Rio usará quase toda vazão do Paraíba do Sul para Guandu até 2030
Planeta COPPE / Engenharia Civil / Notícias
Data: 13/08/2014
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro consumirá até 2030 cerca de 95% da vazão mínima do Rio Paraíba do Sul para o Guandu, que corresponde a 120 metros cúbicos por segundo. A projeção faz parte do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERHI) elaborado pela Coppe/UFRJ para o Instituto Estadual do Ambiente (INEA). O Plano tem por objetivo orientar as políticas públicas destinadas à utilização dos recursos hídricos do Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com o coordenador técnico do PERHI, o pesquisador do Laboratório de Hidrologia da Coppe Paulo Carneiro, atualmente em torno de 70% dessa disponibilidade hídrica já é utilizado para atender aos moradores e às indústrias do estado. O Rio Paraíba do Sul é o principal fornecedor de água para o sistema Guandu, que abastece a cidade do Rio de Janeiro e boa parte da Região Metropolitana.
O Plano Estadual de Recursos Hídricos propõe 36 programas de ações e contribuirá para a tomada de decisões relacionadas à vazão e à captação da água do rio Jaguari, que abastece o Rio Paraíba do Sul. O assunto vem sendo discutido por autoridades dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e pela União.
As projeções do PERHI, cujo horizonte de planejamento é o ano de 2030, indicam que daqui a 16 anos a vazão transposta do Rio Paraíba para o Rio Guandu e a demanda estarão praticamente empatadas. Os números mostram que a situação hídrica do Rio de Janeiro não é confortável. “A situação hoje em relação ao abastecimento de água não é tão confortável. O estado não trabalha com uma folga tão grande”, afirma o pesquisador, que coordenou a equipe responsável pela elaboração do Plano.
Para o pesquisador da Coppe, a proposta de captação de água por São Paulo no Rio Jaguari, afluente do Rio Paraíba do Sul, se confirmada, certamente terá reflexos no abastecimento dos municípios fluminenses em algum momento até 2030. “Caso seja captada mais água do que o volume que já é retirado essa diferença fará falta no balanço hídrico da Bacia do Rio Paraíba do Sul”, afirma Paulo Carneiro.