”, ponderou Vieira, que também é maricultor de algas na Fazenda Camiranga na Enseada das Estrelas, na Baía da Ilha Grande (RJ).