Rede Refugia: Transformando pesquisa acadêmica em impacto social
Planeta COPPE / Engenharia de Produção
Data: 04/07/2024
O Programa de Engenharia de Produção (PEP) da Coppe/UFRJ lançou, no dia 28 de junho, a Rede Refugia. Desenvolvida por uma equipe multidisciplinar no âmbito do Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia para Desastres (Ceped) da Coppe/UFRJ, a plataforma é mais um exemplo de iniciativa que nasce no ambiente acadêmico, se desenvolve e gera impacto para a sociedade.
Realizado no Auditório Alberto Luiz Coimbra, no Centro de Tecnologia da UFRJ, o evento contou com rodas de conversas com imigrantes de diversas origens, representando a diversidade das comunidades. Os participantes debateram sobre experiências no Brasil e expectativas para a II Conferência Nacional sobre Migração, Refúgio e Apátrida, que ocorrerá em novembro em Foz do Iguaçu (PR). A conferência
tem o objetivo de discutir políticas públicas e estratégias eficazes para garantir a integração e o acolhimento digno de migrantes e refugiados em todo o país.
Destacando-se por sua abordagem inclusiva e participativa, a Rede Refugia não é apenas para refugiados e migrantes, mas foi desenvolvida em conjunto com essas comunidades. Houve um cuidadoso trabalho de escuta das principais demandas e necessidades desses grupos, garantindo que ela seja verdadeiramente útil e relevante para quem a utiliza. “A colaboração dos próprios refugiados em todas as etapas de criação foi
fundamental dentro do contexto de desastres e ajuda humanitária”, explicou o coordenador do Ceped/Coppe, Tharcisio Fontainha. Segundo o professor, o beneficiário não é um ator passivo, que apenas recebe ajuda humanitária, mas se engaja na sua própria vinculação a um novo território. “A tecnologia é um instrumento para potencializar essas relações”, enfatiza.
Idealizada pelo doutorando Estevão Leite durante seu curso de mestrado no PEP, a plataforma tem o objetivo de fortalecer as comunidades de migrantes e refugiados que já existem no Brasil, ocupando um lugar instrumental de apoio, mas não substitui o papel do estado na garantia dos direitos. “A tecnologia não cria a colaboração entre refugiados, mas se estabelece como uma ferramenta digital para facilitar esses
encontros”, explica Estevão.
Para a diretora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Coppe, Amanda Xavier, a Rede Refugia materializa o papel das universidades, que é o desenvolvimento do conhecimento para impactar positivamente a vida das pessoas. “É um resultado concreto de compreendermos a ciência como serviço da sociedade trazendo legitimidade para o plano diretivo da instituição, transformando pesquisa acadêmica em impacto social” explica.