Presidente da FGV visita a Coppe

Planeta COPPE / Notícias

Data: 16/08/2017

A Coppe/UFRJ recebeu nesta terça-feira, 15 de agosto, a visita do presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), professor Carlos Ivan Simonsen, acompanhado por uma comitiva de diretores e assessores da instituição.  Recebidos pelo diretor da Coppe, professor Edson Watanabe, os integrantes da comitiva visitaram laboratórios e conheceram algumas tecnologias desenvolvidas na instituição.

Os desafios enfrentados por instituições que trabalham com inovação, como entraves culturais, burocráticos e macroeconômicos, e políticas de governo que asfixiam as fundações de apoio às universidades foram alguns dos temas discutidos durante a visita. Os dirigentes também conversaram sobre propostas de futuras parcerias entre as instituições.

Lindolpho de Carvalho, conselheiro da FGV, na sala do Simulador de Manobrabilidade de Navios, do LabOceano

O professor Watanabe destacou o desafio colocado pela atual gestão, de criar um ecossistema de inovação, e citou algumas propostas da diretoria da Coppe, como a criação de um curso de Doutorado em Inovação Industrial (no Programa de Engenharia Química), a criação de um Programa de Iniciação à Inovação (PI²) e a ampliação de apoio a incubadoras de empresas e startups”.  O modelo brasileiro de pós-graduação é bom, mas precisamos ampliar os esforços na formação de profissionais capacitados para inovar, pessoas capazes de transformar conhecimento em produto”, avalia professor Watanabe.

O diretor de Orçamento e Controle da Coppe e diretor-executivo da Fundação Coppetec, Fernando Peregrino, explicou as especificidades da assinatura de contratos e convênios, via Fundação Coppetec, e o entendimento que vem sendo instituído entre o setor jurídico da Fundação e os procuradores da Advocacia-Geral da União. No entanto, fez críticas ao que qualificou como “asfixia” promovida pelo governo às fundações de apoio às universidades.

A comitiva da FGV visitou o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) e o Laboratório de Processamento de Sinais (LPS) e trafegou entre os prédios do Centro de Tecnologia, a bordo do Maglev-Cobra, o trem de levitação magnética da Coppe.

Para inovar é preciso correr riscos

O presidente da FGV também criticou os entraves culturais, burocráticos e macroeconômicos à inovação. “No Brasil, a cultura diz que é feio você ir à falência. Isso inibe a tomada de risco. Nos Estados Unidos, não há problema em falir, exceto se tiver sido por fraude”, compara Carlos Ivan Simonsen.

Segundo Simonsen, as empresas multinacionais investem mais do que as companhias nacionais na criação de novas tecnologias, porque têm acesso a juros baixos lá fora, o que é necessário para a tomada de risco. “O crédito à inovação é muito pequeno. A política econômica brasileira, ao longo do tempo, é marcada pela imprevisibilidade. Isso dificulta a alocação de poupança privada ao investimento em inovação. Aqui não há banco privado que pense nesse tipo de crédito, e o BNDES foca na política errada de criação de campeões nacionais. É fundamental a mudança de foco do BNDES”, critica o professor.

Integraram a comitiva da FGV que visitou a Coppe o professor Lindolpho de Carvalho, conselheiro da FGV;  o professor Sergio Werlang, assessor da Presidência; a professora Goret Pereira, diretora da Rede de Pesquisa Aplicada; o professor Luiz Brito, diretor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP); o professor Rubens Cysne, diretor da Escola Brasileira de Economia e Finanças (EPGE); o professor Flávio Vasconcellos, diretor da Escola Brasileira de Administração Pública e Empresarial.

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