Professor Luiz de Miranda lança nova edição de seu livro “Os Magadaes”

Planeta COPPE / Notícias

Data: 26/10/2023

O professor da Coppe/UFR Luiz de Miranda lançará a reedição de seu livro “Os Magadaes”, no sábado, dia 28 de outubro, às 11 horas, durante um bate papo na Casa Stefan Zweig (CSZ), com entrada franca. A obra será apresentada em uma roda de conversa descontraída com o público, a ser mediada pela jornalista Kristina Michahelles. A CSZ fica na Rua Gonçalves Dias, 34, Valparaíso, Petrópolis (próximo às Duas Pontes).

Foi no cotidiano da Bélgica, onde cursou seu doutorado, que Luiz de Miranda, professor do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe, encontrou inspiração para “Os Magadaes”, cuja primeira edição veio a público em 2020 e que agora é relançado pela Letra Capital Editora. Influenciado por um conto de Oscar Wilde, “Os Magadaes” entrelaça três contos que se passam nas Ardenas belgas nos anos 1970, numa atmosfera de realismo fantástico e romance noir, misturando arte, política, alquimia, romantismo e beleza. As outras influências literárias de Luiz de Miranda vão desde os contos caipiras do interior mineiro até autores como Marcel Pagnol, Edgar Alan Poe e Gabriel García Marques.

O enredo se passa no Asilo dos Lilases, uma encantadora mansão no vale do Semois, dirigida pelo doutor Dumont, que observa os idosos internados para descobrir o que é a velhice e descobrir o elixir da longa vida. Os protagonistas que tecem o enredo contam com a sensual Nicole, que seduz o apaixonado Nestor, o revolucionário e contestador Homero e o sonhador alquimista Théo, cujo sonho é produzir a rosa azul, até o exasperado Jules.

O professor conta que “Os Magadaes” foi escrito quando, no mundo, ainda existiam a Primavera de Praga, a guerra do Vietnã, o ETA, o IRA, Salazar, Franco, as ditaduras da América do Sul, as colônias africanas de Portugal e o apartheid na África do Sul. No Brasil, o AI-5 estava completando dois anos e os gritos de gol de Pelé ajudavam a calar os gritos de dor nos porões do DOPS.

“Eu recorria à escrita literária nas noites insones para descansar das pesquisas para a tese. A escrita literária sempre foi meu hobby, mas somente agora decidi desengavetar esses textos, numa tentativa de restaurar a beleza nesse mundo. As pessoas vão se sentir transportadas para um jardim maravilhoso” conta o professor, que se aposentou em 2009, após 30 anos dedicados à docência.

Em “Genealogia”, um dos contos que compõe o livro, o autor parte de um fato histórico real, a chegada de Martin Afonso de Souza ao Brasil, no século XVI, que deixou seu armeiro Pero Gonçalves no local onde se tornaria a cidade do Rio de Janeiro. A partir disso, constrói uma história dialética de sucessões geracionais que culminam em 1991, 460 anos depois, em um “mestre armeiro” do tráfico de drogas no Morro do Borel.

O livro também está disponível na versão E-book, com duas músicas: a segunda parte da suíte de Ravel, “Daphnis et Chloé, e a suíte de Rimsky Korsakov, “A Lenda da cidade invisível de Kiteh”.

Sobre a Casa Stefan Zweig

A Casa Stefan Zweig é uma entidade cultural de direito privado, sem fins lucrativos, com sede na cidade de Petrópolis. Seu principal objetivo é homenagear a memória de Stefan Zweig na casa que serviu de última morada para o escritor e sua mulher. O museu Casa Stefan Zweig é também um Memorial do Exílio, destinado a divulgar as obras de outros artistas, intelectuais e cientistas que se refugiaram no Brasil durante no período 1933-1945 e que contribuíram para a cultura, as artes e a ciência do país. Fiel ao ideário de Stefan Zweig, pretende ser um centro de referência em defesa da paz, do humanismo e da democracia.

Além de realizar atividades culturais como exposições, mostras, concursos, programações e produções teatrais, cinematográficas e de mídia; a CSZ tem parcerias com entidades afins, oferecendo acesso online a pesquisadores e ao público em geral. Em 2023, com uma nova equipe de educadores e produtores culturais, a Casa Stefan Zweig busca o envolvimento da comunidade petropolitana, com ênfase no público jovem (estudantes de escolas públicas e privadas).