Tecnologia e inovação para estimular o crescimento do país
Planeta COPPE / Notícias
Data: 17/09/2012
O diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, Segen Estefen, proferiu palestra, dia 28 de agosto, durante o Seminário Brasil Pós Rio+20: o papel da cidadania ativa na construção do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza, que reuniu especialistas de diversas áreas no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, para debater o pós Rio + 20. Líder do Grupo de Energia dos Oceanos na Coppe e um dos maiores especialistas no assunto, Estefen coordena também o capítulo sobre energia dos oceanos no Relatório Especial sobre Energias Renováveis do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.
De acordo com ele, os oceanos representam 70% da superfície da Terra e têm um importante papel na regulação do clima no planeta, sendo ainda uma enorme fonte de potenciais atividades que a humanidade ainda pode vir a desfrutar. Porém, devido à sua gigantesca abrangência, cerca de 50% de seu território ainda é considerado terra de ninguém, sem jurisdição e sem controle, com pesca predatória e indiscriminada.
“Oitenta por cento do lixo da Terra acaba no mar, provocando a acidificação das águas marinhas e prejudicando o armazenamento de gás carbônico. E um dos maiores vilões de todo esse lixo jogado no mar é o plástico que não se degrada”, alerta o especialista.
Por esse motivo, de acordo com Estefen, a governança das áreas internacionais é uma questão urgente, que vem sendo discutida e deve ser encarada como prioridade na agenda internacional dos governos. No caso do Brasil, que tem boa parte de seu território em área litorânea, é importante que se estabeleça um quadro de equilíbrio entre preservação, sustentabilidade e geração de trabalho e renda para as populações costeiras que dependem da pesca e das atividades marinhas para sobrevivência.
“Não pode haver um divórcio entre a necessidade da população local e os interesses nacionais. Por isso, devemos trabalhar novas tecnologias com inserção social e promover o desenvolvimento sustentável”, avalia Estefen.
Responsável pelo projeto piloto do Porto de Pecém, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, que utiliza as ondas do mar para a geração de energia elétrica, Estefen é um defensor de investimentos em pesquisa e inovação para promover o desenvolvimento no país. Para ele, o Brasil precisa trabalhar em busca de uma transição tecnológica que possibilite a inserção social.
“Do contrário, estaremos sempre importando inovação e seremos reféns da transferência de tecnologia, que muitas vezes se resume ao financiamento de tecnologias ditas sociais.”
Para ele, o Brasil não pode renunciar à questão tecnológica e deve dar mais ênfase à pesquisa e inovação. Deve ainda investir na capacitação nas áreas de tecnologia verde, como sendo parte de um sistema educacional que estimule uma nova juventude e uma nova maneira de se pensar o desenvolvimento.
O evento foi promovido pelo Coep – Rede Nacional de Mobilização Social, em parceria com o Grupo de Trabalho Mudanças Climáticas, Pobreza e Desigualdades do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, e com o Laboratório Herbert de Souza de Tecnologia e Cidadania, da Coppe/UFRJ. O objetivo foi debater o legado da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, avaliando as conquistas obtidas e os desafios que ainda se apresentam.