XVII edição do Desafio Solar Brasil

Teve início na última quarta-feira, 16 de março, a décima sétima edição do Desafio Solar Brasil (DSB), competição de barcos movidos a energia solar, que reúne estudantes, técnicos e professores com equipes de diversos estados brasileiros. O DSB é uma atividade de extensão da UFRJ, coordenada pelo professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ e decano do Centro de Tecnologia (CT), Walter Suemitsu. Este ano, quatorze embarcações participam da competição disputada em São Francisco, Niterói.

O desafio conta com apoio da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria do Clima, e tem como objetivos promover o desenvolvimento de tecnologia; formar jovens, estudantes de ciências e tecnologias no uso de fontes alternativas energia; popularizar a cultura marítima e as fontes alternativas de energia; promover o intercâmbio entre estudantes e pesquisadores. A competição termina na terça-feira, 22, Dia Mundial da Água.

As provas e eventos culturais são realizados na Praça do Rádio Amador. Saiba mais: https://desafiosolar.com.br/bsb-2022-niteroi/

Coppe tem 21 professores contemplados nos programas Cientista do Nosso Estado da Faperj

A Coppe/UFRJ teve 21 professores contemplados em programas da Faperj, por meio de editais: 16 no Cientista do Nosso Estado (CNE), e cinco no Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE). Os resultados são da edição de 2021 e foram divulgados agora, no mês de março, em função do agravamento da pandemia da covid-19 no decorrer do ano passado. O fato levou a diretoria da Faperj a estender a vigência das bolsas dos cientistas e jovens cientistas que estavam concorrendo a esses editais, sem prejuízo para nenhum pesquisador.

Os programas apoiam projetos coordenados por pesquisadores doutores com reconhecida liderança em sua área e produção científica de alta qualidade que atuam e instituições sediadas no Estado do Rio de Janeiro. Na atual edição foram concedidas um total de 499 bolsas aos pesquisadores fluminenses, totalizando um montante superior a R$ 50 milhões. As propostas selecionadas receberão recursos mensais por até 36 meses.

No edital CNE foram contemplados com bolsas 292 projetos de um total de 597 solicitações, e no JCNE foram 207 de um total de 427 pleiteadas. Conforme nas edições anteriores, a UFRJ foi a instituição com maior número de bolsas: 174.

As quatro Grandes Áreas do Conhecimento que receberam o maior número de bolsas no CNE e JCNE foram as de Ciências Biológicas (113), Ciências Exatas e da Terra (86), Ciências Humanas (80) e de Engenharias (96).

Confira abaixo os professores da Coppe contemplados nos dois programas:

Cientista do Nosso Estado (16)

Aquilino Senra Martinez (PEN)
Carolina Palma Naveira Cotta (PEM e PENt)
Claudia Regina Elias Mansur (PEMM)
Eduardo Antonio Barros da Silva (PEE)
Fabiano Lopes Thompson (PEP)
João Carlos dos Santos Basílio (PEE)
João Carlos Machado (PEB)
José Carlos Costa da Silva Pinto (PEQ)
Leda dos Reis Castilho (PEQ)
Marcelo Amorim Savi (PEM)
Marcelo José Colaço (PEM)
Nelson Francisco Favilla Ebecken (PEC)
Renata Antoun Simão (PEMM)
Susana Beatriz Vinzon (PENO)
Thiago Gamboa Ritto (PEM)
Wagner Coelho de Albuquerque Pereira (PEB)

Jovem Cientista do Nosso Estado (05)

Ariane de Jesus Sousa Batista (PENt)
Claudio Miceli de Farias (PESC)
Davi Ferreira de Oliveira (PEN)
Fabio Happ Botler (PESC)
Marcelino Aurelio Vieira da Silva (PET)

Confira nos links abaixo a relação de contemplados nos dois programas:

Resultado: Cientista do Nosso Estado (CNE) – 2021
Resultado: Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE) – 2021

Ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro profere a Aula Inaugural da Coppe 2022

A Coppe/UFRJ promove, no dia 21 de março, a cerimônia de Recepção aos Novos Alunos e a Aula Inaugural de 2022, a ser proferida pelo presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e ex-ministro da Educação, professor Renato Janine Ribeiro. A cerimônia terá início às 10 horas e a Aula, cujo tema será “Ética no mundo atual”, iniciará às 11 horas. Os eventos serão realizados no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2 (CT2), e serão transmitidos pelo canal da instituição no YouTube.

A cerimônia, que terá interpretação em Libras, será aberta pelo diretor da Coppe, professor Romildo Toledo. As boas vindas aos cerca de 400 novos egressos e apresentação da instituição serão feitas pela diretora de Assuntos Acadêmicos, professora Lavínia Borges e pelo diretor-adjunto de Assuntos Acadêmicos, professor Marcello Campos. Em seguida, a diretora-adjunta de Pessoal, Vanda Borges, apresentará o Núcleo Psicossocial Acolhe Coppe. O encerramento será feito pela vice-diretora da Coppe, professora Suzana Kahn Ribeiro.

Sobre o palestrante

Ex-ministro da Educação (em 2015), Renato Janine Ribeiro é Professor Titular da Universidade de São Paulo (USP), desde 1994, onde leciona Ética e Filosofia Política. É o atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com mandato até 2023. É pesquisador sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e acadêmico emérito da Academia Paulista de Direito. Foi professor visitante na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), entre 2018 e 2020, onde criou, em 2019, o Instituto de Estudos Avançados e Convergentes (IEAC-Unifesp), do qual foi o primeiro presidente, entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020. Em 2016, se tornou Professor Honorário do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Formou-se em Filosofia pela USP em 1971 e defendeu seu mestrado na Université de Paris-I, Panthéon-Sorbonne, em 1973. Concluiu o doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1984. Orientou 20 teses de doutorado e 16 dissertações de mestrado. Publicou 14 livros como autor único, três em parceria, organizou quatro livros coletivos, e escreveu 100 capítulos de livros, além de 83 artigos em periódicos especializados.

Recebeu o prêmio Jabuti de melhor ensaio (2001), a Ordem Nacional do Mérito Científico (1997), a Ordem de Rio Branco (2009), a Ordem do Mérito Naval (2015) e a Grande Medalha da Inconfidência (2018). Presidiu o I Congresso de Estudiosos de Brasil en Europa, em Salamanca (2008). Concebeu e apresentou duas séries de programas de televisão sobre Ética, na TV Futura, depois apresentadas na TV Globo, compondo-se a primeira de seis programas sobre Dilemas e a segunda, também de seis programas, sobre Liberdade. Foi consultor do Novo Telecurso, para a disciplina de Filosofia.

Como diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), dirigiu, em 2004 e 2007, as avaliações trienais de mais de 2.500 cursos de mestrado e doutorado do Brasil

Presidiu o Conselho de Ética da USP e a Comissão de Ética do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB). No âmbito das artes e cultura, é membro do Conselho Consultivo do Instituto Inhotim. Também é membro do Conselho Superior de Estudos Avançados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Sobre a Coppe

A Coppe é o maior centro de ensino e pesquisa de engenharia da América Latina. Nos seus mais de 100 modernos laboratórios, pesquisadores desenvolvem pesquisas de ponta e projetos que proporcionam contribuições significativas para o país, nos diferentes segmentos da engenharia. Muitos desses projetos resultaram em intenso processo de interação universidade-empresa, do qual a Coppe foi pioneira no Brasil.

No cenário internacional, a Coppe tem projetos em cooperação com as mais importantes e reconhecidas instituições científicas e tecnológicas. Muitos de seus docentes integram comitês e entidades de pesquisa de vários países e de órgãos multilaterais, como o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Desde 1992, a Coppe contribui para todos os relatórios de avaliação do IPCC. Com a expertise da Coppe nesta área, a UFRJ foi convidada a integrar a Aliança Global de Universidades sobre o Clima (GAUC), criada em 2019 e que reúne apenas doze instituições até o momento. A UFRJ é a única da América Latina a integrar a Aliança. Em 2009, inaugurou uma parceria com a Universidade de Tsinghua, na China, que resultou na criação do Centro China – Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, sediado em Pequim.

Além disso, há mais de 30 anos a Coppe desenvolve sistemas de informação e tecnologia de processamento de sinais que vêm sendo aplicados com sucesso nos principais experimentos do Large Hadron Collider (LHC), o acelerador do maior laboratório de física de partículas do mundo, o Cern, o qual investiga a origem do universo.

Missa de sétimo dia do professor Pinguelli é celebrada no Centro do Rio

A missa pelo sétimo dia da morte do professor Luiz Pinguelli Rosa foi celebrada na manhã de quinta-feira, 10 de março, na Igreja de Santa Rita, no Largo de Santa Rita, no Centro do Rio de Janeiro.

Familiares, amigos, diretores e ex-diretores e colegas da Coppe, e de outras unidades da UFRJ e de outras instituições, participaram da homenagem realizada pelo padre Jenisson Lázaro de Jesus, da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Como parte homenagem, os presentes cantaram à capela a música “O bêbado e a equilibrista”, de autoria de Elis Regina, que era uma das canções preferidas de Pinguelli.

Durante discurso no altar, o vereador da cidade do Rio de Janeiro, Reimont Santa Bárbara (PT), realçou o comprometimento do professor Pinguelli com o desenvolvimento econômico do país atrelado ao respeito às questões ambientais e às energias renováveis. “Já colhemos frutos de sua pesquisa, de seu trabalho, mas muitos frutos ainda estão por vir. Pinguelli vive”, completou.

O diretor da Coppe, Romildo Toledo, já havia ressaltado, durante o velório, a dedicação do professor Pinguelli à administração da Coppe e sua luta para trazer políticas públicas para que a Ciência e a Tecnologia avançassem no país.

“Ele foi uma pessoa especial e de grande importância para a instituição, ao longo da sua história. “Consolidou o projeto original do nosso criador, o professor Coimbra, transformando a Coppe no maior instituto de pós-graduação em Engenharia da América Latina. Além disso, tinha uma grande visão humanitária. Entendia perfeitamente a importância da ligação da universidade com a sociedade e a formulação de políticas públicas que beneficiassem a população. Espero que possamos dar continuidade ao seu trabalho. Pinguelli fará muita falta à Coppe, à UFRJ e ao Brasil”, afirmou Romildo. Confira mais depoimentos sobre o professor: Brasil se despede de Pinguelli.

Também presente à missa, o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado estadual pelo Rio de Janeiro, professor Carlos Minc (PSB), destacou exemplos de contribuições do professor Pinguelli às políticas públicas, ao longo de mais três décadas de parceria, tanto colaborando com seus mandatos de deputado estadual quanto colaborando com sua gestão no Ministério do Meio Ambiente, durante o segundo governo Lula. “Ele nos ajudou na elaboração de leis importantes na área da Saúde do Trabalhador e foi essencial para que o Brasil fosse o primeiro país em desenvolvimento a ter metas de reduções de emissão de carbono. Era uma pessoa que juntava o humanismo, a Ciência, o engajamento e uma ideia de democracia participativa. Nesse momento que vivemos, de tanto obscurantismo, vemos a importância de cientistas como o Pinguelli que fazem com que a Ciência sirva ao povo, à Democracia, às boas ideias e ao desenvolvimento sustentável. Era uma pessoa cujo legado tem que ser aprofundado, conhecido, divulgado, como forma de ficar sempre vivo entre nós”, disse.

O presidente da Rede nacional de Mobilização Social (Coep), André Spitz, por sua vez, destacou as suas lutas pelas causas sociais do Brasil e a sua atuação junto ao Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), com o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. “Uma característica muito importante era sua grande articulação em diferentes meios, com uma grandeza de espírito. Ele sempre apoiava as pessoas e as suas causas, muito atencioso com todos. Incentivava a todos a persistirem nas suas causas. Características que ele nos trouxe e nos incentivou a perseguir”, disse André que, jutno com Pinguelli, inaugurou na Coppe, em 2011, o Laboratório Herbert de Souza de Tecnologia e Cidadania.

Saiba mais sobre a trajetória do professor Pinguelli na seção Perfil do Planeta Coppe Notícias.

Equipe brasileira é classificada para final do Invent for the Planet

A equipe eVerde, vencedora da etapa brasileira do Invent for the Planet, foi selecionada para disputa a final da maratona mundial da inovação, promovida pela Texas A&M University (EUA) entre os dias 5 e 7 de abril.

Coordenado pelo professor Marcelo Savi, da Coppe/UFRJ, e pelo professor Pedro Pacheco, do Cefet-RJ, o time brasileiro enfrentará equipes da Aristotle University of Thessaloniki (Grécia); Mahidol University (Tailândia); New Mexico State University (EUA); Texas A&M University (EUA); Texas A&M University – Qatar.

A equipe eVerde, que optou pelo tema “Reduzindo o desperdício causado por eletrônicos obsoletos”, é formada por quatro alunos de graduação: Mariana Simões Penello Meirelles (Engenharia da Computação e Informação – Escola Politécnica/UFRJ); Pedro Pimentel Nascimento (Engenharia Mecânica – Escola Politécnica/UFRJ); Rodrigo Savi (Ciências Biológicas – Unirio) e Virgínia Torres da Silva (Engenharia Eletrônica e de Computação – Escola Politécnica/UFRJ).

Esta é a terceira vez seguida que a equipe brasileira, coordenada pelos professores Marcelo Savi e Pedro Pacheco, vai à final do Invent for the Planet. Em 2020, a equipe formada por alunos da Coppe e do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) conquistou o desafio com um sistema de filtragem de microplásticos na saída de água das residências.  Em 2019, alunos da Coppe, Escola Politécnica e Cefet, venceram a maratona mundial de inovação com o desenvolvimento do EVI – Echolocation for the visual impaired (ecolocalização para os deficientes visuais).

Saiba mais sobre a competição em https://sites.google.com/mecanica.coppe.ufrj.br/iftp2022-brasil.

Professor da Coppe ministra Aula Magna do Programa de Engenharia Eletrônica da Uerj

O professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ, José Manoel de Seixas, ministra amanhã, 15 de março, a Aula Magna do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Eletrônica (PEL) da Universidade do estado do Rio de Janeiro (Uerj). A Aula terá início às 10h e será realizada remotamente, com acesso pelo Google Meet.

Coordenador do Laboratório de Processamento de Sinais (LPS) e do Laboratório de Tecnologia Sonar (LabSonar) , professor Seixas abordará o desenvolvimento de modelos de inteligência computacional em ambientes complexos, como saúde e biomédica (doenças pulmonares e degenerativas), física experimental de partículas (origem do universo) e tecnologia sonar (submarinos, bioacústica).

Professor Liu Hsu é o 4º principal pesquisador brasileiro em ranking de Engenharia Elétrica

O professor Liu Hsu, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ, foi classificado como o 4º mais importante pesquisador do Brasil, no campo da Engenharia Elétrica e Eletrônica. O ranking foi divulgado pela plataforma acadêmica research.com.

O ranking é baseado na métrica H-index, provida pela Microsoft Academic e inclui pesquisadores com pelo menos 30 publicações listadas na área de Engenharia Elétrica e Eletrônica.

Confira o ranking apenas de pesquisadores brasileiros e o ranking mundial completo

Saiba mais sobre o professor Liu Hsu, na seção Perfil do Planeta Coppe Notícias.Notícias.

Professor Marcelo Savi é o 4º principal pesquisador brasileiro em ranking de Engenharia Mecânica e Aerospacial

O professor Marcelo Savi, do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe/UFRJ, foi classificado como o 4º mais importante pesquisador do Brasil, no campo da Engenharia Mecânica e Aerospacial. O ranking foi divulgado pela plataforma acadêmica research.com. É a primeira vez que o portal publica ranking nesta área do conhecimento e mais de 3600 pesquisadores foram avaliados.

O ranking é baseado na métrica H-index, provida pela Microsoft Academic e inclui pesquisadores com pelo menos 30 publicações listadas na área de Engenharia Mecânica e Aerospacial.

Confira o ranking apenas de pesquisadores brasileiros e o ranking mundial completo.  

Saiba mais sobre o professor Marcelo Savi, na seção Perfil do Planeta Coppe Notícias.

Quatro professores da Coppe classificados em ranking internacional de Engenharia e Tecnologia

Em sentido horário, professores Renato Cotta, José Carlos Pinto, Guilherme Horta Travassos e Alexandre Szklo

Os professores José Carlos Pinto, do Programa de Engenharia Química; Alexandre Szklo, do Programa de Planejamento Energético; Renato Cotta, do Programa de Engenharia Mecânica; e Guilherme HortaTravassos, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, estão entre os melhores pesquisadores do Brasil, em Engenharia e Tecnologia, de acordo com o portal research.com.

É a primeira vez que o portal publica ranking na área de Engenharia e Tecnologia e mais de 10.800 pesquisadores foram avaliados.

O ranking é baseado na métrica H-index, provida pela Microsoft Academic e inclui pesquisadores com pelo menos 30 publicações listadas nesta área do conhecimento.

Confira o ranking apenas de pesquisadores brasileiros e o ranking mundial completo

Missa de Sétimo do professor Luiz Pinguelli Rosa

A Coppe/UFRJ e a família de Luiz Pinguelli Rosa convidam para a Missa de Sétimo Dia do professor e ex-diretor da Coppe, nesta quinta-feira, 10 de março. A missa será celebrada com início às 9h, na Igreja de Santa Rita, no Largo de Santa Rita s/n, Centro.
 

Professor Titular da UFRJ e ex-diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa nasceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1942. Filho do alfaiate Avilla Rosa e de Dalva Pinguelli Rosa, costumava dizer que parte de sua formação se devia às conversas sobre política que ouvia na alfaiataria do pai. “Acho que aprendi mais na alfaiataria do que na escola”, brincava Pinguelli ao relembrar o período no qual colaborava com o pai quando chegava da escola. Mal sabia ele que tal aprendizado lhe seria de grande valor em momentos decisivos de sua trajetória.


Pinguelli costumava dizer que “a política é indissociável da Universidade”. Em 1986, logo após o fim do regime militar, foi eleito para o seu primeiro mandato como diretor da Coppe/UFRJ. Era o começo do processo de redemocratização no país. “A primeira coisa que fizemos foi convidar os professores que haviam sido expulsos pelos militares para retornar à instituição”, lembrou em entrevista concedida para a revista Coppe 50 anos que retrata cinco décadas de história da instituição fundada por Alberto Luiz Coimbra em 1963. 
 

Saiba mais sobre Pinguelli na seção Perfil do Planeta Coppe Notícias.

Brasil assina adesão como membro associado ao Cern

Ministro Marcos Pontes (MCTI)

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, assinou nesta quinta-feira, 3 de março, em Meyrin, na fronteira franco-suíça, o termo de adesão do Brasil como membro associado ao Cern, o mais importante laboratório de física de partículas do mundo. A adesão do país fora aceita, por unanimidade, pelo conselho do Cern, em setembro do ano passado.

“Esse acordo é uma espera de 12 anos da comunidade científica e também do setor produtivo no Brasil. Essa participação no Cern tem um investimento anual que vai ser coberto pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Certamente é um investimento com altíssimo retorno para o país e tem implicações positivas muito boas para o futuro da ciência, da tecnologia e das inovações no país”, destacou o ministro.

O Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) conta com 23 estados membros plenos, nove países associados e três países com status de observadores, contando com a participação de milhares de cientistas de mais de uma centena de nacionalidades. O Brasil passa a ser o único país das Américas e do hemisfério sul a ser membro da organização.

O professor José Manoel Seixas, da Coppe/UFRJ, é o coordenador da equipe brasileira que participa da colaboração internacional que desenvolve e opera o Atlas, o maior experimento de detecção de partículas em funcionamento no planeta. O Atlas serve ao LHC (Large Hadron Collider), o colisionador de partículas que ocupa um túnel de 27 km de extensão, na fronteira entre a Suíça e a França. Foi graças ao uso combinado destes equipamentos de altíssima tecnologia que a equipe multidisciplinar e internacional que compõe o Cern conseguiu detectar e provar a existência do bóson de Higgs, considerada a partícula fundamental à existência da vida.

A Coppe também é responsável pelo Neuralringer, um sistema de filtragem online para fazer seleção de elétrons, e por 30 sistemas de engenharia de software que dão apoio à coordenação técnica de três dos quatro grandes experimentos do LHC (Atlas, Alice e LHCb), rastreando os equipamentos que passam por manutenção, inclusive aqueles que estiveram expostos à radioatividade, e acessando as informações dos milhões de componentes do Atlas, otimizando o processo de trabalho e alocando recursos técnicos e humanos de maneira eficaz.

Segundo a Sociedade Brasileira de Física, a adesão do Brasil ao Cern como País Membro Associado abrirá oportunidade para que as indústrias brasileiras compitam em seus processos licitatórios, o que vai além de simples processos de compra, por envolverem, com frequência, desenvolvimentos tecnológicos e inovação de produtos, atividades feitas de forma colaborativa entre pesquisadores e empresas.

“Historicamente, os países que participam no Cern têm essa ligação de desenvolver suas indústrias com base nos compromissos científicos que assumem. Há uma proposta, a área científica adere a ela, e o país adere com desenvolvimento tecnológico da sua indústria nacional. Fizemos isso no Atlas, com o desenvolvimento de hardware, um somador ativo, 2500 placas, participa de decisão de primeiro nível online. Em 2018, a indústria brasileira colaborou com uma placa complexa com 16 camadas, FPGA, processamento digital com hardware, que é o estado da arte no Cern, um aporte bem sofisticado, em colaboração com o Instituto de Kyoto”, explica Seixas.

“a aprovação do Brasil como membro associado possibilita acesso mais estável a recursos, podemos enviar mais cientistas para trabalhar in loco. Abre grandes perspectivas para as empresas brasileiras que poderão participar de editais. É um resultado muito impactante destes 33 anos de colaboração”, explicou professor Seixas

e acordo com o professor do Programa de Engenharia Elétrica (PEE) da Coppe, “a aprovação do Brasil como membro associado possibilita acesso mais estável a recursos, podemos enviar mais cientistas para trabalhar in loco. Abre grandes perspectivas para as empresas brasileiras que poderão participar de editais. É um resultado muito impactante destes 33 anos de colaboração”.

Na avaliação do professor, a parceria desdobra em benefícios locais também. “Ela coloca em nível mais elevado a pesquisa, a formação dos alunos de pós-graduação, trabalhos de divulgação científica, como os que temos feito na Coppe, com alunos de ensino médio e fundamental. A pós-graduação evolui, a graduação também e há ainda a inclusão do ensino médio. A relação entre universidade e indústria evolui, no aspecto da inovação. Cern permite que todos esses ângulos se conectem. A universidade é este amálgama: ensino, pesquisa e extensão. O Brasil pode aproveitar todas estas dimensões e impactar a formação das pessoas em diversos níveis”, afirma José Manoel de Seixas.

Localizado entre França e Suíça, o Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) reúne 12 mil pesquisadores de mais de 100 nacionalidades, dos quais 131 são brasileiros, e cuja principal missão é descobrir a origem do universo. O laboratório europeu é responsável pela criação do protocolo www, aceito internacionalmente como padrão para navegação na internet, e pela descoberta do bóson de Higgs, conhecida como “a partícula de Deus”, a qual permite que matéria tenha massa, e que rendeu o Prêmio Nobel de Física aos cientistas Peter Higgs e François Englert em 2013.

A Coppe e o Cern  são parceiros há 33 anos. Saiba mais.

Brasil se despede de Pinguelli

Mais de 100 pessoas compareceram na tarde de ontem, 3 de março, ao Átrio do Palácio Universitário da UFRJ, na Praia Vermelha, para se despedir do Professor Titular da UFRJ e ex-diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa. O velório contou com a presença da reitora da UFRJ, a professora Denise Pires; do diretor e ex-diretores da Coppe, os professores Romildo Toledo, Nelson Maculan, Luiz Bevilacqua e Edson Watanabe; políticos, estudantes, amigos e familiares.

Em seu discurso de despedida, o diretor da Coppe, Romildo Toledo, ressaltou a dedicação do professor Pinguelli à administração da Coppe e sua luta para trazer políticas públicas para que a Ciência e a Tecnologia avançassem no país.

“Ele foi uma pessoa especial e de grande importância para a instituição, ao longo da sua história. “Consolidou o projeto original do nosso criador, o professor Coimbra, transformando a Coppe no maior instituto de pós-graduação em Engenharia da América Latina. Além disso, tinha uma grande visão humanitária. Entendia perfeitamente a importância da ligação da universidade com a sociedade e a formulação de políticas públicas que beneficiassem a população. Espero que possamos dar continuidade ao seu trabalho. Pinguelli fará muita falta à Coppe, à UFRJ e ao Brasil”, afirmou Romildo.

A reitora da UFRJ, professora Denise Pires, lamentou a partida de Pinguelli, “defensor nato da universidade brasileira e da difusão da ciência e da tecnologia. Seu compromisso com uma universidade de qualidade que transpira pesquisa deixará uma lacuna entre nós e um aprendizado permanente. Transmitimos força aos familiares, aos amigos e à comunidade acadêmica neste momento de consternação”.

O professor Nelson Maculan, ex-Reitor da UFRJ, lembrou da longa amizade com Pinguelli e de sua defesa pela qualidade da pesquisa na universidade. “A universidade deve muito a ele”, ressaltou. Também presente ao velório, a deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ), disse que Pinguelli foi uma grande referência para todos que participam da vida parlamentar. “Ele era a pessoa que a gente consultava para desenvolvermos políticas públicas. Deixou um imenso legado e muitos discípulos”.

Pinguelli consolidou o projeto original do nosso criador, o professor Coimbra, – diz Romildo Toledo

A atuação do professor em prol do desenvolvimento do país também foi destacada pelo vereador do município do Rio de Janeiro, Lindbergh Farias. “Chamávamos o Pinguelli para todos os debates nacionais. Ele nos deixa num momento de luta pela soberania nacional, para retomar a democracia no Brasil, o papel do setor energético e da Energia como estratégia. O Pinguelli continuará representando muito para todos que defendem esse outro Brasil”.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) disse que “Pinguelli foi um grande amigo. Tinha um carinho e admiração pela forma que ele lidava com as pessoas. Um ser humano muito simples, capaz de lidar com o diálogo. Em todos os momentos das lutas políticas do Rio de Janeiro ele nunca teve dúvida de que lado deveria estar a Ciência e toda sua produção de conhecimento. Uma perda muito grande para a produção científica do Brasil. Queríamos muito que ele visse o Brasil melhorar, diferente do que está sendo nesse momento. Ele merecia ver essa mudança que o Brasil vai viver em 2022. A gente tem que dedicar a ele tudo que a gente conseguir transformar nesse País em 2022”.

Confira os depoimentos de mais colegas e amigos de Pinguelli presentes ao evento.

Autoridades e instituições também demonstram pesar

O falecimento do ex-diretor da Coppe/UFRJ, professor Luiz Pinguelli Rosa despertou consternação e demonstrações de luto e de admiração em todo o Brasil. Diversas instituições e personalidades públicas manifestaram o seu pesar pela partida do Professor Emérito.

O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva destacou que Pinguelli foi profundo conhecedor do sistema elétrico brasileiro, trabalhando e defendendo incansavelmente o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do Brasil, bem como o avanço da ciência e a segurança energética do país. “Foi presidente da Eletrobrás no meu governo e diretor da Coppe/UFRJ, instituição fundamental de pesquisa do nosso Brasil, por exemplo no desenvolvimento das tecnologias que permitiram a exploração do pré-sal. Pinguelli Rosa deu imensa contribuição para a evolução e defesa do sistema energético brasileiro, que hoje está sob ataque de entregadores do país. Fará grande falta ao Brasil”, afirmou Lula.

A ex-presidente da República, Dilma Rousseff, ressaltou que o professor Pinguelli foi um homem à frente do seu tempo, “um visionário defensor da ciência e do país”. “Ele foi um nacionalista que colocou o Brasil e os interesses do povo no centro de todo o seu trabalho intelectual e científico. Eu lamento muito a sua perda. Deixo aos seus familiares e amigos o meu profundo respeito e transmito a eles e ao país minha solidariedade e o sentimento de tristeza”, declarou Dilma.

A Eletrobras, comandada pelo professor Pinguelli de janeiro de 2003 a maio de 2004, também lamentou, em comunicado oficial, o falecimento do seu ex-presidente. “Sua gestão foi marcada pela promulgação das leis que redefiniram o modelo institucional do setor elétrico, em março de 2004, reafirmando as funções da empresa como holding das concessionárias federais. Também neste período, a Eletrobras assumiu a gestão técnica e financeira do Programa Luz para Todos”.

A política é indissociável da universidade

Carioca, filho do alfaiate Avilla Rosa e de Dalva Pinguelli Rosa, costumava dizer que parte de sua formação se devia às conversas sobre política que ouvia na alfaiataria do pai, na qual colaborava diariamente após retornar do colégio. “Acho que aprendi mais na alfaiataria do que na escola”, dizia.

Para Pinguelli, “a política é indissociável da Universidade”. Democrata convicto, foi preso ao se manifestar contra o golpe militar que depôs o presidente João Goulart. Em 1986, logo após o fim do regime militar, a eleição de Pinguelli para seu primeiro mandato como diretor da Coppe foi parte do processo de redemocratização. “A primeira coisa que fizemos foi convidar os professores que haviam sido expulsos pelos militares para retornar à instituição”, lembrava.

Nos anos 1990, liderou a discussão de temas centrais, aproximando ainda mais a universidade da sociedade. Em maio de 1993, juntamente com o sociólogo Herbert de Sousa, conhecido como Betinho, contribuiu para a criação do Comitê de Entidades Públicas no Combate à Fome e pela Vida (Coep).

Foi um crítico do processo de privatização de empresas públicas. No ano 2000, como diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, enviou carta ao presidente da República e ao ministro de Minas e Energia alertando sobre o risco de uma grave crise no setor elétrico. A previsão se confirmou em 2001, quando o governo federal teve de montar um plano de racionamento de energia elétrica que ficou conhecido como“apagão”. Parte desse capítulo ele registrou em seu livro “O Apagão: por que veio / Como sair dele?”.

Saiba mais sobre a destacada atuação institucional de Pinguelli aqui mesmo no Planeta Coppe Notícias.

A Coppe presta sua solidariedade à sua família, a seus filhos Luiz Fernando, Luiz Eduardo e Leonardo, seus netos Arthur e Helena. E também aos nossos professores, pesquisadores, alunos e servidores para os quais ele sempre fará parte do grupo dos “imprescindíveis”. Obrigada, Luiz Pinguelli Rosa. Eternamente em nossa memória.

Excelência a serviço da universidade, do país e do mundo

Mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ (1969), doutor em Física pela Pontifícia Universidade Católica pela PUC-Rio (1974), no ano seguinte ingressou como docente na Coppe e no Instituto de Física da UFRJ.

Professor Titular da UFRJ, Pinguelli foi eleito cinco vezes para o cargo de diretor da Coppe (1986-1989; 1994-1997; 2002, 2007-2011; 20011-2015). Seu mandato de 2002 foi interrompido em 2003 para que assumisse a presidência da Eletrobras, na qual permaneceu até maio de 2004.

Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Luiz Pinguelli Rosa foi membro do Conselho Pugwash (1999-2001) – associação fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, voltada para o combate ao armamento nuclear, a qual foi agraciada com o Nobel da Paz em 1995. Foi secretário-geral da Sociedade Brasileira de Física por dois mandatos, de 1994 a 1998, e presidente da Associação Latino-Americana de Planejamento Energético, de 1994 a 1998.

Desde 1998, foi autor ou revisor de relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, entidade que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Desde 2004, foi secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), órgão presidido pelo presidente da República, que reúne representantes de órgãos governamentais e entidades da sociedade civil.

Orientou mais de 100 teses de doutorado e dissertações de mestrado. É autor de sete livros e tem mais de 180 trabalhos científicos publicados, a maioria deles no exterior. É autor de Tecnociências e humanidades: novos paradigmas, velhas questões, publicado em dois volumes pela editora Paz e Terra, em 2006, e que concorreu entre os dez selecionados ao Prêmio Jabuti, na categoria Humanidades. Saiba mais sobre a fecunda produção acadêmica do professor Luiz Pinguelli Rosa.

Confira “A política é indissociável da universidade”, entrevista com Luiz Pinguelli Rosa, publicada na revista Engenharia e Inovação: a arte de antecipar o futuro, em comemoração dos 50 anos da instituição. A entrevista, na íntegra, se concentra da página 46 à 51.

Saiba mais sobre a trajetória acadêmica de Pinguelli aqui no Planeta Coppe Notícias.

Confira depoimentos de colegas e amigos de Pinguelli

Segundo Watanabe, Pinguelli era uma referência e tinha na ponta da língua tudo que devia ser feito na Ciência. “Ele sempre encontrava solução para os problemas do Brasil. Pinguelli foi um dos que encarnou os três fundamentos básicos da Coppe criados pelo professor Coimbra: excelência acadêmica, dedicação exclusiva e interação com a sociedade. Tinha sempre os argumentos prontos para defender esses pontos. Pinguelli é daqueles que viverão por muito tempo nas nossas memórias”.

Maurício Tolmasquim, seu colega no Programa de Planejamento Energético da Coppe, destacou sua liderança e capacidade de construir uma das instituições de ensino e pesquisa mais renomadas da America Latina, que é a Coppe. “Ele teve um papel importantíssimo em nível nacional, por diversas lutas que travou em favor do Brasil. Uma pessoa insubstituível. Vai fazer muita falta para todos nós”.

“A perda do Pinguelli é uma perda enorme para a UFRJ e para o Brasil. Ele conseguia reunir o pensar científico, o pensar político em termos de projeto de país e as ações voltadas para que as ideias se tornassem realidade. Sua coragem era inspiradora para todos nós. Que seu legado e sua coragem continuem nos inspirando, para nos ajudar a atravessar estes anos difíceis”, disse emocionada a professora A professora Leda Castilho, do Programa de Engenharia Química.

Em suas redes sociais, a reitora, professora Denise Pires de Carvalho, afirmou que a UFRJ e o Brasil perderam uma das maiores referências em Planejamento Energético. “O professor Luiz Pinguelli Rosa deixa um legado importante nesta área, em nossa universidade, mas na relação do Brasil com o mundo. Foi professor na Coppe, uma das unidades mais importantes de nossa universidade, onde implementou novos programas de pós-graduação sempre com visão de futuro de um país soberano e independente, o país que nós todos defendemos. Uma grande tristeza, ficaremos com muita saudade, mas com as ideias de Luiz Pinguelli Rosa presentes em nossas mentes e nossas vidas”, destacou a reitora.

Ao mestre guerreiro: Luiz Pinguelli Rosa (1942 – 2022)

Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis” – Bertold Brecht.

A Coppe lamenta com grande pesar o falecimento do seu professor e eterno diretor Luiz Pinguelli Rosa. Carioca, filho do alfaiate Avilla Rosa e de Dalva Pinguelli Rosa, costumava dizer que parte de sua formação se devia às conversas sobre política que ouvia na alfaiataria do pai, na qual colaborava diariamente após retornar do colégio. “Acho que aprendi mais na alfaiataria do que na escola”, dizia.

Carioca, nasceu em 19 de fevereiro de 1942.  Estudou na Escola Rio Grande do Sul e no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, cursando em seguida a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em São Paulo, e a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ). Não tinha medo de correr riscos. Democrata convicto, foi preso ao se manifestar contra o golpe militar que depôs o presidente João Goulart. Desligou-se do Exército em 1967.

Professor titular da UFRJ, Pinguelli foi eleito cinco vezes para o cargo de diretor da Coppe (1986-1989; 1994-1997; 2002, 2007-2011; 20011-2015). Seu mandato de 2002 foi interrompido em 2003 para assumir a presidência da Eletrobras, no qual permaneceu até maio de 2004.

“A política é indissociável da Universidade”, costumava dizer.  Em 1986, logo após o fim do regime militar, a eleição de Pinguelli para seu primeiro mandato como diretor da Coppe foi parte do processo de redemocratização. “A primeira coisa que fizemos foi convidar os professores que haviam sido expulsos pelos militares para retornar à instituição”, lembrava.

Pinguelli foi árduo crítico ao Acordo Nuclear Brasil- Alemanha, revelando publicamente suas mazelas. Em junho de 1979, em depoimento à comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado sobre o Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, criticou a concepção e a forma de execução do programa nuclear brasileiro, questionando, entre outros pontos, as projeções superestimadas de crescimento do mercado de energia elétrica do país e a subestimação da possibilidade de atendê-lo com fontes não nucleares, em especial a hidreletricidade; os custos das centrais nucleares previstas no acordo; a escolha da tecnologia de enriquecimento de urânio pelo processo de jato centrífugo e dos reatores com água leve pressurizada (PWR); e a possibilidade efetiva de transferência de tecnologia. Infelizmente, a CPI criada para verificar denúncias de corrupção no programa nuclear brasileiro encerrou suas atividades sem maiores resultados.

Nos anos 1980, já como diretor da Coppe/UFRJ, Pinguelli participou de estudos de uma comissão da SBF que resultaram na revelação da construção de instalações militares na Serra do Cachimbo (PA) para a realização de testes com artefatos nucleares. Denunciou a existência dessas instalações com as características típicas de um campo de provas para explosões nucleares noticiada em junho de 1986 pelo jornal Folha de S. Paulo, causando grande repercussão pública. Na época, o governo José Sarney desmentiu categoricamente a denúncia. Posteriormente, o presidente Fernando Collor reconheceria a existência do projeto para fazer uma explosão nuclear subterrânea no local, lacrando o poço de Cachimbo. O resultado do estudo “For promoting public understanding of the relationships of Physics and Society” foi registrado em publicação científica e lhe rendeu o Forum Award da Associação Americana de Física, em 1992.

Nos anos 1990, liderou a discussão de temas centrais, aproximando ainda mais a Universidade da sociedade.  Em maio de 1993, juntamente com o sociólogo Herbert de Sousa, conhecido como Betinho, contribuiu para a criação do Comitê de Entidades Públicas no Combate à Fome e pela Vida (Coep). Como diretor da Coppe promoveu debate público de questões fundamentais para o país e para a sociedade brasileira. Em 1995, uma semana antes de ser agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, o físico britânico de origem polonesa Joseph Rotblat (1908–2005), conhecido por suas contribuições científicas e sua militância pelo desarmamento nuclear, esteve no Rio, a convite de Pinguelli, para proferir conferência sobre os 50 anos de Hiroshima e Nagasaki. A visita teve grande repercussão na comunidade científica e na opinião pública, pois marcou a reabertura do processo de adesão do Brasil ao Tratado de Não Proliferação Nuclear. Em 1998, três anos após encontro de Rotblat com o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, acompanhado por Pinguelli, o Brasil finalmente aderiu ao tratado.

Em 1997, quando a Vale estava sendo negociada, coordenou um grupo de especialistas que denunciou o esquema de compra da empresa brasileira por um grupo multinacional dono de uma subsidiária responsável pela modelagem da venda. Em seguida, o grupo se retirou do leilão.

As privatizações do setor elétrico também avançavam. Com a desestatização do setor, as empresas eram impedidas de levar adiante seus programas de investimentos. No ano 2000, como diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, enviou carta ao presidente da República e ao ministro de Minas e Energia alertando sobre o risco de uma grave crise no setor elétrico. A previsão se confirmou em 2001, quando o governo federal teve de montar um plano de racionamento de energia elétrica que ficou conhecido como “apagão”. Parte desse capítulo, Pinguelli registrou em seu livro “O Apagão: por que veio / Como sair dele?

Segundo o diretor da Coppe, Romildo Toledo, “Pinguelli foi uma pessoa especial e de grande importância para a instituição, ao longo da sua história. Consolidou o projeto original do nosso criador, o professor Coimbra, transformado a Coppe no maior instituto de pós-graduação em Engenharia da América Latina. Além disso, tinha uma grande visão humanitária. Entendia perfeitamente a importância da ligação da universidade com a sociedade e a formulação de políticas públicas que beneficiassem a população. Pinguelli fará muita falta à Coppe, à UFRJ e ao Brasil”.

A Coppe presta sua solidariedade à família, a seus filhos Luiz Fernando, Luiz Eduardo e Leonardo, aos seus netos Arthur e Helena. E também aos nossos professores, pesquisadores, alunos e servidores para os quais ele sempre fará parte do grupo dos “imprescindíveis”.

Obrigada Luiz Pinguelli Rosa. Eternamente em nossa memória.

Confira a trajetória acadêmica do professor.

Luiz Pinguelli Rosa – Trajetória Acadêmica

Mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ (1969), doutor em Física pela Pontifícia Universidade Católica pela PUC-Rio (1974), no ano seguinte ingressou como docente na Coppe e no Instituto de Física da UFRJ. Entre 1972 e 1974, foi pesquisador no Centro Internacional de Física Teórica, em Trieste, Itália.

Professor Titular da Coppe/UFRJ, Pinguelli foi eleito cinco vezes para o cargo de diretor da Coppe (1986-1989; 1994-1997; 2002, 2007-2011; 20011-2015). Seu mandato de 2002 foi interrompido em 2003 para que assumisse a presidência da Eletrobras, na qual permaneceu até maio de 2004.

Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), foi agraciado com o Forum Award da Associação Americana de Física, em 1992, e com a comenda com o grau de Chevalier de l’Ordre des Palmes Académiques, concedido pelo Ministério da Educação da França, em 1998.

Recebeu o Prêmio Golfinho de Ouro, categoria Ciências, oferecido pelo Conselho Estadual de Cultura do Governo do estado do Rio de Janeiro, no ano 2000, e as medalhas da Ordem do Mérito da Defesa, no Grau de Comendador, em 2003, e no Grau de Grande Oficial, em 2011. Por sua contribuição à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à inovação no setor energético brasileiro, foi contemplado com o Prêmio ANP Inovação Tecnológica 2014, na categoria “Personalidade Inovação do Ano”.

Foi membro do Conselho Pugwash (1999-2001) – associação fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, voltada para o combate ao armamento nuclear, a qual foi agraciada com o Nobel da Paz em 1995. Foi secretário-geral da Sociedade Brasileira de Física por dois mandatos, de 1994 a 1998, e presidente da Associação Latino-Americana de Planejamento Energético, de 1994 a 1998.

Desde 1998, é autor ou revisor de relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, entidade que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Desde 2004, é secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), órgão presidido pelo presidente da República, que reúne representantes de órgãos governamentais e entidades da sociedade civil. 

Já orientou mais de 100 trabalhos (teses de doutorado e dissertações de mestrado). É autor de sete livros e tem mais de 180 trabalhos científicos publicados, a maioria deles no exterior. É autor de Tecnociências e humanidades: novos paradigmas, velhas questões, publicado em dois volumes pela editora Paz e Terra, em 2006, e que concorreu entre os dez selecionados ao Prêmio Jabuti, na categoria Humanidades.

Unidade Embrapii-Coppe chega a 30 milhões de reais em projetos de inovação já concluídos

Os primeiros projetos concluídos pela Embrapii-Coppe somam R$ 30.288.998,80 em investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e mostram o sucesso da unidade na inovação tecnológica. Desde sua implantação em 2015, a Embrapii-Coppe já firmou contratos para o desenvolvimento de 32 projetos, superando R$ 147 milhões em investimentos, sendo 68% deste valor desembolsado pelas empresas contratantes. O montante retrata o sucesso da unidade na inovação tecnológica.

A Coppe/UFRJ foi credenciada como unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em 2015, na área de engenharia submarina para exploração de óleo e gás. Desde então, 32 projetos foram aprovados e nove já foram concluídos, em temas tão variados quanto o desenvolvimento de algoritmo para previsão da estabilidade de emulsões; desenvolvimento de aço com 9% de níquel para dutos de sistemas de reinjeção de CO2 em campos do Pré-sal; testes de tenacidade à fratura (CTOD); ferramentas de visualização 2D e 3D através de realidade aumentada e testes submarinos para validação de braço robótico para manifolds.

Criada em 2011 pelo governo federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC), a Embrapii tem como objetivo incentivar a inovação tecnológica, aproximando universidades, instituições de pesquisa e empresas. As instituições que compõem a rede recebem recursos adicionais por meio de um contrato de gestão e são avaliadas pela empresa, recebendo recursos financeiros e tendo metas a cumprir.

O primeiro projeto assinado pela unidade Embrapii-Coppe, foi realizado pelos pesquisadores do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe, sob coordenação do professor do Programa de Engenharia Oceânica (PEnO), Segen Estefen. O projeto intitulado Subsea Production Systems for Deepwater Applications (Sistemas de Produção Submarinos para Aplicação em Águas Profundas) atendeu a uma demanda da Petrogal Brasil, joint-venture formada pela petrolífera portuguesa Galp e a chinesa Sinopec.

Assinado em abril de 2015, o projeto permitiu uma inédita comparação com alto grau de precisão das diferentes formas de produção submarina, em águas profundas, com e sem utilização de plataformas flutuantes, levando em consideração aspectos referentes à integridade estrutural, garantia de escoamento, confiabilidade das operações, logística e avaliação econômica.

De acordo com o professor Segen, foram avaliados quatro cenários, tendo como modelo um campo típico do pré-sal com grande teor de gás carbônico, a 300 km da costa, 300 km² de área de campo, entre 2100 e 2500 m de coluna de água, e um horizonte de 27 anos de produção de óleo e gás.

O primeiro cenário proposto foi o tradicional, com uso de plataforma do tipo FPSO, com armazenamento e posterior transferência do óleo produzido para navio petroleiro. “Foram considerados 66 poços de produção, divididos em 12 clusters, cada um com 4 a 6 poços e um manifold (equipamento que coleta o óleo produzido pelos poços e possibilita a transferência para o FPSO). O layout proposto possui quatro FPSOs. Cada poço teve uma estimativa conservadora de produção de oito mil barris por dia. Fizemos estudos sobre garantia de escoamento (flow assurance), para que o isolamento térmico dos dutos não permitisse a formação de hidratos, no caso de gás, ou parafinas, no caso do óleo. Também fizemos testes para o uso de dutos flexíveis multicamadas e, alternativamente, dutos sanduíches”, explica o professor Segen Estefen.

O segundo cenário seria o subsea-to-shore (toda produção realizada em sistemas submarinos), do poço à costa, sem usar plataformas. “Atualmente, só existe produção deste tipo para gás, não para óleo e gás. Testamos dois tipos de linhas de dutos submarinos (pipelines) para o transporte até a costa, com comprimentos próximos de 300 km.ta. O primeiro com 283 km de dutos multifásicos (sem a separação prévia de óleo e gás) e 12 bombas multifásicas, nove em operação e três de reserva. O segundo com 120 km de dutos multifásicos até o separador e, após, dois dutos de 160 km, um para óleo e outro para gás. Neste caso, seriam quatro bombas multifásicas (uma redundante) no ponto de conexão, um separador submarino e uma bomba monofásica e um compressor de gás no ponto de separação”, relata o professor e coordenador do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe.

O terceiro cenário, chamado de híbrido, mesclaria características dos cenários anteriores, incluindo duas plataformas FPSO e seis separadores submarinos. O último cenário, gas-to-wire, utilizaria plataforma do tipo SPAR, com o objetivo de produzir eletricidade a partir do gás produzido. “A plataforma SPAR recebe o fluido por meio de risers, separa as fases e o gás é utilizado para gerar eletricidade a ser transportada à costa por cabos elétricos, a fase líquida é transportada para o FPSO que separa água e óleo. Essa plataforma SPAR é menos sensível às profundidades e permite acesso vertical aos poços. O CO2 é tratado em um estado supercrítico e usado como fluido de trabalho para o ciclo de geração de energia, um sistema de processamento complexo, denominado Allam cycle. Parte deste gás carbônico pode ser reinjetada no reservatório para aumentar a pressão e ajudar a recuperar óleo”, esclarece Segen.

Duto sanduíche desenvolvido pela equipe do LTS da Coppe

“O projeto passou então para uma etapa de detalhamento de custos para cada um dos cenários. Trabalhamos com três estimativas para o preço do barril do tipo Brent (45, 56 e 68 dólares, com acréscimo anual de 1%) e avaliamos retorno pelo valor presente líquido (NPV) de Capex (investimento), Opex (despesas de operação), descomissionamento. Estimamos o Brent (cotação do barril do tipo Brent, referência no mercado de petróleo) de equilíbrio para o período de 34 anos (ou seja, o valor necessário para igualar receitas e despesas para operar o campo por 34 anos, 27 em produção e sete anos entre a preparação prévia e o posterior descomissionamento do campo)”.

Segundo o professor da Coppe, o menor valor encontrado para o Brent de equilíbrio foi no cenário 3, mas este apresentava o menor NPV. “Com produção baixa nas fases iniciais, o retorno econômico fica mais baixo. O cenário 2 conciliou o segundo menor Brent de equilíbrio com um alto NPV”.

De acordo com professor Segen, existe um espaço grande para redução de custos, no cenário 2, na utilização de dutos submarinos. “Eles representam 20% do custo do investimento sem separação de fases e 17% com separação. O uso de dutos sanduíches, uma tecnologia criada na Coppe, é uma opção para essa redução de custos”.

Foco na pesquisa e agilidade na prestação de contas

Desde sua implantação em 2015, a Embrapii-Coppe já firmou contratos para o desenvolvimento de 32 projetos, totalizando R$ 147.958.419,41 em investimentos. Desse total, mais de R$ 100 milhões foram investidos pelas próprias empresas e aproximadamente R$ 47 milhões pela Embrapii. A contrapartida da Coppe, que envolve sua infraestrutura laboratorial e pesquisadores qualificados, foi de cerca de R$ 20 milhões. Em relação ao valor total dos projetos, o percentual de participação das empresas fica em torno de 68%. Para cada real que foi investido pela Embrapii, as empresas colocaram 2,13 reais.

Entre as vantagens propiciadas pela Embrapii-Coppe no gerenciamento dos projetos, a engenheira química Denise Medina, coordenadora do Escritório de Projetos da unidade, destaca o acompanhamento dos projetos e a agilidade na prestação de contas.

“As empresas contam com uma estrutura montada e equipe experiente para atender a todas as necessidades de gestão do projeto, incluindo uma maior articulação com os professores da Coppe. Nós acompanhamos todo o processo, desde o início, sempre mantendo contato com as partes envolvidas, e assessorando inclusive na prestação de contas. Isso libera os professores responsáveis pelo projeto para ficarem exclusivamente focados na pesquisa, o que é o ideal”, explica Denise. Outra vantagem propiciada pela unidade é a abertura para que empresas estrangeiras, mesmo sem sede no Brasil, possam participar dos projetos.

A coordenadora da unidade Embrapii-Coppe, professora Angela Uller explica que a metodologia utilizada pela Embrapii para aproximar as empresas e indústrias dos centros de pesquisas e universidades foi formatada pelo MCTI, com descentralização de verba. “No caso da Embrapii-Coppe, o investimento se dá pela disponibilização da infraestrutura, envolvendo os espaços físicos e equipamentos dos laboratórios, bem como os técnicos e pesquisadores envolvidos. Ou seja, oferecemos o que temos de melhor, o nosso diferencial,” ressalta a professora, diretora de Tecnologia e Inovação da Coppe.

Saiba mais sobre a unidade Embrapii-Coppe.

Curso para jovens mulheres ingressarem na área tecnológica abre inscrição

Estão abertas as inscrições para o curso gratuito de Aprendizado de Máquina (Machine Learning) que faz parte do projeto Jornada de Aprendizagem da Heroína (Heroine’s Learning Journey). Trata-se de uma iniciativa voltada para a capacitação de alunas, com idades entre 15 e 21 anos, de forma a melhorar suas habilidades e as motivar a atuarem nas áreas STEM. Áreas em que no Brasil as mulheres respondem por apenas 31% do mercado de trabalho e 33% no ensino superior. O projeto é executado por pesquisadores do Laboratório do Futuro e do Laboratório de Ludologia, Engenharia e Simulação (Ludes), ligados ao Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe, em parceria com o Departamento de Matemática do IST de Lisboa.

As interessadas devem se inscrever pelo site do Jornada da Heroína. O curso, com matemática e ética, será oferecido na plataforma IST MOOC, principalmente no Brasil e em Portugal, em março de 2022. Todas as alunas que completarem o curso integralmente e realizarem as avaliações receberão certificado ao final.

A iniciativa de se criar o projeto Jornada de Aprendizagem da Heroína tem como base o estudo do aluno de doutorado da Coppe, Luis Felipe Coimbra Costa, que realiza sua pesquisa no Ludes. O principal objetivo é que o projeto seja um “quadro de motivação” que ajude as alunas a superar os desafios que estão presentes em um curso STEM. De acordo com Luis, é fundamental que qualquer curso voltado para a formação de mulheres em STEM tenha um cuidado especial com relação à motivação das jovens mulheres tanto para a sua entrada quanto para a sua permanência ao longo da formação.

“Isso é feito orientando a aquisição de novas habilidades e conhecimentos, apresentando modelos inspiradores, apoiando a confiança e a autorregulação da aprendizagem. O nosso modelo de jornada é projetado para ser flexível, levando em consideração os recursos tecnológicos e/ou humanos disponíveis para a implementação do curso, de forma a se propiciar diferentes escolhas possíveis para as funções a serem desempenhadas”, explica Luis Felipe, que também está realizando trabalho de campo sobre o assunto no IST.

Dados do projeto Igualdade STEM, coordenado pelo pesquisador do Laboratório do Futuro, Yuri Lima, mostram que em 2010 a participação feminina no total de alunos formados em STEM era 29,5% e, em 2019, ampliou para 33,7%, resultando em um salto de 4,2% em dez anos. “As mulheres estão sub-representadas nos cursos de ensino superior e, consequentemente, no mercado de trabalho das áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Foi o desafio de reverter este quadro em menos tempo do que o previsto, que motivou o desenvolvimento da Jornada de Aprendizagem da Heroína”, explica Yuri.

Saiba mais sobre o projeto aqui mesmo no Planeta Coppe Notícias.

Seminário sobre projeto para solucionar problemas de deslizamentos nas encostas brasileiras

Na próxima quarta-feira, dia 16 de fevereiro, das 9 às 17 horas, será realizado o primeiro seminário do Projeto Sabo, de cooperação técnica entre os governos do Brasil e do Japão, voltado para solucionar os problemas de deslizamentos nas encostas brasileiras. Como parte do projeto, professores da área de Geotecnia do Programa de Engenharia Civil (PEC) da Coppe/UFRJ, coordenarão pesquisas de campo e laboratoriais visando a elaboração de um manual de diretrizes técnicas para projetos de engenharia, plano de gestão de obras e de manutenção das estruturas de retenção para fluxos de detritos. O seminário será realizado no auditório da Coppe, no bloco G, sala 122, Centro de Tecnologia, na Cidade Universitária.

O projeto é executado por meio de uma parceria com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), com o Departamento de Obras de Proteção de Defesa Civil (DOP), com a Coordenação Geral de Prevenção e Projetos Estratégicos (CGPP) do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). As pesquisas aplicadas e a elaboração do manual técnico, que serão coordenadas pelo professor de Engenharia Geotécnica da Coppe, Maurício Ehrlich, serão a base referencial para o desenvolvimento dos projetos de engenharia e implantação de obras de prevenção para redução do risco de desastres relacionados ao fenômeno de fluxos de detritos nos diversos cenários geológico-geotécnicos brasileiros. A cooperação prevê ainda o desenvolvimento de dois projetos executivos que serão a base para a implantação de obras de prevenção utilizando barreiras de retenção de fluxo de detritos em localidades dos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro, que já foram bastante afetados por tragédias climáticas.

O projeto tem como eixo principal experiência japonesa na utilização de Barreiras Sabo (de Retenção de Fluxo de Detrito). Maurício Ehrlich explica que, no mundo, o Japão se destaca por apresentar relevo predominantemente montanhoso e frequentemente ser acometido por fenômenos relacionados a movimentos gravitacionais de massa – os debris flow – de grande vulto. De acordo com o professor da Coppe, a solução que mais se destaca no cenário japonês neste quesito é a utilização de Barreiras Sabo, cuja atualização de aplicação vem sendo atualizada há mais século, por meio de constantes pesquisas que geram execuções de obras de prevenção para redução do risco de desastres.