Professora da COPPE ingressa na Academia Brasileira de Ciências
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Data: 29/08/2008
A professora Leda Castilho, do Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ, acaba de ingressar na Academia Brasileira de Ciências como Membro Afiliado, na área das Ciências da Engenharia. Indicada pela COPPE, a professora integra o grupo de 27 jovens cientistas brasileiros selecionados para compor os quadros da ABC no período de 2008 a 2013.
Mestre em Engenharia Química pela COPPE e Doutora em Engenharia Bioquímica pela Technische Universitaet Braunschweig – Alemanha, em 2001, Leda Castilho ingressou na COPPE aos 28 anos como professora do Programa de Engenharia Química. No ano seguinte, obteve sua primeira conquista, a inauguração do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC), desde então sob sua coordenação, que tem como objetivo desenvolver processos mais eficientes para a produção de biofármacos, remédios com base em células animais até então produzidos em apenas 10 países. Devido à relevância de suas pesquisas, com ênfase no tratamento de doenças crônicas como Câncer, AIDS e hemofilia, o LECC foi ampliado em 2006 por meio de um financiamento de R$ 1,5 milhão do Ministério da Ciência e Tecnologia, através da FINEP.
Em 2008, por meio de uma parceria firmada entre a COPPE e a Hemobrás, o LECC recebeu um financiamento de R$ 7,2 milhões do BNDES para desenvolver medicamentos recombinantes para uso em hematologia e hemoterapia. A tecnologia desenvolvida na COPPE será transferida para a empresa e pela primeira vez será produzido no Brasil biofámacos com tecnologia 100% nacional. Coordenado pela professora Leda Castilho, este projeto tem como objetivo desenvolver tecnologias inovadoras para a produção de dois fatores sanguíneos e um estimulador hematopoético, obtidos através de engenharia genética, que possibilitarão a fabricação de três biofármacos recombinantes: os fatores sanguíneos VIII e IX e o biofármaco conhecido como G-CSF. Outro estudo coordenado por Leda é voltado para o desenvolvimento de uma nova vacina contra febre amarela, em parceria com BioManguinhos/Fiocruz, produzida através do cultivo de uma linhagem de células animais certificada pela Organização Mundial da Saúde.
Tamanha dedicação fez com a professora fosse reconhecida e recompensada com a mesma velocidade que transcorreu sua trajetória profissional. Até agora já conquistou 20 prêmios, entre eles o Santander Banespa de Ciência e Inovação (categoria Biotecnologia), em 2007, e Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, nos anos de 2002, 2003 e 2007.
A professora já desenvolveu quatro produtos tecnológicos, todos com solicitação de patente, envolvendo a produção de lípases para tratamento de rejeito agroindustrial, formulações de meios de cultivos de célula animal, processos de produção de biopolímeros, e processo de preparação e composição de preparado enzimático para tratamento de efluentes domésticos e industriais. Leda tem 21 artigos publicados em periódicos internacionais, 50 Trabalhos em anais de congressos e coordenou a realização de onze eventos nacionais e internacionais. É autora de três livros, tendo contribuído para capítulos de outras onze publicações. Já orientou sete dissertações de mestrado, três de doutorado e realizou três supervisões de pós-doutorado. É professora visitante do Mestrado profissional da Fiocruz, onde já atuou como membro da Comissão de Pós-Graduação, e, desde 2006, é editora associada do periódico Brazilian Journal of Chemical Engineering.