Professor da COPPE concorre ao prêmio Jabuti
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Data: 04/08/2006
Tecnociências e Humanidades: novos paradigmas, velhas questões, de autoria do professor da COPPE, Luiz Pinguelli Rosa, está concorrendo ao Prêmio Jabuti, na categoria humanidades. Selecionada pelo júri da Câmara Brasileira do Livro entre mais de cem indicações, a obra editada pela Paz e Terra concorre com mais nove finalistas nesta categoria. O resultado do prêmio será divulgado dia 8 de agosto.
No livro, o autor aborda a inter-relação entre “duas culturas” que marcam o nosso tempo na Civilização Ocidental: as ciências da natureza e as humanidades. Embora tenha pautado sua vida acadêmica sobre os pilares de uma das ciências da natureza, a física, Pinguelli desaponta àqueles que apostam na eterna disputa entre essas duas vertentes da ciência. Partindo da história da física e sua eterna relação com a filosofia da ciência, o autor mostra a aproximação entre paradigmas das ciências naturais e humanas e ressalta que quem saiu ganhando foi à civilização, que no lugar de ter que optar entre um lado e outro, ficou com os dois.
Pinguelli foi um dos responsáveis pela criação do curso de pós-graduação em História da Ciência, implantado há cinco anos na tradicional casa da engenharia brasileira, a COPPE, em parceria com outras unidades da UFRJ. Um desafio que certamente o ajudou a inspirar – se nos freqüentes dilemas que envolvem o tema.
Do determinismo Newtoniano às rupturas de paradigmas
A obra, cujo prefácio é assinado por Leonardo Boff, é dividida em três volumes: O primeiro, aborda O Determinismo Newtoniano na Visão do Mundo moderno. O segundo volume, que já se encontra em fase de edição, fala das Revoluções Pós-Newtonianas, Incerteza e Pós-Modernismo, e o terceiro, será dividido em duas partes; As Rupturas de paradigmas: Do caos à Complexidade e à Teoria da mente e Ciência, Tecnologia e Sociedade no Limiar do Século XXI.
A vasta experiência de Pinguelli Rosa como professor o faz tratar temas extremamente complexos de uma forma pedagógica, de modo a facilitar a leitura, mesmo para aqueles “não iniciados”. Assim, profissionais e estudiosos tanto da área das “ciências da natureza, como das ciências sociais e humanas poderão encontrar nele uma obra de referência, que os ajudará a entender melhor o seu conhecimento específico.
No prefácio, Boff resalta que o mérito especial do professor Pinguelli é ter realizado o que diz o título de seu livro Tecnociências e Humanidades: novos paradigmas, velhas questões. Por um lado, deixa falar a ciência no rigor de seu discurso. Por outro, destaca suas ressonâncias históricas, face às quais o autor se mostra comprometido com uma visão de mudança e de melhoria da sociedade e da condição humana em geral. Faz as duas culturas, tecnociências e humanidades, convergirem numa mesma linguagem”.
Sobre o autor
Pinguelli já orientou mais de 70 dissertações de mestrado e teses de doutorado, é autor de mais de 150 artigos em periódicos científicos, publicados no Brasil e no exterior, e possui mais de 200 citações no Citation Index de publicações em revistas científicas internacionais indexadas.
Considerado um dos maiores especialistas sobre o setor de energia e mudanças climáticas do país, Pinguelli foi eleito três vezes diretor da COPPE, instituição na qual é professor e coordena o Programa de Planejamento Energético. Em 2004, assumiu a Secretaria – executiva do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Membro da Academia Brasileira de Ciências, eleito em 2003, o professor integra o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC / ONU) e já foi agraciado com o Forum Award da Sociedade Americana de Física, em 1992.
No decorrer de sua carreira, recebeu a comenda com o grau de Chevalier de L’Ordre des Palmes Académiques, concedido em 1998 pelo Ministério da Educação da França; o Prêmio Golfinho de Ouro, categoria ciências, concedido no ano 2000 pelo Conselho Estadual de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro e as Medalhas da Ordem do Mérito do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Defesa, em 2003.
O acadêmico foi Secretário- geral da Sociedade Brasileira de Física por dois mandatos e presidiu a Associação Latino-americana de Planejamento Energético, de 1994 a 1998. Também foi membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC – (1988 – 1989) e do Conselho Pugwash, (1999- 2001) – associação fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, agraciada com o Nobel da Paz em 1995.