UFRJ inaugura exposição sobre o MagLev-Cobra
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Data: 22/08/2022
Foi inaugurada na última quinta-feira, 18 de agosto, no térreo do Edifício Jorge Machado Moreira (JMM, prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU/UFRJ), a exposição MagLev-Cobra: Mobilidade Sustentável. A mostra traz os projetos vencedores de um concurso de ideias no qual estudantes de graduação e pós-graduação, de diferentes unidades acadêmicas, elaboraram projetos de estações e trajetos para a implantação do MagLev-Cobra, trem de levitação magnética desenvolvido na Coppe/UFRJ, na Cidade Universitária.
O concurso foi promovido pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), pela Coppe, e pela Escola Politécnica (Poli), com apoio financeiro do Parque Tecnológico da UFRJ. A mostra permanecerá aberta ao público, no mesmo local, até o dia 13 de setembro, sempre das 9 às 15h.
Participaram da abertura da exposição, além dos vencedores do concurso, os professores Carlos Frederico Leão Rocha (vice-reitor da UFRJ); Walter Suemitsu (decano do Centro de Tecnologia); Romildo Toledo (diretor da Coppe); Guilherme Lassance (diretor da FAU); Maria Alice Ferruccio e Fernando Castro Pinto (dos diretores-adjuntos de Carreira e Empreendedorismo e Tecnologia de Inovação da Escola Politécnica); Richard Stephan, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe (responsável pelo desenvolvimento do MagLev e organizador do concurso); Patricia Lassance, da FAU (coordenadora e organizadora do concurso); e o ex-secretário estadual de Transportes e membros da comissão julgadora do concurso Delmo Pinho. Também estiveram presentes representantes das três equipes premiadas: “Caminhos Sustentáveis”; “PÓLUs” e “Integração e Sustentabilidade”.
Três equipes foram contempladas, tendo como objeto de trabalho projetos de conexão entre o Parque Tecnológico e o Centro de Tecnologia da UFRJ, passando próximo ao Edifício JMM via MagLev-Cobra. Os projetos deveriam associar campos disciplinares distintos, assim como pesquisas ou tecnologias já desenvolvidas na UFRJ.
Na opinião de Matheus Tinoco, aluno de doutorado em Engenharia Civil, da Coppe, e coordenador da equipe “Caminhos Sustentáveis”, primeiro lugar no concurso, a interdisciplinaridade foi o ponto alto do processo. “Nós da Engenharia queríamos fazer tudo muito simples, muito reto, e os colegas da FAU deram esse toque de criatividade que gerou as estruturas mais curvas e com arquitetura muito mais contemporânea”.
“Um dos critérios era utilizar tecnologias estudadas ou desenvolvidas aqui na UFRJ, então contamos com materiais e tecnologias, a estrutura da via elevada seria de polímero reforçado por fibra de vidro, material compósito muito mais leve e durável que o aço. O concreto das dos pilares e cobertura das estações foi pensado em ser o mais sustentável possível, então contaria com resíduos agroindustriais”, explicou Matheus.
Na opinião do anfitrião da exposição e diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a escolha da rota (Parque Tecnológico – FAU) para o concurso de ideias tem grande significado. “O posicionamento desse edifício (Jorge Machado Moreira), nomeado em homenagem ao arquiteto que projetou a Cidade Universitária, é estratégico. Além disso, arquitetura e urbanismo são campos de competência de articulação interdisciplinar”, afirmou o professor Guilherme Lassance.
Reinauguração em 2023
O diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, destacou que a tecnologia de levitação magnética desenvolvida no projeto Maglev-Cobra pode ter um impacto enorme no país, beneficiando diversos setores industriais. “Precisamos de escala, precisamos trazer recursos para fortalecer a lógica da Cidade Universitária sustentável e local de demonstração tecnológica. Precisamos motivar os formuladores de políticas públicas para absorverem tecnologias como essa, mas também motivar a indústria brasileira. Nunca esteve tão baixa a participação do setor industrial no PIB e nós temos capacidade, temos recursos humanos para desenvolver a indústria nacional”, acrescentou o professor Romildo.
O vice-reitor da UFRJ, professor Carlos Frederico Leão, relembrou que a universidade já discutia e planejava a integração do campus, via MagLev, desde a elaboração do Plano Diretor em 2009, e ponderou que a responsabilidade por esta implementação não pode ser deixada somente ao coordenador do projeto. “É muito ruim jogar isso nas costas do Richard. Quem tem que fazer isso é a universidade. É fundamental mudarmos essa perspectiva. A universidade tem que ser capaz de transformar projetos em inovações efetivas, interagindo com a indústria, com os agentes governamentais, com a cidade”, avaliou o professor.
Na avaliação do ex-secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro, Delmo Pinho, a universidade é um lugar onde há reflexão sobre os problemas da sociedade e tempo para planejarem soluções. “Quando eu estava na secretaria de Transportes, eu sou engenheiro e gosto de planejar, e isso, infelizmente, não casa com a política. É uma das razões pelas quais o Brasil apesar do seu potencial não consegue se desenvolver. Nós desenvolvemos um projeto conceitual parametrizado para a ligação sobre trilhos entre o Estácio e o Galeão. De implantação muito barata, dois a três bilhões de reais, atenderia muito bem à Ilha do Fundão e também à Vila do João”, relatou Delmo.
Segundo o professor Richard Stephan, a Faperj está apoiando a retomada do projeto com três milhões de reais. “Este apoio da Faperj, e também da Finep, está permitindo tirar o Maglev-Cobra do CTI. Temos também a parceria da Aeromóvel e da Seahorse. Assim, em 15 de outubro de 2023, no Dia do Professor, inauguraremos na linha CT1-CT2 um veículo com características industriais, não para operar apenas às terças-feiras, mas todos os dias. Vamos ligar o século passado (CT1) ao século presente (CT2), de forma emblemática essa linha fará essa ponte diariamente”, antecipou.