Recomendações para o enfrentamento de desastres

Desde o final de abril, o país vive um de seus maiores desastres climáticos desde o desastre da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro em 2011, com chuvas muito mais fortes e constantes do que a média para esta época do ano e consequentes inundações nas principais bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul. Já são 116 vítimas fatais confirmadas, além de centenas de milhares de desalojados e desabrigados, na maior crise humanitária do estado. O lago Guaíba atingiu 5,33m no domingo, 5 de maio, superando em muito a cheia histórica (4,76m) de 1941, na maior inundação registrada na região metropolitana da capital, e, possivelmente, só voltará a um nível seguro no final do mês de maio.

Em todo país, a população se mobiliza para ajudar a população gaúcha. Confira algumas recomendações do Centro de Estudos e Pesquisas de Engenharia em Desastres (Ceped) da Coppe/UFRJ.

  • Proteja-se no contato com a água da inundação. Aqueles que participarem de missões de resgate ou ajuda humanitária, sugere-se o uso de botas, luvas plásticas e qualquer outro recurso que proteja o contato direto com a água. Caso haja contato com a água, é importante a assepsia e atenção a sintomas de infecção para procurar atendimento médico especializado. Há risco elevado de contaminação e infecção.
  • Evite doações de alimentos e prefira as doações por PIX diretamente para instituições e ONGs locais. Desde o início do desastre foram definidos muitos pontos de coleta de doações. No caso de alimentos, como são elevados os custos de logística até o Rio Grande do Sul, sugere-se a doação em dinheiro para instituições e ONGs que estão preparando e distribuindo alimentos às vítimas do desastre. A aquisição local destes alimentos inclusive beneficia a economia local que também foi fortemente afetada.
  • Identifique instituições ou ONGs de credibilidade para doação. Busque por instituições com credibilidade ou diretamente às vítimas que sejam conhecidas pelos doadores. Mesmo em épocas de grande necessidade, há quem se aproveite da boa-fé das pessoas para desviarem recursos essenciais. Doações podem ser realizadas diretamente para o governo do Rio Grande do Sul ou instituições e ONG listadas, por exemplo, no site paraquemdoar.com.br.
  • Cuidado com fake news. Em tempos de comoção pública, há ansiedade e precipitação na busca por informação. Tenha atenção com o recebimento e compartilhamento de informação recebida por redes sociais, sendo importante sempre conferir a veracidade e fonte. A desinformação, deliberada ou inconsciente, pode atrapalhar as operações e ações de resposta ao desastre.
  • Trabalho voluntário deve ser prática de longo prazo. As inundações devem gerar impacto no Rio Grande do Sul por muito tempo, o que demanda a continuidade do apoio de voluntários. É importante que o voluntariado seja prática constante e realizado inclusive com foco na preparação, com treinamentos e simulados, para que a resposta aos próximos eventos climáticos extremos seja ainda mais eficaz e eficiente. Se você não está no Rio Grande do Sul, procure instituições de credibilidade na sua região e seja também um voluntário.
  • Apoie as pesquisas e projetos de extensão das universidades. Muitos pesquisadores nas universidades desenvolvem pesquisas com foco no desenvolvimento de serviços e produtos tecnológicos para atuar na mitigação de risco, preparação e resposta a desastres, e reconstrução. Siga as redes sociais do Ceped Coppe, apoie na divulgação dos projetos e pesquisas, e participe dos eventos.  

Estudo da Coppe reúne autoridades para debate sobre transporte integrado e sustentável no RJ

O Programa de Engenharia de Transportes (PET) da Coppe/UFRJ reuniu nesta quarta-feira, 15 de maio, autoridades de secretarias municipais e estaduais de transporte para discutir desafios e apresentar propostas para um sistema integrado e sustentável de transporte público na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O workshop realizado na Associação Comercial do Rio de Janeiro foi a terceira etapa do projeto “Desafios para a promoção de um transporte público sustentável na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ)”, coordenado pelo professor Glaydston Ribeiro, do PET/Coppe.

O professor Glaydston Ribeiro, do Programa de Engenharia de Transportes, coordenou o estudo e foi o mediador do debate

O debate obteve uma boa margem de consenso em torno de propostas como:

  1. a criação de uma autoridade metropolitana de transportes;
  2. a integração física e tarifária dos modais;
  3. a necessidade de subsídio para que os preços praticados não impactem demasiadamente os usuários de baixa renda e não levem os usuários de maior renda ao transporte de baixa capacidade (automóvel particular ou por aplicativo);
  4.  tecnologia de comunicação com o usuário (para que saiba o horário dos ônibus e a taxa de lotação dos mesmos);
  5. segurança;
  6. estrutura dos abrigos;
  7. experiência do usuário.

O estudo foi conduzido por pesquisadores Laboratório de Otimização e Sistemas de Informações Geográficas (Optgis) e teve início com o levantamento sobre o impacto da pandemia Covid-19 no padrão de deslocamento na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A equipe produziu uma análise estatística com grau de confiança de 95% e margem de erro de 2%, realizando 4300 entrevistas com moradores da região metropolitana, no período de agosto a outubro de 2023.

Cíntia Oliveira, pesquisadora do Optgis, apresentou o estudo

O trabalho do Optgis foi apresentado pela pesquisadora Cíntia Oliveira, que também é professora do Instituto Militar de Engenharia (IME) e do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ). Segundo Cíntia, a pesquisa de campo mostrou uma redução no número de passageiros em ônibus e metrô e revelou as causas dessa mudança, que variam de acordo com os municípios.

“Houve um aumento no uso do automóvel por aplicativo, sobretudo Rio de Janeiro e Duque de Caxias, reduzindo o uso do metrô ou a integração com o metrô, no caso de Caxias; e São Gonçalo, onde a redução foi no uso de ônibus”.

Segundo Cíntia, o desemprego foi o principal fator que levou as pessoas a mudarem seu padrão de viagem, sobretudo na Baixada Fluminense, em São João do Meriti, Belford Roxo, Nilópolis e Mesquita. No Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo, a adoção de regime de trabalho remoto ou híbrido teve grande impacto na redução do número de passageiros no transporte público. “O uso do ônibus está relacionado ao custo. As pessoas usam esse modal pelo menor custo ou ausência de alternativas. Quando a renda cresce, a opção provavelmente será o automóvel, o que agrava o problema do congestionamento nas cidades”, explicou a pesquisadora da Coppe.

O workshop contou também com apresentações da diretora de Mobilidade Urbana da Semove (Federação das Empresas de Mobilidade do estado do Rio de Janeiro, antiga Fetranspor), Richele Cabral e do secretário de estado de Mobilidade e Infraestrutura do Espírito Santo, Fábio Damasceno.

O evento foi encerrado com um debate sobre avanços no transporte público na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, do qual participaram Fábio Damasceno, secretário de Mobilidade e Infraestrutura do Espírito Santo; Simone Costa, da secretaria municipal de Transportes do Rio de Janeiro; Renato Barandier, secretário de Urbanismo e Mobilidade de Niterói; e José Roberto de Lima, diretor do Detro-RJ. O debate foi mediado pelo professor Glaydston Ribeiro.

Principais contribuições do estudo

  1. Os esforços pós-pandemia devem ser direcionados para restaurar a confiança dos usuários
  2. Uma maior participação do transporte público exige tempos de viagem reduzidos, linhas diretas, maior frequência, menor custo, conforto e segurança pública
  3. Redução da tarifa por meio de subsídio pode impulsionar o uso do transporte público
  4. Investimento em infraestrutura no primeiro e último trecho da viagem e nos pontos de ônibus
  5. Utilização de medidas de gerenciamento de demanda como pedágio urbano e restrição de estacionamento
  6. Construção de infraestrutura dedicada ao transporte público, como faixas exclusivas ou seletivas visando aumentar a velocidade e garantir o headway  (intervalo de tempo decorrido entre a passagem de dois veículos sucessivos) 
  7. Utilização de tecnologia para melhorar a comunicação com usuário pré e durante a realização da viagem
  8. Promover o uso de veículos não poluentes é uma medida complementar que contribui para tornar o sistema de transporte urbano mais sustentável e eficiente
  9. Planejamento de linhas que promovam a integração (física e tarifária) e evitem a sobreposição dos sistemas de transportes
  10.  Autoridade metropolitana que coordene as ações municipais em benefício de toda a RMRJ

Sala de amamentação é inaugurada por alunas da Coppe

Alunas do Programa de Engenharia Nuclear (PEN) da Coppe/UFRJ inauguraram, no dia 13 de maio, o Núcleo de Acolhimento Parental. O espaço consiste num ambiente confortável para amamentação ou retirada de leite materno.

A ideia surgiu da necessidade atual de oferecer um local propício e seguro para as mães e os pais que são estudantes e pesquisadores do PEN. A proposta foi acolhida desde a sua concepção pela coordenação do PEN, que viabilizou a disponibilização e a montagem do espaço, garantindo a escuta ativa dos alunos e dos pesquisadores no processo de implementação e assegurando suas necessidades.

“Muitas mães precisam abandonar seus estudos por não terem rede de apoio nem um espaço apropriado para trocar e amamentar seus bebês”, conta Thais Hauradou, representante dos discentes do PEN.

Inicialmente, o espaço será utilizado pelas mães e pelos pais do PEN e do Departamento de Engenharia Nuclear (DNC) da Escola Politécnica da UFRJ, devido ao tamanho reduzido do ambiente.

Localizado na sala 200, do Bloco G, do Centro de Tecnologia da UFRJ, o espaço é equipado com frigobar para armazenamento de alimentos para os bebês, cadeira de amamentação, cadeira de alimentação, berço e trocador. A sala também inclui brinquedos lúdicos e educativos, além de mesa e cadeira infantil para atividades.

Ceped promove seu primeiro seminário

O Centro de Estudos e Pesquisas de Engenharia em Desastres (Ceped) da Coppe/UFRJ promove nesta sexta-feira, 17 de maio, o seu primeiro seminário. Com o tema “Projects and research collaborations for disaster and humanitarian operations across Brics countries”, o evento reunirá especialistas nacionais e internacionais para discutir as experiências no gerenciamento de desastres em diferentes países e formas de colaboração nesta área entre as nações que compõem os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O evento híbrido será realizado, em inglês, no auditório Alberto Luiz Coimbra, na sala G-122, no Centro de Tecnologia, das 9 às 12h.

O seminário contará com apresentações do coordenador do Ceped Coppe e professor do Programa de Engenharia da Produção (PEP), Tharcisio Fontainha; da professora Nirmala Dorasamy, do Department of Public Management and Economics, Durban University (África do Sul); do professor Shane Underwood, da North Carolina State University (EUA); de Vipul Nakum  (Índia); e do tenente-coronel Gil Kempers, ex-secretário municipal de Proteção e Defesa Civil.

Serão disponibilizados certificados de participação do evento. Inscreva-se: https://forms.gle/CGvkLA31WdqDBey2A

Diretora da Coppe participa do próximo evento G20 no Brasil sobre cidades e os desafios climáticos

A diretora da Coppe/UFRJ, professora Suzana Kahn, participa no dia 16 de maio, a partir das 9h30, da série “G20 no Brasil”, promovida pela Editora Globo. O tema desta edição será “Como preparar as cidades para os desafios climáticos e a promoção do bem-estar dos cidadãos”.

O tema parte da estimativa que até 2050 a população urbana global aumente em 2,2 bilhões de habitantes, concentrando ainda mais pessoas nas cidades. As mudanças climáticas tornaram ainda mais urgente desenvolver processos e uma estrutura pensada para o desenvolvimento de áreas como a social, da saúde e da tecnologia em centros urbanos.

A diretora da Coppe estará no Painel 2, no qual será abordado “Cidades Inteligentes e desenvolvimento: como entregar o futuro aos cidadãos”, com mediação do editor da editoria Rio do jornal O Globo, Rafael Galdo.

O evento será realizado no auditório da Editora Globo, na Rua Marquês de Pombal, 25, Centro, RJ. Os interessados em participar devem se inscrever acessando o site do evento: https://oglobo.globo.com/projetos/g20nobrasil

Coppe promove workshop com secretários de transporte sobre o impacto da pandemia na mobilidade da Região Metropolitana do RJ

O Programa de Engenharia de Transportes (PET) da Coppe/UFRJ promove, dia 15 de maio, um workshop sobre o impacto da pandemia Covid-19 no padrão de deslocamento na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O evento reunirá secretários de diferentes municípios do Rio de Janeiro e contará com a participação do secretário estadual de transportes do Espírito Santo que trará o exemplo do transporte público na Grande Vitória, cujo atual modelo de gestão é tido como referência por especialistas da área.

O workshop é mais uma etapa do projeto “Desafios para a promoção de um transporte público sustentável na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ)”, coordenado pelo Professor Glaydston Mattos Ribeiro, do PET/Coppe. O objetivo é entender quais os desafios e as responsabilidades da iniciativa privada, do poder público e da sociedade civil para a promoção de um transporte público sustentável na RMRJ.

A primeira etapa foi a realização da pesquisa de campo que identificou o padrão de deslocamento da população, visando compreender os modos utilizados, bem como as razões de sua utilização, após a pandemia da Covid-19. O levantamento levou em conta os novos atores no cenário de transportes mundial, como os veículos por aplicativo, as bicicletas compartilhadas, dentre outros, e o uso de veículos de baixa capacidade. A etapa seguinte foi debater com as empresas operadoras do sistema de transporte público, para entender os seus principais desafios.

Agora é a vez dos gestores públicos mostrarem a situação atual da mobilidade, que é o objetivo da mesa-redonda “Será que mudamos? Um panorama do transporte público na Região Metropolitana do Rio de Janeiro – a visão do poder público”.

O workshop será realizado, das 9 horas às 13 horas, no Auditório Ruy Barreto da Associação Comercial do Rio de Janeiro, na Rua Candelária, nº 9, 12º andar, Centro. Os interessados devem fazer a inscrição por meio deste link.

A mesa, parte central do workshop, contará com a participação da secretária de Transportes do Município do Rio de Janeiro, Maína Celidônio; do secretário de Transportes de Nova Iguaçu, Leonardo Callijão; do secretário municipal de Urbanismo e Mobilidade de Niterói, Renato Barandier; do presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro), Leonardo Matias; e do secretário de estado de Mobilidade e Infraestrutura do Espírito Santo, Fábio Damasceno. A moderação será do professor Glaydston Ribeiro.

Ainda durante o evento, após a apresentação do estudo de campo realizado pela Coppe, que envolveu 4.300 entrevistados, a diretora de Mobilidade Urbana da Semove, Richele Cabral, mostrará o atual cenário do transporte público na RMRJ. Na sequência o secretário Fábio Damasceno falará sobre o transporte público na Grande Vitória, cujo atual modelo de gestão é tido como referência por especialistas da área.

Coppe promove workshop “Cenários Prospectivos para Uso de Energia em Transportes”

O Laboratório de Transporte de Carga (LTC) da Coppe/UFRJ promove, no dia 16 de maio, o workshop “Cenários Prospectivos para uso de Energia em Transportes”. Será a quinta edição de uma sequência de workshops que estabelece uma rotina anual de discussão sobre o principal desafio da sociedade para o século XXI: aplicar o conceito de sustentabilidade ao uso de energia para os transportes.

O objetivo central do workshop é mostrar um diagnóstico do atual cenário de transportes e discutir as medidas de mitigação necessárias para o alcance do compromisso brasileiro junto ao Acordo de Paris.

Pesquisadores do LTC, coordenados pelo professor Márcio D’Agosto, do programa de Engenharia de Transportes da Coppe, têm se debruçado na busca de soluções que tornem os veículos pesados não tão poluentes.

Durante o workshop serão apresentados resultados iniciais de dois estudos que estão em andamento no LTC/Coppe, a partir da substituição do diesel.

O primeiro estudo é voltado para a Avaliação do Ciclo de Vida de caminhões com motores elétricos movidos à bateria, e para analisar o Ciclo Diesel Euro VI (que estabelece limite máximos de emissões) produzidos pela indústria brasileira. Já o segundo é para verificar a pré-viabilidade econômica, financeira e ambiental do aumento da escala da produção de biodiesel, a partir do óleo residual da produção de etanol de milho via rota enzimática.

Com apoio do CNPq, o evento será realizado na Inovateca, do Parque Tecnológico da UFRJ, na Rua Aloísio Teixeira, 564, Cidade universitária.

Confira a programação

08h30 – Credenciamento

09h00 – Abertura (Emílio La Rovere – Professor da Coppe)

09h15 – Panorama do setor de transportes (George Goes – PNUD)

09h35 – Rodada de conversas com transportadoras e embarcadores (Lino Marujo – Professor da Coppe)

10h25 às 10h45 – Análise internacional (COP 28) e a importância do setor de transportes para o atendimento dos compromissos internacionais (Andrea Santos – Professora da Coppe)

10h45 às 11h05 – Adaptação: por que precisamos dela? (Victor Abreu – Pesquisador da Coppe)

11h05 às 11h30 – Cenários prospectivos do setor de transportes (Daniel Schmitz – Pesquisador da Coppe e fundador da Lùth-e)

11h30 às 12h00 – Mesa redonda – Transição Energética (Márcio D’Agosto – Professor da Coppe – e convidados)

12h00– Brunch, interação e networking

13h30 – O papel dos biocombustíveis na transição energética (Rejane Rocha e Mariane Gonzalez – Pesquisadoras da Coppe)

14h00 – Mobilidade elétrica – Avaliação do Ciclo de Vida de caminhões com motores elétricos a bateria e Ciclo Diesel Euro VI produzidos pela indústria brasileira (Ana Ângelo – Professora da UFF)

14h30 – Panorama global sobre descarbonização no transporte de carga (Yann Briand – Pesquisador do Institut du Développement Durable et des Relations Internationales-IDDRI)

14h50 – Introdução aos Grupos de trabalho e introdução das dinâmicas

15h00 – Matriz de probabilidade e impacto de risco das medidas de mitigação selecionadas

16h00 – Mesa-redonda Lado da demanda: Como modificar o sistema para reduzir os deslocamentos? (Márcio D’Agosto – Professor da Coppe – e convidados)

16h50 – Encerramento e próximos passos (Márcio D’Agosto – Professor da Coppe)

Inteligência Artificial e as Ciências é tema da Reunião Magna da ABC com participação de professor da Coppe

O professor Edmundo Souza e Silva, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, participará da Reunião Magna da ABC 2024, cujo tema será “Inteligência Artificial e as Ciências: Oportunidades e Riscos”.  O evento será realizado de 7 a 9 de maio, e a palestra do professor da Coppe será, no primeiro dia, às 15 horas, durante a Sessão Plenária II, dedicada à temática “Avanços da Computação e Inteligência Artificial”.

Também participarão desta Planária, os professores Altigran Soares da Silva, do Instituto de Computação, da Universidade Federal do Amazonas (IComp/Ufam); e Clarisse Sieckenius (Emérita e aposentada), do Departamento de Informática da Puc-Rio.

Ainda durante o evento, será realizada, no dia 8, a cerimônia de diplomação nos novos acadêmicos. Entre eles, o professor Eduardo Antônio Barros da Silva, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, que fora eleito membro titular em dezembro do ano passado, na área “Ciências da Engenharia”.

A Reunião Magna da ABC será realizada no Museu do Amanhã, na Praça Mauá, 1, Centro.

Saúde e Segurança do Trabalhador: série de matérias traça um panorama das ações e projetos da Coppe

O dia 28 de abril é considerado o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho. A data marca um momento de reflexão sobre a importância do desenvolvimento de um ambiente seguro e saudável para os trabalhadores.

Na Coppe/UFRJ, esforços conjuntos entre as agendas institucional e acadêmica respondem às crescentes demandas por acolhimento emocional, pela necessidade de vigilância constante para a prevenção de acidentes e de adoecimento ocupacional, além do desenvolvimento de projetos de pesquisa aplicada para melhorias na saúde e segurança dos trabalhadores de diversos setores.

Confira abaixo o conjunto de três matérias sobre iniciativas da Coppe para o desenvolvimento da cultura de segurança e para a promoção do bem-estar de suas equipes.

Abril Verde

Instituído em 2003, pela Organização Internacional do Trabalho, o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho remete a um trágico acidente ocorrido em uma mina nos Estados Unidos, em 1969, que resultou na morte de 78 trabalhadores. O que era um dia de luto pela morte, transforma-se em um dia de luta pela vida – uma data pela defesa do trabalho digno.

Dados do SmartLab – Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, revelam que, somente em 2022, foram notificados 612.920 acidentes de trabalho no Brasil. Os números abrangem tão somente a população com vínculo de emprego regular, não estando aí alcançado, portanto, o trabalho informal.

Ao longo da última década, instituições, empresas, sindicatos e órgãos governamentais têm abraçado a causa com a campanha Abril Verde, realizando ações de conscientização dos trabalhadores e empregadores sobre a prevenção dos acidentes de trabalho e do adoecimento ocupacional. Apesar de ainda não instituído oficialmente pelo governo federal, o Abril Verde é projeto de lei (PL 1063/2022) do senador Paulo Paim (PT/RS), em tramitação no Senado Federal.

O movimento, portanto, constitui-se como uma oportunidade das empresas e organizações revisarem suas políticas, procedimentos e práticas de segurança no ambiente de trabalho e estimula a transparência e a responsabilidade corporativa.

Acolhe Coppe registra aumento de 88% de acolhimentos emocionais

Desde 2020, com a criação do Núcleo Psicossocial Acolhe Coppe, a instituição expande sua atenção para além da conformidade regulatória, abraçando uma abordagem mais abrangente em relação ao bem-estar dos colaboradores. O projeto é formado por uma equipe multidisciplinar: psicólogas, arteterapeutas, terapeuta integrativa e assistente social. Os serviços são: acolhimento psicológico individual breve, grupo de apoio, grupo de arteterapia, além das práticas integrativas e complementares (PIC’s: reiki, cromoterapia, reflexologia, auriculoterapia, terapia floral, aromaterapia). O projeto registrou, em 2023, o total de 885 acolhimentos emocionais, um aumento de 88% em relação ao ano de 2022 com uma grande procura pelas práticas integrativas e da arteterapia.

 “A grande procura pelos acolhimentos emocionais parece reafirmar a importância de um espaço intra-institucional seguro, profissional e ético para acolher e acompanhar a saúde emocional das trabalhadores e discentes por meio de técnicas científicas validadas e já amplamente reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, conta Josiane Barros, psicóloga e coordenadora técnica do Acolhe Coppe.

Em 2023, o Acolhe Coppe participou de outras ações em parceria com a Gerencia de Recursos Humanos (GRH) da Coppe: Projeto Preparação para Aposentadoria, como uma nova linha de acolhimento que fornece uma escuta qualificada e atua em consonância com o Estatuto da Pessoa Idosa, na promoção do envelhecimento saudável. Como também, das ações psicoeducativas que incluem os trabalhadores terceirizados das atividades de limpeza e conservação, com enfoque nas seguintes temáticas: integração, valorização, pertencimento e superação do assédio moral, entre outras ações.

O Acolhe Coppe faz parte do conjunto de ações das agendas institucional e acadêmica da Coppe que respondem às crescentes demandas por acolhimento emocional, pela necessidade de vigilância constante para a prevenção de acidentes e de adoecimento ocupacional, além do desenvolvimento de projetos de pesquisa aplicada para melhorias na saúde e segurança dos trabalhadores de diversos setores.

Confira abaixo as outras duas matérias sobre a atuação da Coppe para o desenvolvimento da cultura de segurança e para a promoção do bem-estar dos trabalhadores.

Gestão de riscos da Coppe realiza rastreamento para redimensionar estratégias de melhorias para a prevenção de acidentes  

Pesquisadores da Engenharia de Produção da Coppe desenvolvem novas soluções ergonômicas  

Pesquisadores da Engenharia de Produção desenvolvem novas soluções ergonômicas

Em meio às iniciativas dedicadas às melhorias do bem-estar das equipes pertencentes ao quadro funcional da Coppe, pesquisadores da instituição desenvolvem e ampliam a segurança do colaborador em projetos de pesquisa aplicados em empresas dos mais diversos setores.

Equipe do Laboratório de Ergonomia & Projetos (Ergoproj), do Programa de Engenharia de Produção (PEP) da Coppe, coordenada pelo professor Francisco Duarte, realiza Análise Ergonômica do Trabalho e Diagnósticos sobre maturidade da cultura de segurança em plataformas de petróleo, refinarias, termelétricas, unidades de tratamento de gás, embarcações e armazéns. De acordo com o professor, o objetivo é aprimorar práticas de seguranças existentes, como as análises de acidentes, os retornos de experiência e práticas reflexivas que permitam construir a confiança entre as equipes de trabalho e seus gestores a nível estratégico para desta forma eliminar o silêncio organizacional, considerado o principal inimigo da segurança.

Com base no conhecimento do trabalho das equipes operacionais embarcadas busca-se desenvolver novas soluções ergonômicas e projetos inovadores para plataformas de petróleo. “Podemos destacar que a ergonomia é pela primeira vez uma disciplina de projeto desde as etapas iniciais (projeto básico) à construção passando pelos estudos de detalhamento”, explica o professor Francisco.

A equipe do laboratório vem contribuindo ainda com a segurança das operações em projetos de descomissionamentos de plataformas de petróleo, novo desafio da indústria offshore em nosso país.

Área multidisciplinar que estuda a interação entre o ser humano, a máquina e o ambiente de trabalho, a Ergonomia desempenha um papel crucial na prevenção de lesões musculoesqueléticas, fadiga, estresse e outros problemas de saúde relacionados ao trabalho. Compreender e otimizar essa interação é essencial para garantir não apenas a segurança dos trabalhadores, mas também sua produtividade e bem-estar.

O Ergoproj faz parte do conjunto de ações das agendas institucional e acadêmica da Coppe que respondem às crescentes demandas por acolhimento emocional, pela necessidade de vigilância constante para a prevenção de acidentes e de adoecimento ocupacional, além do desenvolvimento de projetos de pesquisa aplicada para melhorias na saúde e segurança dos trabalhadores de diversos setores.

Confira abaixo as outras duas matérias sobre a atuação da Coppe para o desenvolvimento da cultura de segurança e para a promoção do bem-estar dos trabalhadores.

Acolhe Coppe registra aumento de 88% de atendimentos

Gestão de riscos da Coppe realiza rastreamento para redimensionar estratégias de melhorias para a prevenção de acidentes  

Gestão de riscos da Coppe realiza rastreamento para redimensionar estratégias de melhorias para a prevenção de acidentes

Para a garantia de um ambiente de trabalho seguro e em conformidade com as regulamentações, a equipe da Gerência de Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde (GSMS) da Coppe/UFRJ está realizando um mapeamento das áreas de riscos, dos recursos de segurança e dos procedimentos de evacuação dos ambientes da instituição em situações de incidentes e acidentes. De acordo com o diretor-adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Coppe, Tharcisio Fontainha, o objetivo é garantir a segurança das pessoas e o correto dimensionamento dos recursos necessários.

O monitoramento constante dos extintores de incêndio é a garantia de que eles estejam sempre em condições adequadas para uso. Em 2022, foram elaborados 13 novos projetos, e atualizados outros 43, de rotas de fuga, iluminadores e sinalizadores de emergência, bem como de extintores de incêndio, juntamente com relatórios descritivos detalhados dos ambientes, contribuindo para uma resposta mais eficaz em situações de crise.

A GSMS realizou, naquele mesmo ano, capacitações em manuseio de extintores de incêndio e boas práticas de utilização de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) e dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) em laboratórios e salas de aula. Os participantes adquiriram conhecimentos essenciais para garantir a segurança pessoal e coletiva nas atividades cotidianas dentro da instituição.

Outra importante atribuição da GSMS é a retirada de resíduos químicos dos laboratórios. Em 2022, foram coletadas 4.2 toneladas desse tipo de material, promovendo a responsabilidade ambiental e a prevenção do descarte irregular.

“Também temos um projeto de implementar um sistema de compartilhamento de produtos químicos entre os laboratórios. Os produtos descartados por um laboratório poderão servir de insumos para outros laboratórios”, explica o professor Tharcisio. Ele destaca ainda que estão sendo desenvolvidos planos de contingência para situações adversas na Coppe, em parceria com o Corpo de Bombeiros e outros órgãos. “O objetivo é padronizar, aprimorar e formalizar os procedimentos a serem adotados para os casos de acidentes”. 

A antiga Brigada de Incêndio da Coppe, que fazia parte do organograma da GSMS até 2023, passou para o comando da UFRJ.

A GSMS faz parte do conjunto de ações das agendas institucional e acadêmica da Coppe que respondem às crescentes demandas por acolhimento emocional, pela necessidade de vigilância constante para a prevenção de acidentes e de adoecimento ocupacional, além do desenvolvimento de projetos de pesquisa aplicada para melhorias na saúde e segurança dos trabalhadores de diversos setores.

Confira abaixo as outras duas matérias sobre a atuação da Coppe para o desenvolvimento da cultura de segurança e para a promoção do bem-estar dos trabalhadores.

Acolhe Coppe registra aumento de 88% de atendimentos

Pesquisadores da Engenharia de Produção da Coppe desenvolvem novas soluções ergonômicas  

Pesquisadores da Coppe desenvolvem softwares para conectividade segura de automóveis

A privacidade passou a ser um ponto crítico para o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a conectividade veicular, em função da enorme coleta de dados em diversas e variadas plataformas e dispositivos.

Os veículos elétricos modernos possuem sensores que geram um grande volume de informações, que envolvem o funcionamento e estado dos componentes automotivos, a sua localização, as rotas que percorreu com mais frequência, e a forma como foi conduzido pelo motorista, dentre outras. Por outro lado, a partir desses dados coletados, a indústria automotiva pode desenvolver diversificadas aplicações, como forma competitiva, para ter um produto bem mais próximo ao estilo do motorista.

Essa equação vem sendo estudada a fundo pelos pesquisadores do Grupo de Teleinformática e Automação (GTA) da Coppe/UFRJ que estão desenvolvendo uma inovadora arquitetura de softwares. O projeto conta também com a participação de pesquisadores do Laboratório de Fontes Alternativas de Energia (Lafae).

Como parte do projeto “Aplicações veiculares com aprendizado distribuído e manutenção de privacidade (AVADiP), a arquitetura está sendo estruturada para ser utilizada em qualquer aplicação de coleta de dados, com garantia de privacidade.

Coordenado pelo professor Miguel Elias Mitre Campista, do GTA/Coppe, o projeto foi aprovado, em 2023, no Programa Prioritário Conectividade Veicular, liderado pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep), e que integra o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), uma expansão do antigo Rota 2023. A meta é estimular o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras do setor automotivo, por meio do desenvolvimento e da aplicação de novas tecnologias, e com maior sustentabilidade. O projeto da Coppe conta com a participação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, da Stellantis e da Startup Mobway.

Com previsão de três anos de execução, o projeto tem como objetivo fornecer ferramentas computacionais à indústria automotiva que permita a esta dar continuidade na produção de novos modelos de aprendizado de máquina, como parte do uso da Inteligência Artificial (IA). Isso, sem que os usuários precisem ceder informações pessoais, como explica Miguel Campista. O professor, que é do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, diz que a proposta é estudar o uso de duas aplicações de IA, mas a arquitetura que está sendo construída poderá viabilizar várias outras aplicações, com a finalidade de potencializar o uso de dados gerados pelos veículos conectados no ecossistema de serviços com interfaces públicas.

De acordo com o professor da Coppe, o insumo de qualquer sistema de aprendizado de máquina são estes dados gerados a partir do comportamento dos usuários, que são coletados e armazenados em nuvem para serem utilizados pela indústria automotiva no desenvolvimento de diversificadas aplicações, como forma competitiva, para ter um produto bem mais próximo ao estilo do motorista.

O professor da Coppe diz que o projeto está sendo executado com três eixos de trabalho, começando pela coleta e gerenciamento dos dados, que estão sendo realizadas com apoio técnico da Stellantis, com uso de dois veículos da marca, dos quais um totalmente elétrico já foi disponibilizado recentemente, no final de janeiro, e encontra-se na Coppe. “O primeiro desafio é produzir e armazenar os dados para que possamos treinar os modelos das aplicações. Nesta parte inicial, a coleta está sendo feita em bancada, de forma off-line. Em paralelo, estamos construindo os modelos de aprendizagem de máquina, mantendo a privacidade e a arquitetura de softwares. Mais adiante, quando houver um volume suficiente de dados armazenados, aí faremos a integração de todas as etapas do trabalho, reunindo-as em um único sistema”, explica Miguel Campista. 

O professor da Coppe diz que, a partir da arquitetura de softwares, serão desenvolvidas duas novas aplicações. A primeira é voltada para identificar os usuários vulneráveis ao redor dos veículos. A segunda é para a predição da saúde da bateria e do alcance do veículo eletrificado. Ambas aplicações são afetadas por padrões de condução e utilizam modelos gerados por algoritmos de aprendizado de máquina (Machine Learning) com aquisição distribuída de dados.

Professor Marcio Almeida é eleito membro da ANE

O professor Marcio Almeida, do Programa de Engenharia Civil da Coppe/UFRJ, foi eleito membro titular da Academia Nacional de Engenharia (ANE), e a sessão solene de posse será realizada no dia 29 de abril, às 18 horas, no Auditório Tamandaré da Escola de Guerra Naval, na Avenida Pasteur, 480, Urca.

Marcio, junto com outros nove engenheiros, passou a integrar o quadro da ANE no dia 3 de abril, quando tiveram a eleição ratificada.

A Academia é uma entidade sem fins lucrativos ou viés político-partidário, e é voltada para o aperfeiçoamento da Engenharia do país, para o estudo e equacionamento das grandes questões a ela pertinentes, e para o aconselhamento de governos federal, estaduais e municipais – a exemplo de suas congêneres em países avançados.

Na Coppe, 20 docentes também são membros da ANE:

Atila Freire, Edson Watanabe, Djalma Falcão, Eduardo Antônio Barros da Silva, Eugenius Kaszkurewicz, José Carlos Pinto, Mauricio Tolmasquim, Liu Hsu, Luiz Bevilacqua, Luiz Pereira Caloba, Martin Schmal, Nelson Maculan Filho, Paulo Sergio Ramirez Diniz, Renato Cotta, Richard Stephan, Romildo Toledo, Sandoval Carneiro Júnior, Segen Estefen, Walter Mannheimer, e Willy Lacerda. Outros docentes da Coppe, já falecidos, também fizeram parte da ANE, entre eles os professores Dirceu Velloso, Fernando Lobo Carneiro, Giulio Massarani e Cirus M. Hackenberg.

Sobre Marcio Almeida

Doutor pela Universidade de Cambridge (Reino Unido – 1984) e pesquisador 1A do CNPq, Márcio Almeida é graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da UFRJ (1974). Concluiu seu mestrado na Coppe em 1977 e, no mesmo ano, entrou para o quadro de docentes da instituição e da própria Politécnica, tornando-se professor titular em 1997. Até o momento, o professor orientou 111 dissertações de mestrado e teses de doutorado no Programa de Engenharia Civil da Coppe, e publicou mais de 300 artigos em periódicos e congressos nacionais e internacionais, dos quais três foram premiados pelas revistas Geosynthetics International (2014) e Ground Improvement (2016 e 2020) do Instituto de Engenharia Civil (ICE) britânico. Foi convidado a proferir a Coulomb Lecture em 2015, na Sociedade Francesa de Geotecnia.

Com quase 50 anos de atividades, além de dar aulas, Marcio Almeida tem atuado com consultorias para grandes projetos estruturantes no Brasil e no exterior, a exemplo da prestada para a estabilização da Torre de Pisa (Itália). Além disso, coordenou a área interdisciplinar de Meio Ambiente da Coppe e, junto com a professora Suzana Kahn Ribeiro, do Programa de Engenharia de Transportes da instituição, participou da criação do curso de Pós-graduação Executiva Meio Ambiente (MBE) da Coppe, que coordenou de 1998 a 2021.

Em 1996, o professor criou o Laboratório Multiusuário de Modelagem Centrífuga, por ele coordenado até hoje. Com este laboratório, implantou no Brasil estudos que envolvem Modelagem Física em Centrífuga Geotécnica, assim como os de ensino e pesquisa em Mecânica dos Solos dos Estados Críticos, e de Liquefação de Rejeitos de Mineração. A maior parte das pesquisas em modelagem física têm ênfase em aplicações offshore, incluindo estudos em dutos, risers e na estabilidade de taludes submarinos.

LRAP celebra uma década e encaminha futuro para além do petróleo

Professor Paulo Couto, coordenador do LRAP+

Ao mesmo tempo em que comemora suas conquistas dos últimos 10 anos, celebrados na última sexta-feira, 12 de abril, o Laboratório de Recuperação Avançada de Petróleo (LRAP) da Coppe/UFRJ já se encaminha para novas conquistas e, agora, passa a se chamar de LRAP+.

Reflexo das mudanças que o setor vive, o laboratório constrói seu futuro na diversificação de áreas de pesquisa como a captura de carbono, a hidrologia e a agricultura, aproveitando a expertise acumulada em meios porosos. O reposicionamento com LRAP+ é um exemplo da reinvenção pela qual passa a pesquisa aplicada no setor, “de uma linha de pesquisa muito estabelecida para uma evolução a serviço de novas demandas”, destacou a diretora de Tecnologia e Inovação, professora Marysilvia Costa.

A celebração foi marcada com a realização do painel “O LRAP+ além do Petróleo”, que contou com palestras dos professores Martinus Theodorus van Genuchten, do Programa de Engenharia Nuclear da Coppe e da Universidade de Utrecht (Holanda) e do professor Farid Shecaira, da PUC-Rio.

“Durante essa década tivemos a oportunidade de desenvolver pessoas, de criar muita capacidade técnica, novos procedimentos operacionais, inovamos no desenvolvimento de equipamentos a ponto de qualificar a indústria nacional a fornecer insumos que antes eram importados. Conseguimos graças a um trabalho de equipe, que reuniu o corpo social do LRAP, e também de nossos parceiros, sobretudo nossos parceiros primordiais, a Shell e a Petrobras que permitiram que o sonho se tornasse realidade”, avaliou o Professor Paulo Couto, coordenador do LRAP+ e professor do Programa de Engenharia Civil.  “Em um mundo que está passando por uma transição energética, é hora de aproveitarmos todo esse conhecimento na área de meios porosos e nos aventurarmos em outras áreas do conhecimento. No curto prazo, a frente de trabalho mais próxima é CCUS (captura, uso e armazenamento de carbono, na sigla em inglês), e outras áreas em médio prazo como hidrologia, solos, agricultura”, explicou.

Segundo o professor Farid Shecaira, a captura de carbono é um bom negócio para a indústria do petróleo, habituada e liderar megaprojetos

Para o professor Farid Shecaira, o sequestro geológico de carbono (CGS), uma das possibilidades de captura de carbono, não é greenwashing (marketing ecológico enganoso). “É importante para a humanidade esta atividade e as operadoras de petróleo estão voltando seus olhos para o sequestro de carbono. É inequívoco que a atividade humana acelerou o processo natural de mudanças climáticas. Existe uma convergência no mundo científico, e as empresas de petróleo possuem um clube chamado Oil and Gas Climate Initiative (OGCI), encarregado de liderar as respostas do setor às mudanças climáticas, para que cheguem a emissões líquidas zero e criem hubs de carbono”.

“O sequestro pode ser feito por florestamento, revegetação, reflorestamento, oceânico com microalgas, conversão de CO² para metanol, gasolina, diesel e outros produtos químicos. Fertilizantes, materiais de construção. É um bom negócio para a indústria do petróleo, um setor que sabe gerenciar megaprojetos”.

“A transição energética não será tão rápida quanto desejam. As outras fontes de energia que possam competir com o petróleo não são baratas o suficiente, nem contam com uma logística de entrega tão boa. O petróleo só vai começar a sair do palco, quando as outras fontes conseguirem subir a escadinha”, analisou Shecaira, para quem os projetos de CCUS dependerão de regulação e aporte financeiro do Estado.

O evento contou ainda com a participação do gerente geral de Tecnologia da Shell Brasil, Olivier Wambersie; da gerente de Tecnologias Aplicadas e Experimentais em E&P do Cenpes/Petrobras, Rita Wagner; da professora Juliana Baioco, representando a Escola Politécnica (Poli/UFRJ); da vice-diretora da Escola de Química (EQ/UFRJ), professora Andrea Salgado;e  do decano do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ, professor Walter Suemitsu.

Laboratório de Hidrogênio da Coppe recebe delegação da Prefeitura de Maricá

O Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ recebeu na última quarta-feira, dia 10 de abril, uma delegação da Prefeitura de Maricá que veio discutir com a equipe, coordenada pelo professor Paulo Emílio Valadão de Miranda, alguns detalhes sobre a implantação nesta cidade do ônibus híbrido elétrico-hidrogênio desenvolvido em parceria com a instituição e a empresa Tracel Industrial.

Liderada pelo subsecretário de Desenvolvimento Econômico de Maricá, Magnun Amado, e pelo diretor de Inovação e Científica do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), Ciro Torres, a delegação também conheceu as instalações do laboratório da Coppe e circulou na Cidade Universitária a bordo da versão do veículo que rodará em Maricá, nos próximos meses, durante o período de testes em situação real.

Empresas brasileiras e francesas já demonstram interesse em fabricar o veículo. No mês passado, durante o 8º Fórum Econômico Brasil-França, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Maricá, Igor Sardinha, e o professor da Coppe, Paulo Emílio, assinaram um memorando de entendimentos com o presidente da empresa francesa HYFIT, Bertrand Ciavaldini, e com o diretor da brasileira Ydrogenio, Pedro Henrique Kool Monteiro. Tais empresas estão interessadas na industrialização dos ônibus híbridos elétricos-hidrogênios em Maricá.

Painel LRap além do Petróleo inicia comemorações dos 10 anos de laboratório da Coppe

O Laboratório de Recuperação avançada de Petróleo+ (LRAP+) da Coppe/UFRJ promove na sexta-feira, dia 12 abril, às 13h30, o painel “O LRAP+ além do Petróleo”, que marca o início das comemorações de seus 10 anos e anuncia novas linhas de atuação, com foco na transição energética. O evento será realizado no auditório da Coppe, Centro de Tecnologia 2 da UFRJ, na Rua Moniz Aragão, 360, bloco 1, Cidade Universitária.

LRAP+ rumo à transição energética

O Laboratório, que recebeu financiamento da Shell e da Petrobras, foi fundado há uma década e iniciou efetivamente suas operações em 2015, com o propósito de investigar o uso do CO2 proveniente dos campos do pré-sal como fluido de recuperação avançada de petróleo, para maximizar a produção de petróleo. Durante esses 10 anos, houve avanços significativos tanto em conhecimento técnico quanto teórico sobre esta linha de pesquisa, como explica seu coordenador, o professor do Programa de Engenharia Civil da Coppe, Paulo Couto. “O LRAP+ pode atuar em outras áreas do conhecimento relacionados à meios porosos em seu futuro de curto, médio e longo prazo. São áreas que representam oportunidades promissoras e são importantes dentro do contexto da transição energética”, explica Paulo, acrescentando que no momento também estão intensificando suas pesquisas relacionadas à captura, utilização e armazenamento de carbono (Carbon Capture, Utilization and Storage – CCUS) em áreas geológicas.

No momento, além de dar continuidade a tais atividades, a equipe do LRAP+ aproveitará os conhecimentos adquiridos para passar desenvolver outras linhas que contribuam para a transição energética. De acordo com Paulo, o grupo está iniciando estudos relacionados aos meios porosos em outras áreas, além do Petróleo, tais como armazenamento geológico de CO2, agricultura, hidrologia, entre outras.

Participarão como palestrantes, o professor Rien van Genuchten, visitante da UFRJ e da Universidade de Utrecht (Países Baixos); e o engenheiro de petróleo e professor Farid Shecaira, que atuou na Petrobras de 1980 a 2021, exercendo diferenciados cargos técnicos e gerenciais. Van Genuchten abordará o universo de possibilidades de desenvolvimento tecnológico envolvendo os meios porosos. Já Shecaira falará sobre a perspectiva de sequestro geológico de gás carbônico no Brasil.

Abertura do painel contará com a participação do gerente geral de Tecnologia da Shell Brasil, Olivier Wambersie; da gerente de Tecnologias Aplicadas e Experimentais em E&P do Cenpes/Petrobras, Rita Wagner; da diretora de Tecnologia e Inovação da Coppe, professora Marysilvia Ferreira; da professora Juliana Baioco, representando a  diretora da Escola Politécnica da UFRJ, professora Claudia Morgado; da vice-diretora da Escola de Química da UFRJ, professora Andrea Salgado, do decano do Centro de Tecnologia da UFRJ, professor Walter Suemitsu; e do coordenador do LRAP+, professor Paulo Couto.

Sobre os palestrantes

Martinus Theodorus (“Rien”) van Genuchten é um físico de solos interessado em hidrologia da zona não saturada, fluxo multifásico, transporte de contaminantes subterrâneos, fluxo preferencial, modelagem analítica e numérica, e procedimentos inversos, entre outras. Atualmente, possui colaborações ou nomeações como professor visitante tanto na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, como na Universidade de Utrecht (Países Baixos). Também já atuou, por muitos anos, como Líder de Pesquisa no Laboratório de Salinidade dos EUA, em Riverside (Califórnia).

Farid Shecaira é engenheiro de petróleo. É graduado em Engenharia Civil pela USP (1979), mestre em Engenharia de Petróleo pela Universidade Federal de Ouro Preto ((UFOP – 1988), e doutor em Engenharia de Petróleo pela Universidade do Texas, em Austin (1998). Atualmente, Farid cursa Business Inteligence (BI) Data Science na PUC-Rio. Trabalhou na Petrobras de 1980 a 2021, ocupando inúmeros cargos técnicos e gerenciais. Fundou a WisEnergy, uma empresa de EAD, além de ser consultor na PUC-Rio, atuando no laboratório de Inteligência Computacional Aplicada (ICA), que é dedicado às aplicações da Ciência de Dados na Geoengenharia de Petróleo.

Confira a programação

13h30 – Abertura

14h00 – Palestra 1: The Porous Media World … of this World

Professor Rien van Genuchten


14h45 – Palestra 2: Sequestro Geológico de Carbono: Uma perspectiva Brasileira

Professor Farid Shecaira


15h30 – Discussões


15h50 – Encerramento

Coppe manifesta-se de forma contrária ao PL5066/2020

A Coppe/UFRJ manifesta-se de forma contrária ao PL5066/2020 que redistribui os recursos da Cláusula de P, D&I igualitariamente para as cinco regiões do Brasil.

Entendemos que essa redistribuição igualitária para todas as regiões brasileiras provocará a transferência de recursos para instituições com infraestrutura menos madura e sem a vocação para atuar no setor de petróleo e gás. Além disso, trata-se de uma medida que reduzirá, significativamente, os recursos atualmente aplicados em instituições, como a Coppe, que desenvolveram expertise na área de petróleo e gás, podendo, inclusive, tornar ociosos os investimentos e a infraestrutura instalada para atuação neste setor. Ao invés da distribuição uniforme, poderia se criar mecanismos de incentivos entre instituições de diferentes regiões, como uma maneira de cumprir o papel desse PL.

Rio de Janeiro, 11 de abril de 2024.,

Professora Suzana Kahn

Diretora da Coppe/UFRJ

Professor Fernando Alves Rochinha

Presidente do Conselho Deliberativo da Coppe/UFRJ