Reunião do Fórum de Mudanças Climáticas mostra cenário positivo

Duas boas notícias foram anunciadas na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), realizada hoje, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Em sua apresentação, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira anunciou a redução de 84% nas taxas de desmatamento na Amazônia no período de 2004 a 2012. A segunda é que, com esse resultado, o Governo Brasileiro atinge 62% de sua meta de redução de gases do efeito estufa para 2020, assumida na Conferência de Kopenhagen, em 2009.

A reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que é sediado na Coppe, foi realizada no Palácio do Planalto, com mesa composta pela presidente Dilma Roussef, os ministros Izabella Teixeira e Marco Antonio Raupp, da Ciência, Tecnologia e Inovação, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o secretário-executivo do FBMC Luiz Pinguelli Rosa, também diretor da Coppe/UFRJ. Estavam presentes à reunião os ministros da Educação Aloizio Mercadante, da Indústria e Comércio Fernando Damata Pimentel, das Minas e Energia Edison Lobão, entre outras personalidades.

Segundo Luiz Pinguelli Rosa, com a bem-vinda redução do desmatamento no território brasileiro, a energia assumirá em breve o posto de principal responsável pelas emissões no Brasil. “É preciso investir em tecnologia e inovação, e desburocratizar a relação entre as universidades e as empresas, para viabilizar uma matriz energética mais eficiente e menos emissora de carbono”, disse ele.

Em seu discurso, Dilma Roussef reafirmou a posição do Brasil de conciliar crescimento econômico e preservação ambiental: “Além de preservar o meio ambiente, o Brasil enfrenta questões que sempre foram consideradas excludentes. Em muitos lugares do mundo, o crescimento é considerado algo inconciliável com uma posição sustentável e ambientalmente correta, mas o Brasil mostrou que isso é possível.”

Ao falar sobre a importância da pesquisa científica para o desenvolvimento sustentável, a presidente Dilma reafirmou a apresentação que professor Luiz Pinguelli Rosa havia feito no início da reunião. “É importante perceber a necessidade de desburocratizar a relação universidade-empresa”, disse Dilma Rousseff.

A presidente Dilma também destacou a atuação do Fórum, que no último ano concluiu quatro planos setoriais, e corroborou a fala do secretário-executivo do Fórum, Luiz Pinguelli Rosa. Segundo ela, é necessário investir em tecnologia e inovação e otimizar a relação governo/universidade/empresa para alcançar maior eficiência e uma economia de baixo carbono no Brasil.

Ao apresentar o relatório “Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil 1990-2010”, o ministro Marco Antonio Raupp ressaltou o avançado sistema de monitoramento do desmatamento brasileiro em relação ao que existe no mundo.

Outros destaques da reunião foram as apresentações do presidente do Embrapa Maurício Lopes sobre o projeto Terra Class, que faz o levantamento de informações de uso e cobertura da terra na Amazônia, e do presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Fernando Perondi, sobre os resultados do Programa de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes).

Sobre o FBMC

Presidido pela presidente da República, o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas tem, entre suas principais finalidades, a missão de conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão e a tomada de posição relativa aos problemas decorrentes da mudança do clima por gases de efeito estufa.

Além da presidente de República e do secretário-executivo, participam do Fórum 12 ministros de Estado, o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), pesquisadores, acadêmicos e representantes da sociedade civil.

O Fórum está sediado na Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro, desde novembro de 2004, quando a convite do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva o professor Luiz Pinguelli Rosa assumiu a Secretaria-Executiva do FBMC. Em março de 2011, aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff para permanecer no cargo.

Ao longo de sua existência, o FBMC tem dado importantes contribuições ao país, tendo colaborado na formulação das metas voluntárias do Brasil para o enfrentamento das mudanças climáticas apresentadas pelo Governo Brasileiro na reunião do IPCC, da ONU, em 2009, em Copenhague. Contribuiu junto ao Governo Federal na elaboração do Plano Nacional sobre Mudança do Clima.