Evento amplia relações da Coppe com universidades japonesas
Planeta COPPE / Engenharia Elétrica / Notícias
Data: 28/08/2012
Mais de 300 estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lotaram o auditório da Coppe/UFRJ, no dia 24 de agosto, para participar da Japan Education Fair 2012, evento de intercâmbio que teve a presença de professores e representantes de dez universidades japonesas. O encontro foi o ponto de partida para alunos que desejam estudar no Japão, por meio de bolsas do programa Ciência sem Fronteiras. O país também deverá enviar estudantes para o Brasil, ampliando colaborações com a Coppe e outras instituições de ensino e pesquisa.
Durante o evento, os estudantes brasileiros conheceram as oportunidades e os cursos oferecidos nas universidades japonesas, que, a partir de 2013, receberão alunos brasileiros como parte do programa Ciência sem Fronteiras, lançado este ano no Brasil pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministério da Educação (MEC). Está prevista a concessão, até 2015, de 101 mil bolsas de estudos no exterior, sendo 75 mil oferecidas pelo governo e outras 26 mil, por empresas. A iniciativa vai ao encontro do programa Global 30, criado pelo governo japonês, que pretende atrair, em cinco anos, 300 mil alunos do exterior para estudar no Japão.
As universidades estão oferecendo cursos de complementação no nível de graduação, além de doutorado-sanduíche e estágios de pós-doutorado. Os alunos de graduação poderão fazer uma série de disciplinas, e os de doutorado e de pós-doutorado terão a oportunidade de realizar pesquisas e colaborações.
Na última semana de julho, um grupo brasileiro formado por reitores, diretores e representantes de universidades brasileiras, do MCTI e do MEC esteve no Japão para visitar algumas das universidades cadastradas no Ciência sem Fronteiras. A Coppe foi representada pelo diretor de Assuntos Acadêmicos, Edson Watanabe, responsável pela organização da edição carioca da Japan Education Fair 2012.
“Estudar no exterior é, com certeza, uma ótima oportunidade que deve ser aproveitada pelos alunos brasileiros e japoneses. É importante ter contato com especialistas de outros países”, destacou Edson Watanabe, que fez doutorado em Engenharia Elétrica no Instituto de Tecnologia de Tóquio.
Brasil também receberá estudantes japoneses
O intercâmbio entre estudantes japoneses e a troca de experiência em áreas de interesse são vistos pelos governos dos dois países como estratégicos. “O governo japonês está estimulando a interação entre estudantes japoneses e brasileiros. Para isso, foram criados vários cursos em inglês”, explica a primeira secretária do Departamento Cultural e Político da Embaixada do Japão no Brasil, Mutsuko Inoue.
Segundo Mutsuko, os estudos relacionados aos recursos naturais encontrados em abundância no Brasil interessam ao Japão. Em contrapartida, o país pode repassar ao Brasil sua experiência na área tecnológica.
Nesse sentido, a Universidade de Tóquio pretende firmar convênios para expandir o relacionamento e as colaborações com universidades brasileiras. Atualmente, 12 brasileiros estudam na instituição e, para atrair mais gente, a universidade planeja criar mecanismos para facilitar o ingresso de novos alunos. “A universidade pretende fazer acordos de cooperação com o Brasil para ampliar a chegada de estudantes brasileiros”, afirma Kiyohiko Kuroda, representante do Grupo de Intercâmbio Internacional da Universidade de Tóquio. Ao lado do professor Tatsuru Masuda, da Escola de Graduação de Artes e Ciências da universidade, Kuroda dava explicações aos futuros candidatos.
A Universidade de Tóquio também pretende enviar estudantes para cá. “Estamos interessados em identificar áreas atrativas para enviar nossos estudantes para o Brasil”. Ao ouvir informações sobre as áreas de atuação da Coppe, Kiyohiko Kuroda demonstrou interesse pelas pesquisas sobre energias renováveis, etanol, biodiesel e exploração de petróleo no pré-sal.
“Acho muito importante estudar no exterior. Passei por esse caminho e recomendo a outras pessoas”, relata o professor Marcos Antonio das Neves, da Universidade de Tsukuba. Engenheiro de alimentos formado pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), do Rio Grande do Sul, Marcos Neves passou por um período de intercâmbio na França até chegar, em 2000, a Tsukuba. Depois de estudar o idioma por um ano, fez o doutorado em Engenharia de Alimentos. Na época, todos os cursos eram ministrados em japonês.
Intercâmbio abre portas para carreira no exterior
Outro que buscou a carreira internacional foi o professor brasileiro de Ciências da Computação Claus Aranha, que trabalha na Universidade de Tsukuba desde fevereiro deste ano. Na época da graduação, feita na Unicamp, Claus passou um ano no Japão aprendendo o idioma e acompanhando pesquisas nos laboratórios. “Fazer o intercâmbio foi uma espécie de test drive acadêmico internacional, que me ajudou bastante na hora de fazer a pós-graduação no exterior”, conta Claus, que, na Japan Education Fair, vestia o hapi – espécie de quimono usado pelos japoneses em festividades locais, como as quermesses realizadas no Brasil, que distingue os integrantes de uma determinada instituição ou agremiação – da Universidade de Tsukuba.
Depois de fazer mestrado e doutorado na Universidade de Tóquio, Claus Aranha voltou ao Brasil para fazer pós-doutorado na Coppe, no grupo do professor Carlos Pedreira, do Programa de Engenharia Elétrica. Para os interessados em estudar no exterior, Claus aconselha contatar a área de relações internacionais das universidades.
A Japan Education Fair 2012 contou com as presenças do reitor da UFRJ, Carlos Antonio Levi; do decano do Centro de Tecnologia da UFRJ, Walter Suemitsu; do diretor da Escola Politécnica (Poli/UFRJ), Erickson Almendra; do diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa; do diretor Edson Watanabe, entre outros.
Pelo Japão estiveram presentes: o cônsul-geral no Rio de Janeiro, Masaru Watanabe; o vice-diretor-geral para Assuntos de Educação Superior do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão (Mext), Yamano Tomohiro; além de professores e executivos das universidades e funcionários do órgão de intercâmbio Japan Student Services Organization (Jasso).
Grande procura surpreendeu organizadores do evento
O grande número de estudantes presentes ao encontro superou a expectativa dos organizadores do evento. A maioria era alunos de graduação, que vieram conhecer os cursos oferecidos no Japão. A oportunidade de fazer contato direto com as instituições japonesas também trouxe à Coppe representantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O professor Armando Shinohara, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE, por exemplo, buscava informações sobre a possibilidade de quatro alunos de graduação da universidade, que seguem para a Universidade de Tóquio nos próximos meses, terem acesso às bolsas do Ciência sem Fronteiras. Segundo ele, o programa também trará boas oportunidades de intercâmbio para os alunos do curso de Engenharia Naval, em virtude da tradição das instituições japonesas nesse setor. O curso foi criado em 2011, com o apoio da Coppe e da USP. “É importante ter uma oportunidade de complementar os estudos feitos no Brasil em instituições japonesas”, afirmou Armando Shinohara.
Após atenderem os estudantes, os representantes das universidades e do governo japonês conheceram o ônibus a hidrogênio da Coppe, no qual seguiram até o Parque Tecnológico da UFRJ. Nesse local, visitaram o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) da Coppe. Depois, o grupo conheceu as instalações do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig) e do Laboratório de Aplicação de Supercondutores (Lasup).
As dez instituições presentes na Japan Education Fair 2012 foram: Universidade de Hokkaido; Universidade de Tohoku; Universidade de Tsukuba; Universidade de Tóquio; Universidade Nacional de Yokohama; Universidade de Nagoya; Universidade de Osaka; Universidade de Kyushu; Universidade de Waseda; e o Instituto de Tecnologia de Shibaura. Mas a relação das universidades credenciadas pelo programa Ciência sem Fronteiras é bem maior. Veja a lista completa
Saiba mais:
Portal do programa Ciência sem Fronteiras