Pesquisadores da Coppe criam tecnologia para detectar em 20 minutos água contaminada

Pesquisadores da Coppe/UFRJ desenvolveram um sensor de fibra óptica nano-bio-tecnológico inovador, capaz de detectar contaminação por coliformes fecais na água em apenas 20 minutos. Os atuais processos envolvem várias etapas laboratoriais que podem levar até dois dias para fornecer resultados. A nova tecnologia se destaca pela rapidez e sensibilidade dos resultados, baixo custo, capacidade de miniaturização e facilidade de fabricação. O estudo, coordenado pelo professor Marcelo Werneck, dos Programas de Engenharia Elétrica e de Engenharia da Nanotecnologia da Coppe/UFRJ, foi publicado recentemente na revista Polymers.

Iniciativas como essa são cada vez mais importantes em um mundo onde as fontes de água limpa estão se tornando escassas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 27% da população mundial não tinham acesso a serviços de água potável segura em 2022. No Brasil, cerca de 34 milhões de pessoas (16% da população) não têm acesso à água tratada em casa, segundo o Instituto Trata Brasil. Além disso, a presença de água tratada não garante sua qualidade, pois ainda podem ocorrer problemas de contaminação nos sistemas de abastecimento. 

Como funciona

Marcelo Werneck explica que a fibra óptica do sensor funciona de forma semelhante às usadas nas telecomunicações. “Porém, ao invés de feixes de sílica, nós usamos fibras ópticas plásticas POF (da sigla em inglês, plastic optical fiber), que são mais baratas e mais fáceis de manipular. Elas transmitem feixes de luz de uma extremidade à outra dentro do dispositivo e, qualquer alteração na superfície da fibra afeta a intensidade de luz recebida na outra extremidade do sensor, permitindo a detecção de alterações microscópicas, como a causada por bactérias”, explica o professor da Coppe.

A professora Regina Célia Allil, também do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, faz parte do projeto e explica que, para a detecção de microrganismos, anticorpos específicos são fixados na superfície da fibra, usando nanopartículas de ouro. “Esses anticorpos capturam as bactérias de Escherichia coli que possam estar presentes na água. A nanotecnologia permite melhorar, consideravelmente, a aderência da armadilha de anticorpos, aumentando a sensibilidade do resultado”, ressalta.

O dispositivo, desenvolvido no Laboratório de Instrumentação e Fotônica (LIF) da Coppe, opera ainda com dois sensores de fibra óptica em paralelo: um contendo os anticorpos e outro sem. A comparação dos resultados entre eles permite identificar a presença de bactérias Escherichia coli com elevada seletividade, eliminando a interferência de outros detritos que possam estar na água.

Vantagens e aplicações

Os biossensores desenvolvidos oferecem vantagens significativas em comparação aos métodos tradicionais de detecção de contaminação da água, que são complexos, caros e demorados. Os biossensores desenvolvidos pela equipe da Coppe exigem menos materiais, menos mão de obra e oferecem resultados em 20 minutos, com um treinamento mínimo necessário para seu uso. Os professores afirmam que é viável reproduzir esse sensor em larga escala e o custo é muito pequeno. O objetivo é que o protótipo final seja um dispositivo móvel e portátil, que possa ser facilmente transportado para medições diretamente nos locais suspeitos de contaminação e utilizado em campanhas ou missões no interior do país.

Pesquisas futuras e desafios

A equipe do LIF/Coppe desenvolve essa pesquisa há cerca de dez anos, no entanto, ainda faltam algumas etapas para conquistar um protótipo ideal. “Estamos estudando qual é o prazo de duração dessa fibra óptica funcionalizada com anticorpos. E também queremos aumentar ainda mais a sensibilidade, para detectar se a água está apta para consumo humano”, afirma Werneck, acrescentando que acredita em chegar a um produto mais compacto e sensível ainda este ano.

A pesquisa faz parte da Rede de Nanotecnologia “Pesquisa Cooperativa em Materiais Nanoestruturados e Engenharia de Dispositivos Funcionais”, financiada pela Faperj. A Fundação apoia um bolsista de pós-doutorado e um de iniciação científica e investiu cerca de R$1.158.000 na pesquisa. Além disso, o projeto também recebe apoio do CNPq.

* Com Marina Verjovsky, da Faperj.

Inscrições abertas para curso de Inovação, Empreendedorismo e Transições Sustentáveis – Módulo II

A Diretoria de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ anuncia ao corpo discente dos 13 programas da instituição que estão abertas as inscrições para o Módulo II da Disciplina Inovação, Empreendedorismo e Transições Sustentáveis, oferecida pela professora Amanda Xavier, do Programa de Engenharia de Produção, e atual diretora de Planejamento, Administração e Desenvolvimento Institucional da Coppe.

O principal objetivo da disciplina é compreender modelos econômicos e de negócios contemporâneos e seus desafios reais, bem como os meios adequados para transições sustentáveis no contexto de um ecossistema de inovação empreendedor.

De acordo com Amanda Xavier, para falar de inovação, é preciso vivê-la. Não é diferente no processo de ensino-aprendizagem. “A disciplina Inovação, Empreendedorismo e Transições Sustentáveis adota exclusivamente métodos ativos de aprendizagem, colocando os pesquisadores como principais agentes do processo educacional. Ela funciona como um espaço e uma ferramenta para explorar o potencial criativo e sistêmico da engenharia, integrando os diversos conhecimentos dos alunos pesquisadores dos 13 Programas de Engenharia da Coppe. O objetivo é desenvolver novas abordagens para impulsionar a inovação, o empreendedorismo e as transições sustentáveis”, explica.

Com carga horária total de 45 horas, o Módulo II terá início no dia 27 de junho, e as aulas serão todas as quintas-feiras, das 9 às 12 horas. Mesmo sendo continuidade do primeiro, este segundo Módulo pode ser cursado por todos os alunos da Coppe, independente de terem frequentado o Módulo I. Ele será todo desenvolvido a partir da Game-Based Learning (GBL), a aprendizagem baseada em jogos.

Os interessados em cursar este módulo da disciplina devem enviar um e-mail para a professora Amanda Xavier (amandaxavier@pep.ufrj.br), com cópia para Rebeca Amaral (rebeca.amaral@pep.ufrj.br).

As aulas serão ministradas no Centro Multimídia de Difusão Tecnológica da Coppe (CMDT/Coppe/UFRJ), localizado no Bloco 3 do Centro de Tecnologia 2 (CT2 – 3º pavimento – sala multiuso), na Rua Moniz Aragão, 360, Cidade Universitária.

Esta é uma das ações da Diretoria de Tecnologia e Inovação da Coppe que visam incentivar o desenvolvimento de competências em tópicos relacionados à inovação e ao empreendedorismo, considerando o forte embasamento tecnológico tradicionalmente oferecido nos cursos de mestrado e doutorado.

A Diretoria da Coppe entende ser importante que a instituição continue sendo referência nacional e internacional na produção e aplicação de conhecimento inédito e acredita que deve ser dado um passo adiante na formação do seu competente corpo discente, promovendo a cultura inovadora e empreendedora.

1° Fórum Brasileiro de Processamento de Sinais

A Coppe/UFRJ vai sediar, nos dias 20 e 21 de junho, o I Brazilian Signal Processing Forum. O evento é uma iniciativa da IEEE Signal Processing Society (Sociedade de Processamento de Sinais, vinculada ao Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas – IEEE) e será coordenado pelo vice-diretor da Coppe, professor Marcello Campos e pelo professor Charles Cavalcante, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

O evento será realizado em inglês e discutirá diferentes aspectos de processamento distribuído de sinais para diferentes aplicações, que incluem otimização e aprendizagem, aprendizagem totalmente distribuída versus aprendizagem federada, cálculos distribuídos para aplicações de comunicação, e sistemas de monitoramento distribuídos. As pesquisas em processamento de sinais são aplicadas em diversos segmentos da indústria e setor de serviços tais como: telecomunicações, robótica, veículos autônomos, telemedicina, processamento de multimídia e muito mais.

O evento será híbrido e as inscrições são gratuitas pelo email bsp-forum@smt.ufrj.br. Aqueles que se registrarem e não puderem comparecer presencialmente poderão participar remotamente. O evento será transmitido pelo canal da Coppe no YouTube e permanecerá disponível.

O evento será realizado no auditório da Coppe, na sala G-122 do Centro de Tecnologia (CT).

Os palestrantes são pesquisadores líderes em suas áreas, de renomadas universidades internacionais:

Quinta-feira (20/6) às 10h30

This Wheel’s on Fibre: using fibre optic sensing for traffic monitoring – Professor Cédric Richard (Université Côte d’Azur)

Quinta-feira às 14h

Source separation: from early history to recent advances – Professor Christian Jutten (Université Grenoble Alpes)

Sexta-feira (21/6) às 9h

Wireless Communications for Distributed Computations – Professor Carlo Fischione (KTH Royal Institute of Technology Stockholm)

Sexta-feira às 10h

Goal-oriented Semantic Communication for Decentralized Intelligence – Professor Marios Kountouris (Universidad de Granada, Spain & Eurecom, France)

Confira a programação completa no site do I Brazilian Signal Processing Forum.

A mão de obra que nos falta

* Suzana Kahndiretora da Coppe/UFRJ

Foi no início da década de 60 que Alberto Luiz Coimbra se deu conta da importância da pesquisa científica e do modelo de “dedicação exclusiva”, a exemplo do que ocorria nos EUA no período de Guerra Fria, quando os cursos de engenharia iniciaram um processo de mudanças, de forma a não serem meramente formação de mão de obra para o mercado. 

Foi nesta ocasião que Coimbra criou a Coppe, instituto de pós-graduação em engenharia da UFRJ, que ganhou o seu nome, que hoje dirijo, e que se tornou um dos maiores centros de pesquisa e tecnologia da América Latina. Este modelo inovador, centrado em pesquisa de qualidade e com professores em horário integral e dedicação exclusiva, teve enorme importância no desenvolvimento tecnológico do País. Tanto foi assim, que no momento em que o Brasil decidiu liderar a tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas, o setor de pesquisa e tecnologia respondeu com sucesso a esta empreitada sendo atualmente referência mundial.

Por mais paradoxal que possa parecer nos dias de hoje, o setor de petróleo, um dos motores da economia do século XX, foi e ainda é, um celeiro de inovação tecnológica para o século XXI. Vem deste setor nossos avanços em robótica, novos materiais, integridade estrutural, sensoriamento remoto e automação, entre diversos outros exemplos.

O conhecimento vem se tornando cada vez mais sofisticado e valorizado e as inovações tecnológicas e o chamado “soft power” são os principais vetores para a economia deste século. Relatórios da ONU mostram que o mercado das tecnologias emergentes deverá ser de 3,3 trilhões de dólares no final desta década. Dados da Agência Internacional de Energia alertam que cerca de 45% das tecnologias-chave para a tão esperada transição energética ainda não existem comercialmente, o que sinaliza o enorme potencial à frente.

Enquanto isso, assistimos a um número crescente de recém-formados sem colocação no mercado, enquanto o País fica no 49º lugar no índice global de inovação feito pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual que analisou indicadores de 132 nações. Cursos de graduação são abertos, sem que haja nenhuma preocupação com sua sustentabilidade. O que se vê são universidades públicas sem verba e formando um contingente alto de profissionais que não encontram colocação em suas áreas, enquanto o País precisa urgentemente de capital humano qualificado. De acordo com relatório Brasil: Mestres e Doutores 2024, lançado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, é grave a situação do país frente à crescente necessidade de mão de obra altamente especializada para fazer frente aos desafios deste século.

De posse de todos estes fatos, parece óbvio a necessidade, de assim como percebeu Coimbra na década de 60, se ter um modelo adequado ao momento atual do mundo e do País. Usando o refrão da música, como cantam Chitãozinho e Xororó, ficaremos negando as aparências, disfarçando as evidências, continuando a achar que nossos problemas se resumem à falta de verbas e não a urgente necessidade de rever a importância relativa dos cursos de graduação e pós graduação de maneira a apoiar estrategicamente aqueles que são e serão relevantes para a nossa sociedade e nosso desenvolvimento?

* Artigo publicado em O Globo – Opinião – 18/06/2024.

Meninas superpoderosas: Professoras da Coppe são contempladas em programa da Faperj para a inserção feminina nas áreas tecnológicas

A Coppe/UFRJ teve duas professoras contempladas no Programa Meninas e Mulheres nas Ciências Exatas e da Terra, Engenharia e Computação 2024, da Faperj: Inayá Corrêa Barbosa Lima e Elizabete Fernandes Lucas. O programa é destinado a pesquisadores que contribuem para o desenvolvimento científico e para a formação de recursos humanos nas referidas áreas. O resultado do edital foi divulgado no dia 13 de junho e, ao todo, foram contempladas 33 propostas, sendo nove da UFRJ.

O objetivo principal é promover o despertar do interesse vocacional de meninas e mulheres da Educação Básica – que envolve o Ensino Fundamental, a partir do 6º ano e o Ensino Médio – e do Ensino Superior para a pesquisa científica e tecnológica nas áreas técnicas, com projetos desenvolvidos nas escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro.

A professora Elizabete Lucas, do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM) foi contemplada com o projeto “Meninas superpoderosas: nas ciências e na tecnologia”. Já a professora Inayá Corrêa Lima, do Programa de Engenharia Nuclear (PEN), com o projeto “Meninas como futuras líderes na ciência nuclear: iniciativas de desmistificação”.

De acordo com a diretora científica da Faperj, Eliete Bouskela, o programa é importante e fundamental para o ingresso e permanência de meninas e jovens cientistas nas áreas exatas e tecnológicas. “A sub-representação de mulheres nestas áreas precisa ser equacionada, uma vez que estas são áreas estratégicas e bem remuneradas”, diz.

Conheça os programas da Faperj para alavancar o empreendedorismo no Rio de Janeiro

Quando o assunto é empreendedorismo e inovação, a troca de informações, de experiências e conhecer todas as oportunidades de incentivo pode fazer toda a diferença, tanto para aqueles que estão dando os primeiros passos na área, como para os que desejam aprimorar seus projetos ou conquistar novos fomentos.

Esse foi um dos principais objetivos da palestra na Coppe, “A Faperj e seus fomentos para a formação da inovação”, dada pela assessora da diretoria de Tecnologia do órgão, Renata Angeli. Ela demonstrou, em detalhes, uma série de iniciativas implantadas nos últimos anos, por meio de editais, para alavancar o empreendedorismo no Estado do Rio de Janeiro, envolvendo suas Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs).

Renata, que é também professora da Uerj, citou entre as iniciativas:

  • O programa Doutor Empreendedor, que segue uma trilha de inovação e o valor da bolsa chega a ser maior do que a do doutorado.
  • O programa InovAÇÃO de apoio à inovação em micro, pequenas e médias empresas no Estado do Rio, lançado em conjunto com Agência Estadual de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (Agerio).
  • O Inovatrip que tem como objetivo selecionar, credenciar e financiar Núcleos de Pesquisa envolvidos em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) para promover a interação entre empresas e ICTs no Estado do Rio.

Conforme explicou Renata, o Inovatrip é voltado para o desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas (PME), Micro Empresas e Startups; e envolve também a participação do governo estadual, compondo o modelo denominado Hélice Tripla.

É necessário que as propostas tenham viés de inovação ou algo inovador que justifique o pedido da bolsa.

Promovida pelo Inova Coppe-IQ, a palestra foi realizada na segunda, dia 10 de junho, no Espaço Conexão Coppe-I. Para saber mais sobre o Inovatrip, acesse https://www.faperj.br/?id=548.7.0

Nature: Emissões do transporte marítimo podem ser reduzidas em 86%

Pesquisadores da Coppe/UFRJ estão entre os autores de um estudo internacional sobre a descarbonização do transporte marítimo. O artigo International shipping in a world below 2 °C foi publicado no dia 22 de maio, no site da Nature Climate Change. Entre os autores estão os professores Roberto Schaeffer, Alexandre Szklo, Joana Portugal-Pereira e Pedro Rochedo, e os pesquisadores Eduardo Müller-Casseres (autor líder do paper), Luiz Bernardo Baptista e Rebecca Draeger, todos do Programa de Planejamento Energético (PPE) com atuação no laboratório Cenergia.

O artigo que será publicado na edição impressa da Nature Climate Change, neste mês de junho, apontou que o transporte marítimo internacional possui um alto nível de inércia tecnológica. Isso ressalta a necessidade de investimentos em combustíveis de baixo carbono, novos motores e nova infraestrutura (para armazenamento e abastecimento) de modo a preparar o setor para a transição para fontes renováveis de energia.

O estudo resultou de uma colaboração internacional, envolvendo diversos modelos de avaliação integrada (IAMs, na sigla em inglês) e demonstrou o potencial de descarbonização do transporte marítimo, com a redução das emissões anuais alcançando até 86% até 2050, com a implementação de combustíveis de baixo carbono. Os autores destacaram a importância da implementação de um portfólio de combustíveis alternativos, como biocombustíveis drop-in, álcoois renováveis e amônia verde, aos combustíveis marítimos convencionais, e reforçaram o conceito de corredores verdes para práticas de navegação sustentável.

Segundo o pesquisador Luiz Bernardo Baptista, o estudo foi motivado por uma recorrente discussão entre os pesquisadores envolvidos na colaboração internacional sobre a necessidade de “dar um zoom” nos setores hard to abate (de difícil redução de emissões). “O transporte marítimo internacional é difícil de descarbonizar ou não estamos dando a devida atenção? Essa dúvida motivou a tese de doutorado do Eduardo (colega de Bernardo no Cenergia) e estudos sobre como reagiriam os modelos de avaliação integrada, como o Coffee que usamos aqui na Coppe, com alterações nas variáveis relativas ao transporte marítimo”.

“Nós e outros cinco grupos de pesquisa de diferentes países contamos com o apoio do projeto Navigate, financiado com recursos do fundo europeu EU2020 e trabalhamos em consonância para analisar as metas de descarbonização que a Organização Marítima Internacional (IMO) fixou para 2050 , acrescentou.

De acordo com Bernardo, o transporte marítimo é um setor hard to abate, dentre outros motivos, devido ao longo tempo de vida útil da frota em operação e alto custo para substituí-la. “Leva cerca de 25 a 40 anos para descomissionar os navios, tempo semelhante ao de grandes usinas. Com a implementação de combustíveis drop in – óleo vegetal direto ou hidrotratado, biodiesel (FAME), entre outros – não precisa substituir a frota existente”, explicou o pesquisador que ressaltou os desafios logísticos para armazenamento e distribuição destes combustíveis, que são diferentes para cada país.

“No Brasil, a gente não enxerga a dificuldade de ter etanol nos postos de combustível, porque aqui é comum. Nossa cadeia de suprimentos está preparada para isso, porque houve decisão política de prepará-la. Os estudos e metas precisam ser revisitados, porque decisões não são tomadas e a janela de oportunidade para reduzir as emissões de maneira tempestiva se torna mais estreita. Precisamos ter um olhar crítico sobre a viabilidade”, ponderou o aluno de doutorado do Programa de Planejamento Energético.

Brasil no centro da biodiversidade

Jardins do Museu de Arte Moderna (MAM/RJ)

A diretora da Coppe/UFRJ, professora Suzana Kahn esteve presente nesta quinta-feira, 6 de junho, ao lançamento da Fundação Roberto Burle Marx, em Londres. Criada com apoio da Fundação Lemann, a nova instituição tem como objetivo preservar e promover o legado duradouro de Burle Marx. Reconhecido como o principal arquiteto paisagístico do mundo” e “verdadeiro criador do jardim moderno”, Roberto Burle Marx (1909-1994) foi um polímata – um arquiteto paisagístico visionário, artista, botânico e conservacionista que defendia a coexistência da humanidade com o mundo natural. O evento de lançamento, apoiado pela Embaixada do Brasil, foi ao mesmo tempo uma celebração da biodiversidade e da cultura do Brasil.

As pesquisas e estudos desenvolvidos pela Coppe sempre consideraram como prioritário o desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, a Coppe/UFRJ criou, no final de 2023, um grupo temático, transversal, agregando as competências de vários de seus programas acadêmicos, para potencializar suas iniciativas em bioeconomia. Segundo Alfredo Renault, diretor do Centro de Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono (BxC) da Coppe, os usos potenciais da biomassa podem ter um impacto muito grande na questão das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

“O tema da biomassa tem um papel importante para o país porque ele pode ser desenvolvido a partir de resíduos urbanos e também a partir de resíduos agrícolas e dejetos animais. Há grandes oportunidades para o Brasil em função de sua característica de ter centros urbanos populosos e força agrícola e pecuária. Essas iniciativas estão ligadas à possibilidade de geração de energia através de biomassa, inclusive biocombustíveis, e também biogás, biometano, além de combustível sustentável para aviação (SAF, na sigla em inglês). Então, as iniciativas de biomassa são bastante abrangentes do ponto de vista da geração de energia, em substituição à energia fóssil e altamente emissora de GEE”, explica Renault.

De acordo com Alfredo Renault, a Coppe também estuda o potencial da biomassa como um substituinte de materiais petroquímicos, não só como o bioplástico, mas como outras iniciativas de substituição de petroquímicos, “o que também é um potencial importante para o Brasil e uma maneira também da biomassa entrar forte no processo de substituição de materiais fósseis”.

Segundo o diretor do BxC, já existem projetos em andamento, em parceria com empresas do setor de óleo e gás. “Mas a nossa ideia é fazer uma coisa mais robusta e mais conectada entre os diferentes laboratórios e as diferentes expertises da Coppe de uma maneira mais integrada, para trabalhar a contribuição que a biomassa pode dar para todas essas questões vinculadas à questão ambiental e questão de emissões. Lembrando também que a biomassa pode conferir uma destinação mais nobre para o lixo urbano.”

Sobre a Fundação Roberto Burle Marx

Andrea Burle Webber, sobrinha e diretora da Fundação, destacou que “Burle Marx apoiava a igualdade social, a educação para todos e a importância das relações humanas e da coexistência com a natureza. A Fundação Roberto Burle Marx se esforçará para servir como um farol desses princípios, fomentando a pesquisa, a educação e a preservação de paisagens naturais e culturais. Esperamos que inspire as gerações futuras a levar adiante sua visão de um mundo onde a natureza e a criatividade humana coexistem em perfeita harmonia”.

Os projetos que serão desenvolvidos pela Fundação, ou com o apoio da mesma, unem as esferas das artes, botânica e conservação ambiental, com o objetivo de inspirar as gerações futuras a defender e expandir sua abordagem pioneira e multidisciplinar.

Dentre as iniciativas apresentadas por Andrea, estão a criação do Prêmio Roberto Burle Marx, aberto a indicações globais em design de paisagem e conservação, e que reconhecerá excelência e inovação orientadas por princípios semelhantes aos adotados pelo Comitê Nobel. Além disso, o Parque Roberto Burle Marx, adjacente ao Sítio Burle Marx, será o carro-chefe de uma rede global de parques que oferecerão lazer, recreação, educação, entretenimento e pesquisa ambiental. A rede global de parques ajudará a financiar a conservação do patrimônio paisagístico e legado ambiental de Burle Marx.

Startups oriundas da Coppe desenvolvem aplicativo para cuidados com a saúde para o Instituto de Puericultura e Pediatria da UFRJ

As startups Lemobs, graduada pela Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, e Prontlife estão disponibilizando para o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ, um aplicativo voltado para cuidados com a saúde e para formação acadêmica dos estudantes de medicina. A tecnologia, que permite um leque de opções para monitoramento da saúde online, teleatendimento, gestão acadêmica e gameficação, está sendo disponibilizada por meio de um acordo celebrado no dia 29 de maio.

O acordo prevê recursos no valor de R$ 1 milhão, do qual 1/3 vem da contrapartida da Lemobs pelo suporte empresarial durante seu período de residência na Incubadora de Empresas da Coppe. Os outros 2/3, complementados pela ProntLife, é por meio de doação, retribuindo à universidade o sucesso que ambas startups alcançaram. Hoje elas estão sediadas no Parque Tecnológico da UFRJ.

O sócio-fundador de ambas startups, Sérgio Rodrigues, que é doutor pelo Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe, diz estar entusiasmado com o projeto, do qual é um grande incentivador. “Viemos para somar, o hospital está passando por um momento muito positivo com a entrada da EBSERH, empresa pública vinculada ao MEC que presta serviços de saúde e apoio ao ensino em 40 hospitais universitários federais, e nosso papel será complementar essa transformação digital, com inovações para a formação acadêmica”, comemora Sérgio.

“Sou pai de uma menina de dois anos e em poucos dias terei um menino. Qualquer ser humano que visita o hospital pediátrico se emociona com a dedicação e o carinho dos profissionais ali envolvidos. Há tempos queríamos fazer algo impactante pela UFRJ, por gratidão e propósito. A tecnologia pode apoiar no cuidado de diversas formas, no atendimento, na comunicação e também na formação acadêmica”.

Sediadas no Parque Tecnológico, Lemobs e Prontife são oriundas de laboratórios do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe, e acumulam grande expertise no desenvolvimento de tecnologias online para a saúde. Um exemplo é o aplicativo App Minha Saúde, que foi lançado durante a pandemia para ajudar a população e municípios na avaliação de sintomas que pudessem sinalizar covid-19. A solução tecnológica foi adotada por vários municípios brasileiros, a partir de 2020, e nos últimos meses adaptada e implantada na Petrobras para melhor avaliação da saúde e bem-estar de seus funcionários. Hoje é objeto deste acordo de cooperação com o IPPMG.

Parceria entre Coppe e UCL inspira expansão multidisciplinar em pesquisas para desastres

O Centro de Estudos e Pesquisas de Engenharia para Desastres (Ceped) da Coppe/UFRJ está projetando uma expansão multidisciplinar inspirado pelo modelo bem-sucedido do Instituto de Redução de Riscos e Desastres (IRDR) da University College London, Inglaterra. Ambas instituições avançam numa parceria com o objetivo de liderarem a pesquisa e a prática na área de redução de riscos de desastres e ações humanitárias. A diretora da Coppe, Suzana Kahn, em visita à universidade, e o coordenador do Ceped, Tharcisio Fontainha, e professor visitante da UCL, se reuniram nesta quarta-feira (05), em Londres, para planejar o desenvolvimento desta parceria.

O IRDR pode ser um exemplo do que o Ceped pode almejar no futuro. Para Suzana, a proposta envolve a junção dos 13 programas de engenharia da Coppe para abordar todo o ciclo de vida dos desastres: mitigação, preparação, resposta e recuperação. “Isso tornará o Ceped verdadeiramente interdisciplinar dentro da Coppe e, eventualmente, poderemos expandir para uma colaboração mais ampla dentro da UFRJ, com a possível criação do Ceped UFRJ”, conta. 

Com mais de 30 professores de diversas áreas, Tharcisio conta que o IRDR se destaca pela sua integração de conhecimentos que vão desde engenharia civil e de produção até epidemiologia, relações internacionais, assistência social e história. O instituto começou com estudos de desastres no nível de mestrado e doutorado, com articulações de relevância com órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações internacionais de ajuda humanitária. “Devido ao aumento da quantidade e impacto dos desastres no mundo, o instituto abriu o curso de graduação de Global Humanitarian Studies.”

O IRDR é um departamento da Faculdade de Ciências Matemáticas e Físicas, mas atua em todas as faculdades da University College London, abrangendo ciências naturais e sociais, matemática e estatística, engenharia e planejamento de desenvolvimento, saúde global, antropologia, humanidades, ética e leis.

Criado em 2023, o Ceped é uma iniciativa surgida a partir de uma linha de pesquisa criada pelo professor Tharcisio, no Programa de Engenharia de Produção da Coppe.

Living Labs discutem expansão da metodologia no Brasil

O Laboratório Urbano Vivo de Soluções Construtivas Inteligentes (LCI) da Coppe/UFRJ organizou na última semana o III Encontro de Living Labs do Brasil. O Encontro que reuniu mais de setenta participantes de trinta e dois laboratórios, órgãos governamentais e empresas privadas de todo Brasil buscou além da troca de experiências e networking, a tomada de decisões importantes para a consolidação da Rede, para o crescimento dos living labs que já existem e para o avanço da metodologia pelo país.

Os living labs – ou laboratório vivos – são ambientes colaborativos de inovação, em que pesquisadores, governo, empresas e usuários finais (quádrupla hélice) criam soluções tecnológicas, conjuntamente, testando-as em contextos reais, com foco no usuário da solução.

Segundo o professor Romildo Toledo, diretor do Parque Tecnológico, ex-diretor da Coppe e coordenador do LCI, as demandas recebidas pelos living labs refletem o conceito de bottom-up (de baixo para cima) e não nascem necessariamente da comunidade, podem nascer das empresas, das startups. “Living lab é uma forma viva de fazer avançar e chegar à sociedade o conhecimento”, afirmou.

Mariana Marques, pesquisadora do LCI e organizadora

Segundo Mariana Marques, pesquisadora e gerente do LCI, living labs precisam ser definidos, formalmente, por um conceito que seja abrangente o suficiente para abarcar a diversidade de ações dos laboratórios que integram a rede, mas que permitam uma definição mais concreta. Isso conferiria representatividade para a rede dialogar em prol dos living labs do país.

“Nós somos vistos como parte do ambiente de inovação, mas não está descrito na lei da inovação o que é living lab. Não há editais específicos para a captação de recursos, o que dificulta a obtenção de fomento”, explicou Mariana

Na avaliação de Barbara Johas, coordenadora do Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana (Cesu) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), e organizadora do primeiro Encontro de Living Labs, em 2022, “o país é muito diverso e os living labs expressam essa regionalidade em suas atuações e em sua inserção. Compartilhar, criar, cocriar, essa é a essência da inovação”.

Com 21 laboratórios a ela articulados, a Rede é uma iniciativa recente. Foi criada em outubro de 2023, em Recife, no II Encontro de Living Labs e foi inspirada pela European Network of Living Labs (ENoLL).

Ceped-Coppe reúne especialistas internacionais em desastres e operações humanitárias

O seminário, híbrido, foi moderado pelo professor Tharcisio Fontainha de forma remota

O Centro de Estudos e Pesquisas de Engenharia em Desastres (Ceped) da Coppe/UFRJ reuniu, em seu primeiro seminário, especialistas dos Estados Unidos, Índia e África do Sul, para apresentarem experiências e discutirem formas de colaboração em operações humanitárias e no enfrentamento a desastres.

O evento contou com a participação da professora Nirmala Dorasamy, do Department of Public Management and Economics, Durban University (África do Sul); do professor Shane Underwood, da North Carolina State University (EUA); e de Vipul Nakum (Índia). O mediador do seminário foi o coordenador do Ceped Coppe e professor do Programa de Engenharia da Produção (PEP), Tharcisio Fontainha, que apresentou o Ceped e fez um panorama dos principais projetos de pesquisa em curso no laboratório.

Professora Nirmala Dorasamy

Em sua apresentação, a professora Nirmala Dorasamy destacou que o melhor responsável para responder a um desastre será aquele indivíduo ou autoridade mais próxima., no caso o município. No caso da África do Sul, embora eles tenham o Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres, a descentralização de responsabilidades se estende para as províncias e, posteriormente, para os municípios. “Cada um deles possui planos de gestão de desastres, e há muita coordenação para integrar os planos, as respostas e as políticas desde o nível nacional até o municipal”, relatou a professora. Segundo ela, além das estruturas formais de governança, o país também adota uma abordagem mais inclusiva. “O que isso engloba? Também temos ONGs, empresas e organizações comunitárias. Todos estão envolvidos como potenciais partes interessadas na interação com os funcionários responsáveis do governo, não apenas em termos de resposta a desastres, mas também em termos de planejamento e fornecendo contribuições significativas para o desenvolvimento de planos de gestão de desastres”.

Professor Shane Underwood

O professor Shane Underwood, por sua vez, falou sobre a gestão de riscos em termos de gestão de ativos e alertou para os danos causados pela corrosão às estruturas civis. “Quando construímos ativos, analisamos os padrões de precipitação, que podem ter impactos físicos e não físicos, diretos e indiretos. Assim, a resposta aos desastres enseja ações imediatas, de curto prazo (3 a 5 anos), médio prazo (10 anos) e estratégicas (longo prazo). Estradas vão se degradar mais rapidamente em áreas inundadas. Precisamos entender como elas se comportarão a longo prazo, e essa é uma área que possui muitas incertezas. É preciso fazer uma análise de criticidade e conhecer o que não pode falhar durante um desastre”, recomendou.

Vipul Nakum falou sobre os desafios colocados por cenários de desastres múltiplos, tomando como exemplo a Índia, que em meio ao cenário de restrições impostas pela pandemia sofreu com a passagem de cinco ciclones pelo país, exigindo evacuações em larga escala. “Devemos coordenar esforços para que não haja nenhuma vítima fatal de desastres. Não deixar ninguém para trás”.

“O que pude perceber dessa discussão é que temos muitas áreas comuns para trabalhar. Estamos nos preparando para implementar o Marco de Sendai em nível local. E, para isso, é muito importante alinhar as prioridades de Sendai com as nossas para alcançar o objetivo comum de minimizar o impacto dos desastres nas pessoas, propriedades e meio ambiente. Portanto, vejo aqui uma oportunidade de trabalharmos juntos. E, com certeza, todos os aprendizados obtidos trabalhando em diferentes canais e departamentos contribuem para um objetivo comum: salvar vidas”, reforçou o especialista indiano.

No encerramento do seminário, o professor Tharcisio Fontainha concordou com os colegas que as pesquisas no campo da Engenharia para desastres têm muita ênfase nas ações governamentais, mas pontuou que o Ceped-Coppe tem projetos e iniciativas de pesquisa focados na relação entre governo e setor privado, governo e sociedade civil, e também entre setor privado e sociedade civil em geral. “Portanto, concordo com a necessidade de reunir essas partes interessadas. É algo em que estamos realmente focados. E espero que possamos continuar a desenvolver pesquisas e contribuições práticas em nossos países”, concluiu o professor.

Como forma de contribuir com autoridades governamentais e com a sociedade civil, a Coppe promoveu no dia 19 de março, o painel “Coppe Sociedade: a Engenharia no enfrentamento dos desastres”. O evento gerou uma publicação, disponível na versão flipbookClique aqui e confira.

O evento foi transmitido pelo canal da Coppe no YouTube, propiciando participação internacional, e está disponível, na íntegra.

Incubadora da Coppe integra delegação de empresas tecnológicas em missão em Macau

Segundo à esquerda, Marcos Chaves representou a Incubadora da Coppe na missão

A convite do Centro de Incubação de Jovens Empreendedores de Macau, a Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ integra uma delegação de empresas de tecnologia de países de língua Portuguesa que está participando de uma missão na Grande Baía Guangdong de Hong Kong-Macau. A incubadora está representada pelo seu head Marcos Chaves.

As atividades, que iniciaram no último dia 19 e irão até 27 de maio, envolvem visitas a centros ligados à inovação e empreendedorismo, conferências, intercâmbios e cooperações, além da participação na Beyond Expo, que vem se tornando a principal exposição anual de tecnologia da Ásia, e foca na inovação e seu impacto na sociedade atual e futura.

Como parte da programação, Marcos e demais membros da delegação participarão também, nos dias 26 e 27, da Conferência Global de Promoção de Investimentos de Hengqin 2024. O objetivo é demonstrar o alto nível de abertura de Hengqin e seu clima empresarial de primeira classe aos investidores globais. Durante o evento serão realizados vários fóruns paralelos, construindo uma plataforma de intercâmbio aberta e diversificada para investidores globais.

O Centro de Incubação de Jovens Empreendedores de Macau foi designado como o Centro de Inovação e Empreendedorismo Juvenil entre a China e os Países de Língua Portuguesa em outubro de 2017, aproveitando o papel de Macau como uma plataforma de serviços comerciais e de comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Desde então, tem se comprometido a facilitar a troca e cooperação em inovação e empreendedorismo entre a China e os países de língua portuguesa por meio de uma variedade de iniciativas e eventos.

Prêmio Inventor Petrobras contempla 18 pesquisadores da Coppe

O Prêmio Inventor Petrobras 2024 contemplou oito professores, dois pesquisadores, três doutorandos e uma engenheira civil da Coppe/UFRJ, além de dois ex-alunos e dois ex-pesquisadores.  No total, foram 18 contemplados ligados à instituição que atuaram no desenvolvimento de um total de oito tecnologias que geraram registros de patentes em 2023.

Em sua 24ª edição, o Prêmio Inventor Petrobras reconhece os esforços de pesquisadores da área de petróleo e gás que possibilitem à estatal se manter entre as empresas mais inovadoras no setor. A premiação busca valorizar pesquisadores e cientistas da estatal e de instituições parceiras envolvidos em projetos de pesquisa e inovação que resultaram em registros de patentes.  Na Coppe, os contemplados atuam ou atuaram nos Programas de Engenharia Civil (PEC), de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM), e de Engenharia Química (PEQ), e algumas tecnologias foram desenvolvidas no âmbito da Escola de Química (EQ) e do Instituto de Macromoléculas (IMA), da UFRJ.

O diretor-adjunto de Tecnologia e Inovação da Coppe, Thiago Aragão, diz que trabalhar no desenvolvimento de produtos e processos inovadores é essencial para que o ciclo de produção do conhecimento, a partir de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), fique completo. “O artigo científico produzido a partir das dissertações e teses não deve ser o fim, mas um dos meios para a produção e a transferência de tecnologias úteis para a sociedade. Fazer isso em parceria com a Petrobras nos enche de alegria, pois além de ser uma empresa que é um orgulho do povo brasileiro, ela tem sido uma excelente parceira da Coppe durante décadas”, analisa o professor.

Thiago também foi um dos contemplados com a premiação nesta edição, por uma tecnologia desenvolvida no Setor de Pavimentos do Laboratório de Geotecnia, que ele coordena e é ligado ao Programa de Engenharia Civil da Coppe, do qual é professor. Ele comemora e pretende ainda mais. “Nós do Laboratório de Geotecnia – Setor de Pavimentos pretendemos intensificar o depósito conjunto de patentes, com o objetivo principal de contribuir com o avanço do conhecimento e com a implementação de tecnologias que impulsionem o desenvolvimento da sociedade brasileira. Celebremos a Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil!”, conclui.

Veja a relação dos contemplados ligados à Coppe que participaram da criação de inovadoras soluções em parceria com a Petrobras:

* Amanda Loreti Hupsel – Aluna de doutorado do PEQ/Coppe

* Ana Mehl – Professora da EQ e pesquisadora do LRap/PEC/Coppe

* Argimiro Secchi – Professor do PEQ/Coppe

* Bruno Cavalcante Mota – Aluno de doutorado do PEC/Coppe

* Cláudia Regina Mansur – Professora do IMA e do PEMM/Coppe

* Claudio Harbert – Professor do PEQ/Coppe

* Cristiano Borges – Professor do PEQ/Coppe

* Felipo Doval Soares – Doutor pelo PEQ/Coppe, em 2023

* Frederico Kronemberger – Professor do PEQ/Coppe

* José Carlos Pinto – Professor do PEQ/Coppe

* Júlia do Nascimento Nogueira – Ex-pesquisadora do PEQ e atual analista de negócios da Deloitte Brasil

* Mariana Teixeira Mendes – Aluna de doutorado do PEMM/Coppe

* Mariluce Ubaldo – Engenheira civil do PEC/Coppe

* Maurício Bezerra Júnior – Professor da EQ e do PEQ/Coppe

* Rafael Marinho Soares – Doutor pelo PEQ/Coppe, em 2022

* Suzanny Paiva de Carvalho – Pesquisadora do PEMM/Coppe

* Thiago Aragão – Professor do PEC/Coppe

*Tiago Silva Lemos – Ex-pesquisador de pós-doutorado do PEQ/Coppe e atual engenheiro de Processamento da Petrobras

Coppe e Parque Tecnológico promovem encontro de living labs

A Coppe/UFRJ e o Parque Tecnológico da UFRJ promovem de 22 a 24 de maio o III Encontro de Living Labs do Brasil. O evento, gratuito e aberto ao público, está sendo organizado pelo Laboratório Urbano Vivo de Soluções Construtivas Inteligentes (LCI), vinculado ao Programa de Engenharia Civil da Coppe, e será realizado na Inovateca.

De acordo com Mariana Marques, pesquisadora e gerente do LCI, living labs – ou laboratório vivos – são ambientes colaborativos de inovação, em que pesquisadores, governo, empresas e usuários finais (quádrupla hélice) criam soluções tecnológicas, conjuntamente, testando-as em contextos reais, com foco no usuário da solução.

O Encontro terá como tema “Ecossistemas Inteligentes: Construindo o Futuro Sustentável” e nele serão abordados temas como inovação colaborativa, cocriação, integração entre os setores da quádrupla hélice, além da apresentação de uma proposta para a formalização da Rede de Living Labs do Brasil.

O LCI coordena a  Rede Brasileira de Living Labs até janeiro de 2025 e busca, além de formalizar a rede, conectar os living labs  (já são 21 integrando a rede) com outras instâncias, reforçando o ecossistema de inovação do país.

O evento contará com a participação de secretária de Desenvolvimento Econômico do Recife, Joana Portela Florêncio; da diretora nacional do CITinova, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcela Raposo; do gerente-geral de Inovação do Recife, Evisson Lucena; e de Camila Antonelli Pires, analista de políticas sociais do Laboratório de Inovação em Governo (GNova), da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). A abertura será feita pelo diretor do Parque Tecnológico, coordenador do LCI e ex-diretor da Coppe, professor Romildo Toledo.

Inscreva-se e compareça ao III Encontro de Living Labs do Brasil.

Nelson Ebecken recebe o título de Professor Emérito

O Conselho Universitário da UFRJ aprovou por unanimidade e aclamação a concessão do título de professor emérito a Nelson Ebecken, do Programa de Engenharia Civil da Coppe/UFRJ. A aprovação foi na manhã de hoje dia, 17 de maio. Confira parte do parecer:

“A avaliação do mérito… demonstra a excelência, a dedicação e o esforço permanentes do Prof. Nelson no cenário acadêmico, cuja produção e atividades científicas e tecnológicas são de enorme relevância para a área das Engenharias (Civil, de Petróleo, de Sistemas Computacionais). Sua contribuição científica tem sido usada exitosamente em projetos brasileiros de diversas empresas dos setores de mineração e energia, petróleo, meteorologia, ecologia, bioinformática, poluição atmosférica e poluição marítima. Destaca-se também a sua grande contribuição na formação de profissionais e pesquisadores na sua área de atuação, tornando-o merecidamente reconhecido pela comunidade acadêmica nacional e internacional, o que tem contribuído para manter a UFRJ uma referência mundial na educação e pesquisa.”

Diretora da Coppe discute cidades e os desafios climáticos em evento “G20 no Brasil”

Professora Suzana Kahn – foto de Fabio Cordeiro (O Globo)

A diretora da Coppe/UFRJ, professora Suzana Kahn, participou nesta quinta-feira, dia 16 de maio, do painel “Como preparar as cidades para os desafios climáticos e a promoção do bem-estar dos cidadãos”, promovido pela Editora Globo, na série “G20 no Brasil”.

Professora Suzana ressaltou a importância de capacitação da população para lidar com as novas tecnologias, de modo a conter o agravamento da desigualdade socioeconômica. “Quanto mais se exige de conhecimento e tecnologia, mais se abre a ‘boca do jacaré’. E se nada for feito para capacitar essas pessoas para viver essa revolução 4.0, mais desigual vai ser a sociedade e as cidades vão perdendo protagonismo na economia regional e mundial”.

A diretora da Coppe destacou que a tecnologia precisa chegar à gestão pública. “Ela pode ajudar a mostrar e mapear onde e quem está precisando mais, onde está mais carente. Há uma dificuldade enorme de usar recursos já disponibilizados. Até hoje há recursos parados na Caixa Econômica Federal por causa das chuvas de 2011, em Petrópolis. Se não casar as duas coisas, abre-se um precedente para a corrupção. É preciso ter cuidado e fazer o dinheiro chegar na ponta”, alertou.

Painel Coppe Sociedade: A Engenharia no enfrentamento dos desastres

Como forma de contribuir com autoridades governamentais e com a sociedade civil, a Coppe/UFRJ promoveu no dia 19 de março de 2024, o painel “Coppe Sociedade: a Engenharia no enfrentamento dos desastres”, consolidando o pioneirismo e a vocação da Coppe em aliar pesquisas em diferentes áreas estratégicas para o desenvolvimento do país.

O evento teve como objetivo reunir academia, representantes da sociedade civil e órgãos de governo para apresentar os impactos das mudanças climáticas no estado do Rio de Janeiro, alertar e educar sobre o enfrentamento de desastres e discutir perspectivas de avanço na relação entre a academia e a sociedade. O painel foi dividido em três mesas-redondas: “Mudanças climáticas e os impactos na infraestrutura civil-urbana”, “Organização da sociedade no enfrentamento dos desastres” e “Situação atual e desafios dos municípios para lidar com eventos naturais extremos”.

O evento gerou uma publicação, disponível abaixo na versão flipbook. Clique para passar as páginas e boa leitura.