Metrô reduz tempo de espera com base em estudo da COPPE
Planeta COPPE / Área Transversal / Notícias
Data: 21/07/2006
Os usuários da Linha 2 do Metrô ganharam redução de tempo no embarque. Com base em estudo da COPPE e em projetos da concessionária Metrô Rio, foram acrescentados mais oito mil lugares para os passageiros que embarcam na estação da Pavuna em direção ao Estácio no período das 6 às 9 da manhã. A ação, posta em prática desde o último mês de junho, reduziu em cerca de um minuto o tempo de espera do usuário na plataforma. Para tomar a decisão, os técnicos da empresa levaram em conta os resultados da pesquisa realizada pelo aluno de Mestrado, Alessandro de Santana Moreira de Souza, sob a orientação do professor Rômulo Orrico, do Programa de Engenharia de Transportes da COPPE.
O estudo da COPPE revela que, em 2004, quando o intervalo mínimo entre as composições era de 5 minutos, no bairro de Maria da Graça, por exemplo, nos chamados horários de pico, cerca de 60 pessoas não conseguiam embarcar no trem, permanecendo na plataforma à espera do próximo veículo. Alessandro, que também é funcionário do Metrô Rio, explica que a concentração em Maria da Graça ocorria em decorrência de um fenômeno denominado contra-fluxo. “No intuito de viajar sentado, o passageiro fazia inicialmente o percurso contrário, ou seja, seguia em direção à Pavuna para depois ir em direção ao Estácio, que era o destino final. Cerca de 100% dos passageiros que viajavam sentados em direção ao Estácio, entre às 6 e 8 horas, saíam da Pavuna, embora fossem oriundos das seis estações posteriores a esta. Isso gerava um contra-fluxo de quase 6 mil passageiros, atrapalhando o planejamento da concessionária para o período da manhã”, conclui Alessandro.
O professor Rômulo Orrico afirma que o estudo foi importante para o Metrô Rio decidir implementar o acréscimo de 8 mil lugares, durante o horário de pico, quando cerca de 70% dos usuários da linha 2 rumam em direção ao Estácio. De acordo com a pesquisa de Alessandro, a oferta passou de 65.738 lugares, em 2004, para cerca de 74 mil. “Esse acréscimo contribuiu para diminuir a intensidade do contra-fluxo, que representava 8,83% da oferta total de lugares e, consequentemente, reduzir de forma significativa o número de pessoas nas plataformas, após a passagem dos trens. Os passageiros chegavam ao extremo de embarcar na Pavuna, viajar em pé até a próxima estação para retornar à Pavuna sentado e, finalmente, seguir em direção ao seu destino final, o Estácio”, ressalta o professor.
O atraso gerado pelos contra-fluxos resultava em congestionamento porque o número de pessoas dentro dos trens e nas plataformas é estimado de acordo com o horário em que elas passam pelas roletas. Alessandro relata que numa sexta-feira de setembro de 2004, cerca de 6,3 mil pessoas entraram na estação da Pavuna, entre 7 e 8 horas. Por causa do contra-fluxo, um trem chegou a levar 300 passageiros a mais, fazendo com que ele partisse com mais de 800 pessoas. Para se ter uma idéia, o normal para o período seria cada um dos 12 trens que partiram desta estação levar em média 525 pessoas. “Se, por exemplo, um trem com 160 assentos sai da estação inicial com 300 pessoas a mais do que o estipulado, ele já parte com cerca de 660 passageiros viajando de pé. Isso provoca congestionamento a partir da estação seguinte. A estrutura interna dos vagões do metrô também propiciam a aglomeração de pessoas próximas às portas, o que dificulta ainda mais o embarque”, explica Alessandro.