Discurso do professor Romildo Toledo

Planeta COPPE / Notícias

Data: 02/08/2019

Magnífica Reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professora Denise Pires de Carvalho
Vice-Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor Carlos Frederico Leão Rocha;
Decano do Centro de Tecnologia, professor Walter Issamu Suemitsu;
Diretor da Coppe/UFRJ, professor Edson Watanabe;
Professora Suzana Kahn Ribeiro, que hoje assume o cargo de Vice-Diretora da Coppe/UFRJ.
Professor Emérito da UFRJ e ex-diretor da Coppe, Luiz Bevilacqua
Professor Emérito da UFRJ e ex-diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa
Professor Emérito da UFRJ e ex-diretor da Coppe, Nelson Maculan
Professor Emérito da UFRJ e ex-diretor da Coppe, Paulo Alcântara Gomes
Ex-diretor da Coppe, professor Segen Estefen
Ex-diretor da Coppe, professor Aquilino Senra Martinez
Pró-reitores, decanos, diretores de unidades da UFRJ; Diretores da Coppe; Coordenadores e vice-coordenadores de programas da Coppe; professores, alunos, técnicos –administrativos; representantes de institutos de pesquisa, de órgãos de fomento, de empresas parceiras, colegas e amigos.

Chego ao dia da minha posse como Diretor Geral da COPPE com grande senso de honra, responsabilidade e humildade.

Durante a minha carreira de mais de 36 anos como educador e pesquisador, eu sou muito grato pelos muitos ensinamentos que recebi dos meus alunos, técnico-administrativos, professores e lideranças da COPPE e dessa grande Universidade Pública e Gratuita que é a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Estou muito feliz de estar aqui cercado pelo Reitora e Vice-Reitor da nossa Universidade (Profs. Denise Pires e Carlos Frederico Leão Rocha), pelo Decano do Centro de Tecnologia, pelos Diretores de Unidades do CT, pelos novos Diretores da COPPE (Suzana Khan, Angela Uller, Lavinia Borges, Vanda Borges, Ericksson Almendra, Fernando Peregrino, Marcello Campos e David Castelo Branco), pelos membros do Conselho Deliberativo e pelos Coordenadores dos Programas de Pós-Graduação da COPPE, por dirigentes, professores, corpo técnico-administrativo, alunos e amigos do NUMATS, da COPPE e da UFRJ, bem como por vários membros da minha família.

Eu agradeço ao Corpo Social e ao Conselho Deliberativo da COPPE pela indicação do meu nome e da Profa. Suzana Kahn para liderar a nossa instituição pelos próximos quatro anos e a nossa Magnífica Reitora, Profa. Denise Pires, pela confiança e confirmação dessa indicação.

Eu agradeço também a minha esposa, Ana Paula Toledo, e aos meus filhos Eduardo e Felipe Toledo. Tenho subtraído, de forma crescente, tempo do nosso convívio familiar em função das diversas atividades e atribuições acadêmicas que tenho exercido nos últimos anos, mas nunca me faltou, nessa jornada, incentivo e apoio incondicional, cumplicidade, carinho e muito amor.

Eu gostaria ainda de pedir licença para dizer “Bom dia, mãe!” e agradecer a minha mãe Ivone Ribeiro Toledo, que se encontra hoje na minha cidade natal, Taperoá, na Paraíba, e que está aqui representada pelas minhas irmãs Fátima e Socorro Toledo. Ela e o meu pai, In Memoriam, Romildo Toledo, cuja educação formal se limitou ao segundo grau, foram incentivadores entusiastas da educação dos seus oito filhos e não pouparam esforços para me apoiar quando eu, o sétimo deles, decidi deixar Campina Grande e o convívio familiar fazer mestrado em Engenharia Civil no Rio de Janeiro no ano de 1984.

Toda minha formação escolar até a graduação foi realizada em escola pública. E aqui faço questão de citar seus nomes: escolas municipais Félix Daltro, Minervino Cavalcanti e Normal, da pequena cidade de Taperoá, onde nasci e vivi até os 14 anos de idade, quando concluí o ensino fundamental. Escola Estadual da Prata, em Campina Grande, conhecida como Gigantão, onde cursei o ensino médio e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Campina Grande, onde cursei Engenharia Civil.

Embora filho da terra que sou, para onde volto sempre que posso, não resisti ao chamado do Rio de Janeiro. Durante a realização da minha Iniciação Científica na Universidade Federal da Paraíba, o professor João Queiroz, meu orientador na pesquisa, perguntou se eu tinha interesse em me candidatar ao mestrado em Geotecnia na PUC-Rio. Fiquei motivado, embora também assustado com a possibilidade da mudança. Mas aceitei o desafio e candidatei-me. Devo confessar que desafios sempre fizeram parte da minha vida e que nunca me faltou coragem e determinação para enfrentá-los!

Fui selecionado com uma bolsa da Capes e mudei para o Rio de Janeiro. Vivi durante o mestrado na PUC-Rio um período de muita intensidade acadêmica. Era preciso muito esforço do grupo de nordestinos da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Bahia, meus queridos amigos Maurício Canuto, Fernando Saboya, Fernando Marinho, Márcio Muniz e Edson Costa, para acompanhar as disciplinas ministradas, já que era notório o desnível de formação regional. Mas nossa dedicação, companheirismo e espírito “festeiro” – sim, fizemos muita “balbúrdia” nesse período – permitiu que suportássemos, até que com muita alegria, esse período intenso de estudos e de crescimento pessoal e profissional. Foi uma ruptura em nossas vidas e isso nos marcou para sempre, definindo nossos caminhos futuros. Com orgulho digo que a maioria desse grupo seguiu carreira acadêmica e hoje são professores destacados em instituições como USP, UNB e UENF ou atuam em empresas de economia mista como Furnas ou em órgãos do Governo.

O passo seguinte foi o doutorado e, mais uma vez, contei com o apoio do estado brasileiro, pois realizei meus estudos na condição de Professor da UFPB, instituição na qual trabalhei entre 1987 e 1998, com o apoio da Capes e do British Council num programa sanduíche PUC/Rio-Imperial College/Londres.

Quero registrar minha gratidão ao Estado e principalmente à sociedade brasileira por essa oportunidade: estudar em instituições públicas que oferecem um ensino de qualidade, para todos, sem distinção. Precisamos defender e lutar pela manutenção e aperfeiçoamento desse modelo: precisamos de Educação Pública, Gratuita e de Qualidade para todos! Acredito que essa política pública é fundamental, pois permite a criação de oportunidades mais justas para a nossa sociedade; permite, por exemplo, a redução das desigualdades, a mobilidade social e a realização de sonhos que a muitos podem parecer, a princípio, impossíveis de serem atingidos. De que outra forma um jovem estudante oriundo de uma pequena cidade, no semi-árido do Nordeste, teria condições de realizar o sonho de uma carreira acadêmica que incluiu ainda a realização de um programa de pós-doutorado na Alemanha e missões de trabalho de longa duração (2-3meses) em países como Espanha, Portugal, Itália e Suíça sem o apoio do Estado? Acredito que muitos que estão aqui hoje tiveram uma experiência similar. Recebemos anualmente, na COPPE e na UFRJ, centenas de jovens de diferentes perfis sociais e partes do país, e também da América Latina, em busca de oportunidades para as suas vidas que só uma formação acadêmica sólida e a vivência em um ambiente plural, diverso, multicultural, com diferentes visões de sociedade, podem garantir. Seguiremos nos próximos quatro anos lutando pela defesa e aperfeiçoamento da Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade e Inclusiva! Precisamos resistir!

Quando ingressei na COPPE como docente, em 1999, no Programa de Engenharia Civil, a instituição vivia um período de efervescência acadêmica e de modernização, sob a liderança do então diretor, professor Luiz Pinguelli Rosa, uma referência para todos nós. O Projeto do Complexo I-2000 resultou na reorganização de uma área de 20.000m2 de laboratórios da COPPE e de outras Unidades acadêmicas do CT e foi a base para a modernização dos mesmos. Hoje dispomos, apenas na COPPE, de cerca de 60.000m2 de laboratórios extremamente bem equipados e especializados. Na área de óleo e gás, por exemplo, posso afirmar que temos um dos mais amplos e completo conjunto de laboratórios instalados numa instituição acadêmica no mundo.

Essa infraestrutura tem permitido o desenvolvimento de projetos de pesquisas avançada, que tanto são realizadas em nossos laboratórios quanto em parceria com laboratórios de diferentes unidades do CT e de outros centros da UFRJ. A cooperação entre nossas Unidades e Centros precisa e deve ser incrementada e aperfeiçoada. Trabalharemos com muito empenho para isso!

Uma formação multidisciplinar, de qualidade, é fundamental para que possamos formar profissionais capazes de enfrentar e resolver os atuais desafios impostos pela sociedade moderna. Devemos, portanto, dar a devida atenção a qualidade do ensino, a atualidade das disciplinas que ministramos e ao uso de ferramentas como plataformas digitais para atingirmos esse objetivo. Nosso programa de extensão universitária, uma das funções sociais da Universidade, deve estar integrado à formação dos nossos alunos. Devemos cuidar ainda do bem-estar e saúde mental do nosso Corpo Social. Novos programas para isso serão estabelecidos e os existentes serão apoiados e fortalecidos.

Ressalto ainda a importância de uma maior integração com as outras instituições de ensino e pesquisa do estado do Rio de Janeiro, do país e do mundo, no intuito de ampliar a nossa internacionalização.

Formamos na Coppe cerca de 600 mestres e doutores por ano. Realizamos centenas de projetos de P&D&I com a indústria. Além da área de óleo e gás, já mencionada, atuamos em inúmeras áreas do conhecimento: energias renováveis, mudanças climáticas, tecnologias verdes, engenharia da saúde e do bem-estar social, transformação digital, tecnologia da informação, cidades inteligentes, segurança cibernética, nanotecnologia, infraestrutura e logística, dentre outras. Promovemos pesquisas e buscamos soluções para temas globais e também locais, focados no desenvolvimento do País e no interesse da sociedade brasileira.

Vivemos, no entanto, tempos difíceis. Este ano, o Governo Federal contingenciou mais de R$ 33 bilhões do orçamento da União. Em valores absolutos, o maior bloqueio de verbas discricionárias foi na Educação: cerca de R$ 6,2 bilhões. Na Ciência, Tecnologia e Inovação o contingenciamento foi cerca de R$ 1,9 bilhões. No MCTIC esse contingenciamento representa cerca de 42% do seu orçamento inicial de R$ 5 bilhões que já é menos da metade do orçamento que foi gasto há dez anos.

A Finep também sofre com forte contingenciamento e o CNPq terá problemas para pagar as bolsas de mestrado e doutorado do mês de setembro, se nada for feito para impedir isso. É importante ressaltar ainda que os valores das bolsas atualmente pagas, R$ 1,5 mil para mestrado e R$ 2,2 mil para doutorado, se desvalorizaram em relação ao custo de vida, fazendo com que os pesquisadores de mestrado e doutorado tenham que buscar alternativas para possibilitar quitar as suas contas pessoais.

É justamente nesse contexto de grave escassez de recursos que as universidades públicas, principais centros de pesquisa e produção científica do país, foram recentemente surpreendidas com o Programa Future-se. O programa foi apresentado sem qualquer discussão prévia com a comunidade acadêmica e, em particular, com os Reitores das Universidades. Além disso, o prazo para sua discussão estabelecido na consulta pública lançada pelo MEC foi extremamente curto (até meados do mês de agosto).

Muitas dúvidas surgem numa análise inicial. Uma das mais preocupantes diz respeito a questão constitucional da autonomia universitária, um pilar da Universidade, também de grande importância para a nossa comunidade. Outra questão importante diz respeito ao papel das Organizações Sociais no programa proposto. Teriam elas o papel de substituir a autonomia concedida pelo artigo 207 da nossa Constituição Federal por meio de prioridades definidas externamente?

Estranhamos ainda a ausência das nossas fundações de apoio no programa, já que as mesmas têm prestado relevantes serviços às nossas instituições universitárias e de pesquisa, já que atendem cerca de 130 entidades e gerenciam mais de 5 bilhões de reais por ano de projetos de P&D&I.

Aliás, o modelo Universidade-Fundações de apoio, que no nosso caso chamamos de sistema COPPE-COPPETEC, é responsável pelo sucesso de nossa Instituição. Baseada em três pilares – excelência acadêmica, dedicação exclusiva de professores e alunos e aproximação com a sociedade –, a pós-graduação criada pelo nosso fundador, Prof. Luis Alberto Galvão Coimbra, a quem presto nesse momento as minhas homenagens, inspirou e serviu de modelo para outros cursos de pós-graduação criados posteriormente no Brasil e mudou os rumos do sistema universitário no país.

Os incessantes cortes ameaçam projetos importantes para a C&T&I do país e isso é só a ponta do iceberg com o qual o país poderá colidir se mantiver o rumo atual. É, portanto, imperioso mudar esse rumo! Já está mais do que na hora do Governo entender que os investimentos em C&T&I são essenciais para o desenvolvimento industrial e social do país.

Em três décadas o Brasil passou por um dos maiores processos de desindustrialização do mundo. Esse setor, que chegou a representar 21% do nosso PIB, hoje não passa de 12%. Nos anos 80, o parque industrial brasileiro correspondia a 4,11% da indústria mundial. A China, na época, tinha uma participação de 1,65%. Nos anos 90, a China superou o Brasil e em 2015 já respondia por 1/5 de toda a produção industrial do planeta, de acordo com estudo realizado pelo Brookings Institution.

Praticamente no mesmo período, o Brasil retrocedeu. Em 2014, 50% das exportações brasileiras já estavam restritas a cinco produtos: ferro, soja, açúcar, petróleo e carnes. Como ressaltou o economista sul-coreano Ha Joon Chang em recente entrevista ao El País, “os países dependentes de commodities não conseguem controlar o seu destino”.

Precisamos reverter esse quadro urgentemente. Não queremos copiar o modelo chinês. Mas é importante olhar no entorno. Estar atento aos casos bem sucedidos, as decisões e ações tomadas por países que conseguiram mudar o rumo dos seus rios em direção ao desenvolvimento. Países que conseguiram agregar complexidade aos produtos que exportam para disputar, em pé de igualdade em um mercado global altamente competitivo, e reverter o jogo, conquistando melhorias e qualidade de vida para a sua sociedade.

A China colheu frutos de uma política pública bem concebida e bem implementada: investimentos intensivos em Educação, em Ciência, Tecnologia e Inovação, políticas industriais com metas definidas, cobrança de metas por parte de empresas financiadas pelo governo.

Precisamos contar com o apoio da sociedade brasileira para mudar o rumo do nosso rio. Mostrar à sociedade as competências e forças que já possui, nas quais ela investiu nessas últimas décadas, e que são seus principais aliados para essa virada: as universidades públicas e todo o sistema de Ensino, Ciência e Tecnologia que foi construído com muito esforço em nosso País.

Vamos derreter mitos que vêm sendo divulgados para endossar teses inverídicas em prol de intenções nada republicanas.

Nos países desenvolvidos, a maior parte do dinheiro que financia a Ciência e a pesquisa na universidade não é privado, é público. Inclusive nas universidades que cobram mensalidades. Nos EUA, 60%, de acordo com dados da National Science Foundation (NSF), e na Europa 77%, segundo estatísticas da União Europeia. No Canadá, 55% a 60% e na China, 40% a 45%.

No Brasil, 81% dos cursos de pós-graduação estão na rede pública e 19% na rede privada. Das 50 instituições brasileiras que mais produziram trabalhos científicos nos últimos cinco anos, 43 são universidades públicas. Das top 10 da lista, todas são públicas. Para nosso orgulho, uma delas é a nossa universidade: a UFRJ.

Aproveitamos esse momento para colocar a Coppe à disposição do País. Está no DNA da Coppe. Gostamos de desafios! Aprendemos com o nosso fundador, professor Coimbra, que sonhou e criou uma instituição de ensino e pesquisa disposta a contribuir com soluções para problemas da sociedade brasileira e para o desenvolvimento do País.

Foi assim, em 1977, quando a Petrobras e a Coppe assinaram o primeiro grande convênio de cooperação celebrado entre a empresa e uma universidade, dando início a uma parceria duradoura que ajudou a mudar a face da indústria brasileira de petróleo. E tem sido assim em muitos setores.

Hoje, temos novos desafios. A Engenharia é cada vez mais demandada, por praticamente todas as áreas do conhecimento e setores da economia para prestar sua contribuição, seja por meio de inovações tecnológicas, de soluções que possam servir à medicina, à redução de impactos ambientais, à mobilidade urbana, dentre muitas outras.

Temos maturidade científica! Nas últimas décadas a produção científica brasileira cresceu de forma expressiva e hoje ocupamos a 13ª posição no ranking dos países que mais publicam. Temos agora que transformar conhecimento em riqueza e em inclusão. Precisamos promover na COPPE e na UFRJ um ecossistema de inovação que permita a criação de número crescente de empresas de base tecnológica (Spin off universitárias) com a participação dos pesquisadores de alta qualificação aqui formados e que resultem na valorização do conhecimento científico e tecnológico da nossa Instituição.

Sim, vivemos tempos difíceis e para superá-los não podemos ter medo. Como tão bem o definiu o escritor e poeta moçambicano Mia Couto em seu texto Murar o Medo, “o que era ideologia passou a ser crença. O que era política, tornou-se religião. O que era religião, passou a ser estratégia de poder. Para fabricar armas, é preciso fabricar inimigos. Para produzir inimigos, é imperioso sustentar fantasmas… Para enfrentarmos as ameaças globais, precisamos de mais exércitos, mais serviços secretos e a suspensão temporária da nossa cidadania… O sentimento que se criou é o seguinte: a realidade é perigosa, a natureza é traiçoeira e a humanidade, imprevisível…Vivemos como cidadãos e como espécie, em permanente situação de emergência. Como em qualquer outro estado de sítio, as liberdades individuais devem ser contidas, a privacidade pode ser invadida e a racionalidade deve ser suspensa”

Mas como homens desse tempo, não podemos fugir dele. Muitos dizem que sou otimista, que sou sonhador. É que na minha vida aprendi que para realizar é preciso antes sonhar, ter sob a mira utopias. Cabe a nós enfrentarmos os desafios e construir um futuro sem medo. Peço, então, emprestadas as palavras de Eduardo Galeano para definir utopia: “ela está no horizonte. E se está no horizonte, nunca vamos alcançá-la. Porque se caminho dez passos, a utopia vai se distanciar dez passos, e se caminho vinte passos, a utopia vai se colocar vinte passos mais além. Ou seja, sei que jamais vou alcançá-la. Então para que serve? Para isso, para caminhar.”

Assim, encerro convidando a todos para caminharmos juntos e unidos…

Título: Ensino Híbrido: Desafios e perspectivas nas engenharias e no ensino básico
Coordenador: MARCELLO LUIZ RODRIGUES DE CAMPOS
Contato do coordenadorcampos@smt.ufrj.br

Resumo: A pandemia da COVID-19 impôs uma transição drástica do modelo padrão de ensino, para aulas estritamente virtuais, e tem exigido um grande esforço para preparar e oferecer cursos aos alunos, seja no ensino universitário ou no ensino básico, pois poucos estavam preparados para lidar com as tecnologias de ensino online. Passados meses após o isolamento, não tem sido trivial a transição do presencial para o virtual, principalmente na manutenção da qualidade das disciplinas oferecidas neste novo formato. Uma lição foi aprendida neste processo: é necessário investir de forma permanente na implementação de tecnologias inovadoras/eficientes no melhoramento dos processos de ensino e aprendizagem. Neste sentido, este projeto visa a dar apoio à rede pública de ensino, seja no âmbito do ensino básico ou do ensino de engenharia em outras universidades, no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é o desenvolvimento de recursos e cursos em formato híbrido, incorporando técnicas de aprendizado ativo, sala de aula invertida, multimodalidade, etc.

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TítuloEscola Piloto em Engenharia Química Prof. Giulio Massarani
Coordenador: HENRIQUE POLTRONIERI PACHECO
Contato do coordenadorpacheco.h.pacheco@gmail.com e helen@peq.coppe.ufrj.br

Resumo: A Escola Piloto Presencial (EPP) em Engenharia Química surgiu em 1993, no PEQ/COPPE, e é uma ferramenta de atualização e de educação continuada, bastante útil para professores de ensino médio e de graduação, mas também muito procurada por estudantes e técnicos, além de empregados da indústria em geral. Nesta proposta da EPP desta edição serão oferecidos 10 módulos: TÉCNICAS AVANÇADAS DE CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS (DIVIDIDA EM 10 SUB-MÓDULOS) ensina técnicas de ponta para caracterização de diversos de tipos de materiais, discutindo o fundamento das técnicas e exemplificando com dados reais. Os módulos são: Módulo 1: Técnicas espectroscópicas (FTIR, DRIFTS, RAMAN e UV-Vis) Módulo 2: Ressonância magnética nuclear (RMN) Módulo 3: Difração de raios x (DRX) Módulo 4: Espectrômetro de Massas e Redução à Temperatura Programada (MS e TPR) Módulo 5: Cromatografia por permeação em gel (GPC) Módulo 6: Análises de tamanho de gotas e partículas Módulo 7: Técnicas cromatográficas gasosa e líquida – Uma visão de Troubleshooting Módulo 8: Elementos de caracterização de petróleo Módulo 9: Análises térmicas – TGA, DSC e DMA Módulo 10: Biotecnologia no Cotidiano.

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TítuloLaboratório de Informática e Sociedade – LabIS
Coordenador:  HENRIQUE LUIZ CUKIERMAN
Contato do coordenadorhcukier@cos.ufrj.br e lealsobral@cos.ufrj.br

Resumo: O LabIS veio se configurando ao longo de uma caminhada que remonta aos trabalhos e investigações da linha de pesquisa em Informática e Sociedade (IS) do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da COPPE/UFRJ. Uma linha de pesquisa há tempos em busca de um Brasil ainda por inventar, movida pelo desejo de compreender a realidade brasileira para colaborar com a construção de um país mais justo e equânime. Trabalhamos com a produção de software de acessibilidade (LibrasOffice), jogos educativos (Damática), bancos comunitários (Mumbuca e Preventório) e oferecemos cursos de programação para estudantes da rede pública do ensino médio.

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TítuloLetramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ
Coordenador: DENISE CUNHA DANTAS
Contato do coordenadorddantas@oceanica.ufrj.br

Resumo: O Letramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ é um projeto aberto a todo aquele que não é alfabetizado e aquele que não teve acesso ou não concluiu os estudos no Ensino Fundamental na idade escolar referente. Foi criado em 2005 pela Assessoria de Desenvolvimento Social da COPPE, a partir de uma pesquisa com os servidores e trabalhadores terceirizados que atuavam em atividades de limpeza e serviços gerais. A pesquisa foi ampliada para outras unidades e setores da Universidade. Hoje o Projeto tem como aluno servidores da UFRJ e terceirizados que, em sua maioria, trabalham no Centro de Tecnologia, e cidadãos moradores do entorno da Ilha do Fundão, principalmente da Vila Residencial e do Complexo da Maré. As aulas são ministradas no Centro de Tecnologia para as turmas de Letramento Básico, Intermediário e Avançado. E acontecem de segunda a sexta feira, de 15 às 16:30 horas.

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TítuloPolímeros para o setor de petróleo e gás – Aditivos
Coordenador: TAISSA ZANGEROLAMI LOPES RODRIGUES
Contato do coordenadortaissazl@yahoo.com.br e elucas@metalmat.ufrj.br

Resumo: A ação contempla aulas teóricas e demonstrativas e obtenção, caracterização e propriedades em solução dos polímeros, além de suas aplicações como aditivos na indústria do petróleo.

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TítuloPolímeros: aplicações e uso consciente
Coordenador: ARIANE DE JESUS SOUSA BATISTA
Contato do coordenadorariane.pent@gmail.com e ariane@pent.coppe.ufrj.br

Resumo: A reciclagem de plásticos é um tema importante, visto que mais de 60% de todo plástico produzido já virou resíduo e apenas 9% foi reciclado em todo mundo. No Brasil os dados são ainda mais alarmantes. O relatório apresentado pelo WWF recentemente afirma que o Brasil é o quarto maior produtor de resíduos plásticos do mundo e recicla menos de 2% desse montante. Contudo, políticas de reciclagem e educação ambiental ainda são precárias e pouco divulgadas, e a disseminação de informações que tornam os plásticos vilões fazem com que o banimento desses materiais seja cada vez mais desejável. No entanto, vale lembrar que os plásticos são polímeros de alto valor agregado, baixo custo de produção e muito versáteis, e quando reciclados podem ser reinseridos na cadeia produtiva, possibilitando a produção de novos materiais, além de alavancar o setor energético. Dessa forma esse projeto visa instruir e incentivar alunos de escolas públicas e privadas a serem multiplicadores dos conceitos de reciclagem em suas escolas, famílias e comunidade. Onde palestras e atividades lúdicas serão realizadas, de forma virtual, incentivando o descarte correto ou reutilização de resíduos plásticos, evitando que esses resíduos sejam descartados em lugares impróprios.

Site onde os trabalhos realizados pelo projeto de extensão são divulgados
Instagram do Grupo EngePol (PEQ/COPPE/UFRJ), onde todos os nossos trabalhos e laboratórios são divulgados, inclusive os do projeto de extensão

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TítuloPrograma de Incubação de Empreendimentos Populares – Inovação Social dos Processos de Incubação de EES
Coordenador: AMANDA FERNANDES XAVIER PEDROSA
Contato do coordenador: amandaxavier86@gmail.com

Resumo: A ITCP/COPPE vem atuando, desde a sua criação, no apoio aos Empreendimentos Populares. Desenvolve ações que vão de encontro às necessidades das classes populares e dos setores informais, que historicamente ficam à margem das ações sociais desenvolvidas pelo Estado. Hoje novas técnicas e ferramentas são requeridas para enfrentar os novos desafios que se apresentam. Esta proposta visa investigar metodologias inovadoras de incubação, que propiciem o aperfeiçoamento das atividades dos empreendimentos incubados, dando continuidade às ações desenvolvidas pela ITCP/COPPE. A implantação das novas metodologias desenvolvidas permitirá melhorar a qualidade dos Empreendimentos Econômicos Solidários – E. Site da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP/COPPE/UFRJ 

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TítuloEspaço COPPE Miguel de Simoni
Coordenador: CLAUDIA MARIA LIMA WERNER
Contato do coordenador: werner@cos.ufrj.br

Resumo: A atividade central deste projeto é a visitação guiada a exposição do Espaço COPPE, realizada predominantemente por estudantes do Ensino Médio da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os grupos de estudantes realizam as visitas acompanhados por professores das escolas de origem. O ambiente dos espaços de divulgação científica e tecnológica, como o Espaço COPPE, pode proporcionar elementos-chave de fomento à motivação intrínseca do aprendizado – por exemplo: construção de significado pessoal, tarefas desafiadoras, colaboração e sentimentos positivos sobre os esforços realizados e, portanto, são potenciais indutores da formação de vínculos novos, por vezes mais intensos. Site do Espaço COPPE  

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TítuloSISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS – DEFESA
Coordenador: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS
Contato do coordenadoreduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br e karina.andrade@adc.coppe.ufrj.br

Resumo: O Curso tem por objetivo a elaboração, implantação, manutenção, melhoria contínua e auditorias internas de sistemas de gestão da qualidade segundo requisitos das normas NBR-ISO:9001 e implantação de boas práticas de gestão segundo os critérios definido no Modelo de Excelência em Gestão (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). O curso está vinculado ao Programa FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIDORES PÚBLICOS.

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TítuloSISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS GERAIS E UFRJ
Coordenador: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS
Contato do coordenadoreduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br

Resumo: O Curso tem por objetivo a elaboração, implantação, manutenção, melhoria contínua e auditorias internas de sistemas de gestão da qualidade segundo requisitos das normas NBR-ISO:9001 e implantação de boas práticas de gestão segundo os critérios definido no Modelo de Excelência em Gestão (MEG-TR) preconizada pela SEGES do Ministério de Economia). O curso está vinculado ao Programa FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIDORES PÚBLICOS.

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TítuloUBUNTU.lab – Programa de inovação aberta em cidades inteligentes para a redução da desigualdade racial no Rio de Janeiro

Coordenador: MATHEUS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA
Contato do coordenadormatheusoli@hotmail.com

Resumo: O Projeto BRA/15/010 – Fortalecimento e Expansão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial é uma ação entre o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o objetivo de descentralizar as políticas públicas de igualdade racial e fortalecer e expandir o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir). A Fundação COPPETEC foi uma das entidades selecionadas através do projeto U.lab para apresentar a prefeitura do Rio de Janeiro um laboratório de inovação governamental a ser replicado como política de promoção da igualdade racial no âmbito de implementação do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Município desenvolvido pelo Escritório de Planejamento da Secretaria Municipal da Casa Civil (EPL). No âmbito do Sinapir, o presente projeto tem o objetivo de entregar ao município do Rio de Janeiro, um programa de inovação governamental que coloca o jovem negro como protagonista da tecnologia capaz de promover o bem-estar no seu dia a dia.

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TítuloUnidade de Suporte à Inovação Social – USIS
Coordenador:  CARLA MARTINS CIPOLLA
Contato do coordenadorcarla.cipolla@ufrj.br

Resumo: A atividade apoia inovações sociais como chave para o desenvolvimento. O USIS/ UFRJ – Unidade de Suporte à Inovação Social – nasceu do projeto LASIN – Latin American Social Innovation Network -, financiado pela Comissão Europeia, com o propósito de implementar um modelo de envolvimento Universidade/comunidade, baseado na combinação de atividades curriculares e extra-curriculares, materiais e instrumentos de aprendizagem, treino prático, oficinas e mentorias para reforçar as ligações da universidade com o ambiente social mais amplo (Grupos comunitários, ONGs e/ou OSCIPS, Organizações governamentais, empresas e escolas) com metodologia própria desenvolvida por LASIN.

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Título“TÁ” LIGADO?! MINHA CÂMERA NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA – A LINGUAGEM AUDIOVISUAL COMO LIVRE EXPRESSÃO NA CONSTRUÇÃO DIALÉTICA NO ESPAÇO ENTRE A UNIVERSIDADE, A ESCOLA E A SOCIEDADE
Coordenador:  ANDREA MARIA DO NASCIMENTO SILVA
Contato do coordenadorandreanascimento@cos.ufrj.br

Resumo: Todos nós da comunidade acadêmica e escolar tivemos que nos adaptar à utilização de soluções tecnológicas para nos comunicar, socializar e nos relacionar durante o período de pandemia para reproduzir a rotina de uma sala de aula. Com isso, a linguagem audiovisual e o uso de dispositivos portáteis, como smartphones e tablets, que já era uma realidade muito presente em nossa vida, de repente, se tornou fundamental. Essa proximidade foi uma grande motivação que trouxe a memória da frase emblemática do cineasta Glauber Rocha – Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça – que inspirou o título deste projeto e que nos faz compreender que atualmente a nossa práxis gira em torno dessa máxima que representa nosso atual cenário social nos hábitos de registrar e compartilhar nossas imagens, nossos áudios, nossos vídeos, seja de forma direta ou indiretamente nas redes sociais. Portanto, este projeto visa atender a uma demanda técnica para auxiliar a produção de conteúdo de divulgação de pesquisas, trabalhos escolares, vídeo aulas, entre outros, de forma que o público participante do projeto conheça detalhes da composição audiovisual. Enfatizar o uso da linguagem audiovisual para acesso ao conhecimento e para a troca de saberes, uma comunicação dialética onde é importante não só transmitir o conhecimento gerado na universidade mas também possibilitar que a sociedade contribua com o seu olhar, seu fazer, sua crítica.

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TítuloApoio às Micro e Pequenas Empresas do estado do Rio de Janeiro para o desenvolvimento de trajetórias econômicas sustentáveis
Coordenador: AMANDA FERNANDES XAVIER PEDROSA
Contato do coordenadoramandaxavier86@gmail.com

Resumo: As MPE compõe 92% das empresas do Estado do Rio de Janeiro (RJ) e são responsáveis por mais de 50% dos empregos formais (Brasil, 2020). No entanto, as MPE enfrentam enormes desafios, sobretudo pela amplitude da atual crise sanitária, econômica e social (CNI, 2021; SEBRAE, 2020), colocando em evidencia o modelo econômico dominante, centrado na produção em massa de bens materiais e de performance financeira (Fernandes et al., 2021; Lima & Dias, 2020). Nesse sentido, esse projeto se fundamenta na perspectiva da Economia da Funcionalidade e da Cooperação (EFC), que tem como proposta fornecer soluções integradas de bens e serviços a partir da cooperação entre diferentes atores territoriais, abandonando a noção de escalabilidade e desenvolvendo novos modelos de governança de empresas e territórios (Du Tertre et al., 2019). Essa abordagem interacionista permite um menor consumo de recursos naturais e a renovação do vínculo social, criando resiliência para as relações econômicas, tão fragilizadas diante do cenário atual (Xavier et al., 2021; Roman et al., 2020). Este projeto visa apoiar as Micro e Pequenas Empresas do estado do Rio de Janeiro no desenvolvimento de trajetórias econômicas sustentáveis, criando impacto direto na sociedade e na comunidade científica. Para tanto, visa a fo