Coppe e Petrobras ampliam parceria em Ciência, Tecnologia & Inovação com lançamento do mais moderno Loop de Garantia de Escoamento do Brasil

A Coppe/UFRJ e a Petrobras assinam, no dia 16 de abril, um termo de cooperação para a construção do maior e mais avançado Loop de Garantia de Escoamento do Brasil, um dos mais modernos do mundo. A cerimônia, que acontecerá no auditório da Coppe, no CT2, às 10h30, contará com a presença da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, dentre outras autoridades e representantes do setor de Óleo & Gás. Também participarão da cerimônia, a diretora da Coppe, professora Suzana Kahn, e o reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho.

O Loop de Hidratos, concebido e operado por pesquisadores do Programa de Engenharia Química da Coppe, será uma estrutura essencial para estudos sobre o comportamento de hidratos em sistemas de transporte de fluidos, como gás natural e petróleo. Com 140 metros de comprimento, será o único no país capaz de pesquisar escoamentos com até 100% de CO₂. A instalação ficará localizada no Parque Tecnológico da UFRJ.

Sistemas como esse são fundamentais para a engenharia de escoamento de fluidos, prevenindo a formação de hidratos, parafinas e asfaltenos, substâncias que podem obstruir dutos e equipamentos, causando prejuízos milionários ao setor. “A formação dessas substâncias sólidas ou viscosas em linhas submarinas pode representar perdas significativas”, explica o professor Frederico Tavares, coordenador do projeto. “O Loop terá um papel fundamental na redução de Capex (despesas de capital) e Opex (despesas operacionais) dos empreendimentos”, destaca.

Mais do que um simples Loop de Hidratos, a estrutura será um verdadeiro laboratório de garantia de escoamento. Além do estudo de hidratos, permitirá pesquisas sobre a precipitação de parafinas e o escoamento multifásico de gás natural contendo CO₂. “Vamos simular a formação desses compostos e estudar seu comportamento hidrodinâmico. Será uma planta piloto com características de uma pequena fábrica, capaz de operar em altas pressões e temperaturas controladas, reproduzindo condições reais de operação”, explica Tavares.

Com o Loop, a Coppe e a Petrobras buscam desenvolver e testar soluções inovadoras, como antiaglomerantes e inibidores de hidratos e parafinas. Além disso, as atividades que envolvem CCUS (captura, armazenamento e uso de carbono) também serão beneficiadas, já que a planta possibilitará pesquisas com sistemas ricos em CO₂.

 “Ao escoar pela tubulação, essa mistura multifásica de fluidos (hidrocarbonetos, dióxido de carbono, água) passa por variações de temperatura e pressão, o que pode levar à formação de sólidos que dificultam o próprio escoamento – como se fosse o entupimento de artérias”, explica o professor Amaro Barreto, da Escola de Química da UFRJ. “A questão é: como intervir nessa condição sem alterar temperatura e pressão? Qual inibidor utilizar? Como injetá-lo e testá-lo durante a operação? Precisamos de simulações realistas para encontrar respostas”, conclui.

Previsto para entrar em operação em 2030, o projeto já está em fase de detalhamento, com as equipes da Coppe trabalhando no planejamento da infraestrutura, das atividades e, sobretudo, na segurança e confiabilidade dos processos.

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