COPPE transfere tecnologia para o estado do Espírito Santo
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Data: 13/12/2006
A COPPE vai transferir tecnologia para o governo do Estado do Espírito Santo. O acordo, assinado no mês de novembro na presença do Governador do estado, Paulo Hartug, prevê a aplicação do avançado programa computacional desenvolvido na COPPE, denominado SisBaHiA®, na recuperação ambiental e gerenciamento de recursos hídricos de toda a Região metropolitana do município de Vitória e zonas costeiras adjacentes. Para desenvolver este trabalho,1 4 pesquisadores, coordenados pelo professor Paulo Cesar Rosman, da COPPE, vão desenvolver modelos computacionais para prever o comportamento dos recursos hídricos diante de vários tipos de interferências e impactos, que vão desde poluição a obras de saneamento.
A equipe formada por especialistas da COPPE e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e profissionais envolvidos no projeto Águas Limpas, do governo do estado, utilizará o sistema para prever os índices de qualidade de água e balneabilidade das praias e dos rios. Segundo o professor Rosman, os modelos desenvolvidos serão implementados em várias bacias, sejam elas isoladas ou integradas, incluindo águas costeiras, regiões estuarinas e rios.
A contratação deste trabalho de modelagem ambiental, que é financiado pelo Banco Mundial, foi feita por meia de licitação internacional, vencida pelo consórcio formado pela Fundação Coppetec, da COPPE/UFRJ, e pela Fundação Espírito-Santense de Tecnologia da UFES. O valor total do projeto é de R$ 686 mil. Os pesquisadores envolvidos são das áreas de Engenharia Costeira e Oceanográfica, e de Recursos Hídricos, da COPPE; e do Departamento de Engenharia Ambiental (DEA) da UFES.
Segundo Rosman, o SisBaHiA® também será uma ferramenta de apoio aos órgãos do estado para avaliação de alternativas de tratamento e lançamento de esgoto nos rios, estuários, efeitos na zona costeira e impactos na balneabilidade. “Esses trabalhos são essenciais para a recuperação da qualidade ambiental das bacias hidrográficas da região. O intuito é possibilitar desenvolvimento sustentável. Mesmo não estando em situação alarmante, a região tem problemas de poluição similares aos encontrados em várias regiões costeiras do Brasil”, explica o pesquisador.
“A área da baía de Vitória requer muita atenção, devido ao volume de lançamento de poluentes nos esgotos”, adverte o professor. A baía que possui o maior manguezal urbano do Brasil, com cerca de 20 milhões de m², equivalente a dez lagoas do porte da Rodrigo de Freitas, no Rio, é muito afetada pela poluição. “Trata-se de uma área de enorme riqueza ambiental que precisa ser preservada”, alerta o professor.
COPPE propõe suporte técnico e treinamento continuado
A COPPE transferirá a tecnologia do SisBaHiA® para todo o Sistema de Gestão Ambiental do Estado do Espírito Santo, especialmente para a CESAN (Companhia Estadual de Saneamento do Espírito Santo) e a SEAMA-IEMA (Secretaria do Meio Ambiente – Instituto de Engenharia do Meio Ambiente). Segundo Rosman, o projeto será executado durante 12 meses e haverá mais seis para suporte técnico e consolidação do treinamento a ser oferecido aos profissionais do governo do Estado. “A capacitação dos técnicos terá duas etapas: entre o 10º e 12º mês será realizado o primeiro curso de treinamento e no 17º e 18º sua consolidação. No intervalo, entre o 12º e 18º mês, será dado suporte técnico a estes profissionais”, explica Rosman.
O SisBaHiA® será cedido aos órgãos ambientais do Governo do Estado do Espírito Santo, que passarão a dispor de uma poderosa ferramenta de planejamento e gestão. Os modelos desenvolvidos pelos pesquisadores serão instalados na CESAN e no IEMA. Como o sistema cedido é aberto, os técnicos do estado poderão desenvolver novas aplicações e modelos. Como o sistema desenvolvido pela COPPE é atualizado frequentemente, as instituições fornecerão suporte continuado. Para isso será necessário dispor de técnicos capacitados e de suporte técnico de alto nível.
“Essa parceria de longo prazo entre COPPE, DEA e órgãos que atuam no projeto Águas Limpas abre oportunidades para o desenvolvimento de vários trabalhos acadêmicos e de pesquisa que busquem soluções para o gerenciamento da poluição costeira e das águas do estado. Este trabalho pode tornar-se um paradigma para outros estados do Brasil”, conclui Rosman.