Coppe lidera discussões sobre segurança e sustentabilidade no transporte público durante congresso Rio de Transportes
Planeta COPPE / Engenharia de Transportes / Notícias
Data: 09/12/2024
A Coppe/UFRJ esteve no centro das discussões do 21º Congresso Rio de Transportes, realizado entre os dias 5 e 6 de dezembro, reafirmando sua posição como referência em pesquisa e inovação na área de mobilidade. O evento, coordenado pelo professor Glaydston Ribeiro, do Programa de Engenharia de Transportes (PET/Coppe), abordou desafios como segurança pública e transição energética, além de apresentar soluções tecnológicas voltadas para o transporte sustentável.
Segurança no transporte público
A gerente de mobilidade da Semove e doutoranda da Coppe, Eunice Horácio, apresentou iniciativas inovadoras para combater crimes, importunação sexual e depredações nos ônibus do Rio de Janeiro. Durante a mesa-redonda “A segurança pública na mobilidade das pessoas”, Eunice destacou os seguintes projetos:
- Sistema Safe (Sistema de Acompanhamento de Frota em Emergência): permite registrar, monitorar e informar as autoridades policiais sobre assaltos e furtos nos ônibus, gerando “gráficos de calor” com informações de locais e horários de maior incidência. Em parceria com o Disque Denúncia, o sistema potencializa o combate a esses crimes, que somam cerca de 13.500 ocorrências anuais.
- Campanha “Não se cale” e combate à importunação sexual: adesivos com QR Codes foram instalados nos ônibus para facilitar a denúncia de casos de importunação, especialmente contra mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, com os dados enviados diretamente ao Disque Denúncia.
- Plataforma Ônibus em Chamas: desenvolvida para reduzir incêndios e depredações. Em média, a cada nove dias um ônibus é queimado no estado do Rio de Janeiro.
Sustentabilidade e transição energética
A Palestra Magna, conduzida pelo professor Alexandre Szklo, do Programa de Planejamento Energético da Coppe, trouxe uma análise aprofundada sobre o tema “Transições energéticas passadas e o desafio da transição energética atual – o papel do setor de transportes”. Entre os principais pontos abordados:
- O transporte consome 95% do petróleo produzido, com o Brasil dependendo fortemente de diesel importado (15 bilhões de litros por ano), dos quais 4 bilhões são desperdiçados devido às más condições de pavimentação nas rodovias.
- Melhorar a qualidade das estradas é uma medida direta para reduzir o consumo de diesel e as emissões de CO2 no país.
- A eletrificação do transporte, especialmente de ônibus urbanos, aparece como uma das soluções mais viáveis, embora desafios como a infraestrutura de transmissão de energia no Brasil precisem ser superados. Paralelamente, o uso de biocombustíveis continuará sendo indispensável para a transição energética.
Destaques adicionais do congresso
Na abertura do evento, a diretora de Tecnologia e Inovação da Coppe, Marysilvia Costa, destacou o impacto do congresso como espaço de apresentação de soluções inovadoras para os problemas de mobilidade. Ela reforçou a importância de iniciativas que enfrentem as “imobilidades” causadas pela perda de tempo nos deslocamentos urbanos.
Entre as contribuições apresentadas, o assessor da Secretaria de Mobilidade de Salvador, Guilhermo Petzhold, na palestra “Mobilidade corporativa: O papel das empresas em prol do transporte sustentável”, demonstrou o sucesso de medidas voltadas à mobilidade sustentável, como o incentivo ao uso de bicicletas e carros compartilhados, que reduziram em 24% as viagens de automóveis individuais na cidade.
O congresso reforçou o papel da Coppe como protagonista no desenvolvimento de soluções que integram segurança, sustentabilidade e inovação, com impacto direto na qualidade de vida urbana e na transição para uma economia de baixo carbono.
Alguns números:
- Média anual: 13.500 assaltos e furtos contabilizados em ônibus na RMRJ
- A cada 9 dias, em média, ocorrem incêndios e depredações em ônibus
- O uso de bicicletas e carros compartilhados, para se dirigir ao local de trabalho, propiciou 24% de redução nas viagens de automóvel com um único ocupante, em Salvador (BA)
- O Brasil importa 15 bilhões de litros de diesel ao ano. Destes, 4 bilhões são desperdiçados pelas más condições de rodovias.
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