Presidente da Petrobras destaca contribuições da Coppe
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Data: 03/05/2013
Os investimentos que a Petrobras vem fazendo para dobrar a produção de petróleo até 2020, a importância das pesquisas realizadas nas universidades para as atividades da companhia e a parceria de sucesso da empresa com a Coppe/UFRJ, que resultou em diversos avanços tecnológicos nas últimas quatro décadas. Esses foram alguns dos pontos destacados pela presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, ao proferir a aula inaugural de 2013 da Coppe, dia 3 de maio. A conferência reuniu mais de 200 pessoas no auditório da instituição. Confira aqui o vídeo de cobertura.
Ex-aluna da Coppe, onde fez mestrado em Engenharia Química e pós-graduação em Engenharia Nuclear, Graça Foster iniciou a aula falando sobre a importância das pesquisas acadêmicas para as atividades da Petrobras e da necessidade de aplicar na prática os resultados obtidos nos laboratórios das universidades e centros de pesquisa. “Pesquisa sem negócio e negócio sem pesquisa não andam muito. Têm pernas curtas”, afirmou Graça Foster, que se disse devota da pesquisa aplicada.
Graça Foster foi categórica ao afirmar que a Petrobras dobrará a produção de petróleo nos próximos 7 anos. A meta da empresa é chegar a 2020 produzindo 4,2 milhões de barris/dia. Atualmente, a companhia produz 2 milhões de barris/dia, sendo 311 mil oriundos dos poços localizados na camada do pré-sal (produção alcançada no dia 17 de abril). No momento, a capacidade de refino da Petrobras é de 2 milhões de barris/dia. A expectativa da empresa é ampliar o volume para 3 milhões até 2020.
Nesse esforço que a Petrobras vem realizando para elevar sua produção, Graça Foster enfatizou a importância das parcerias do Cenpes (centro de pesquisas da companhia) com as universidades e da utilização dos resultados das pesquisas desenvolvidas nas universidades brasileiras. Graça Foster afirmou que a aplicação desses trabalhos é uma preocupação dentro da empresa. “O desafio de pegar o que vocês produzem e levar para dentro da Petrobras é um desafio muito grande. Esse é um desafio tão grande quanto a beleza do que eu vi hoje no Laboratório de Mecânica dos Fluidos”, disse Graça, fazendo referência ao Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos (NIDF) da Coppe, que visitou antes de proferir a aula. A presidente da Petrobras lembrou a importância da utilização de mecanismos de acompanhamento para dinamizar a aplicação das pesquisas.
Dentro dessa teia de cooperação, a Petrobras mantém 49 redes temáticas de pesquisa, que envolvem 88 universidades e instituições. Nesse conjunto, a Coppe ocupa um lugar de destaque. O instituto participa de 34 dessas 49 redes e, ao longo de mais de 40 anos, já desenvolveu mais de 2 mil projetos para a Petrobras.“Isso é algo esplêndido e demonstra o conhecimento da Coppe em várias áreas”, afirmou Graça.
Graça Foster se emocionou ao falar da parceria entre a Petrobras e a Coppe, instituição da qual foi aluna. “O trabalho que a gente faz, a nossa formação…a gente fica até emocionada”, disse. “O trabalho da nossa formação profissional, os cursos de mestrado e doutorado da Coppe, as pessoas que a gente conhece, os professores que a gente admira e que durante tantos anos estão juntos com a Petrobras. É isso, são 45 anos de uma parceria, de uma Petrobras que faz 60 anos e da Coppe que faz 50 anos”, prosseguiu Graça.
A presidente da Petrobras voltou a se emocionar ao falar sobre os resultados da cooperação entre a Coppe e a empresa. “A gente tem muito orgulho de tudo isso. Da presença da Coppe nessas 34 redes de tecnologia, desses 407 contratos assinados com a Petrobras desde 2006, desses mais de 360 mestres e 150 doutores formados pela Coppe (que trabalham na Petrobras). Um histórico de parceria, que consolida a nossa experiência e dá muita segurança. Mas dá muito orgulho também saber que o dinheiro que a gente coloca aqui reverte a favor dos alunos, dos professores, da sociedade brasileira, da indústria de bens e serviços e a favor da Petrobras”, destacou.
“Nós sabemos que a Coppe é parte desse nosso poder, que é o poder de fazer junto com a Petrobras. E a Petrobras conta com a Coppe para continuar fazendo esse trabalho emocionante que nós temos feito para a nossa companhia, para os nossos professores e alunos, para os nossos investidores e para o Brasil. Então, Coppe, eu agradeço ser parte de vocês e agradeço o que vocês têm feito pela Petrobras e peço a vocês que cumpram prazos, porque a Petrobras precisa gerar, precisa faturar”, afirmou Graça Foster.
Ao falar para alunos, professores e representantes do setor de petróleo, a presidente da Petrobras apresentou o Plano de Negócios 2013-2017, período no qual a empresa investirá US$ 236,7 bilhões. Mais adiante, Graça Foster mostrou que a área de Exploração e Produção (E&P) da empresa receberá a maior fatia dos investimentos nos próximos 4 anos: US$ 147,5 bilhões (62,3% do total). A área de Abastecimento ficará com US$ 64,8 bilhões, ou seja, 27,4% dos recursos.
Abordando a questão geopolítica do petróleo, Graça Foster destacou a influência que as incertezas políticas e econômicas vividas pelos países produtores de petróleo trazem para a oferta e a demanda de energia. A presidente da Petrobras falou também sobre a influência dessas crises na formação do preço do petróleo. Ao abordar o planejamento estratégico da companhia, Graça Foster falou da necessidade de enfrentar os desafios do setor. “Estudar o risco é algo extremamente importante”, disse.
O diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, elogiou a palestra proferida por Graça Foster. “Foi muito importante a presença da presidente da Petrobras. Em particular, foi emocionante a exposição feita por ela, que soube enfatizar o que a Coppe tem feito, o que está fazendo e o que ela espera poder ainda fazer para a indústria do petróleo, para a Petrobras e para o Brasil nessa área. Foi realmente uma exposição magistral, talvez a melhor que eu já vi aqui nesses anos todos de um membro da Petrobras para nós”, ressaltou o professor Pinguelli.
Antes da aula inaugural, a presidente da Petrobras visitou o Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos, complexo de três laboratórios inaugurado dia 27 de março deste ano. Na visita, Graça Foster ouviu explicações sobre as atividades e ensaios realizados no núcleo, que estuda, entre outros pontos, os processos de perfuração de poços e escoamento de óleo. Recebeu explicações sobre o funcionamento e a finalidade de equipamentos como a réplica do gasuni, separador gás-líquido usado em plataformas de petróleo e no fundo do mar.
Ao sair do NIDF, Graça Foster disse que se sentia em casa. “Um pedaço de mim é o que eu aprendi aqui (na Coppe). O outro pedaço é o que eu fiz a partir do que eu aprendi aqui. Eu entro aqui nesse laboratório de fluidos e fico bastante emocionada, pois foi a área que eu fiz mestrado na Engenharia Química. Fui orientada pelo professor (Giulio) Massarani, que não está mais conosco. É incrível ver tudo isso integrado”, afirmou.