Coppe e CNPEM podem realizar pesquisas em conjunto
Planeta COPPE / Notícias
Data: 11/10/2013
A Coppe/UFRJ e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) vão estudar áreas de interesse comum para realização de parcerias. A intenção de desenvolver projetos em conjunto com a instituição de Campinas foi manifestada pela Diretoria da Coppe ao fim da palestra “Projeto Sirius: os desafios da construção da Fonte Síncrotron de Terceira Geração”, que o diretor-geral do CNPEM, Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, proferiu no auditório da Coppe, no Rio de Janeiro, dia 11 de outubro. O evento fez parte do Ciclo de Palestras Coppe 50 Anos.
O diretor da Coppe/UFRJ, professor Luiz Pinguelli Rosa, manifestou seu interesse em ver as duas instituições desenvolvendo parcerias em diferentes segmentos, como as áreas de dinâmica de fluidos; nanotecnologia; engenharia civil; produção de biodiesel e de bioetanol de segunda geração (bioetanol 2G), bem como pesquisas relacionadas às atividades do Centro China-Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia.
“Podemos criar uma ponte entre o CNPEM e a Coppe, não só para estudos relacionados à luz síncrotron, mas também, por exemplo, para a área de bioetanol. Recentemente foi inaugurado aqui na UFRJ o laboratório de bioetanol de segunda geração, que é resultado da cooperação entre o Instituto de Química, a Coppe e instituições japonesas”, afirmou Luiz Pinguelli Rosa, após acompanhar a conferência de Carlos Alberto Aragão.
Representantes das duas instituições deverão iniciar os entendimentos para estabelecer as áreas de interesse comum. Os trabalhos seriam desenvolvidos pelos pesquisadores dos programas de pós-graduação da Coppe e dos quatro laboratórios que compõem o CNPEM. O Centro é formado pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS); o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio); o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano).
Convidado para participar do Ciclo de Conferências Coppe 50 Anos, Carlos Alberto Aragão apresentou em sua palestra o projeto de implantação da fonte de luz síncrotron de terceira geração. O novo acelerador de partículas brasileiro deverá ser concluído em 2016 e será aberto aos pesquisadores e empresas interessados em realizar ensaios no primeiro semestre do ano seguinte. “Espero que com a inauguração da nova fonte síncrotron, as parcerias com as instituições do Rio de Janeiro cresçam”, afirmou. Aragão apresentou também as linhas de atuação do CNPEM e de seus laboratórios nacionais.
Segundo o diretor-geral do CNPEM, a nova fonte de luz síncrotron contará com um acelerador de elétrons de 3 Gev, com circunferência de 518 metros. A atual fonte síncrotron brasileira, de segunda geração, inaugurada em 1997 no LNLS, em Campinas, possui um acelerador de 1,37 GeV.
A luz síncrotron é uma ferramenta que permite aos pesquisadores interagirem com os átomos que compõem os materiais. Isso amplia a capacidade de compreender o comportamento e a característica dos materiais, como sua resistência elétrica e mecânica, propriedades óticas e magnéticas e funções das moléculas biológicas, entre outras. A tecnologia contribui também para o controle da matéria e o desenvolvimento de novos materiais, que poderão ser mais leves, mais resistentes e mais eficientes. Daí a aplicação desses estudos nas áreas de fármacos, energia, materiais, petroquímica, cosméticos e alimentos, entre outras.
Ao longo de cinco anos serão investidos R$ 650 milhões para a implantação da fonte síncrotron, que também ficará no LNLS. Recentemente foi concluída a terraplenagem do terreno onde será erguido o laboratório de 42 mil metros quadrados, que abrigará a nova fonte. O prédio deverá começar a ser construído até o fim de novembro deste ano e deverá estar concluído até meados de 2014. A área total do laboratório é de 150 hectares e é contígua à área de 380 hectares onde estão instalados os demais laboratórios do CNPEM.
O processo de implantação do novo laboratório, batizado de Projeto Sirius faz uma referência à estrela Sirius, uma das mais brilhantes do universo, já que a nova fonte terá um brilho tão ou mais intenso do que as fontes de terceira geração existentes nos Estados Unidos e em países da Europa.