A publicação conta a história da Coppe e suas principais contribuições no ensino, na pesquisa e no desenvolvimento do país. Também traz uma entrevista inédita com o fundador da instituição, professor Alberto Luiz Coimbra. (2015)
Arquivos: Planeta Coppe
Professora da Coppe integra grupo voltado para mitigação de desastres naturais e alterações climáticas
A professora Andrea Santos, do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, será uma das integrantes do Grupo de Trabalho de Especialistas em Ondas de Calor e Infraestrutura de Transporte, que acaba de ser criado pelo Global Facility for Disaster Reduction and Recovery (GFDRR), ligado ao Banco Mundial. O objetivo do grupo é discutir importantes questões relacionadas aos impactos e mitigação de desastres naturais e alterações climáticas. A primeira reunião está prevista para 27 de outubro.
Um dos líderes da iniciativa, o professor Satish V. Ukkusur, da Purdue University (EUA), explica que o grupo atuará por meio de cinco reuniões semanais, com duração de 75 minutos cada, de forma a desenvolver uma série de recomendações. Estas serão resumidas em documento contendo uma definição de agenda a ser proposta ao GFDRR, ainda no presente ano. “A participação neste grupo de trabalho de especialistas baseia-se na experiência significativa em ondas de calor e/ou transportes, na capacidade de contribuir e definir uma agenda global sobre este importante tópico e em moldar as recomendações para as futuras prioridades da GFDRR”, ressalta o professor.
Na Purdue University, Satish dirige o Urban Mobility Networks and Intelligence (UMNI Lab), que é parceiro do GFDRR na criação do novo grupo. Entre os estudos desenvolvidos no UMNI estão os voltados para questões comportamentais em perigos naturais, como furacões, modelagem de evacuação, modelagem de políticas de sustentabilidade de transporte, dentre outros. São pesquisas em sintonia com a missão do GFDRR que, criado em 2006, fornece apoio financeiro aos países e comunidades mais vulneráveis, para assistência técnica e conhecimentos especializados que possam gerar resultados e impacto na ajuda e na melhoria da gestão do risco de catástrofes e nas operações e políticas de adaptação às alterações climáticas. Saiba mais sobre o GFDRR: https://www.gfdrr.org/en
MCTI e INPO celebram contrato de gestão
O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) teve o contrato de gestão celebrado com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), nesta segunda-feira, 9 de outubro, em solenidade realizada no Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) da Coppe/UFRJ. O novo instituto terá como diretor-geral o professor Segen Estefen, da Coppe.
O professor do Programa de Engenharia Oceânica (PenO) explicou que o modelo de organização social (OS) dará agilidade ao funcionamento do INPO, guardando vínculo formal com o órgão supervisor, o MCTI.
“A instalação do INPO no Parque Tecnológico da UFRJ trouxe o ambiente adequado para a inovação e a interação com a sociedade. A escolha do local da cerimônia, o LabOceano, tem um simbolismo especial, pois se trata de um dos principais laboratórios que compõem a rede de pesquisa e inovação do instituto”, explicou o professor Segen, que pontuou também que a transição energética tem demandado uma série de políticas públicas que possibilitem os investimentos na promissora economia azul
“O oceano é uma pauta prioritária para o MCTI. Cobre 70% da superfície terrestre e captura 25% do dióxido de carbono presente na atmosfera, o oceano está no centro do debate global acerca das mudanças climáticas. Trabalhando lado a lado com cientistas de todo o Brasil, chegamos hoje a uma etapa que é um verdadeiro divisor de águas. A assinatura deste contrato de gestão marca uma nova etapa de avanço do conhecimento científico, do desenvolvimento tecnológico e da inovação na mais importante fronteira do nosso planeta, que é o mar”, afirmou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
O reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, lembrou que cuidar dos oceanos, para além das questões de sustentabilidade, é também cuidar da saúde das populações, e afirmou que é uma inovação formalizar a organização social, com um contrato de gestão com metas e objetivos a serem alcançados. “Temos um dever de devolver à população o que ela investe em nós. O Brasil é visto como um parceiro estratégico pelas demais nações, desenvolvidas ou do Sul global, para a construção de um mundo mais fraterno, mais solidário, multipolar”, destacou o reitor.
O evento contou com a presença da ministra Luciana Santos; do diretor de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, vice-almirante Carlos André Coronha Macedo; do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera; da subsecretária de Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais do MCTI, Isa Assef; e do reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho. Participaram remotamente o vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), professor Moacyr Araújo, e o reitor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), professor Danilo Giroldo.
Muitas autoridades estiveram presentes, incluindo a diretora da Coppe, professora Suzana Kahn; a diretora de Tecnologia e Inovação, professora Marysilvia Ferreira; o diretor do Parque Tecnológico, Romildo Toledo, também professor do Programa de Engenharia Civil; o presidente da Faperj, professor Jerson Lima; a secretária municipal de Ciência e Tecnologia, professora Tatiana Roque; o ex-reitor da UFRJ, professor Carlos Levi; o chefe de gabinete da Finep, Fernando Peregrino; dentre outros.
O INPO é uma organização social que trabalhará em articulação com o MCTI, sendo responsável por atividades de apoio à gestão da pesquisa oceânica. O novo instituto, que envolverá grupos de pesquisa de mais de 20 instituições públicas e universidades, terá como diretor-geral o professor Segen Estefen, do Programa de Engenharia Oceânica (PEnO) da Coppe.
O Instituto atuará em: oceanografia; interação oceano-atmosfera; pesca e aquicultura marinha; hidráulica fluvial e portuária; engenharia oceânica, costeira e submarina; instrumentação oceanográfica; energia renovável no oceano; biodiversidade; dentre outras áreas.
A celebração do contrato foi transmitida pelo canal do Grupo de Energias Renováveis no Oceano (GERO) no YouTube.
Coppe e Universidade de Saga iniciam parceria para o projeto Blue-Otec
A Coppe/UFRJ e o Instituto de Energia Oceânica (IOES) da Universidade de Saga assinaram nesta segunda-feira, 9 de outubro, um memorando de entendimento (MOU) para o projeto Blue-Otec, voltado para a conversão de energia térmica dos oceanos em energia elétrica (ocean thermal energy conversion), aproveitando o potencial da costa brasileira, que pela vastidão de seus recursos é conhecida como “Amazônia Azul”.
O convênio com a universidade japonesa busca aplicar a experiência da planta onshore de Kumejima, em operação há nove anos, para a calibração de uma planta digital para gerar 100 KW a 1 MW offshore no Brasil. O projeto liderado pelo professor Joel Sales Jr., do Programa de Engenharia Oceânica (PEnO), será desenvolvido no Laboratório de Ondas e Correntes (LOC) e envolverá também o Polo Náutico da UFRJ e o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) da Coppe. Consolidada a planta piloto, o objetivo seguinte seria um projeto capaz de gerar até 100 MW.
O memorando foi assinado pela diretora da Coppe, professora Suzana Kahn, e pelo diretor do IOES, professor Yasuyuki Ikegami. A diretora da Coppe destacou a importância da parceria. “Acho sempre muito produtivo reunir instituições de países diferentes trabalhando conjuntamente, isso nos torna melhores. Nosso ex-diretor, professor Edson Watanabe, já foi condecorado pelo governo japonês. Temos uma relação próxima. E este memorando vem em um momento muito apropriado pois a Coppe está reorganizando nossas áreas de expertise, buscando a transversalidade, como é o caso da economia azul. E o Programa de Engenharia Oceânica é onde podemos melhor abrigar esta nova área de expertise”, afirmou a diretora da Coppe, professora Suzana Kahn.
Segundo o diretor do Instituto de Energia Oceânica (IOES/Universidade de Saga), professor Yasuyuki Ikegami, a tecnologia é economicamente competitiva, com 100 MW, é uma questão de escala. “A Otec é uma tecnologia estável 24h, e não apenas produz eletricidade, nós produzimos hidrogênio, água potável, amônia. Podemos fazer uma instalação de uso híbrido e ganhar escala. A Coppe é uma instituição de nível top em tecnologia offshore e nosso instituto é nível top em Otec, então essa união de competências pode levar-nos a uma liderança global”, comentou o professor Ikegami.
Segundo o professor Joel Sales, o conceito é antigo, mas para implementá-lo é preciso tecnologia. “A Universidade de Saga tem duas plantas em funcionamento, uma dentro do IOES, que gera 30 KW, faz dessalinização e é usada também para desenvolver equipamentos, e outra em Kumejima. O grande desafio tecnológico está nos equipamentos, principalmente nos trocadores de calor, que precisam ser muito eficientes. O mesmo para a turbina e o fluido de trabalho que inicia o ciclo”, explica o professor Joel Sales.
De acordo com o professor da Coppe, a cooperação dará suporte nessa experiência de ajuste fino dos equipamentos. “Eles identificaram no Brasil esse know how de mais de 40 anos no setor offshore, que nos tornou líderes no projeto de estruturas flutuantes, ancoragem e do próprio duto que precisará trazer a água gelada do fundo do mar. Este é o maior desafio para uma usina de alta potência, pois precisa ser um tubo de diâmetro muito grande que trabalhará com grande volume de água”.
“A Universidade de Saga vai nos ajudar a desenvolver a planta, vamos ajudar no desafio da plataforma flutuante mais o duto, e precisaremos de parceria com as operadoras de petróleo que têm esse know how nos dutos e capacidade de investimento. Já temos conversas avançadas”, antecipa o professor, que acrescenta que a costa brasileira é um dos lugares com maior potencial para Otec no mundo, devido à estabilidade das temperaturas da superfície e do fundo do mar ao longo do ano.
Conforme explica o professor Joel Sales, o princípio básico é o Ciclo de Rankine, no qual um fluido de trabalho ao ser vaporizado impulsiona uma turbina, e depois é condensado novamente. A vaporização e a condensação ocorrem em dois trocadores de calor, o primeiro sendo um aquecedor e o segundo sendo um condensador. O aquecedor troca calor com a água “quente” da superfície do mar, enquanto o condensador troca calor com a água “fria” do fundo do mar.
A assinatura do memorando inicia o processo de estabelecimento de uma parceria entre a UFRJ, através da Coppe, e a Universidade de Saga. Também estiveram presentes à cerimônia a diretora de Tecnologia e Inovação, professora Marysilvia Ferreira; o diretor-adjunto de Assuntos Acadêmicos, professor Thiago Ritto; o coordenador do LOC, professor Antonio Carlos Fernandes; e o professor Joel Sales Jr, coordenador do projeto.
Boletim 22 – A Coppe no Rio Innovation Week
Está sendo realizada esta semana, a Rio Innovation Week, o maior evento de tecnologia, inovação e empreendedorismo da América Latina. Os professores e pesquisadores da Coppe/UFRJ tiveram expressiva participação na programação do evento. Eles abordaram temas diversos como os desafios do mercado de hidrogênio verde, investimentos no setor de energia, o papel do estado, soft techs e deep techs, produção de vacinas e também a participação das mulheres na inovação tecnológica.
Três professores da Coppe foram premiados ou homenageados esta semana. O professor José Carlos Pinto, do Programa de Engenharia Química, teve um prêmio instituído com o seu nome, que foi entregue durante o Congresso Brasileiro de Engenharia Química. A professora Ana Regina Cavalcanti da Rocha, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, recebeu a homenagem “Destaque Formação de Recursos Humanos de Excelência”, durante o Congresso Brasileiro de Software (CBSoft 2023). O professor Renato Cotta, do Programa de Engenharia Mecânica, será contemplado com o Prêmio Professor Leonardo Goldstein Junior, concedido pela ABCM, em dezembro.
Saiba como anda a produção de pesquisa em Engenharia desenvolvida pela Coppe/UFRJ em prol da sociedade. O que está sendo feito pela Coppe e o que vem por aí, todas as sextas-feiras, às 10h, com reapresentação às 15h, na Radio UFRJ. Também disponível nas principais plataformas e aplicativos de streaming. Visite nosso site (http://coppe.ufrj.br/) e nos siga nas redes sociais.
Realização: Assessoria de Comunicação da Coppe/UFRJ
Coordenação e locução: Roberto Falcão e Bruno Franco
Produção jornalística: Carlos Ribeiro e Diogo Ferraz
Gravação e edição de áudio: Gabriel Savelli
Apoio e estúdio de gravação: Laboratório de Produção Multimídia (LPM) da Coppe/UFRJ
Petrobras completa 70 anos mantendo estreita parceria com a Coppe
A Petrobras completa 70 anos, superando desde sua criação grandes desafios tecnológicos, principalmente, por meio de seu centro de pesquisa, o Cenpes, em parceria com a Coppe/UFRJ – dois polos de tecnologia e inovação que completam 60 anos também em 2023. Os obstáculos começaram a ser vencidos mesmo antes de ser criada; desde 1947, quando o engenheiro Luiz Lobo Barboza Carneiro (1913-2001) se empenhou na campanha “O Petróleo é Nosso” e, como deputado federal suplente, convenceu tecnicamente o Congresso da importância para o Brasil de ter uma indústria própria de petróleo, o que culminou na fundação da maior empresa brasileira, em 03 de outubro de 1953, a estatal Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras.
Anos mais tarde, em 1967, Lobo Carneiro ingressou no Programa de Engenharia Civil da Coppe como docente, e passou a liderar os estudos de estruturas offshore, que deram origem, em 1977, a uma duradoura parceria Coppe-Petrobras. Uma união que já se estende ao futuro, com a transição energética. Antes mesmo do início desta grande parceria, a Petrobras assinou com a Coppe um contrato, em 1968, para a realização de um estudo de técnicas de permeação através de membranas, executado no Programa de Engenharia Química da instituição. O projeto, que era de interesse de refinarias de petróleo e de outros tipos de processo industrial que requerem separação de substâncias, gerou muitas dissertações de mestrado e teses de doutorado e até uma empresa, nos anos 2000, que fabrica produtos a partir desta tecnologia desenvolvida, a Pam Membranas.
Foi reunindo professores estrangeiros e alunos brasileiros que Lobo Carneiro formou um núcleo de conhecimento para convencer a Petrobras a apostar na proposta da Coppe: o desenvolvimento conjunto de tecnologia nacional para projetar estruturas de plataformas de petróleo para operação em alto-mar. Na época, a empresa instalava as primeiras plataformas de produção na Bacia de Campos, projetadas no exterior, com base em parâmetros mais adequados ao Golfo do México e ao Mar do Norte do que ao mar brasileiro. Para projetar uma estrutura, é preciso antes analisar os esforços a que ela será submetida. As estruturas que operam no mar interagem com uma variedade de agentes dinâmicos, como ventos, ondas e correntes marinhas. Exigem, portanto, uma análise mais complexa que as estruturas fincadas em terra firme. Daí a utilidade dos métodos computacionais. Paralelamente, o Programa de Engenharia Naval e Oceânica desenvolvia estudos de cargas hidrodinâmicas e técnicas de monitoramento para orientar planos de inspeção e manutenção em plataformas fixas.
Com isto, veio a iniciativa de propor a Petrobras um trabalho conjunto de desenvolvimento de ferramentas computacionais para a engenharia de estruturas offshore e para a formação de recursos humanos. Tal iniciativa foi do engenheiro argentino Agustín Juan Ferrante, que veio para a Coppe, em 1976, a convite do próprio Lobo Carneiro. Ferrante trabalhava com um sistema computacional chamado Strudl (Structural Design Language), desenvolvido nos Estados Unidos, essencial para atender aos interesses da Petrobras, pois à medida que rumava para águas mais profundas, a empresa teria de abandonar as plataformas fixas, cravadas no fundo do mar, e recorrer a plataformas flutuantes. A proposta da Coppe era desenvolver, com o Cenpes/Petrobras, a partir do sistema Strudl, os programas de computador que permitiriam à Petrobras projetar suas próprias plataformas.
Os primeiros projetos em parceria
Após muitas reuniões, um convênio denominado “Recursos Computacionais de Engenharia Offshore” foi assinado em 1977, estabelecendo uma cooperação que, hoje, ainda mobiliza pesquisadores da Coppe, de quase todas as áreas da engenharia. Por meio desta cooperação, a Coppe participou e participa ativamente da construção da tecnologia que colocou o Brasil na liderança da produção de petróleo no mar. Do lado da Petrobras, a cooperação inaugurou na estatal a tradição de buscar apoio e estimular a competência tecnológica de universidades e institutos de pesquisa brasileiros. Do lado da Coppe, gerou aproximadamente 5 cinco mil projetos de pesquisa, dos quais cerca de 160 estão em andamento, e formou centenas de mestres e doutores. Ao Brasil, deu a liderança mundial na exploração em águas profundas e economizou bilhões de dólares em divisas ao país.
As primeiras plataformas 100% nacionais foram projetadas para o chamado Polo Nordeste da Bacia de Campos. Foram instaladas em águas rasas dos campos de Pargo, Vermelho e Carapeba, e projetadas no Cenpes, com importante participação da Coppe nas estruturas e nas análises hidrodinâmicas. Em 1985, já havia em operação 33 plataformas fixas projetadas com base no trabalho da Coppe, em águas de 10 a 48 metros de profundidade, no Polo Nordeste, no sul da Bahia e no Espírito Santo. No mesmo ano, estava em andamento o projeto das sete primeiras plataformas inteiramente nacionais que operariam em profundidades de cerca de 100 metros. A essa altura, a cooperação Coppe/Petrobras tinha se diversificado, e dezenas de professores e alunos dos Programas de Engenharia Civil e Engenharia Naval e Oceânica, além de outros da Coppe, participavam de projetos para a empresa nas mais diferentes áreas. Alguns passavam grande parte do tempo dentro do Cenpes. Mas eram tantos que não havia espaço para todos. Os mais jovens tratavam de ocupar as mesas de funcionários do Cenpes logo após o expediente, e chegavam a virar madrugadas rodando programas de computador e discutindo soluções para os desafios que se sucediam.
Um dos primeiros desafios superados pela parceria foi o “caso das estacas”, como ficou conhecido. As estacas que sustentariam as sete plataformas da Bacia de Campos tinham sido projetadas pela Petrobras com características um pouco diferentes do habitual, para economizar aço. Quando foram fazer o detalhamento do projeto de construção, os engenheiros verificaram que a capacidade de resistência das estacas, em relação ao solo da região, não seria exatamente o que se esperava. O custo do estaqueamento iria mais do que triplicar, inviabilizando economicamente a instalação das plataformas. A Coppe, então, ajudou o Cenpes a encontrar a solução, uma nova concepção de estaqueamento. As novas estacas tinham a ponta cônica, como um lápis, que permitia maior contato com o solo. Sob a coordenação do Cenpes, a Coppe participou dos estudos experimentais, realizando testes e medições, e, depois que as plataformas foram construídas, monitorou o desempenho de todas elas. As estacas de ponta cônica foram patenteadas pela Petrobras.
Rumo às águas profundas
Quando as operações no mar de Campos alcançaram a casa das centenas de metros, foi preciso abandonar as plataformas fixas cravadas no fundo do mar e recorrer a estruturas flutuantes. Nesse processo, os pesquisadores do Programa de Engenharia Naval e Oceânica da Coppe traziam com eles o conhecimento da hidrodinâmica de estruturas oceânicas flutuantes e, sobretudo, ajudavam a ampliar o conhecimento específico sobre o mar brasileiro. As estruturas flutuantes são mantidas em posição por linhas de ancoragem que somam vários quilômetros. Quanto maior é a profundidade, maiores são a pressão e o desgaste a que são submetidas, e mais intensas as dificuldades de instalação e monitoramento.
A tendência já era o uso cada vez maior de tecnologias inteligentes, o que envolvia o uso de complexos sistemas e ferramentas computacionais, de novos materiais e de sistemas de controle a distância. A crescente complexidade exigia um alto grau de interdisciplinaridade, com pesquisadores de diferentes áreas mobilizados para contribuir com seus conhecimentos específicos. Foi assim que outros programas da Coppe – entre eles, os de Engenharia Mecânica, Química e Metalurgia – se juntaram ao de Engenharia Civil e ao de Engenharia Naval e Oceânica na execução de projetos para a Petrobras. E, a partir dos anos 90, quando as operações da empresa já atingiam profundidades inacessíveis aos mergulhadores humanos, entraram em ação pesquisadores do Programa de Engenharia Elétrica, para aturar no desenvolvimento de robôs submarinos e de seus sistemas de instrumentação e controle.
Toda a expertise acumulada foi fundamental para que a Coppe colaborasse para o avanço na exploração em águas ainda mais profundas, nos campos do pré-sal, descobertos pela Petrobras na segunda metade dos anos 2000. Antes mesmo da confirmação de tais reservas, estava em andamento, na Coppe, a construção de mais duas grandes instalações para pesquisar e encontrar soluções para os desafios da exploração de petróleo e gás em águas cada vez mais profundas. E, em paralelo, pesquisadores da instituição, incluindo os do Programa de Planejamento Energético, intensificaram suas pesquisas de aspectos econômicos e ambientais da exploração.
A caminho da transição energética
Os atuais e próximos passos conjuntos da Coppe com a Petrobras já envolvem a transição energética e a descarbonização na exploração de petróleo e gás. Exatamente no ano em que comemoram períodos simbólicos de fundação, a Petrobras (70) e a Coppe (60) lançam medidas mais focadas para tornar a matriz energética brasileira sustentável, com considerável redução de emissão de CO2. Em maio, teve início o funcionamento da nova diretoria implantada pela Petrobras, a de Transição Energética e Sustentabilidade, tendo à frente Maurício Tolmasquim, até então professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe. No mês seguinte, a Coppe lançou o Centro Virtual de Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono, com a presença de vários executivos de empresas de petróleo, incluindo o próprio Tolmasquim, representando a Petrobras.
O objetivo do Centro é envolver a comunidade científica da instituição, em parceria com o poder público e a iniciativa privada, em busca de soluções para a descarbonização da economia. Neste âmbito, uma das iniciativas destacada foi a plataforma digital BxC, de soluções de baixo carbono, para permitir uma integração rápida e eficiente entre as empresas, as instituições e os especialistas da Coppe. Como ressaltou em sua inauguração, a diretora da Coppe, professora Suzana Kahn, o Centro funcionará dando visibilidade às diversas competências que há na Coppe, por meio da plataforma, na qual se encontram todos os laboratórios da instituição. Instituição que reúne um capital humano de mais de 300 professores e 700 pesquisadores, 300 pós-doutores, tendo mais de dois mil mestres e doutores em formação. Todos à disposição para ajudar a solucionar a problemática da descarbonização.
Faperj contemplou seis alunos da Coppe no Programa Bolsa Nota 10
A Coppe/UFRJ teve seis alunos contemplados na segunda chamada de 2023 do programa Bolsa Nota 10 da Faperj, sendo três de mestrado e três de doutorado. O resultado da seleção foi divulgado ontem, dia 28 de setembro, e, ao todo, a UFRJ teve 49 discentes contemplados: 28 no “mestrado Nota 10” e 21 no “Doutorado Nota 10”.
Confira a relação dos alunos da Coppe selecionados:
Doutorado
Alexis Jair Enriquez Leon (Programa de Engenharia Civil)
Orientador: professor Francisco Thiago Sacramento Aragão
Matheus Pimentel Tinoco (Programa de Engenharia Civil)
Orientador: professor Oscar Aurelio Mendoza Reales
Thiago Fagundes Leão (Programa de Engenharia Oceânica)
Orientadora: professora Susana Beatriz Vinzon
Mestrado
Bernardo Rosalinski Russomano (Programa de Engenharia Oceânica)
Orientador: professor Afonso de Moraes Paiva
Kristiano Cavalcante Vasconcellos de Mendonça (Programa de Engenharia Civil)
Orientador: professor Eduardo de Moraes Rego Fairbairn
Yuri de Abreu S. A. Fleischhauer (Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais)
Orientadora: professora Rafaella Martins Ribeiro
Saiba mais no site da Faperj.
Boletim 21 – Inscrições abertas para mestrado e doutorado em Engenharia Civil
Estão abertas até 4 de outubro as inscrições para mestrado e doutorado do Programa de Engenharia Civil da Coppe/UFRJ. Com conceito 7 na Avaliação Capes, o mais alto concedido a cursos com nível internacional de excelência acadêmica, o programa é reconhecido pela liderança nacional no ensino e na pesquisa, mantendo intenso intercâmbio com instituições nacionais e internacionais.
A Coppe inaugurou no dia 22 de setembro, o Centro de Excelência em Rocha Digital, o CERD, fruto de uma parceria com a Petrobras. O centro é voltado principalmente para analisar rochas, com uso de inteligência artificial, gerando informações fundamentais para ampliar o grau de certeza acerca da existência de petróleo em determinado poço e estimar o potencial de produção.
Saiba como anda a produção de pesquisa em Engenharia desenvolvida pela Coppe/UFRJ em prol da sociedade. O que está sendo feito pela Coppe e o que vem por aí, todas as sextas-feiras, às 10h, com reapresentação às 15h, na Radio UFRJ. Também disponível nas principais plataformas e aplicativos de streaming. Visite nosso site (http://coppe.ufrj.br/) e nos siga nas redes sociais.
Realização: Assessoria de Comunicação da Coppe/UFRJ
Coordenação e locução: Roberto Falcão e Bruno Franco
Produção jornalística: Carlos Ribeiro e Diogo Ferraz
Gravação e edição de áudio: Gabriel Savelli
Apoio e estúdio de gravação: Laboratório de Produção Multimídia (LPM) da Coppe/UFRJ
Professores da Coppe integram programação do Rio Innovation Week
Professores e pesquisadores da Coppe/UFRJ participarão, de 3 a 6 de outubro, como conferencistas da terceira edição do Rio Innovation Week (RIW), no Píer Mauá, região revitalizada do porto do Rio de Janeiro. São cinco palestras com participação da Coppe, que também terá exposição de quatro aplicações de pesquisa no estande do Parque Tecnológico da UFRJ: bicicleta movida a hidrogênio verde, bicicleta compartilhada, veículo aéreo não tripulado (vant) para carga e óculos com simulação de ambiente em tanque oceânico. Além disso, serão exibidos vídeos do trem de levitação magnética MagLev Cobra e do ônibus a hidrogênio, ambos desenvolvidos pela Coppe.
Maior evento de Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo da América Latina, o RIW tem o compromisso de incentivar a inovação e a tecnologia como impulsionadores de negócios, possibilitando, assim, o crescimento de todo o mercado. A expectativa é de, ao longo de quatro dias, o RIW reunir mais de 100 mil pessoas, entre visitantes, expositores, palestrantes e representantes de startups e incubadoras de negócios, entre outros.
O diretor-adjunto de Tecnologia e Inovação da Coppe, professor Thiago Aragão, destacou a importância do RIW. “A nossa participação em eventos estratégicos como o Rio Innovation Week é muito oportuna para compartilharmos experiências e ideias e para estabelecermos parcerias com empreendedores e investidores. Convidamos os participantes do evento a nos visitarem. As nossas portas estão sempre abertas”, comentou o professor Thiago, destacando que o ecossistema de inovação e empreendedorismo da Coppe é um ambiente fértil para a formação e o desenvolvimento de profissionais com vocação inovadora e empreendedora e de empresas de base tecnológica.
A equipe do Laboratório de Inovação Tecnológica, Organizacional e em Serviços (LabrInTOS) do Programa de Engenharia de Produção (PEP) e o professor Milad Shadman, do Programa de Engenharia Naval, Oceânica e Costeira (PEnO) da Coppe, integram a programação da conferência Energy Hub Summit. A conferência promove debates sobre tópicos críticos do setor de energia e conta com a presença de startups que estão revolucionando a indústria com suas soluções inovadoras, trazendo as mudanças que o setor de energia precisa.
No dia 4 há uma dupla participação da Coppe: o pesquisador do LabrInTOS, Hudson Mendonça, discorrerá sobre o tema “Incentivos e Investimentos no setor de Energia” e o professor Milad Shadman, do PEnO, tratará de “Tendências e Desafios do novo mercado de Hidrogênio Verde”; no dia 5, o professor Marcus Vinicius Fonseca, coordenador do LabrInTOS, estará na palestra “Soft Techs e Deep Techs no setor de energia” , o professor Luan Santos, do PEP, na conferência “O futuro da energia para conter as Mudanças Climáticas”; e o professor Aquilino Senra, do Programa de Engenharia Nuclear (PEN), no debate “Estado, Tecnologia e Sociedade: construindo um futuro inovador”; no dia 6, será a vez da pesquisadora Lilian Matt, do LabrInTOS, estar na palestra “Mulheres impulsionando a inovação no setor de energia” e a professora Leda Castilho, do Programa de Engenharia Química (PEQ), no debate Vacinas: tecnologias que salvam vidas.
Outra conferência, a E-Gov, terá a palestra “Construindo o Amanhã: o papel dos ambientes de inovação no desenvolvimento econômico”, e um dos palestrantes será o professor do Programa de Engenharia Civil (PEC) da Coppe, Romildo Toledo, atual diretor-executivo do Parque Tecnológico da UFRJ. Também participará e o ex-coordenador da Incubadora de Empresas da Coppe, atual superintendente de Inovação e Sustentabilidade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços do Rio de Janeiro, Maurício Guedes. Eles debaterão sobre o papel dos ambientes de inovação no desenvolvimento econômico.
Confira abaixo os horários das palestras dos professores e pesquisadores da Coppe.
03/10, às 10h30 – Construindo o Amanhã: o papel dos ambientes de inovação no desenvolvimento econômico (E-GOV)
Romildo Toledo
Professor do PEC/Coppe e diretor-executivo do Parque Tecnológico da UFRJ
04/10, às 14h – Incentivos e Investimentos no setor de Energia (ENERGY HUB SUMMIT)
Hudson Mendonça
Pesquisador do LabrinTOS/Coppe e editor-executivo da MIT Technology Review
04/10, às 13h – Tendências e Desafios do novo mercado de Hidrogênio Verde (ENERGY HUB SUMMIT)
Milad Shadman
Professor do PEnO/Coppe
05/10, às 11h – Estado, Tecnologia e Sociedade: construindo um futuro inovador
Aquilino Senra
Professor do PEN/Coppe
05/10, às 18h – Soft Techs e Deep Techs no setor de energia (ENERGY HUB SUMMIT)
Marcus Vinicius Fonseca
Professor do PEP/Coppe e coordenador do LabrInTOS/Coppe
05/10, às 18h – O futuro da energia para conter as Mudanças Climáticas
Luan Santos
Professor do PEP/Coppe
06/10, às 10h30 – Vacinas: tecnologias que salvam vidas
Leda Castilho
Professora do PEQ/Coppe
06/10, às 12h – Mulheres impulsionando a inovação no setor de energia (ENERGY HUB SUMMIT)
Lilian Matt
Pesquisadora do LabrInTOS/Coppe, do Escritório de Projetos de PD&I da Coppe e doutoranda do PEP/Coppe
Saiba mais no site do RIW.
Professor Renato Cotta recebe prêmio da ABCM
O professor Renato Cotta, do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe/UFRJ, será o próximo contemplado com o Prêmio Prof. Leonardo Goldstein Jr., concedido pela Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM).
A cerimônia de premiação será durante o International Congress of Mechanical Engineering (COBEM), programado para Florianópolis (SC), entre os dias 4 e 8 dezembro de 2023.
A premiação é concedida a quem se destaca em função das contribuições para o desenvolvimento da engenharia e ciências mecânicas no Brasil, com conquistas científicas e tecnológicas; pela formação de recursos humanos; pela gestão científica, tecnológica e acadêmica; pela divulgação e popularização da Ciência; e pela contribuição na internacionalização da ciência brasileira.
Esta é a terceira edição do prêmio, que contemplou em 2019, o professor Luiz Bevilacqua, do Programa de Engenharia Civil da Coppe, e em 2021, o professor Rubens Sampaio, da PUC/RJ. O prêmio foi criado em memória do professor Leonardo Goldstein Jr., da Unicamp, falecido em 2015. Goldstein foi editor-chefe do Journal of the Brazilian Society of Mechanical Sciences and Engineering (1993 a 1999) e presidente da ABCM (biênios 2002-2003 e 2004-2005).
Prêmio José Carlos Pinto de Destaque Científico
A Comissão Organizadora do 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Química (COBEQ) e do 19º Encontro Brasileiro sobre Ensino de Engenharia Química (ENBEQ) instituiu o Prêmio José Carlos Pinto de Destaque Científico, em homenagem ao professor do Programa de Engenharia Química da Coppe/UFRJ.
A comissão decidiu homenagear o professor José Carlos Pinto pela sua inestimável contribuição para o ensino e a pesquisa em Engenharia Química, com um rico legado de formação de recursos humanos qualificados, geração de conhecimento científico, tecnológico e de inovação, e popularização da ciência, amplamente reconhecido no Brasil e no mundo, ao longo de mais de três décadas de atuação como docente do Programa de Engenharia Química da Coppe.
O Prêmio José Carlos Pinto de Destaque Científico será concedido aos melhores trabalhos de cada área temática (11) do 24º COBEQ / 19º ENBEQ apresentados por estudantes. A premiação será realizada na próxima quarta-feira, 4 de outubro, no Fiesta Convention Center, em Salvador, Bahia.
Saiba mais no site do COBEQ.
Professora da Coppe recebe homenagem da Comissão Especial de Engenharia de Software
Ana Regina Cavalcanti da Rocha, professora do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (Pesc) da Coppe/UFRJ, recebeu ontem, dia 26 de setembro, a homenagem “Destaque Formação de Recursos Humanos de Excelência”, da Comissão Especial de Engenharia de Software (CEES). Trata-se de um reconhecimento da CEES, que é ligada à Sociedade Brasileira de Computação (SBC), à longa jornada e dedicação de Ana Regina na formação de recursos humanos em qualidade e quantidade, incluindo várias frentes de contribuições e de atuação.
Na mesma cerimônia de premiação, a CEES também homenageou o ex-aluno do Pesc/Coppe Leonardo Murta, atual professor da UFF, em função de suas contribuições relevantes para a Engenharia de Software no Brasil. Uma homenagem também já prestada à sua orientadora, a professora Claudia Werner (2006), e ao professor Guilherme Travassos (2011), ambos também do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe.
As homenagens a Ana Regina e Leonardo Murta foram prestadas na abertura do segundo dia do Congresso Brasileiro de Software de 2023 (CBSoft 2023). Organizado pela Faculdade de Computação (Facom) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o congresso está sendo realizado entre 25 a 29 de setembro. Saiba mais sobre o evento: https://cbsoft2023.ufms.br
Durante o evento, a professora da Coppe ainda proferiu a palestra “Pesquisa, interação com a indústria e formação de recursos humanos: uma experiência de integração”. Palestra esta que irá proferir também no próximo Ciclo de Seminários PESC, a ser realizado na próxima quarta-feira, dia 4 de outubro, às 11 horas. O evento ocorrerá na sala 324 B, do bloco H, no Centro de Tecnologia da UFRJ, Cidade Universitária, e será transmitido ao vivo pelo canal do Pesc no YouTube: https://www.youtube.com/@pesc-coppe
Pioneirismo na Engenharia de Software
Ana Regina é graduada em Matemática pela UFRJ (1971), com mestrado e doutorado em Informática, pela PUC-RJ (1978 e 1983). Uma das pioneiras da Engenharia de Software e Qualidade de Software no Brasil, atualmente é professora titular aposentada da UFRJ (dezembro de 2021), onde atua como colaboradora do Pesc/Coppe, e sócia da Implementum Consultoria. Ao longo de sua trajetória acadêmica, que teve início no Instituto Militar de Engenharia (IME), Ana, após ingressar na Coppe, introduziu a linha de Engenharia de Software no Pesc, onde orientou cerca de 130 alunos, sendo 100 de mestrado e 30 de doutorado. Além disso, publicou mais de 250 artigos em periódicos nacionais e internacionais e anais de congressos, sendo autora do livro Análise e Projeto Estruturado de Sistemas (1987) e coorganizadora de outros cinco livros.
Sempre envolvida com ações para promover a evolução da Engenharia de Software na comunidade da computação brasileira, Ana Regina começou sua participação no projeto colaborativo com o CERN – Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear – no início de sua carreira na Coppe. Fez parte da organização inicial do que hoje se tornou o SBES (Simpósio Brasileiro de Engenharia de Software), o SBQS (Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software) e o SBIE (Simpósio Brasileiro de Informática na Educação).
A professora da Coppe também teve intensa atuação nas áreas de Informática Médica e, principalmente, na criação e implantação do MPS.Br (Modelo de Processo de Software Brasileiro). Além disso, durante sua trajetória, teve intensa e contínua colaboração com a comunidade de Engenharia de Software e, principalmente, com a indústria de software, resultando na transferência de distintas tecnologias, tais como ferramentas, ambientes e processos, dentre outras, para o desenvolvimento brasileiro na área.
Pesquisadores da Coppe têm artigo premiado no Fórum dos Brics
Os alunos de doutorado da Coppe/UFRJ Otto Tavares e Regina Alves foram contemplados com o melhor paper, no tema “Entrepreneurship and Development in Sharing Knowledge and Innovation”, do 2° Fórum de Pós-Graduação dos Brics, realizado em agosto na Cidade do Cabo, África do Sul. Os pesquisadores desenvolveram uma técnica inovadora para diagnóstico de para detecção de tuberculose a partir de radiografias torácicas, utilizando o paradigma de aprendizado continuado e redes generativas adversariais (GANs).
A tuberculose é a doença causada por único agente infeccioso que mais mata no mundo, superando a Covid-19, a malária e a Aids. Os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são responsáveis por 49% da incidência de tuberculose no planeta e por 39% da letalidade da doença.
O projeto se alinha à meta formulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de reduzir a incidência da tuberculose em 80% e sua letalidade em 90% até 2035. O Brasil, por sua vez criou o Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDS) para buscar eliminação da TB até 2030.
Radiografias torácicas são recomendadas por especialistas para o rastreio e triagem de tuberculose. A falta de radiologistas qualificados em países com elevada incidência de tuberculose faz com que a OMS recomende a interpretação automatizada das radiografias, com o uso de algoritmos de Inteligência Artificial. Mais especificamente, os chamados CAD (Computer Aided Detection, em português Detecção Assistida por Computador), software desenhado para analisar imagens radiográficas e aplicar modelos preditivos para auxiliar o diagnóstico de doenças.
O CAD desenvolvido pelos alunos da Coppe utiliza um paradigma de aprendizado contínuo que permite ao modelo aprender com dados novos, sem “esquecer” o aprendizado gerado com os dados recolhidos previamente. Isso permite minimizar falsos-positivos, uma vez que os sintomas das afecções respiratórias são semelhantes. Além disso, o modelo continuamente se adapta a novos padrões de tuberculose, aprimorando sua eficácia.
Na avaliação de Otto Tavares, “o projeto é de total interesse dos Brics, ainda que cada país tenha um sistema próprio de saúde e de coleta de dados de saúde pública, pois o modelo pode introduzir bases novas, aprender com elas, sem perder o aprendizado obtido”.
“O nosso modelo tem como base de dados de tuberculose um acervo de 662 imagens de radiografias torácicas de um hospital chinês. Utilizando técnicas de aprendizado profundo, o modelo aprende a replicar distribuição de probabilidades. O que gera imagens sintéticas a partir de imagens reais. Essas imagens sintéticas são introduzidas ao treinamento do classificador de aprendizado continuado para melhor ajustar sua alta quantidade de parâmetros” explica o aluno do Programa de Engenharia Elétrica.
Considerando que aprendizado profundo requer grandes bases de dados, Regina e Otto desenvolveram uma Generative Adversarial Network (GAN – rede adversária generativa) para produzir imagens sintéticas, aumentar os conjuntos de dados coletados e enriquecer o processo de treinamento do algoritmo.
O estudo utilizou o algoritmo Learning without Forgetting (Lwf), uma rede neural convolucional (CNN) que preserva o aprendizado das tarefas desempenhadas sem a necessidade de armazenar os dados correspondente.
Conforme explica Regina Alves, o algoritmo escolhido é um classificador, foi treinado para tuberculose e pneumonia. “É um modelo de aprendizado continuado, que pode ser aperfeiçoado com o tempo. O aprendizado de máquina convencional precisa aprender de novo para ser atualizado, é como se a cada aprendizado ele sobrescrevesse o que aprendeu, como se desse um reset.”
“O trabalho que desenvolvemos poderia, no futuro, ser inserido na cadeia de tratamento, tanto para tuberculose latente, que afeta 23% da população mundial, quanto para tuberculose ativa, embora neste trabalho específico tenhamos abordado a tuberculose ativa. Mas, precisamos expor o modelo a mais bases de dados e ter um processo maior de validação. Organizar questões de reprodutibilidade, ir ganhando maturidade”, pondera a aluna do Programa de Engenharia Biomédica.
O artigo “An innovative artificial intelligence approach for fighting against tuberculosis” foi escrito em coautoria com os professores José Manoel de Seixas e Frederico Jandre orientadores de Otto e Regina, respectivamente, e a professora Anete Trajman, da Faculdade de Medicina da Uerj.
O trabalho teve financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os dados disponibilizados na pesquisa foram cedidos pela National Library of Medicine, dos National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, e pelo Shenzhen No.3 People’s Hospital, da Guangdong Medical College, da China.
Coppe e Sorbonne promovem workshop sobre calorimetria de altas energias
A Coppe/UFRJ e a Université Sorbonne promovem, nos dias 4 e 5 de outubro, o Workshop on Calorimetry in High-Luminosity Collisions. O evento ocorre no momento em que a Coppe completa 35 anos do início de sua colaboração com o Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) e o Brasil está próximo de concretizar sua associação a este que é o mais importante laboratório de física de partículas do mundo.
O workshop tem como tema calorimetria de altas energias (instrumentação, filtragem online, análise offline) e traz a perspectiva de liderança nacional da Coppe em um projeto multidisciplinar de longa duração e de forte impacto cientifico internacional, por meio do Cluster Atlas/Brasil (que além da UFRJ, envolve USP, Uerj, UFBA, UFJF e UFRN). O projeto é coordenado pelo professor José Manoel de Seixas, do Programa de Engenharia Elétrica (PEE) da Coppe.
A Coppe tem uma longa e bem-sucedida história de cooperação com o Atlas, o maior experimento de detecção de partículas do Large Hadron Collider (LHC), o acelerador de partículas do Cern, com destaque para o sistema de filtragem online, Neuralringer, e para o conjunto de mais de trinta softwares utilizados pelos pesquisadores que atuam em três dos quatro principais experimentos de detecção de partículas do laboratório.
O workshop é coordenado pelo professor Seixas e pelo professor Bertrand Laforge (Sorbonne), conta com o apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e integra o calendário de celebração dos 60 anos da Coppe. O evento é híbrido, podendo ser acompanhado presencialmente no auditório da Coppe, na sala G-122 do Centro de Tecnologia, e online via Zoom, https://cern.zoom.us/j/69232699968?pwd=S015Y01kYzh1RzI2emExZFFiTFB6Zz09
Clique em visão detalhada para acessar a programação completa de cada dia https://indico.cern.ch/event/1317644/timetable/#20231005.detailed
Física de altas energias
A física experimental de altas energias estuda os constituintes fundamentais da matéria a partir de experimentos complexos e que contam com a colaboração de diferentes áreas do conhecimento, notadamente Física, Engenharia e Computação. Os experimentos acabam por criar enormes oportunidades de pesquisa colaborativa, multidisciplinar, a qual se desdobra em desenvolvimentos tecnológicos com fortes aspectos de inovação.
Os principais experimentos da área utilizam a colisão de partículas para aprofundar o estudo da matéria. O LHC busca por processos físicos raros (como o bóson de Higgs e as extensões do Modelo Padrão de Partículas e Campos), realizando colisões de prótons a cada 25 nanossegundos. Há quatro experimentos principais no LHC (Atlas, CMS, LHCb e Alice) e o Atlas destaca-se como o maior deles, sendo operado por uma colaboração com mais de três mil pesquisadores provenientes de 42 países.
Professor da Coppe conduzirá conferência no Carnot Prize
O professor Roberto Schaeffer, da Coppe/UFRJ, será o responsável pela conferência anual do Carnot Prize, promovida pelo Kleinman Center for Energy Policy, da Universidade da Pensilvânia (EUA), na próxima segunda-feira, 2 de outubro. O Carnot Prize é uma premiação voltada a celebrar contribuições destacadas à política energética e, em 2023, o homenageado será o ex-diretor nacional de Energia do Uruguai, o físico Ramón Méndez Galain.
O professor do Programa de Planejamento Energético abordará o tema “The Energy Transition and Net Zero in Latin America”, às 16h, horário local (17h, horário de Brasília). Schaeffer abordará como as metas nacionais de redução de emissões e orçamentos de carbono podem ser alcançados pelos esforços compartilhados entre os países latino americanos e suas consequências para a transição energética na região.
Em seguida, a reitora (presidente) da Universidade da Pensilvânia, Mary Elisabeth (Liz) Magill, entregará a homenagem a Ramón Méndez Galain que, de 2008 a 2015, desenhou a política para o setor de energia em seu país, aumentando a participação das fontes renováveis para 98% da matriz energética, com 40% de participação da energia eólica.
Saiba mais sobre a apresentação do professor Schaeffer e a homenagem a Méndez Galain no site do evento.
Inscrições para mestrado e doutorado em Engenharia Civil da Coppe
As inscrições para os cursos de mestrado e doutorado do Programa de Engenharia Civil da Coppe/UFRJ estão abertas até o dia 4 de outubro do presente ano. Conceito 7 na avaliação da Capes, o mais alto concedido a cursos com ótimo desempenho, o Programa é reconhecido pela liderança nacional no ensino e na pesquisa, mantendo intenso intercâmbio com instituições nacionais e internacionais. O edital do processo seletivo para 2024 e o link para inscrição estão disponíveis no site do Programa.
As linhas de pesquisa do Programa se concentram nas seguintes áreas: Estruturas e Materiais, Geotecnia, Mecânica Computacional, Petróleo e Gás, Sistemas Computacionais, e Recursos Hídricos e Meio Ambiente. Além de atuarem nestas linhas, os alunos de pós-graduação em Engenharia Civil da Coppe, assim como os de outros programas da instituição, têm a oportunidade de realizarem estudos que se enquadrem nas áreas transversais, multidisciplinares, como as que envolvem Inteligência Artificial, Descarbonização, Transição Energética, dentre outras. Além disso, são incentivados a desenvolverem seu lado empreendedor, a partir de ações específicas da própria Coppe.
Entre as realizações do Programa de Engenharia Civil da Coppe, destaca-se o papel pioneiro na formação de recursos humanos e no desenvolvimento de tecnologia nacional para projetar estruturas de produção de petróleo e gás, assim como para as áreas de geotecnia e recursos hídricos, com contribuições importantes, por exemplo, no estudo da movimentação de solos, na contenção de encostas, no controle de enchentes e alagamentos e gestão de bacias hidrográficas. Nos últimos anos, o programa intensificou seus estudos também em materiais para construção sustentáveis.
Conheça o Programa de Engenharia Civil da Coppe no canal da instituição no Youtube.
Coppe recebe presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj
A Coppe/UFRJ recebeu nesta segunda-feira, 25 de setembro, a presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputada estadual Elika Takimoto. A reunião teve como objetivo aproximar a Coppe e a Comissão de Ciência e Tecnologia, buscando estabelecer parcerias para manter e ampliar o protagonismo do estado do Rio de Janeiro no cenário nacional de Ciência e Tecnologia (C&T) e avançar em pautas de inovação tecnológica e inovação social.
“Tentaremos criar parcerias com a Alerj para viabilizar projetos voltados à Extensão e à Inovação. Muitas dessas tecnologias, na Engenharia Biomédica e na Nanotecnologia, tendem a ser muito importantes para o Rio de Janeiro manter seu protagonismo. Desde que cheguei à diretoria, sendo vice-diretora na gestão anterior, me impressionei com a diversidade e a qualidade dos projetos de pesquisa e inovação que a Coppe tem na área de Saúde”, afirmou a diretora da Coppe, professora Suzana Kahn.
A deputada citou os projetos de lei propostos em temas como tecnologia assistiva em benefício das pessoas portadoras de deficiência e para economia circular, com mapeamento de fluxos e recursos disponíveis no estado. Professora de Física no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), Elika demonstrou preocupação com a queda nas matrículas tanto nas instituições de ensino superior quanto no ensino técnico. “Precisamos buscar formas de cativar novamente os alunos para a formação científica. Vivemos um momento de possível crescimento industrial em nosso país, que poderá ser acompanhado pela escassez de mão de obra qualificada”, refletiu a parlamentar, que é física, mestre em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia (HCTE) pela UFRJ e doutora em Filosofia pela Uerj.
Participaram da reunião a diretora da Coppe, professora Suzana Kahn; a diretora de Tecnologia e Inovação, professora Marysilvia Costa; o diretor-adjunto de Tecnologia e Inovação, professor Thiago Aragão; a diretora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, professora Amanda Xavier; o diretor-superintendente da Fundação Coppetec, professor Antonio MacDowell de Figueiredo; o diretor do Centro de Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono da Coppe, Alfredo Renault; e a diretora da unidade Embrapii-Coppe, professora Angela Uller.
O evento contou também com a participação dos professores Luciano Menegaldo e Diogo Tschoeke, do Programa de Engenharia Biomédica (PEB); dos professores Sergio Camargo e Tiago Balbino, do Programa de Engenharia de Nanotecnologia (PENt).
Dentre os projetos abordados na reunião estão a criação do Centro Integrado de Nanotecnologia (CIN/RJ); o Centro de Plantas e Fertilizantes; a criação de uma nova incubadora de empresas, especificamente voltada a geração de produtos e serviços na Engenharia de Saúde; e o projeto Todos Coppe, que buscará integrar ações de Extensão da Coppe, como a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), o Espaço Coppe Miguel de Simoni e o Projeto Letramento de Jovens, Adultos e Idosos.
Centro de Excelência em Rocha Digital é inaugurado na Coppe
A Coppe/UFRJ inaugurou, nesta sexta-feira, dia 22 de setembro, o Centro de Excelência em Rocha Digital (CERD), que é fruto de uma parceria com a Petrobras, e voltado principalmente para analisar rochas, com uso de Inteligência Artificial (IA). As análises serão realizadas, a partir da produção de imagens de alta resolução de amostras que são retiradas de reservatórios de petróleo, incluindo os do pré-sal.
Durante a inauguração, o consultor em rocha digital do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), Rodrigo Surmas, explicou que eles caracterizam as rochas oriundas do pré-sal e de outros reservatórios da Petrobras com a perspectiva de aumentar a produção de óleo e com outras novas perspectivas que surgiram como os projetos voltados para captura de carbono. Agora, com a inauguração deste centro, o processo ficará mais ágil porque poderão produzir a imagem tridimensional da rocha e, a partir dela, fazer simulações e aplicar algoritmos para melhor entender as suas propriedades, agilizando, assim, a sua caracterização, além de possibilitar a redução das incertezas.
“Nós sempre queremos produzir o óleo de forma mais rápida. Acelerar a caracterização é muito importante para isso, e reduzir as incertezas também para fazermos projetos que realmente se adequem à realidade da Petrobras e do país. Pode nos propiciar um fator de recuperação maior, ou seja, possibilitar de retirarmos mais óleo dos reservatórios”, declarou Rodrigo.
O professor do Programa de Engenharia Civil da Coppe, Alexandre Evsukoff, coordenador do CERD, diz que as análises destas rochas serão cruciais para determinar a economicidade de um projeto. Torna possível prever se um reservatório produzirá o suficiente, economicamente. Durante o processo de análise, a equipe do centro utilizará Inteligência Artificial para determinação das propriedades da rocha, e a partir dos modelos computacionais poderão estimar estas propriedades com uma velocidade rápida, agilizando o trabalho de caracterização da rocha e do reservatório.
CERD permitirá análises mais aprofundadas de rochas com uso de IA
Os pesquisadores do CERD utilizarão um equipamento de microtomografia para obterem as imagens, por meio de tomografia e microtomografia computadorizadas com raios X aplicados nas amostras das rochas. A partir das imagens em alta resolução, será possível fazer análises mais aprofundadas destas rochas, incluindo seu interior, com o uso de Inteligência Artificial, possibilitando a criação de um banco de dados contendo categorizações das rochas. Tais informações são fundamentais, inclusive para ampliar o grau de certeza de haver petróleo em determinado poço e estimar potencial de produção, a partir de comparações entre as características das rochas.
De acordo o professor Alexandre, o centro irá promover uma mudança de patamar na pesquisa e desenvolvimento em rochas digitais para o setor de petróleo e gás no Brasil. “A equipe multidisciplinar do CERD pode contribuir de forma significativa para o avanço das pesquisas em rocha digital, não só por meio de análise petrofísica de imagens, mas também com estudos de litologias e texturas para o ajuste de modelos de inteligência artificial e o desenvolvimento de algoritmos de simulação em ambiente de computação de alto desempenho”, afirma o professor.
A tomografia e a microtomografia computadorizadas de raios X em amostras de rochas retiradas dos campos de petróleo têm sido aplicadas extensivamente como ferramentas para auxiliar na determinação da geometria de fases e outros métodos para avaliação digital da estrutura da rocha. Alexandre diz que o potencial de aplicação de modelos de simulação e inteligência artificial em imagens de tomografia de rochas geram enorme demanda por infraestrutura laboratorial para realização de tomografias. Mas, o custo do equipamento utilizado, bem como sua complexidade e a necessidade de pessoal altamente qualificado para sua operação e análise de resultados, dificultam a implantação deste tipo de solução. É exatamente para suprir esta necessidade que o CERD foi criado.
A conexão entre modelos de inteligência artificial e modelos de simulação também é um tema relevante e de pesquisa de ponta na área de rocha digital. Neste contexto, o projeto inova ao aplicar os resultados de simulação numérica como feedback para o ajuste de parâmetros do modelo de IA. Além disso, a implantação deste centro em uma universidade, permite que os recursos possam também servir para a formação continuada de recursos humanos especializados nas diversas áreas envolvidas. A qualificação da equipe multidisciplinar que vem sendo formada na Coppe torna esse ambiente propício para a implantação desta iniciativa”, conclui o professor.