Tecnologia desenvolvida na China e testada na Coppe será utilizada na produção de biocombustíveis
Planeta COPPE / Engenharia Química / IVIG / Notícias
Data: 06/09/2017
Brasil e China firmaram, nesta terça-feira, 5 de setembro, um acordo para produção de biocombustível utilizando uma tecnologia desenvolvida na China, cuja viabilidade comercial foi testada e comprovada em uma experiência piloto conduzida na Coppe/UFRJ. A nova tecnologia de produção é baseada na catálise heterogênea e enzimática e no craqueamento do óleo vegetal.
Este acordo esteve entre os compromissos firmados pelos dois países, durante a IV Reunião da Subcomissão de Ciência, Tecnologia & Inovação (CT&I) da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
O projeto de pesquisa voltado para a produção de biocombustíveis vem sendo desenvolvido no âmbito do Centro China – Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, uma parceria entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua.
Inaugurado em 2009, o Centro é resultado da cooperação tecnológica e acadêmica firmada entre a Coppe, maior centro de pesquisa em engenharia da América Latina, e a Universidade de Tsinghua, principal universidade chinesa na área de engenharia. O Centro visa promover a cooperação acadêmica, científica e tecnológica entre os dois países nas áreas de mudança climática, energia, tecnologia e inovação.
O Centro China-Brasil está sediado na Universidade de Tsinghua, em Pequim, e mantém representações na China e na sede da Coppe, no Rio de Janeiro.
A Coppe e os biocombustíveis
Desde o ano 2000, a Coppe desenvolve estudos pioneiros que contribuem para viabilizar a produção e o uso de biocombustíveis no Brasil. A instituição teve uma importante contribuição na concepção e implantação do Plano Nacional de Biocombustíveis pelo governo brasileiro, em 2004. Testes realizados na Coppe ajudaram a Agência Nacional de Petróleo (ANP) a estabelecer as especificações do biodiesel que, desde 2005, é obrigatoriamente adicionado ao diesel mineral que consumimos. A adição progressiva de biodiesel no combustível que abastece 2,8 milhões de veículos a diesel que circulam no país, atingindo atualmente 5%, reduziu a emissão de cerca de 4,0 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, somente entre os anos de 2008 e 2011.
Os estudos sobre biocombustíveis são conduzidos em dois laboratórios da Coppe: o Centro de Pesquisas e Caracterização de Petróleo e Combustíveis (CoppeComb) e o Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig).
O CoppeComb dedica-se a desenvolver novos processos para melhorar a qualidade dos óleos brasileiros e a caracterizar petróleos e combustíveis de origem fóssil ou não. Com 600 metros quadrados de área construída, o Centro é, na verdade, um complexo de sete laboratórios – de preparo de amostras, cromatografia, avaliação de petróleo, biocombustíveis, instrumental e mais o laboratório químico e o físico-químico – equipados com os mais modernos instrumentos disponíveis. Já o Ivig tem uma planta de biodiesel capaz de produzir 25 mil litros diários, a partir de diferentes matérias-primas vegetais, gordura animal e resíduos.
- Centro China-Brasil