Professora da Coppe é uma das autoras de relatório do Pnuma

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Data: 09/12/2020

A professora Joana Portugal Pereira, da Coppe/UFRJ, é uma das autoras do Relatório de Lacuna de Emissões 2020, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (Pnuma) nesta quarta-feira, 9 de dezembro. De acordo com o relatório, uma recuperação verde no pós-pandemia é essencial para aproximar o mundo das metas do Acordo de Paris. Políticas públicas corretas poderiam reduzir até 2030 um quarto das emissões de gases causadores do efeito estufa, tornando-as próximas dos níveis necessários para conter o aquecimento global em 2º C, acima dos níveis pré-industriais.

Joana é autora do Capítulo 3, intitulado The emissions gap (A lacuna de emissões) juntamente com Joeri Rogelj, do Imperial College London e do International Institute for Applied Systems Analysis (IIASA, Áustria), e de Michel den Elzen, da PBL Netherlands Environmental Assessment Agency. “O capítulo avalia exatamente a lacuna de emissões, ou seja, a diferença entre a trajetória das políticas climáticas atuais e o que será necessário para cumprimos os objetivos do Acordo de Paris”, afirma a professora do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe.

O Relatório anual sobre Lacuna de Emissões 2020 mostra que apesar da queda nas emissões causada pela pandemia, o mundo se direciona para um aumento da temperatura global aproximadamente de até 3º C neste século. A queda prevista de 7% nas emissões globais de CO2 equivalente no ano de 2020 terá um efeito irrelevante na mudança climática no longo prazo.

“A queda nas emissões que presenciamos este ano não foi estrutural. É preciso que seja uma redução gradual, continua, de longo prazo e global. As emissões não caíram porque adotamos medidas de eficiência energética, mudamos nossas tecnologias, ou adotamos combustíveis menos poluentes”, explica Joana.

Os planos de retomada econômica anunciados por diferentes países também foram motivo de preocupação para os autores do relatório. “A exemplo do que ocorreu após a crise de 1929, após a Segunda Guerra e após a crise de 2009, os planos de retomada econômica estão apostando novamente em investimentos e subsídios para combustíveis fósseis e atividades hipercarbônicas. Os planos de recuperação econômica anunciados sugerem que apenas 1/4 dos 12,9 trilhões de dólares previstos nessa retomada serão alocados na economia verde”, avalia a professora Joana Portugal Pereira.

Segundo o relatório, os compromissos de zerar a emissão líquida de carbono (quando emissões e sequestro de carbono se compensam) assumidos recentemente por alguns países são bem-vindos, mas devem serem acompanhados por rápida implementação.

Para os autores, se os governos investirem em ação climática como parte de seus esforços de recuperação econômica e consolidarem os emergentes compromissos de emissão líquida zero com pleitos mais ambiciosos na próxima Conferência do Clima (COP26), em Glasgow (Escócia) em 2021, eles podem tornar o nível de emissões compatível com a meta de limitar o aquecimento global a 2º C até ao final do século. Caso incluam estes compromissos de emissão neutra como parte das Contribuições Nacionalmente Determinadas, seguidas de implementação rápida e vigorosa destas medidas, então os países poderão perseguir a meta mais ambiciosa de limitar a 1,5º C o aquecimento global.

Confira o relatório na íntegra: https://www.unep.org/emissions-gap-report-2020

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