Coppe inaugura Sistema de Correnteza do LabOceano
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 20/12/2018
A Coppe/UFRJ inaugurou nesta quarta-feira, 19 de dezembro, o Sistema de Correnteza do Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano). Em uma solenidade realizada no próprio laboratório, que contou com a presença de mais de 100 pessoas, o coordenador-técnico do LabOceano, professor Paulo de Tarso, fez uma breve apresentação do novo sistema que, segundo ele, mantém o laboratório da Coppe como um dos mais avançados do mundo, e com destacada importância para o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a exploração dos recursos do pré-sal.
Instalado em uma construção feita exclusivamente para recebê-lo, anexa ao prédio do LabOceano, o Sistema de Correnteza recebeu um total de investimento da ordem de R$22 milhões, sendo R$ 18,8 milhões da Petrobras e R$ 3,2 milhões Finep.
A partir de uma sala de controle, seis motores e seis bombas hidráulicas, com potência de mil HP (horse power) são operados de modo independente, de forma que cada uma das seis correntes, sua velocidade e direcionamento possam ser modificados sem que altere as demais, incluindo a possibilidade de reversão das correntes. A água é movida à vazão de 10 m³ por segundo, por tubos de 1,5 m de diâmetro ligados a cada uma das seis galerias dispostas ao longo da dimensão vertical do tanque, totalizando 60 m³/s de deslocamento de água, com velocidade máxima de 0,25 m/s.
“Longa vida ao LabOceano e aos novos desafios”
O gerente-executivo do Cenpes, Orlando Ribeiro, destacou que acompanha o projeto do LabOceano antes mesmo das obras para a sua inauguração terem início. “Eu participava do comitê que gerenciava o Programa de Capacitação Tecnológica em Águas Profundas (Procap) e tivemos intensos debates sobre o tanque. Já investimos cerca de 100 milhões de reais e dos mais de 100 experimentos mencionados pelo Paulo, nós fizemos 80. São projetos fundamentais, que mais do que se pagaram. Inovações disruptivas, coisas muito criativas, que só a combinação de pesquisa e operação é capaz de produzir”, destacou Ribeiro.
“Com a transição para a economia de baixo carbono, isso vai abrir possibilidades de testar sistemas de geração de energia eólica offshore. Então, haverá uma longa vida ao LabOceano com novos desafios a experimentar”, antecipou o gerente do Cenpes.
A superintendente-adjunta da ANP, Maria Inês Souza, destacou sua alegria particular, como “cria” da Coppe, onde concluiu seu mestrado e doutorado e, hoje, como profissional que atuam em órgão regulador, ao ver a realização de projetos dessa envergadura, que utilizam recursos da cláusula de obrigatoriedade de investimentos em P&D. Maria Inês explicou que “a Agência tem feito um grande esforço para simplificar, desburocratizar e melhorar regulamentos, para que todos esses recursos crescentes possam ser aplicados mais rapidamente, pois há um gap entre a aprovação e a efetivação do projeto. Nós que viemos da academia temos noção do sentimento de urgência. Todos os esforços estão sendo envidados para que consigamos dar celeridade a esses projetos”, afirmou.
O diretor da Coppe, professor Edson Watanabe, felicitou o professor Paulo de Tarso, e também seus antecessores na coordenação do LabOceano, os professores Carlos Levi e Segen Estefen, todos do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe. “Eles batalharam desde o começo. E vemos o resultado, como o laboratório é importante para o desenvolvimento de tecnologia e inovação na exploração offshore. Isso dá mais confiança pra gente acreditar que o Brasil tem jeito”, elogiou Watanabe.
Antes de descerrar a placa e levar os convidados para uma visita técnica, o professor Paulo de Tarso prestou uma homenagem ao engenheiro Mauro Jorge da Costa Santos, falecido no último mês de maio. “Dentre as muitas pessoas que deram sua contribuição ao projeto, e não foram poucas, uma que se destacou foi o engenheiro Mauro Jorge, que praticamente fez toda a parte de projeto estrutural desse laboratório, além de ter feito o projeto de recuperação do Hospital Universitário da UFRJ, de ter feito o projeto estrutural do bloco I-2000 da Coppe. Ele foi muito importante no desenvolvimento do laboratório”, reconheceu.
“Queremos prestar uma homenagem à pessoa incrível que ele foi, em termos profissionais e como pessoa. É uma homenagem pequena, muito menor do que ele merece. Então, vamos entregar uma placa à Carolina, uma de suas filhas, para que a família saiba como ele foi uma pessoa importante para nós, um colega legal, produtivo, amável, solícito”, destacou o professor Paulo de Tarso.
A cerimônia contou com a presença dos professores Segen Estefen e Carlos Levi, antecessores de Paulo de Tarso na coordenação do laboratório; do decano do Centro de Tecnologia, professor Walter Suemitsu; do diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, professor Fernando Rochinha; do diretor de Orçamento e Controle da Coppe, Fernando Peregrino; do diretor-adjunto de Planejamento, Administração e Desenvolvimento Institucional, Fernando Sepúlveda; da diretora da Embrapii-Coppe, professora Angela Uller.
Também estiveram presentes a diretora do Departamento de Petróleo, Mineração e Indústria Naval, da Finep, Cristiane Abreu; a superintendente-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Maria Inês Souza; o gerente-executivo do Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras, Orlando Ribeiro; e o diretor de Tecnologia da Faperj, Maurício Guedes.
Sobre o LabOceano
O Sistema de Correnteza passa a integrar a complexa instalação do LabOceano da Coppe, inaugurado em 2003, no qual trabalham atualmente 40 funcionários em tempo integral. Além do sistema recém-inaugurado, o LabOceano conta com o segundo maior tanque oceânico do mundo, com 40m x 30m x 15 (comprimento x largura x altura), além de um fosso com 10m adicionais de profundidade, o que lhe confere capacidade para mais de 20 milhões de litros de água.
Segundo Paulo de Tarso, a estrutura conta ainda com um fundo móvel ajustável; com cinco janelas de visualização para vista submersa; um gerador de ventos; um gerador de ondas, com 75 pás que se movem independentemente, produzindo ondas paralelas ou direcionais; uma plataforma de manobras para ensaios e manobrabilidade; um simulador de manobras para operação de recuperação de óleo no mar; e uma oficina de modelos, para construção de protótipos que serão utilizados em ensaios.
De acordo com o professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe, mais de 100 projetos realizados foram realizados no laboratório. Dentre os principais, citou os testes com a Bóia de Sub-Superfície; o lançamento de Manifolds; e o teste de estabilidade direcional de Estaca Torpedo T120, todos com a Petrobras, este último, “levando a uma redução de custos muito grande no lançamento de linhas em águas profundas.”
- LabOceano