Ministro Aloizio Mercadante profere aula inaugural da Coppe
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Data: 17/03/2011
“A inovação e o investimento em tecnologia de ponta como os que vimos hoje aqui na COPPE são o melhor caminho para o desenvolvimento e a geração de riquezas num país.” Com esta frase, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, iniciou a aula inaugural que proferiu sobre o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação: agenda estratégica para o país”, na manhã desta quarta, 17 de março, na COPPE/UFRJ.
Para um auditório lotado, Aloizio Mercadante destacou que o MCT vai priorizar investimentos em tecnologia e inovação. Segundo o ministro, o Brasil já vem realizando esforços para propiciar um avanço tecnológico, mas ainda é preciso muito mais. “Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento em 2009 foram da ordem de US$ 24,2 bilhões, mas isso representa apenas pouco mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB)”, afirmou Mercadante. (Confira o vídeo da reportagem sobre a visita do ministro)
O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, destacou a importância da ousadia para viabilizar pesquisas e projetos em inovação tecnológica.
Ao final da aula inaugural, o ministro mostrou preocupação com a perda de royalties do MCT, que pela nova regulamentação de 2012 a 2020, votada no Congresso no ano passado, passará de uma receita de R$ 16,9 bilhões para R$ 4,7 bilhões, resultando numa queda de 72%. Mercadante pediu o apoio da Coppe no sentido de ajudar a mobilizar a comunidade científica para, junto com governo e parlamentares conseguirem reverter este quadro.
O Ministro ressaltou ainda a necessidade de aumentar o número de engenheiros no país, incentivando a qualificação profissional e anunciou que o CNPq, em conjunto com a Capes, do MEC, implementarão um programa específico neste sentido. De acordo com ele, enquanto que na Coréia de cada quatro formandos em graduação um é engenheiro, no Brasil esta proporção é de 50 para 1, o que já representa um quadro de déficit de engenheiros no país.
Visita a laboratórios
Acompanhado do diretor da COPPE, Luiz Pinguelli Rosa, membros da diretoria e professores da instituição, a visita do ministro começou com o embarque no Ônibus a Hidrogênio – com tecnologia 100% nacional e emissão zero de poluentes -, para uma visita guiada a quatro laboratórios.
No Laboratório de Aplicações de Supercondutores – LASUP, onde está sendo desenvolvido o protótipo do primeiro trem de levitação magnética – o Maglev, que dispensa a utilização de trilhos e rodas, o ministro foi convidado pelo coordenador do projeto, professor Richard Stephan, juntamente com o diretor da Coppe, a fazer uma demonstração na placa magnética de levitação desenvolvida para a realização de testes do projeto.
Mercadante destacou a posição da Coppe, na geração de energias limpas e renováveis. Muito entusiasmado com o desenvolvimento de novas tecnologias de transporte urbano não poluentes, sugeriu uma parceria entre o governo federal, a Coppe e a Infraero, para viabilizar a instalação de uma linha piloto do Maglev para transporte de passageiros entre os terminais 1 e 2 do Aeroporto Internacional do Galeão. “Este projeto pode ser iniciado em fase experimental no aeroporto, transportando passageiros entre os terminais, servindo também como um difusor da tecnologia desenvolvida no país – uma tecnologia limpa e inovadora, um compromisso brasileiro com o futuro e a redução das emissões de carbono.”
No LabOceano, que abriga o mais profundo tanque oceânico do mundo – com 23 milhões de litros de água e altura correspondente a um prédio de oito andares. Capaz de reproduzir as principais características do meio ambiente marinho e simular fenômenos que ocorrem em lâminas d’água superiores a dois mil metros de profundidade, o LabOceano representa um suporte tecnológico estratégico para o Brasil, que possui mais de 90% de suas reservas de petróleo concentradas no mar.
Aloizio Mercadante destacou a atuação do Ministério da Ciência e Tecnologia, que através da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP viabilizou a construção do LabOceano, disponibilizando recursos e investimentos da ordem de R$ 15 milhões.
Em seguida, o ministro visitou as instalações do Laboratório de Ensaios não Destrutivos, Corrosão e Soldagem (LNDC) da COPPE, inaugurado pelo ex-presidente Lula, em 2009, no qual já estão sendo realizados testes em equipamentos e materiais que serão utilizados pela Petrobras na exploração do pré-sal.
No Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais – IVIG, da Coppe, o terceiro a ser visitado, o ministro se entusiasmou com as novas tecnologias desenvolvidas na instituição para a produção de biocombustíveis e de etanol a partir do bagaço da cana, que possibilitará ao país duplicar a sua produtividade do etanol sem que seja necessário aumentar a área plantada. Mercadante também se mostrou surpreso com a possibilidade de produção pioneira de biocombustível através de resíduos de esgoto.