Rede-Rio comemora 20 anos e apresenta nova estrutura
Planeta COPPE / Engenharia de Sistemas e Computação / Notícias
Data: 03/07/2012
A Rede-Rio de Computadores promoveu, dia 27 de junho, no auditório da Coppe/UFRJ, na Cidade Universitária, o evento Rede Rio+20, para comemorar suas duas décadas de atuação. Mas como na tecnologia da informação é essencial projetar o futuro, também foi apresentado na ocasião o andamento do projeto da nova Rede-Rio Metropolitana, que deverá entrar em operação plena no início de 2013. A nova estrutura ampliará a cobertura e aumentará, ainda em 2012, a velocidade atual do backbone (conjunto de anéis óticos) da Rede-Rio em dez vezes, passando de 1 Gbps (um gigabyte por segundo) para 10 Gbps.
A Rede-Rio Metropolitana foi apresentada pelo coordenador nacional da Redecomep (Rede Comunitária de Educação e Pesquisa), José Luiz Ribeiro, diretor de Serviços e Soluções da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Também chamada de Redecomep-Rio, a estrutura interligará mais de 80 instituições acadêmicas na região metropolitana do Rio de Janeiro, por meio de enlaces de fibra ótica que somam cerca de 300 km de extensão.
A nova rede é resultado de um consórcio unindo Rede-Rio/Faperj, a RNP, a Prefeitura do Rio de Janeiro e as empresas Metrô-Rio, Linha Amarela S.A, Light e Supervia Trens Urbanos.
Testes foram iniciados em maio
Segundo o coordenador de operações da Rede-Rio, Márcio Portes de Albuquerque, o principal objetivo da Rede-Rio Metropolitana será interligar instituições acadêmicas com uma moderna infraestrutura de rede de altíssima velocidade. A nova estrutura é mais adequada a projetos específicos como telemedicina, laboratórios virtuais, ensino à distância, teleconferência, videoconferência de alta definição e ambientes de realidade virtual, entre outros.
“A comunidade acadêmica terá também uma reserva de fibras óticas destinada à pesquisa científica e tecnológica”, destacou Márcio Portes. Ele ainda chamou a atenção para o fato de a Redecomep-Rio envolver também parceiros não-acadêmicos. “Assim, o benefício se estenderá para instituições da própria prefeitura e do estado, como escolas e hospitais, e as próprias empresas participantes”, complementou Márcio Portes.
Segundo ele, o primeiro enlace da Rede-Rio Metropolitana começou a operar em fase de testes no dia 18 de maio, entre os Pontos de Presença (PoPs) localizados na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Até o início de 2013, os outros sete PoPs do backbone acadêmicos deverão estar em funcionamento.
O backbone da nova rede contará com tecnologia DWDM (Multiplexão Densa por Comprimento de Onda, do original em inglês), que irá proporcionar taxas de transmissão agregadas de até 2 Tbps (2 Terabytes por segundo, aproximadamente dois mil gigabytes por segundo) nestes nove pontos. Há 20 anos a Rede-Rio possui um canal dedicado ao tráfego de informações com instituições internacionais, que atualmente possui uma velocidade de 3 Gbps.
Rede-Rio trouxe a internet para o Rio de Janeiro
A Rede-Rio de Computadores foi criada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em 22 de maio de 1992, pouco antes da realização da ECO 92. A Rede foi uma das primeiras estruturas de acesso à internet no Brasil, destinada a atender instituições acadêmicas, centros de ensino e pesquisa e órgãos públicos.
“A importância da Rede-Rio/Faperj está evidente em sua própria história, que começou no mesmo ano em que a internet teve início no Brasil. Pioneira, a Rede-Rio está entre as primeiras redes acadêmicas de país. E a cada etapa de existência, sua importância se recicla, se renova, porque buscamos manter o mesmo padrão de qualidade que ela tem desde a sua criação”, destacou o coordenador geral da Rede-Rio, Luís Felipe de Moraes.
Segundo ele, o evento Rede Rio+20 também foi importante para reafirmar o apoio que a Faperj vem dando à Rede-Rio desde a criação. “Apoio fundamental para a continuidade de manutenção dessa infraestrutura de suporte à comunidade de ciência, tecnologia e inovação do estado”, resumiu Luís Felipe, que também é professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ.
Além de interligar e dar acesso à internet para mais de cem instituições do estado do Rio de Janeiro, a Rede-Rio também desenvolve estudos e projetos envolvendo novas tecnologias e serviços. A Rede conta com três coordenações, que atuam de forma integrada. A Coordenação Técnico-científica fica na Coppe/UFRJ, a Coordenação Administrativa na Faperj e a Coordenação de Engenharia de Operações está instalada no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).
Evento reuniu pioneiros da Rede-Rio
O evento em comemoração aos 20 anos da Rede-Rio reuniu no auditório da Coppe, no Bloco G do Centro de Tecnologia (CT), pessoas que, em 1992, foram fundamentais para a criação da rede. Participaram da cerimônia, entre outros, o então diretor superintendente da Faperj, Fernando Peregrino, hoje superintendente da Fundação Coppetec, e o diretor científico da Faperj entre 1990 e 1993, professor Zieli Dutra, ex-presidente da Eletronuclear.
A mesa de abertura do encontro contou com as presenças do diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa; do professor da Coppe Armando Clemente, diretor de Tecnologia do Sebrae; de Gabriel Silva, superintendente de Tecnologia da Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); de Rex Nazaré, diretor de Tecnologia e Inovação da Faperj; do professor Luiz Davidovich, diretor da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do professor Flávio Hasselmann, diretor do Centro de Estudos em Telecomunicações da PUC-Rio. A Coppe também esteve representada pelos seus diretores de Assuntos Acadêmicos, Edson Watanabe, e de Tecnologia e Inovação, Segen Estefen.
Além do projeto da Rede-Rio Metropolitana, também foram apresentados no evento painéis sobre o histórico e as perspectivas de futuro da Rede-Rio e sobre o papel das redes acadêmicas.