Programa de Engenharia Química Comemora 35 Anos

Festa e emoção marcaram as comemorações dos 35 anos do Programa de Engenharia Química (PEQ) da COPPE. Fundado em 1963, quando a UFRJ ainda se chamava Universidade do Brasil, o Programa desde o início se destacou pela intensa participação no setor industrial e sua história acompanha o crescimento da indústria química do país.

Primeira pós-graduação em engenharia do Brasil, o PEC já formou mais de 483 mestres e 98 doutores. A abertura da solenidade contou com a presença do Diretor da COPPE, Segen Estefen, do fundador do Programa de Engenharia Química da COPPE, o professor Alberto Luiz Galvão Coimbra, do Coordenador do Programa de Engenharia Química, Martin Schmal, dos professores da primeira turma de docentes, Giulio Massarani, Affonso Telles e Lui kai, entre professores, pesquisadores, alunos e funcionários da COPPE.

Era Sputnik

O professor Martin Schmal prestou uma homenagem ao professor Alberto Luiz Coimbra, “o iniciador de tudo. Homem de poucas palavras mas de muita visão, ao qual devemos a imagem que a COPPE tem hoje”- enfatizou. No mesmo sentido, o professor Giulio Massarani destacou o grande empenho do professor Coimbra, na criação e fortalecimento do ensino da engenharia química no país. O professor Massarani foi responsável pelos momentos mais divertidos e comoventes do encontro. Massarani levou a platéia às gargalhadas ao comparar a fundação do PEQ ao lançamento do Sputnik pelos soviéticos. “Foi um marco que sepultou a velha engenharia, exigindo uma reformulação na área científica em que os fundamentos da física e da matemática passaram a ser mais valorizados”.- enfatizou. Em meio a um depoimento emocionado, o professor relatou o surgimento do PEQ, a criação dos primeiros cursos de mestrado e doutorado e, ao citar a presença do seu neto Daniel, não conteve as lágrimas e precisou da ajuda dos colegas para continuar a leitura.

O evento também contou com a presença de um dos maiores conhecedores em engenharia química do mundo, o professor Gilbert Froment, da Rijksuniversiteit Gent, Bélgica. Froment ,especialista em processos de modelagem de reatores na otimização do refino de petróleo, comparou a COPPE ao que “existe de mais modernos em termos de centro de pesquisa para o desenvolvimento da indústria química no mundo”. A mesa redonda em torno do tema “A Engenharia Química e a Participação da Pós-graduação no Setor Industrial” contou com a participação de representantes de importantes empresas do setor, como a Petrobras, CHEMTEC, Grupo Suzano e Mobil.

A iniciativa de parcerias entre universidade e indústria, um dos pontos fortes da instituição, foi enfatizada pelo gerente de tecnologia, refino e abastecimento da Petrobras, Hildo Henz, que fez questão de destacar a forte parceria entre o Programa de Química e a Petrobras e sua relevância para o avanço tecnológico do país.

Enfrentando as dificuldades

Mesmo num momento de festa as dificuldades não poderiam ser esquecidas. Ao final de um ano de cortes nos gastos públicos, o PEQ sofreu perdas significativas, em torno de 20%, no número de bolsas recebidas. Segundo o professor Schmal, frente a esses problemas, o programa encontrou na integração com o meio industrial uma das alternativas para driblar a crise e manter o desenvolvimento das pesquisas. “Ao longo desse ano organizamos programações mensais com representantes de indústrias, discutimos a viabilidade da implementação de projetos e a concessão de bolsas para os alunos ligados a importantes projetos. O PEQ vem trabalhando para o pleno funcionamento dos seus laboratórios no I-2000 e para manter o reconhecido índice de produtividade apresentado pelo programa em seus 35 anos de existência”- declarou Schmal.