Novas tecnologias para a medicina esportiva
Planeta COPPE / Engenharia Biomédica / Notícias
Data: 07/12/2007
O Laboratório de Instrumentação Biomédica (LIB) da COPPE está desenvolvendo aparelhos que possibilitam grandes avanços para a medicina esportiva e do coração. Os projetos, desenvolvidos a partir de dissertações de mestrado e teses de doutorado, sob a orientação do professor Marcio Nogueira, prometem melhorar a vida de atletas e médicos, permitindo diagnósticos que dispensam cirurgias ou qualquer método invasivo.
Um dos destaques do Laboratório é o aparelho que evita dois problemas comuns na vida de todo atleta: câimbras e fadiga muscular causadas pelo descontrole do nível de ácido lático. Em uma competição, o esportista precisa aproveitar sempre o máximo que seu corpo oferece para conseguir os melhores resultados. Mas descobrir este nível perfeito de esforço, denominado carga ótima, não é lá muito agradável, pois atualmente a análise é feita por meio de picadas na orelha.
O laboratório da COPPE desenvolveu uma tecnologia que promete vir a ser um alívio para os esportistas. O novo método permite a realização da medição do ácido lático por meio de eletrodos, através de bioimpedância. “O método dispensa a necessidade de picadas a cada sessão, o que, além de eliminar a dor, extingue o risco de contaminação e dispensa ambientes assépticos para realização dos testes”, afirma o professor Marcio.
O projeto começou com a tese de doutorado de Ricardo Luiz Alvarenga, aluno do programa de Engenharia Biomédica da COPPE e professor de educação física. Com a experiência de Ricardo em clubes de futebol do Rio, o equipamento foi testado por atletas da equipe de juniores do Botafogo e pelos atletas profissionais do Cabofriense, além dos próprios alunos da Biomédica da UFRJ que praticam esporte.
Método que analisa fibras musculares garantirá melhor desempenho a atletas
Outra tecnologia em desenvolvimento no Laboratório, que também promete ajudar atletas e treinadores, é o novo método de análise de fibras musculares. Os grupos musculares de cada pessoa têm suas particularidades. Para dar conta da complexidade, o equipamento é capaz de analisar o grupo de fibras predominante do atleta, podendo, assim, ajudar na escolha do tipo de exercício que pode garantir melhores resultados para os competidores. Este aparelho permite que as equipes profissionais selecionem melhores atletas e invistam tempo e trabalho somente nos casos em que há a predisposição muscular para cada tipo de exercício. “Os treinadores terão, além dos métodos tradicionais de teste, uma maneira de saber se o músculo do atleta é adequado para suportar as rotinas de treinamento e os esforços que serão necessários”, completa o coordenador.
“Um maratonista, por exemplo, deve possuir em sua composição muscular uma predominância de fibras musculares lentas, capazes de suportar longos esforços e demorar mais tempo para ter fadiga muscular. No caso de um velocista, a predominância tem que ser o inverso. Com fibras rápidas, o atleta atinge uma explosão muscular e chega a altas velocidades mais depressa”, esclarece Nogueira. Com sinais de mecanomiografia obtidos através de eletrodos em um método não-invasivo, os especialistas poderão analisar qual a tipagem muscular predominante em cada grupo, focando os exercícios e tarefas que serão desempenhados da melhor maneira de acordo com a especialidade do esportista.