Um encontro com a literatura na vida de um ‘caçador de corrosões’

Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias

Data: 27/01/2021

“Escrita primorosa de bem cuidada, com palavras e expressões que revelam uma intimidade enorme com a boa literatura, e uma meticulosidade na expressão que deve ser derivada da postura profissional do autor, um ‘caçador de corrosões’, aqui na alma dos personagens”.  Assim foram apresentados o livro Magadaes e seu autor, o professor Luiz de Miranda, do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe/UFRJ, na resenha “O Balzac da ferrugem na terra dos belgicanos” assinada pelo diplomata e professor de Economia Política, Paulo Roberto de Almeida, publicada no caderno cultural do Estado de São Paulo.

Lançado em 2020, o livro Magadaes reúne três contos. O principal deles, que dá nome a obra, é ambientado na Bélgica, onde o professor da Coppe cursou seu doutorado desenvolvendo um trabalho de pesquisa sobre corrosão. Personagens do conto “A protected country”, de Oscar Wilde, os Magadaes nascem velhos e se tornam jovens, paulatinamente, morrendo quando se tornam crianças, como no filme “O Curioso Caso de Benjamin Button”, baseado em um conto de Scott Fitzgerald.

Na resenha, o autor explica que a história dos Magadaes teria sido relatada ao autor do livro pelo doutor Dumont, antigo diretor do Asilo dos Lilases, nas Ardenas belgas, “que abrigou, na primeira metade dos anos 1970, todos os velhinhos protagonistas desta história fantástica…. No final, a obra coloca o autor num mundo diferente daquele que ele havia frequentado em sua juventude de doutorando: a União Soviética desmoronou, a China da revolução cultural, capitalizou-se, o Vietnã vive em paz com os Estados Unidos e os países do Leste Europeu se incorporaram à União Europeia, que ele descreve como ‘capitalista, neoliberal, arrogante, direitista, rachada em países de extrema direita, racistas, ao ponto de negar um prato de comida aos refugiados sírios que marcharam mais de duzentos quilômetros, a pé, com seus velhos e coxos’.

Professor Luiz de Miranda, o “Balzac da ferrugem”

A história principal é precedida por dois breves contos, “Genealogia” e “Dia da Preguiça”. O livro traz a reprodução do quadro Le Ruisseau, de Baron Léon Fredéric, em sua capa, e na sua versão e-book é acompanhado pela segunda parte da suíte de Ravel, “Daphnis et Chloé” e pela suíte de Rimsky Korsakov, “A lenda da cidade invisível de Kitezh”.
A obra do professor Luiz de Miranda está disponível no site da editora Letra Capital