Suzana Kahn assume a direção da Coppe em cerimônia concorrida
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Data: 24/07/2023
A Coppe/UFRJ realizou nesta segunda-feira, 24 de julho, a cerimônia de posse da professora Suzana Kahn e do professor Marcello Campos, como diretora e vice-diretor da instituição. A solenidade contou com a participação do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates; e do secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luis Fernandes, da diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Symone Araújo, do reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, da vice-reitora, professora Cassia Turci, e do decano do Centro de Tecnologia, professor Walter Suemitsu.
A nova diretora destacou que a Coppe, como o maior centro de ensino e pesquisa em Engenharia, deve repensar seu papel. “As novas áreas não têm mais aquelas fronteiras tradicionais do conhecimento. Pensando nisso, criamos o Centro de Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono e anunciamos o Coppe Inteligência Artificial, em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro. Em breve, inauguraremos um conjunto de laboratórios de engenharia biomédica e de nanotecnologia, criando então um grupo de engenharia da saúde”, antecipou professora Suzana.
Enfatizando sua alegria em liderar uma diretoria “jovem, diversa, sintonizada e afinada”, Suzana parafraseou o sambista Arlindo Cruz ao dizer que após a instituição enfrentar anos difíceis com pandemia e cortes orçamentários, “nós vamos achar o tom, um acorde com um lindo som, vamos fazer com que fique bom”.
A professora Suzana fez questão de reconhecer os méritos da gestão do professor Romildo Toledo, de quem foi vice-diretora, agradecendo pela confiança demonstrada. “Eu nunca tinha participado da diretoria, embora tenha acompanhado por anos por meio do Pinguelli, que pra mim era a Coppe personificada. Ele me ensinou a valorizar a filosofia, a história da ciência e entender a nossa responsabilidade nunca nos omitirmos”, referindo-se ao professor Luiz Pinguelli Rosa, por cinco vezes diretor da Coppe.
O vice-diretor, professor Marcello Campos, agradeceu às muitas mensagens de parabéns que receberam após a vitória na consulta à comunidade e brincou que, em pouco tempo, as congratulações foram substituídas por votos de boa sorte. Marcello agradeceu ao corpo social da Coppe, aos colegas da diretoria passada e ao ex-diretor, professor Romildo, “para quem o copo estava sempre meio cheio, sempre com serenidade e esperança”.
Professor Marcello disse encontrar sábios todos os dias, pelos corredores da Coppe, “como o amigo e mentor, Paulo Sérgio Diniz, que há tantas décadas olha por mim, e o professor Edson Watanabe, um grande exemplo”. “É daqui que saem soluções de baixo carbono, energias renováveis, biotecnologia, vacinas. Soluções que impulsionam as mudanças que a sociedade espera. Essa é a Coppe, instituição sexagenária com disposição de atleta olímpica, pronta para atender aos desafios de um mundo em constante transformação”.
O professor Romildo Toledo agradeceu a todos os que trabalharam com ele nos quatro anos em que esteve à frente da instituição, aos coordenadores dos 13 programas acadêmicos e ao Conselho Deliberativo, e reverenciou o professor Luiz Pinguelli Rosa, falecido em 2022 e que por quatro vezes dirigiu a Coppe, pela sua contribuição institucional e científica. “Fico muito feliz com a renovação da diretoria que se inicia, isso é muito importante para a instituição. Jovens assumindo posições de gestão pública é fundamental”, elogiou.
Olhando em retrospectiva a própria gestão, o professor Romildo avaliou que não foram tempos fáceis para as universidades, em geral, e a Coppe, em particular. “Enfrentamos uma pandemia, em meio a um governo federal que manifestamente tinha desprezo pela ciência, tecnologia, educação, meio ambiente, cultura e, estranhamente, até pela saúde. Foram enormes os bloqueios orçamentários em todas essas áreas”, avaliou.
Coordenador do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Materiais e Tecnologias de Baixo Impacto Ambiental na Construção Sustentável (Numats), Romildo agradeceu também aos colegas e pesquisadores do laboratório por “suportar minhas ausências nesses quatro anos” e à sua família, “pelo tempo subtraído ao assumir cargos públicos”.
Romildo ressaltou a conjuntura difícil com uma abrupta queda de 45% nas verbas para pesquisa e desenvolvimento, em 2020, e destacou que a Coppe fechou 2022 com receita 10% superior ao nível de 2019 e com a previsão de ter, em 2023, um montante 30% superior ao de 2019.
Olhando para o futuro e ajudando a construí-lo
O reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, disse estar emocionado ao conduzir sua primeira cerimônia dando posse a uma nova diretoria de unidade acadêmica, por considerar a Coppe – “este belíssimo instituto, este templo do saber” – como também sendo sua casa. O reitor elogiou o trabalho conduzido pela Fundação Coppetec e destacou a participação dos professores da Coppe no GT Coronavírus, criado pela universidade durante a pandemia. “Guilherme Horta Travassos, Célio Costa, Leda Castilho que está desenvolvendo uma vacina. Jurandir Nadal que produziu um ventilador pulmonar, quando faltavam ventiladores no mundo. A Coppe foi um vetor importantíssimo”.
O professor Medronho exortou a comunidade acadêmica a “sair da torre de marfim e interagir mais com a sociedade”. “Precisamos criar um marco civilizatório e temos muito a fazer. Devemos formar não apenas mão de obra para o mercado, mas formar cidadãos comprometidos com a mudança da sociedade. Precisamos de um mundo mais solidário, mais justo, mais fraterno, mais saudável e mais sustentável”.
A vice-reitora, professora Cássia Turci, elogiou o trabalho do CoppeComb, laboratório vinculado ao Programa de Engenharia Química da Coppe, durante a pandemia, na produção e distribuição de álcool 70º, e o trabalho conjunto com o ex-diretor da Coppe, professor Luiz Pinguelli Rosa. “Pude trabalhar em parceria e com muito respeito, com o professor Pinguelli, sempre pensando na UFRJ e no desenvolvimento da Educação em nosso país. Precisamos pensar em novos valores para nossa sociedade, desenvolver empatia, pensar na inteligência afetiva. A professora Suzana falou em trabalhar em time e eu concordo, não podemos trabalhar isoladamente. Tenho certeza de que Suzana e Marcello serão muito felizes na condução desta instituição que nos deu tantos nomes importantes para a universidade, como o professor Giulio Massarani”.
O decano do Centro de Tecnologia (CT), professor Walter Suemitsu, ressaltou que a Coppe foi a origem de vários programas de pós-graduação na UFRJ e disse esperar que a sólida tradição acadêmica seja mantida. Suemitsu destacou ainda a atuação da professora Suzana Kahn no debate acadêmico sobre mudanças climáticas e observou que a instituição já atua fortemente em prol dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Nossas histórias são indissociáveis e, em grande medida, nossas equipes também”, ponderou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que listou vários projetos conjuntos entre a Coppe e a estatal. “Temos 135 termos de cooperação vigentes e eles somam 559 milhões de reais. Nossas instituições não apenas olham para o futuro, mas ajudam a construí-lo”.
Segundo o secretário-executivo do MCTI, Luís Rebelo Fernandes, a história da Coppe se entrelaça com a estruturação do sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação e “é uma das estrelas da coroa do sistema. Uma construção feita por gigantes como os ex-diretores, Alberto Luiz Coimbra, Luiz Pinguelli, Romildo Toledo, e Angela Uller, que antecipou o florir dos novos tempos sendo a primeira a trazer a força feminina à direção da Coppe”, reconheceu.
Fernandes observou que o Brasil foi o país que mais regrediu em publicações indexadas e que isso não é consequência somente da pandemia, que atingiu a todos os países. “Isso é fruto do negacionismo ter sido transformado em doutrina oficial de governo e do colapso do sistema federal de fomento. Durante a maior parte do governo passado, 90% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Vamos reconstruir a Ciência para reconstruir o Brasil. Vamos lançar novos editais do Proinfra, que somarão 6,4 bilhões de reais em quatro anos. A isso se soma nosso aporte de 41 bilhões de reais da nova política industrial, com 25 bilhões em créditos e 16 bilhões em subvenções”, pontuou o secretário-executivo
Symone Araújo, diretora da ANP, pediu maior representatividade nas instituições acadêmicas e científicas, e elogiou a nova diretora da Coppe: “Suzana traz um charme, um savoir faire, uma beleza, e o sorriso no rosto muda a vida”.
O evento contou ainda com depoimentos gravados em vídeo pelo presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e ex-ministro do MCTI, Celso Pansera; da presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), professora Helena Nader, e da presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), professora Mercedes Bustamante. Diversas autoridades públicas, como o ex-deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) e a secretária municipal de Ciência e Tecnologia, professora Tatiana Roque, Telmo Ghiorzi, presidente da ABESpetro, e representantes de diversas unidades da UFRJ estiveram presentes.
A professora Suzana Kahn e o professor Marcello Campos estão à frente da nova diretoria, da qual também participam a professora Marysilvia Costa, diretora de Tecnologia e Inovação; o professor Thiago Aragão, diretor-adjunto de Empreendedorismo; o professor Jean-David Caprace, diretor Acadêmico; o professor Thiago Ritto, diretor-adjunto Acadêmico; a técnica-administrativa Cleide Lima, diretora-adjunta de Extensão; a professora Amanda Xavier, diretora de Planejamento, Administração e Desenvolvimento Institucional; o professor Tharcisio Fontainha, diretor-adjunto de Planejamento, Administração e Desenvolvimento Institucional; a técnica-administrativa Vanda Borges, diretora-adjunta de Gestão de Pessoas; o professor Glaydston Ribeiro, diretor-executivo da Fundação Coppetec; e o professor Antonio Figueiredo, diretor-superintendente da Fundação Coppetec.
Confira a solenidade, na íntegra, no canal da Coppe no YouTube.