Ônibus a hidrogênio pode circular no Rio na Copa de 2014

Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias

Data: 18/07/2012

A nova versão do ônibus a hidrogênio é uma das atrações do estande da Coppe no Parque dos Atletas

Ônibus movidos a hidrogênio, que não emitem gases poluentes, podem estar circulando pelas ruas do Rio de Janeiro a partir da Copa de 2014. A notícia foi dada pelo professor Paulo Emílio Valadão de Miranda, coordenador do Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, na manhã desta segunda-feira, no evento promovido na Cidade Universitária. Segundo o professor, com esse objetivo foi firmado um convênio entre a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), o governo do estado do Rio, a Prefeitura do Rio, a Coppe, o banco Santander e a Tracel, empresa que vai produzir os veículos.

“Esses ônibus são eficientes, silenciosos e não poluem a atmosfera. Da primeira versão que a Coppe lançou em 2010 para a atual, o H2+2, os custos já foram reduzidos e é possível fazer adaptações para que eles se tornem mais baratos e sejam produzidos em grande escala. A previsão é que os primeiros coletivos desse tipo estejam circulando no Rio durante a Copa”, disse Paulo Emílio.

O ônibus a hidrogênio já está fazendo sucesso na Rio+20. Quem visita o Parque dos Atletas, pode viajar no coletivo.

De acordo com o professor Paulo Emílio, 67 mil ônibus lançam 6 milhões de toneladas de poluentes na atmosfera por ano nas 14 maiores cidades brasileiras. Somente na Região Metropolitana do Rio, 16.800 coletivos circulam diariamente. Daí a importância de tornar os combustíveis dos ônibus menos poluentes.

“O Brasil tem um potencial muito grande de produção de hidrogênio, através da biomassa de rejeitos da agricultura e do esgoto”, afirmou o professor Paulo Emílio.

O H2+2 é um ônibus híbrido movido a energia elétrica obtida da rede convencional e produzida a bordo, por meio de uma pilha a combustível alimentada a hidrogênio. Da versão anterior para a atual, foram feitas mudanças no sistema de tração que tornaram o veículo mais leve, reduzindo em 40% o consumo de hidrogênio e em 30% o custo de fabricação. O novo coletivo tem autonomia superior a 300 quilômetros, o equivalente ao deslocamento médio diário dos ônibus que rodam na cidade.

Similar aos carros de Fórmula 1, o ônibus lançado pela Coppe recupera a energia cinética. Essa energia é aquela produzida com a movimentação e que nos veículos comuns é desperdiçada durante as desacelerações e frenagens. No H2+2, ela é regenerada em energia elétrica e reaproveitada. Como a maior parte da matriz energética do Brasil se baseia em energia elétrica proveniente de fontes renováveis e pouco poluentes, o H2+2 pode tornar o sistema de transporte por ônibus no Brasil um dos mais sustentáveis do mundo.