Professor da Coppe assume a direção do Parque Tecnológico da UFRJ

Planeta COPPE / Engenharia Química / Notícias

Data: 18/11/2015

José Carlos Pinto e Maurício Guedes se cumprimentam após a transmissão do cargo

O professor da Coppe, José Carlos Pinto, assumiu nesta segunda-feira, 16 de novembro, a Diretoria Executiva do Parque Tecnológico da UFRJ, em cerimônia realizada no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2. No auditório lotado, professores e diretores de diversas unidades da UFRJ prestigiaram a cerimônia de transmissão do cargo feita pelo ex-diretor do Parque Tecnológico, Maurício Guedes, ao professor da Coppe, José Carlos Pinto.

O evento contou com as presenças do reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor Roberto Leher; da vice-reitora, professora Denise Nascimento; do diretor da Coppe, professor Edson Watanabe, do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca; do secretário municipal de Ciência e Tecnologia, Franklin Coelho; e do diretor de Operações da EMC², Fred Arruda, que representou as empresas instaladas no Parque.

Maurício aproveitou a ocasião para fazer um balanço de sua gestão e agradecer aos diversos parceiros que teve durante sua trajetória, como a Reitoria; a Coppe; a Petrobras, por meio do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes); o governo estadual e a Prefeitura do Rio de Janeiro. O ex-diretor destacou a vocação do Rio de Janeiro para a ciência e tecnologia, surgida com o estabelecimento do Jardim Botânico e reforçada com a criação de diversas instituições de pesquisa. “O Parque é a cara do Rio e tenho a impressão de que, em poucos anos, ele transbordará para o entorno da Cidade Universitária”, afirmou.

Maurício também agradeceu as empresas que assumiram a parceria com a universidade, cujo modelo tem na Coppe, instituição na qual o ex-diretor iniciou sua trajetória, uma forte inspiração. Pioneira na formação de parcerias entre universidade e empresa, a Coppe foi a primeira instituição de pesquisa do país a assinar um convênio com a Petrobras, cujo modelo se tornou referência no país e no exterior.

O diretor da Coppe, professor Edson Watanabe, ressaltou as qualidades dos dois diretores do Parque Tecnológico, o que dele se despede e o que assume o legado. “Maurício viu lá atrás a necessidade de se criar um ambiente favorável à inovação. Acreditou em algo que se mostrou fundamental para a UFRJ e o país. José Carlos trabalha muito e é extremamente ousado e criativo. Reúne todos os requisitos para a missão que lhe foi confiada”, enalteceu.

“Para nós, pesquisadores, nossa atividade tem valor em si. Mas, para o público em geral, ciência e tecnologia têm valor quando têm resultado prático. É preciso transformar as boas ideias, artigos e conceitos em produtos”, explicou Watanabe.

Novas diretrizes

Em seu discurso de posse, o professor José Carlos Pinto anunciou que diversificará as atividades do Parque, atraindo empreendimentos em biotecnologia e farmácia, e ampliará cooperações com outras instituições, como a Fiocruz e unidades do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ. Segundo o professor, o fato do país ainda depender da importação de antibióticos e insumos variados para biofármacos, revela a necessidade de investimentos crescentes em inovação e empreendedorismo.

“Não é possível desenvolver um país moderno, mais livre e justo, sem criar uma agenda capaz de garantir um ambiente adequado para ciência, tecnologia e inovação. Isso requer um esforço continuado e entusiasmado de instituições acadêmicas, governamentais e empresariais”, ressaltou o novo diretor do parque.

José Carlos Pinto criticou o excesso de burocracia dos órgãos de controle, que emperram as atividades de inovação. “As atividades de inovação envolvem incertezas e riscos. As premissas originalmente traçadas são constantemente frustradas e devem ser alteradas para uma melhor solução aos problemas que queremos resolver. Quando os mecanismos de controle não reconhecem as especificidades das atividades que fiscalizam, se faz um controle incompetente”, reprovou.

O reitor da UFRJ, professor Roberto Leher, encerrou a cerimônia destacando o reconhecimento da universidade ao trabalho de Maurício Guedes, o qual qualificou como “magistral”. O reitor enfatizou a visão estratégica de que o Parque Tecnológico é muito importante para a UFRJ e para o país.

“A complexificação de cadeias produtivas orientou o trabalho da Coppe, do Cenpes e do Parque e, agora, este trabalho está seriamente ameaçado em nosso país”, ponderou Leher, fazendo referência à crise econômica e ao ajuste fiscal em curso.

“Temos a convicção de que José Carlos está qualificado para essa grandiosa missão, não apenas por suas credenciais acadêmicas. A sua trajetória nos convence de que dará continuidade ao trabalho feito por Maurício e de que será brilhante”, elogiou o reitor.

Leher defendeu ainda um maior espaço para a indústria criativa e que a universidade seja uma fronteira para que a sociedade pense novas formas de desenvolvimento, para além dos interesses de curto prazo do mercado, que garanta responsabilidade ambiental e promova novos horizontes para a juventude brasileira.

Conheça o novo diretor

Mestre (1987) e doutor (1991) em Engenharia Química pela Coppe/UFRJ, José Carlos Pinto é professor titular da Coppe/UFRJ, onde Ingressou como docente no Programa de Engenharia Química, em 1992.

José Carlos foi diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Coppe, de 2013 a 2015, e diretor executivo da Fundação Coppetec, de 2011 a 2015. Desde setembro de 2015 ocupava a Diretoria de Assuntos Acadêmicos da Coppe, cargo que deixou para assumir a Diretoria Executiva do Parque Tecnológico.

Pesquisador 1-A do CNPq, foi agraciado com o Prêmio Metanor, em 1985, pelo desenvolvimento de uma nova resina à base de óleos naturais; com o Prêmio Union Carbide,em 1993, pela orientação do melhor trabalho de iniciação científica; como Prêmio Nacional de Pós-graduação da Associação Brasileira de Engenharia Química, em 2000, como orientador da melhor tese de doutorado;com o Prêmio Coppe Mérito Acadêmico, em 2002; com o Prêmio Braskem, em 2003, como orientador da segunda melhor dissertação de mestrado;com o Prêmio Capes de Teses, em 2007; com o Prêmio Scopus, em 2009; e com o Prêmio Oscar Niemeyer do Crea-RJ, em 2014, como orientador da melhor dissertação de mestrado em engenharia química.

Sobre o Parque Tecnológico da UFRJ

O Parque Tecnológico da UFRJ está situado no campus da Ilha da Cidade Universitária, em uma área de 350 mil metros quadrados. Tem por objetivo estimular a interação entre a universidade – alunos e corpo acadêmico – e empresas, transformando conhecimento em emprego e renda por meio da oferta de produtos e serviços inovadores para a sociedade. Desde a sua inauguração, os investimentos no Parque alcançaram mais de R$ 1 bilhão. Atualmente, cerca de 1,5 mil pessoas trabalham no local.

O Parque iniciou suas atividades em 2003, com a inauguração do LabOceano, o laboratório da Coppe/UFRJ que possui o tanque de testes mais profundo do mundo e realiza pesquisas e ensaios voltados para os setores de óleo e gás e indústria naval. Atualmente, abriga centros de pesquisa de 13 grandes empresas e de 6 pequenas e médias. Além do LabOceano, outros laboratórios da Coppe estão instalados no local: o Centro de Excelência em Gás Natural (CEGN), o Núcleo de Estruturas Oceânicas (NEO) e o Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento Cognitivo (LabCog), que abriga o supercomputador da Coppe.

Com a instalação dos centros de pesquisa das empresas e dos laboratórios da Coppe, o Parque Tecnológico se confirma como um polo de pesquisa e desenvolvimento. A proposta é que esses laboratórios atuem em conjunto com as empresas no desenvolvimento de soluções inovadoras. Entre as grandes empresas instaladas no Parque estão BG, FMC Technologies, EMC², Halliburton, Schlumberger, Siemens, Tenaris e Vallourec. Nesse ambiente de inovação, encontram-se ainda os centros de pesquisa de outras duas companhias, GE e L’Oréal, localizados na Ilha de Bom Jesus.