Melhoria do transporte público no Rio depende de ações colaborativas e inclusivas, aponta relatório da Coppe
Planeta COPPE / Engenharia de Transportes / Notícias
Data: 19/09/2024
O relatório final do estudo realizado pela Coppe/UFRJ destaca que a melhoria do transporte público na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) só será possível através de uma abordagem colaborativa e inclusiva. O estudo, coordenado pelo professor Glaydston Mattos Ribeiro, do Programa de Engenharia de Transporte da Coppe, analisou o impacto da pandemia de Covid-19 na mobilidade urbana e revelou a necessidade urgente de medidas para reconquistar a confiança dos usuários e tornar o sistema de transporte mais eficiente e acessível.
A pesquisa, que ouviu 4.300 pessoas, operadores de empresas e gestores públicos, identificou que a queda no número de passageiros em trens, metrô, barcas e ônibus está diretamente relacionada a fatores como o desemprego, mudança de destino e o aumento do trabalho remoto. Além disso, o uso crescente de aplicativos de transporte, principalmente por pessoas de maior renda e escolaridade, também contribuiu para a diminuição da demanda pelo transporte público.
As operadoras de transporte público e gestores da RMRJ concordam que ações coordenadas entre governos estaduais e municipais são essenciais. Eles defendem a criação de uma autoridade metropolitana para integrar fisicamente e tarifariamente os diversos modais de transporte. A segurança pública e o custo elevado das tarifas foram apontados como fatores cruciais que afastam os usuários, além da falta de infraestrutura adequada e modernização do sistema.
Considerando a percepção da iniciativa privada, do poder público e da sociedade civil, em conjunto com a revisão bibliográfica, os pesquisadores da Coppe mapearam as estratégias integradas para a melhoria e promoção do transporte público sustentável na RMRJ. O mapeamento levou em conta a confiança dos usuários, a eficiência operacional, e a sustentabilidade ambiental. Também foram consideradas medidas de gestão de demanda, e investimentos em infraestrutura dedicada e o uso de tecnologia.
O estudo propõe um conjunto de dez ações prioritárias para transformar o transporte público na região:
- Restaurar a confiança dos usuários pós-pandemia;
- Reduzir tempos de viagem, aumentar a frequência e garantir conforto e segurança;
- Implementar subsídios para reduzir tarifas e incentivar o uso do transporte público;
- Investir em infraestrutura, especialmente no primeiro e último trecho da viagem e nos pontos de ônibus;
- Aplicar medidas de gestão de demanda, como pedágio urbano e restrições de estacionamento;
- Construir infraestrutura dedicada ao transporte público, como faixas exclusivas para aumentar a velocidade;
- Utilizar tecnologia para melhorar a comunicação com os usuários antes e durante as viagens;
- Promover o uso de veículos não poluentes, tornando o sistema mais sustentável;
- Planejar linhas de transporte que promovam a integração física e tarifária, evitando sobreposições;
- Criar uma autoridade metropolitana para coordenar as ações entre os municípios da RMRJ.
Essas medidas visam garantir que o transporte público na RMRJ seja eficiente, seguro e sustentável, atendendo às necessidades da população de forma inclusiva e colaborativa.
Veja o Relatório:
- Mobilidade
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