Grupo de Apoio à Mulher da Coppe promove palestra sobre as desigualdades de gênero na ciência

Planeta COPPE / Institucional Coppe / Notícias

Data: 17/08/2023

O Grupo de Apoio à Mulher (GAM) da Coppe/UFRJ promoveu no dia 16 de agosto a palestra com o tema “O viés implícito e as desigualdades de gênero na ciência”, realizada pela neurocientista Letícia de Oliveira, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e presidente da Comissão de Equidade, Desigualdade e Inclusão da Faperj.

A palestra aconteceu na semana que deu início ao período letivo da graduação da UFRJ e contou com a presença de alunos, professores e funcionários da Coppe, que refletiram a respeito da importância da equidade de gênero. Letícia lembrou das conquistas de direitos básicos, como o voto feminino, que só foram obtidas após a união e a luta de muitas mulheres, em 1932. Ela enfatiza que os avanços são frágeis, e, por serem recentes, estão em processo de consolidação, alertando que é preciso ter cuidado com retrocessos. 

Através de pesquisas e dados apresentados pela neurocientista, os presentes puderam constatar que, apesar das mulheres serem maioria nos diferentes campos da vida, ainda é baixa a presença feminina na ciência e nos cargos de liderança e que a equidade de gênero ainda pode demorar em média 130 anos para ser alcançada, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. 

“Na graduação e na pós, considerando todas as áreas de exatas, nós (mulheres) somos maioria e esse número reduz quando se observa a progressão de carreira, apresentando um efeito tesoura, em que quanto mais político e decisório for o cargo, maior vai ser a diferença entre homens e mulheres no percentual de ocupação.” 

Dentre os fatores que explicam essa queda estão o viés implícito, a construção dos estereótipos e a sensação de não pertencimento, de falta de representação. Letícia explica que o viés implícito é uma informação ativada automaticamente, sem que se perceba, e que pode moldar e criar nossas impressões, julgamentos e ações. 

Embora tenha apresentado dados preocupantes, a neurocientista traz como boa notícia a possibilidade da intervenção educativa, explicando que “conhecer o fenômeno é vencer a metade da batalha”, e que esse efeito pode ser reduzido tendo em mente que os estereótipos conhecidos não possuem relação com a capacidade individual. Ela acrescenta  que é preciso mudar esse cenário não só por justiça, mas também por eficiência, já que a diversidade de gênero leva a uma ciência melhor.

  • igualdade de gêneros
  • Mulheres na Ciência
  • parentalidade