Empreendedorismo: ciência na teoria e na prática

Planeta COPPE / Engenharia de Produção / Notícias

Data: 30/09/2019

Após faturar o prêmio estadual e o regional sudeste, a iniciativa de reunir cursos dispersos em Disciplinas Integradas de Empreendedorismo (DI) da UFRJ mais uma vez concorre ao Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora, desta vez em âmbito nacional. Criada há dois anos com a junção de dez cursos, a DI é orquestrada pelo professor Édison Renato Silva, da Área de Gestão & Inovação do Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ, e da Escola Politécnica, e conta com a colaboração de oito professores da própria UFRJ e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Segundo o professor da Coppe, em DI os alunos aprendem basicamente três coisas: o processo de empreender, o mindset (atitudes mentais que influenciam os comportamentos e pensamentos) de empreendedor, e as ferramentas que são usadas para criar o negócio. São 60 horas de carga horária e qualquer estudante da UFRJ pode se inscrever.  “A gente não consegue substituir um curso de graduação, somos limitados ao que podemos fazer. Ensinamos um método chamado lean startup de empreendedorismo, conhecido em português como startup enxuta”, explica o professor.

O resultado sairá no dia 8 de outubro, em Florianópolis, quando será apontado o vencedor entre os 60 finalistas. A premiação visa a reconhecer as melhores e bem sucedidas práticas para desenvolver, aperfeiçoar ou fomentar o comportamento empreendedor nos alunos das instituições de ensino.

Inspiração em experiências testadas com sucesso

Inicialmente inspirado em uma disciplina de Engenharia de Produção do Massachusetts Institute of Tehcnology (MIT), o curso hoje é uma combinação do que é ensinado pela universidade californiana de Berkeley, dos Estados Unidos, com outras referências atuais. “Efetivamente o que fazemos, hoje, é uma espécie de pot-pourri. A nossa base é o curso Lean Lauch Pad de Berkeley. Ele é o nosso hardware. A gente vai acrescentando outras literaturas complementares em cima dessa proposta”, explica Édison Silva.

Segundo o professor, a ideia é ajudar na criação de startups de produtos que realmente são desejados pelas pessoas, pautado na experimentação e na validação. “Na prática, estamos estabelecendo o modo como qualquer pessoa consegue criar uma startup, algo que está deixando de ser dependente do talento para virar dependente de um processo. É uma ciência”, esclarece Édison Silva, acrescentando que o conceito de startup não se restringe apenas às tecnologias digitais, mas a um conceito amplo para uma organização temporária em busca de um modelo de negócios escalável (fazer produtos ou prestar serviços replicáveis sem demandar aumento de capital ou mão de obra à medida que cresce), repetível e lucrativa.

“O objetivo é deixar de desperdiçar tempo e dinheiro para fabricar um produto ou oferecer a prestação de um serviço e só descobrir depois que não há o menor interesse dos consumidores em ambos. Por que não, de alguma maneira, testar antes para ver se vai dar certo?”, questiona.
Atualmente, as Disciplinas Integradas de Empreendedorismo reúne professores da Engenharia Química, da Farmácia, da Biofísica, da Engenharia de Produção, de Design, de Biotecnologia e Nanotecnologia e do Instituto de Saúde Coletiva. A cada ano, as aulas acontecem em um centro na Cidade Universitária. Já passou pelo Centro de Tecnologia (CT), Centro de Ciências da Saúde (CCS) e agora está em uma sala no Núcleo de Computação Eletrônica (NCE), que fica no Centro de Ciências da Matemática e da Natureza (CCMN). “Sempre depende da decisão do grupo de professores, mas onde formos bem recebidos, nós iremos. E em qualquer campus. Os alunos têm de entender que são da UFRJ e não desse ou daquele centro”, afirmou. Há ainda a proposta de se criar uma zona de livre trânsito para os estudantes da UFRJ, UFF, UNIRIO, UERJ, UEZO, PUC-Rio, IFRJ e CEFET, permitindo que qualquer um deles cursando a graduação e regularmente matriculado possa cursar as disciplinas de empreendedorismo em quaisquer dessas universidades e aproveitar os créditos.

Outra ação que está em pauta prevê “aulas invertidas” no YouTube. Trata-se de uma nova metodologia de aprendizagem. A parte expositiva em sala de aula é reduzida. Assim, a parte mais conceitual pode ser apresentada antes do encontro presencial para que todos cheguem à instituição de ensino em condições de discutir e trazer as dúvidas em cima de situações práticas do próprio dia-a-dia. Mas enquanto as ideias vão sendo implementadas, os interessados em fazer DI podem acompanhar as novidades pelo Instagram do curso:  ufrj.di.