Coppe inaugura espaço dedicado à inovação: Coppe I

A Coppe/UFRJ inaugurou, no dia 2 de junho, o seu novo espaço colaborativo dedicado ao empreendedorismo e à inovação, o Coppe I. Localizado na sala I-118, no bloco I do Centro de Tecnologia, o Coppe I será parte do Ecossistema de Inovação da instituição. Quatro laboratórios da Coppe já fazem parte do Coppe-I e outros poderão aderir. São eles o Laboratório Urbano Vivo de Construções Inteligentes (LCI), o Núcleo de Ensino e Pesquisa em Materiais e Tecnologias de Baixo Impacto Ambiental na Construção Sustentável (Numats), o Centro de Referência em desenvolvimento tecnológico e gerencial de micro, pequenas e médias empresas (Pro-PME), Laboratório de Processamento e Caracterização de Materiais (LPCM).

De acordo com a diretora-adjunta de Empreendedorismo da Coppe, professora Marysilvia Costa, o Coppe I representa a evolução da proposta de interação com a sociedade que a instituição herdou de seu fundador, professor Alberto Luiz Coimbra, em uma longa trajetória que passou pela criação da Coppetec, ainda antes de se tornar uma Fundação, e pela criação da Incubadora de Empresas.

Professora Marysilvia apresentou o Coppe I

“Ao longo das diversas gestões dos diretores que estiveram à frente da Coppe, foi amadurecendo essa ideia da inovação como parte do processo institucional. Além do ensino, pesquisa e extensão, também a inovação e o empreendedorismo. Acho que a Coppe é muito boa em ensino, pesquisa e extensão e pode ser muito boa também em empreendedorismo, e para introduzirmos uma cultura de inovação e empreendedorismo em nossa comunidade, precisamos de espaços colaborativos para que as ideias sejam desenvolvidas, testadas, adaptadas e repensadas”, explicou professora Marysilvia.

Segundo o diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, desde a gestão de seu antecessor, professor Edson Watanabe, a Coppe debatia formas de aumentar o empreendedorismo na universidade. “Nós somos bem-sucedidos em iniciação científica e pensávamos em algo como um programa de iniciação à inovação, depois foi mudando, mas precisávamos criar um espaço de inovação aberta, um espaço em que pudéssemos compartilhar ideias e buscar soluções para problemas e eventualmente gerar negócios. Juntar competências distintas para solucionar problemas da sociedade. É assim que está surgindo esse ecossistema. Espero que esse espaço junte alunos de graduação, mestrado, doutorado e até, de escolas técnicas. Não vamos fechar o ambiente a quem queira criar ideias e empreender”, avaliou o professor Romildo.

Segundo professora Marysilvia, as diferentes formas de ocupação do Coppe-I ainda serão formatadas. “A logística de operação ainda não está fechada. Teremos site com formulário, que deverá ser preenchido para a utilização do espaço. Poderemos lançar desafios temáticos e a sala servirá para as equipes trabalharem suas ideias, fazerem reuniões sobre projetos e testar, temos laboratório de prototipagem, de caracterização, aí avaliam, voltam pra cá, rediscutem o conceito, e assim temos o crescimento de uma ideia. Sempre visando produtos, inovação”.

Ponte entre dois mundos

O professor Francisco Duarte, do Programa de Engenharia de Produção, considerado um dos responsáveis pelo “DNA” do projeto, explicou que foi feito um levantamento de empresas surgidas no Centro de Tecnologia da UFRJ sem o apoio oficial da universidade. “Então, sabíamos que havia muito potencial e queríamos apoiar e acelerar o processo. Por isso, pensamos em criar o Coppe I”.

“Não é um laboratório com máquinas e equipamentos. Isso nós já temos em vários laboratórios, vai ser uma espécie de hub, um conector dos vários laboratórios. Vamos fazer um inventário dos recursos e equipamentos que temos em nossos laboratórios, para que possamos saber, efetivamente, onde estão as coisas, e ter isso em rede, e alocar recursos. A gente quer que os alunos venham aqui debater os problemas da sociedade, como construir soluções para eles, seria um lugar de integração e conexão dos alunos da graduação e pós-graduação, dos alunos com os professores e dos professores entre si”, explicou professor.

Rafael Clemente, sócio da EloGroup

O ex-aluno da Coppe, Rafael Clemente, sócio fundador da empresa de consultoria EloGroup, disse que uma das coisas mais sábias que ele e seus sócios fizeram, ainda sem saber direito o que estavam fazendo, foi criarem a empresa na Incubadora da Coppe e se jogarem no mercado. A EloGroup emprega hoje 610 profissionais, tem quatro escritórios no país e fatura 200 milhões de reais.

“O nosso primeiro grande aprendizado foi o quanto a gente precisa não perder o mindset que a gente tinha aprendido aqui, de robustez metodológica, mas aprender a relaxar um pouco isso, pois o mindset do mercado é muitas vezes antagônico. Quando estamos na academia, nosso drive sempre é quanto mais complexo, melhor, porque vira um paper ou uma tese original. É normal, é assim que a gente é cobrado. No mercado, enxergamos que muitas vezes era o contrário, o importante era encontrar a forma mais simples para solucionar o problema”, comparou o ex-aluno da Coppe.

“O fundamental para um ecossistema de inovação funcionar é disposição de se expor para além da universidade. Aqui há muita tecnologia, mas há uma ponte que precisa ser percorrida de modo a fazer que esses dois mundos se encontrem. Acho que essa é a chave, ter um choque de realidade de mercado”, disse Rafael Clemente.

Pinguelli, cidadão do mundo

A Coppe/UFRJ deu início na última terça-feira, 21 de junho, à Pinguelli, Cidadão do Mundo, uma série de homenagens ao saudoso ex-diretor da instituição, professor Luiz Pinguelli Rosa, falecido em março, aos 80 anos. O evento contou com depoimentos de colegas da universidade, de entidades do setor de ciência, do setor hidrelétrico e também de sua família. Após a cerimônia no auditório da Coppe, foi descerrada uma placa em sua memória, na entrada do Bloco I-2000 do Centro de Tecnologia da UFRJ, o maior complexo de laboratórios da América Latina, inaugurado em 1998, em seu segundo mandato como diretor da Coppe. O Bloco agora será renomeado como Complexo de Ensino e Pesquisa de Engenharia Luiz Pinguelli Rosa.

O evento contou com a participação da reitora da UFRJ, professora Denise Pires; do diretor da Coppe, professor Romildo Toledo; da presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), professora Helena Nader; do presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor Renato Janine Ribeiro; do ex-diretor geral de Itaipu Binacional, Jorge Samek; do diretor-executivo da Fundação Coppetec e presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Fernando Peregrino; e dos filhos de Pinguelli, Luiz Fernando e Luiz Eduardo.

Na opinião da professora Denise Pires, pode-se ter a dimensão do homem, cientista e político que foi Luiz Pinguelli Rosa pelo tamanho e abrangência da obra do professor que escreveu sobre tecnociências e humanidades, sobre uso de biomassa, e antecipou a possibilidade de o país passar pelo apagão (ocorrido em 2001).

“Pinguelli é nossa inspiração e também nossa indignação”, afirmou a reitora.

A reitora destacou que as homenagens a Pinguelli ocorrem em um momento grave da história do país, no qual as instituições de Estado sofrem um ataque frontal. “Pinguelli era muito crítico a tudo isso, pois era um homem da institucionalidade e da luta coletiva. Lutou muito na nossa universidade e fora dela. Em 2011, estive com ele, Segen Estefen e Leda Castilho, em Brasília, para lutarmos por mudanças na legislação sobre o magistério superior. Pelo número de horas dedicados a consultoria e outras questões. Na trincheira a favor da universidade pública e da carreira docente com dedicação exclusiva, com ensino, pesquisa e extensão, levando todas as atividades da universidade para perto da sociedade para que haja a efetiva transformação”.

“Pinguelli é a nossa força, a nossa vontade de lutar e de vencer. É nossa inspiração, também é e continuará sendo a nossa indignação. Luiz Pinguelli Rosa, presente!”, exortou a reitora, professora Denise Pires.

Segundo o professor Romildo Toledo, Pinguelli foi uma pessoa multifacetada, que transcendeu em muito o trabalho acadêmico. “Ele teve uma inserção na sociedade que não foi apenas pessoal, mas também levou a Coppe a ocupar um protagonismo na discussão dos problemas nacionais. É gozado que ele queria colocar o seu livro como sendo memórias de um derrotado. Imagine alguém que alcançou o sucesso acadêmico e administrativo dele, pudesse se ver como derrotado”.

“Ele ajudou a criar e foi o primeiro presidente da Adufrj (seção sindical dos docentes da UFRJ) e do Andes (sindicato nacional dos docentes), ainda na ditadura militar. Na Coppe, participou da formação e criação do Programa de Engenharia Nuclear (PEN) e do Programa de Planejamento Energético (PPE), e como diretor, da criação do Programa de Engenharia de Nanotecnologia (PENt). Trouxe a discussão da energia, mudanças climáticas e meio ambiente para formação de pessoal e desenvolvimento de pesquisa. Além disso, ele acreditava, como Coimbra, na força da inserção da universidade na sociedade, e fortaleceu a Coppetec e o modo de atuação que se tornou modelo no país. Foi uma grande alegria ter tido o Pinguelli em nossas vidas. Institucionalmente, o legado ficará para sempre”, destacou professor Romildo.

“O que avançamos em dois anos, não teve igual”, destacou Jorge Samek

O ex-diretor da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, ressaltou a capacidade de Pinguelli como gestor. Samek dirigiu Itaipu de 2003 a 2017 e contou com o ex-professor da Coppe no Conselho de Administração da empresa por mais de uma década. “Todo mundo lembra que em 2001 o Brasil passou pela sua maior crise energética e quem recuperou esse processo tem nome e sobrenome: Luiz Pinguelli Rosa. Todo mês tínhamos reunião com pauta, meta e acompanhamento do processo. O que avançamos em dois anos, não teve igual em todo o período posterior. Desde a usina de Tucuruí, não se tinha empreendimento hidrelétrico no país. A retomada se deu na gestão do Pinguelli à frente da Eletrobras”.

“Aquele apagão de 2001 não teria acontecido se tivéssemos um sistema interligado. Pinguelli trabalhou pesadamente pela interligação do sistema. Dali surgiu o Proinfra. Não tínhamos quase nada de energia solar ou eólica. E o projeto que ele mais gostava, o Luz para Todos, ele não admitia com o potencial energético que tínhamos e tanto conhecimento de ciência e tecnologia, termos mais de 20 milhões de pessoas sem acesso à luz”, relatou.

Samek fez questão de expressar gratidão pela amizade e aprendizado ao longa da frutífera convivência. “Nesses 11 anos que trabalhamos juntos, ele me cobrava e me ensinava como conciliar produção de energia com desenvolvimento com cuidado ambiental e responsabilidade social. E nós (Itaipu Binacional) fomos ganhando prêmios. Implantamos por orientação do Pinguelli os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS). Cuidamos dos ribeirinhos, dos índios, da água, da natureza”.

Fernando Peregrino comparou Pinguelli ao antropólogo, sociólogo e historiador Darcy Ribeiro, que também via a si mesmo como alguém derrotado nas muitas batalhas políticas que travou. “Darcy Ribeiro também quando era homenageado dizia não entender pois, ele defendera os índios e fora derrotado, defendera o ensino público e fora derrotado. Ele dizia que apesar disso preferia ficar ao lado dos derrotados do que ao lado daqueles que venceram. Pinguelli é isso. Lutou contra a privatização da Vale, contra a privatização do setor elétrico, e contra esse desmonte que vivemos na Ciência e Tecnologia”, destacou o diretor-executivo da Fundação Coppetec.

Professor, gestor, humanista e líder

Professor Erasmo Ferreira

O professor Erasmo Ferreira, do Instituto de Física da UFRJ, orientador de Pinguelli em seu doutorado, realizado na PUC-Rio, que destacou a liderança “magnífica, inconteste” de um físico à frente de uma instituição de Engenharia. “Essa universidade deve permitir essa interdisciplinaridade, essa passagem de um setor a outro para que ela desenvolva valores que possam ser freados por roteiros específicos, células curriculares. É preciso que tenhamos cada vez mais abertura disciplinar para que se torne uma universidade em permanente inovação, para fora e para si mesma”, defendeu Erasmo.

O presidente da SBPC, professor Renato Janine Ribeiro, lembrou que conheceu Pinguelli em 1997, quando ambos foram receber uma homenagem do governo federal. “Estava alguém lá uma pessoa com um cartaz repudiando os cortes na ciência e alienação de patrimônio público. Esta pessoa era Luiz Pinguelli Rosa. Foi uma situação muito especial. Estava ali não apenas o cientista, mas o homem público. Não apenas o pesquisador, mas o humanista, a pessoa preocupada com o futuro do país”.

Na opinião da presidente da ABC, professora Helena Nader, Pinguelli é um ícone, que “só trouxe orgulho para a comunidade científica e para a sociedade brasileira. Ele não era um cidadão comum, mas pensava no cidadão comum. Cada ato era pensando nesse Brasil que deveria ser cada vez maior e melhor. Tinha uma veemência e clareza de ideias que poucas pessoas tinham. E mais do que isso, retidão de caráter”.

Um amor correspondido

Durante o evento, o presidente do Coep, André Spitz, e a família de Pinguelli anunciaram o lançamento de um site para consolidação e preservação do acervo do ex-diretor da Coppe. Segundo Luiz Eduardo Rosa, a iniciativa tem objetivo de consolidar de forma participativa e colaborativa seu acervo e dar continuidade às suas lutas. “Meu pai foi um valioso e leal companheiro de luta de muitos de vocês. O site contará com livros, artigos escritos por ele, artigos escritos sobre ele, reportagens, estudos, documentos, vídeos. O site ainda está em construção, mas deverá entrar no ar em julho, no endereço www.luizpinguellirosa.org.br. Todos poderão contribuir”.

Segundo André Spitz, “cada um de nós tem uma história com Pinguelli e essas histórias são muito importantes. Quando a gente diz ‘Pinguelli vive’, é importante que a gente faça com que ele continue vivendo, por meio das memórias de cada um de nós. Ele precisa continuar sendo uma referência para o país. A gente precisa continuar suas lutas. Acho que essa é a maior homenagem que poderíamos fazer a ele”.

“A ideia desse site é fazer Pinguelli viver. Por meio das histórias de todos nós. Cada um de nós tem histórias incríveis sobre ele. Era um grande articulador, grande líder. Foi capaz de articular muita gente em torno de si. As pessoas acreditavam em Pinguelli. Ele era grande, sobretudo porque soube criar em torno de si uma rede de pessoas que apoiaram suas lutas. Não podemos deixar essa rede morrer. Precisamos manter vivo o acervo e inspirar as pessoas mais jovens a participarem dessas lutas”, convocou Spitz.

Como destacou o filho Luiz Fernando, Pinguelli tinha um amor impressionante pela Coppe. Um amor correspondido. “Ele está aqui em cada sala, cada laboratório, dentro de cada professor, aluno e servidor. Todos vão carregar um pouco dele para sempre, mesmo que não saibam”.

Ao final, foi descerrada uma placa na entrada do Bloco I-2000, que abriga o maior conjunto de laboratórios de Engenharia da América Latina. O Bloco passará a se chamar Complexo de Ensino e Pesquisa de Engenharia Luiz Pinguelli Rosa.

As homenagens estão sendo organizadas por uma comissão constituída pelos professores da Coppe Romildo Toledo, Aquilino Senra e Emílio La Rovere; pelo diretor-executivo da Fundação Coppetec e presidente do Confies, Fernando Peregrino; por André Spitz, do Comitê de Entidades Públicas no Combate à Fome e pela Vida (Coep); e Beatriz Pinto, da Embrapii-Coppe. Também participam o Fórum de Ciência e Cultura (FCC/UFRJ), a Adufrj, a ABC, a SBPC, o Clube de Engenharia, o Instituto Ilumina e o Museu Nacional.

Próximo Ciclo de Seminários PESC será dedicado ao Prêmio ACM A.M. Turing 2021

O próximo Ciclo de Seminários PESC, promovido pelo Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, dia 29 de junho, às 11 horas, contará com a já tradicional palestra comemorativa do Prêmio ACM A.M. Turing. Nesta edição serão abordadas e revistas as principais contribuições do professor Jack Dongarra, da Universidade do Tennessee (EUA), para a área de supercomputação, que o conduziram a conquistar, em 2021, esta premiação, que é considerada como o mais importante reconhecimento acadêmico na Computação, um Prêmio Nobel da área. O evento será realizado no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia, bloco G, sala 122, Cidade Universitária; e transmitido pelo canal do Programa no YouTube.

Álvaro Coutinho, coordenador do Nacad da Coppe

A palestra será proferida pelo professor Álvaro Coutinho, coordenador do Núcleo Avançado de Computação de Alto Desempenho (Nacad) da Coppe, e o debate moderado pelo professor Fernando Rochinha, do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe.

Jack Dongarra realizou estudos para que os softwares acompanhem o desenvolvimento do hardware dos computadores mais potentes do mundo. De acordo com Álvaro Coutinho, foi no início dos anos 1990 que o professor e seus colaboradores desenvolveram um pacote de álgebra linear, denominado Linpack, e propuseram um teste que mede a capacidade de cálculo de um supercomputador. Com os resultados alcançados, a ferramenta se tornou a principal forma de comparar as máquinas mais poderosas do mundo, indicando o que elas podem fazer e ajudando a compreender como podem evoluir.

Álvaro Coutinho diz ainda que contribuições de Jack Dongarra se tornaram decisivas na simulação de problemas complexos em Ciência, Engenharia Aprendizado de Máquina  e que, durante o evento, relembrarão também a trajetória da Coppe nesta área.

Rio será sede de encontro do Programa de Aceleração do MIT

O Rio de Janeiro foi selecionado para sediar o próximo encontro do MIT Reap, Programa de aceleração e empreendedorismo do Massachusetts Institute of Technology. Ao longo de três dias, o evento reunirá, em janeiro de 2023, especialistas do MIT e delegações de sete países para discutir estratégias e ações específicas a serem realizadas pelas regiões participantes que atuam em segmentos econômicos diversos, como energia, agronegócio, tecnologia da informação, saúde e outros.

Segundo Hudson Mendonça, líder do MIT Reap Rio, a escolha da cidade representa uma oportunidade de desenvolver o ecossistema de inovação do Rio de Janeiro e uma vitrine do país para o tema. “A realização do evento na cidade representa mais um passo na conquista do nosso objetivo de ser um ecossistema referência em energia e sustentabilidade para o mundo”.

Sobre o MIT REAP RIO

O programa MIT Reap Rio tem duração de dois anos e reúne os atores chaves do ecossistema: governo, corporações, empreendedores, universidades e fundos de investimento. O objetivo é identificar e executar ações estraté.gicas na região com base no Programa de Aceleração do Empreendedorismo Regional do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, incluindo o estímulo à criação e o desenvolvimento de startups focadas nos setores de energia e sustentabilidade.

O MIT Reap Rio é uma iniciativa que conta com a participação do Laboratório de Inovação Tecnológica, Organizacional e em Serviços (LabrInTOS), da Coppe/UFRJ, instituição que representa Universidades, Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) e outras Instituições do estado do Rio de Janeiro. Algumas instituições já explicitaram seu apoio e parceria no projeto – INT/Mcti, UFF, Ufrrj, Ibmec, Unirio, PUC-RJ, Cepel/Eletrobras –, dentre outras em articulação.

“A implementação de um ecossistema de inovação em energia e sustentabilidade no Rio de Janeiro exige a união daqueles que amam o Rio – esse é um projeto de todos nós, universidades, instituições de Ciência e Tecnologia, empresas e governos do estado do Rio de Janeiro”, explica o professor e coordenador do LabrInTOS da Coppe/UFRJ, Marcus Vinícius Fonseca”.

Os bastidores dos meios de transportes do Rio é tema de seminário na Coppe

Para mostrar como a Engenharia influencia na movimentação diária do carioca, o Programa de Engenharia de Transportes da Coppe e a Asme, da UFRJ, promovem na próxima sexta-feira, dia 24 de junho, às 13 horas, o seminário “Transportes Cariocas, Perspectivas & Engenharia”. O objetivo é revelar os bastidores dos meios de locomoção da cidade maravilhosa, apresentando o que há por trás dos diferentes modos, bem como a rotina dos engenheiros que atuam nesta área, que é parte essencial da vida do brasileiro. O evento será realizado no auditório da Coppe, no bloco G, sala 122, Centro de Tecnologia, da UFRJ.

O seminário contará com a participação do secretário de Turismo do Estado do Rio e presidente do Trem do Corcovado, Sávio Neves; do Chefe Executivo de Operação e Resiliência do Centro de Operações Rio, Alexandre Cardeman; do engenheiro do Centro de Manutenção do Metrô Rio, Marco Antônio Biagio; do Engenheiro de Manutenção do VLT Carioca, Renan Moreira; do gerente da Supervia Trens Urbanos, Roberto Fischer Machado; e do Engenheiro Naval da CCR Barcas, João Henrique Volpini. A moderação será do professor do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, Márcio D’Agosto.

Vice-diretora da Coppe debate Mudanças Climáticas e oportunidades de desenvolvimento para o Brasil

A professora Suzana Kahn, Vice-diretora da Coppe/UFRJ, participará na próxima sexta-feira, dia 24 de junho, às 18 horas, da live sobre Mudanças Climáticas e oportunidades de desenvolvimento para o Brasil, com transmissão pelo canal da Associação dos Engenheiros do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (AEITA) no YouTube.

Durante o evento, promovido pela T73 (turma de engenheiros formados em 1973 pelo ITA), Suzana mostrará porque defende que uma das principais propostas para um Brasil renovado é a promoção do desenvolvimento sustentável. A professora da Coppe, que coordenou o capítulo sobre Transportes do último relatório do IPCC, diz que para atingir tal objetivo, só com investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação. De acordo com Suzana, quanto mais desenvolvida é uma nação, maior a capacidade de resposta às mudanças climáticas ou a qualquer outra vulnerabilidade interna ou externa.

“Com desenvolvimento econômico inclusivo e tecnológico, aumenta-se a capacidade de se adaptar aos extremos climáticos e reduzir seus danos. Da mesma forma, aumentam-se as opções de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, como consequência, diminui-se a necessidade de gastos com adaptação, tendo início um ciclo virtuoso”, afirma a vice-diretora da Coppe.

Pinguelli, cidadão do mundo: série de eventos homenageia professor da Coppe

A próxima homenagem ao professor emérito Luiz Pinguelli Rosa, ex-diretor da Coppe/UFRJ, será o lançamento da série Pinguelli, Cidadão do Mundo, na terça-feira, dia 21 de junho, às 14 horas. Para a ocasião foram convidados para falar sobre o homenageado a reitora da UFRJ, Denise Pires; o diretor da Coppe, Romildo Toledo; a presidente da ABC, Helena Nader; o presidente da SBPC, Renato Janine; o ex-diretor geral de Itaipu Binacional, Jorge Samek; o diretor executivo da Fundação Coppetec e presidente do Confies, Fernando Peregrino; e irmão de Pinguelli e representante da família, Sérgio Rosa. A cerimônia da inauguração da série será realizada no auditório da Coppe, no bloco G, sala 122, Centro de Tecnologia, Cidade Universitária.

Durante o evento, será descerrada uma placa em sua memória, na entrada do Bloco I-2000, o maior complexo de laboratórios da América Latina, inaugurado em 1998, em seu segundo mandato como diretor da Coppe. Agora, o complexo está sendo renomeado como Centro de Pesquisa em Engenharia Luiz Pinguelli Rosa.

Uma das primeiras celebrações ao professor, falecido em 3 de março, aos 80 anos, foi o lançamento de sua autobiografia Memórias de Vargas a Lula: a resistência à ditadura e ao neoliberalismo, dia 13 de junho, na livraria Argumento. Saiba mais sobre o professor Luiz Pinguelli Rosa na seção Perfil do Planeta Coppe Notícias.

Emoção e alegria no lançamento de autobiografia de Pinguelli

Emoção e alegria tomaram conta da livraria Argumento, nesta segunda-feira, 13 de junho. Colegas, amigos, familiares, ex-alunos compareceram para homenagear o mestre Luiz Pinguelli Rosa no lançamento de sua autobiografia intitulada “Memórias de Vargas a Lula: a resistência à ditadura e ao neoliberalismo”, editada pela Contraponto.

O livro foi escrito por Pinguelli com a intenção de trazer memórias políticas, colocando na balança as vitórias e derrotas da esquerda no país. “Como predominam derrotas – escreveu o autor – pensei em chamá-lo ‘Memórias de um derrotado’. Mudei de ideia não para esconder o sentimento de derrota, mas porque mantenho a esperança”.

Luiz Fernando

Pinguelli foi descrito por seu filho Luiz Fernando, a quem coube apresentar a obra, como um homem “inteligente, culto, progressista, patriota, corajoso, ‘muito corajoso’, que lutava pelo que julgava certo, a despeito das consequências, e que não se deixou intimidar nem pela ditadura militar. “Em tempos que homens minúsculos são mitificados e levados ao poder, foi um dos grandes. Nosso pai, com muito orgulho”, escreveram, com admiração, seus filhos Luiz Fernando, Luís Eduardo e Leonardo.

Nas palavras de Luiz Fernando, Pinguelli era um “cara simples, reservado e espirituoso”. “Um professor de Física cujas aulas atraíam alunos inscritos em outras turmas. Um diretor da Coppe que recebia alunos em sua sala sem horário marcado minutos antes de receber um ministro”.

Professor Romildo Toledo, diretor da Coppe

De acordo com o diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, Pinguelli trouxe ao longo das 500 páginas de sua biografia a visão de alguém que queria o desenvolvimento nacional, queria um país mais justo. “Enquanto professor e diretor da Coppe, sempre buscou aproximar a academia e a sociedade. Depois do Coimbra foi a pessoa que mais ampliou a dimensão da Coppe, e também como alguém que influenciou a vida e o cotidiano de todos nós. Todos que tivemos a oportunidade de conviver com o Pinguelli, aprendemos muito a olhar os problemas buscando soluções amplas. Seu olhar nunca foi restrito e sempre teve em foco o desenvolvimento nacional e o interesse da sociedade”.

“Fernando Peregrino, diretor-executivo da Fundação Coppetec

O diretor-executivo da Fundação Coppetec, Fernando Peregrino, descreveu o professor Pinguelli, seu amigo de longa data, como alegre, afável e empático. “Ele me marcou muito e me marcou por um valor que, para mim, está acima de muitas coisas que foram desprezadas ao longo do tempo: a lealdade. Pinguelli não deixava soldado para trás. Ele me lembrou outro cara que considero muito, Leonel de Moura Brizola, o qual dizia que devemos buscar aquele que caiu e trazê-lo para a linha de frente. Nacionalista, desenvolvimentista, em defesa da universidade, da pesquisa, do conhecimento. Pinguelli foi leal, ele se colocava à frente das balas para que estas não atingissem quem trabalhava com ele”, destacou Peregrino.

Sérgio Rosa, irmão de Pinguelli

O irmão de Pinguelli, Sergio Rosa, preferiu destacar o lado humano de Pinguelli como o componente principal da biografia. “Nesse livro de memórias, meu irmão canta músicas de Vinícius, Cartola, Gil, Noel Rosa e muito mais. De Aldir Blanc e Guinga, Pinguelli foi buscar. Na infância e adolescência, moramos no Engenho de Dentro, perto do nosso vizinho João Nogueira que escreveu, parece, para o Pinguelli: o nome a obra imortaliza. Esse livro de memórias retrata parte da obra imortalizada, talvez um subtítulo possível fosse ‘Uma obra de um alfaiate feita sob medida’”.

“O nosso autor tem o livro lançado no repulsivo momento da entrega da política energética simbolizada da Eletrobras para o tal mercado. Pinguelli se disse um derrotado, mas, no início do livro, ele nos traz Saramago: o que as vitórias têm de mau é que não são definitivas, o que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas. Lutemos!”, invoca Sérgio Rosa

Saiba mais sobre o professor Luiz Pinguelli Rosa na seção Perfil do Planeta Coppe Notícias.

Maurício Guedes recebe título de Doutor Honoris Causa

O ex-coordenador da Incubadora de Empresas da Coppe, Maurício Guedes, recebeu no dia 3 de junho, da reitora da UFRJ, professora Denise Pires, o título de Doutor Honoris Causa. O título foi entregue durante sessão solene do Conselho Universitário (Consuni) realizada no auditório da Coppe.

Fundador e ex-diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Guedes destacou que a UFRJ abraça a causa da inovação e que o título a ele conferido representa, em sua opinião, o reconhecimento da universidade pública pelo seu próprio papel na inovação. “A universidade se valoriza quando ela fortalece suas relações com a sociedade. Não é o número de cursos ou de programas de pós-graduação que a faz merecedora deste nome. Para ser universidade, ela tem que se importar com a sociedade”, afirmou.

“Não sou professor, nem pesquisador, sou servidor público. Sou um gestor de ciência, tecnologia e inovação e tenho compromisso com a mudança, fazer sempre melhor. Empreender é fascinante, e isso não significa abrir uma empresa. É mais fascinante ainda empreender no setor público. Sou muito grato à UFRJ por ter me permitido viver essa experiência”, emocionou-se o homenageado.

O diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, destacou que Maurício Guedes, a exemplo do professor Alberto Luiz Coimbra, fundador da Coppe, um idealizador que sempre incutiu a ideia de ciência básica, empreendedorismo e transferência para a sociedade, é uma pessoa que transbordou a instituição, e ultrapassou as fronteiras da UFRJ na área da inovação.

“Não é fácil empreender. Não é fácil criar um ecossistema de inovação e que ele funcione, empresas surjam. Embora a Incubadora e o Parque tenham se mostrado casos de grande sucesso, não foi fácil a implementação e operacionalização. Maurício, você é uma referência na área, sempre foi aquela pessoa a ser seguida. Agradeço muito a todo trabalho que você fez pela UFRJ, pelo Centro de Tecnologia e pela Coppe. Agradeço à Coppead pela sua indicação ao recebimento deste título e estamos muito felizes que isso esteja acontecendo aqui, na sua casa”, reconheceu professor Romildo.

Coube à diretora de Tecnologia e Inovação da Coppe, professora Angela Uller, a tarefa de apresentar Maurício Guedes, antes do recebimento do título de Doutor Honoris Causa. A professora do Programa de Engenharia Química (PEQ) fez um resumo da biografia do homenageado, marcada por extensas contribuições ao empreendedorismo em ambiente acadêmico e à inovação tecnológica na Coppe, na UFRJ, no Rio de Janeiro e no país, sem deixar de mostrar ao público que lotou o auditório da Coppe como é, no dia a dia, o seu amigo de longa data.

“Em 1986, o Maurício assumiu o NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica) da Coppe. Em 1988, eu o conheci no corredor do bloco G do Centro de Tecnologia. O NIT e o Programa de Engenharia Química ficavam de frente um para o outro. Ele se apresentou e falou sobre o NIT e me perguntou o que eu achava sobre a UFRJ ter uma incubadora de empresas de base tecnológica. Ele me explicou e, quem diria, eu respondi que achava que não tinha nada a ver”, confessou.

“Foi aí que conheci quem ele era. Uma pessoa obstinada, negociador habilidoso e envolvente. Convidou-me a conhecer o NIT e me convenceu totalmente dessa missão. Foi um professor excelente e me ensinou muito acerca da gestão da inovação. Acho que a Coppe e a UFRJ devem muito ao Maurício pela formação de seu ecossistema inovação. Ele esteve à frente de quase tudo”, relembrou a professora Angela.

A família de Mauricio compareceu em peso e os netos deram um show à parte durante a cerimônia.

Ousadia compartilhada

Antes de receber oficialmente o título, das mãos da reitora Denise Pires, Maurício contou muitas histórias sobre a idealização e construção do Parque Tecnológico da UFRJ. “O Parque saiu muito rápido, em quatro anos. Tivemos alguns sustos, um deles logo no começo, que teríamos que elevar a cota do terreno para fazermos as obras, e para isso tivemos que trazer 100 mil caminhões de aterro para cá. Não sabíamos como fazer, aí alguém na Comlurb nos disse que não precisaríamos gastar nada. Fizemos, então, um acordo para trazer entulho de obras da cidade do Rio de Janeiro. Durante três anos, recebíamos 100 caminhões por dia, e a Comlurb colocou um trator espalhando”

“Nessa época, eu era presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e viajava muito, via aquela mancha vermelha (do aterro sendo feito para as obras) crescendo e pensava ‘caramba, se isso der errado eu vou ficar famoso’, mas felizmente deu certo e o Parque é um sucesso. Um dia o prefeito do campus disse que precisaríamos ter um endereço na rua Paulo Emílio de Barbosa e eu teria que escolher um número que fosse próximo de 500 e que fosse ímpar. Não tive dúvida. Escolhi 485. O endereço foi criado por mim como homenagem ao ônibus que marcou a vida de muita gente que estudou e estuda aqui”, divertiu-se Maurício Guedes.

“Tenho enorme felicidade e gratidão por ser o protagonista deste momento, mas esse título pertence a muitos dos que estão aqui, que compartilharam comigo essa ousadia”. Essa história na verdade começa muito antes. Começa com o professor Coimbra, que é essa marca de empreendedorismo. Tive apoio de muita gente, Flávio Grynszpan, Paulo Robson, Pinguelli, Angela, Maculan, os ex-reitores Carlos Levi e Aloísio Teixeira. Agradeço publicamente ao José Carlos Pinto, que me sucedeu, e enfrentou uma feroz auditoria do TCU, durante dois anos, sobre a minha gestão, na verdade. Era uma auditoria sobre cessão de áreas na universidade e, ao final, o relatório classificou como boas práticas. A gente sempre tentou fazer a coisa certa, ética, dentro da lei”, reconheceu o engenheiro, fundador da Incubadora de Empresas da Coppe e também do Parque Tecnológico da UFRJ.

Participaram da homenagem a reitora da UFRJ, professora Denise Pires; vice-reitor, professor Carlos Frederico Leão da Rocha; Diretor da Coppe, representando a decania do Centro de Tecnologia (CT), professor Romildo Toledo; a diretora de Tecnologia e Inovação da Coppe, professora Angela Uller; diretor da Coppead, professor Otávio Henrique Figueiredo; e do diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, professor Vicente Ferreira, também docente da Coppead.

PPE homenageia professor Pinguelli, em sua Aula Inaugural

O Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ promoveu, em sua Aula Inaugural 2022, uma homenagem ao ex-diretor da Coppe e ex-professor do PPE, Luiz Pinguelli Rosa. O evento, realizado no dia 23 de maio, contou com a participação do professor Maurício Tolmasquim (PPE), e dos professores Ildo Sauer (USP), Horta Nogueira (Universidade Federal de Itajubá – Unifei) e Sérgio Bajay (Unicamp).

Tolmasquim, colega de Pinguelli no PPE, fez um panorama da atuação de Pinguelli na universidade e na discussão dos grandes temas ligados à política energética no país e destacou que a amizade cultivada por ambos extrapolava o lado profissional e chegava ao convívio familiar.

“Eu conheci o Pinguelli, quando iniciei meu mestrado. Ele foi meu professor de Física e já se destacava pela postura crítica sobre o processo de transferência de tecnologia no acordo nuclear entre Brasil e Alemanha. Ele já era conhecido nacionalmente e eu o admirava pelo ativismo”, relembrou Tolmasquim.

“Pinguelli teve atuação central nos debates das questões nacionais relacionadas ao setor de energia. Em 1979, em depoimento ao Senado criticou vários pontos do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, como os custos que se mostraram muito maiores do que os previstos e a tecnologia escolhida. Ele participou do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), fazendo jus, com outros pesquisadores, do Prêmio Nobel da Paz dado ao IPCC em 2007. Foi convidado, então, a ser secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas”.

Tolmasquim lembrou ainda como ele, Pinguelli e outros especialistas buscaram alertar o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acerca dos riscos de um apagão no setor elétrico, o que, efetivamente, aconteceu com o período de racionamento de energia, em 2011. “Nós acompanhávamos de perto a situação dos reservatórios e a gravidade da situação fez com que elaborássemos um relatório, eu, Pinguelli, Roberto d´Araujo e Sebastiao Soares, em 1999 e o enviamos ao presidente, mas, o risco era sempre negado e tratado como alarmismo. Dois anos depois, se concretizou”.

O professor do PPE destacou ainda o estudo feito pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), com participação do professor Luiz Pinguelli Rosa, e que apontava a existência de instalações militares na Serra do Cachimbo para testes de artefatos nucleares, o que foi veiculado em junho de 1986 pelo jornal Estado de S. Paulo. “O governo Sarney desmentiu categoricamente, mas o presidente Fernando Collor reconheceu e fechou o poço”.

Compromisso social na discussão dos grandes temas

O professor Maurício Tolmasquim lembrou ainda a origem do Programa de Planejamento Energético, quando professor Pinguelli teve a iniciativa de criar uma área interdisciplinar na Coppe. “Notando que energia é um assunto transversal a diversas disciplinas e envolve questões ambientais, em uma iniciativa de vanguarda, Pinguelli criou o primeiro mestrado interdisciplinar em planejamento energético do país. Inicialmente era uma área dentro do Programa de Engenharia Nuclear e depois ganhou autonomia se tornando o PPE. Algum tempo depois, Unicamp, USP e Unifei seguiram o mesmo caminho, criando programas interdisciplinares em energia”.

O professor Sérgio Bajay também recordou a criação de cursos interdisciplinares na área de energia na Unicamp e também na USP, que motivou o estreitamento de laços entre os pesquisadores da área. “O Pinguelli nos procurou para termos atividades conjuntas. Nessa época surgiu a Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE), sugestão inicial dele, que foi abraçada por nós imediatamente. Também decidimos criar a Revista Brasileira de Energia, que ainda existe e está fortalecida. Um de meus motivadores para ingressar no Planejamento Energético foi exatamente a militância do professor Pinguelli Rosa sempre presente na discussão dos grandes temas”.

Para o professor Horta Nogueira, Pinguelli personifica a trajetória de tecnologias energéticas das últimas décadas. “Um cara que sai da engenharia nuclear passa pelas energias renováveis, vai para meio ambiente. Tinha um humanismo, um posicionamento político, embora não concordasse com tudo, que eu acho brilhante. É importante que se preserve na visão de totalidade do Planejamento Energético, um compromisso social no seu sentido mais humanístico, na busca de qualidade de vida, redução de desigualdades e assimetrias. A universidade pública deve ter um compromisso permanente na busca dessas soluções”, elogiou o professor da Unifei.

Inspiração da luta por um país justo, fraterno e igualitário

“Quando 80 anos assim se vão e ficam tantas coisas, o que vale dizer é que a celebração dessa existência nos deixa reconfortados”, enalteceu Ildo Sauer

Frisando que aquele era um dia (de homenagem póstuma ao seu amigo) que ele preferia que não existisse, Ildo Sauer qualificou o professor Pinguelli como um dos maiores cientistas brasileiros que ele conheceu. “Sempre reconheci que Pinguelli foi uma grande inspiração como mestre, cientista e depois como amigo e companheiro de lutas pela transformação do país. Com ele aprendi a encarar com humildade as raras vitórias nestas lutas e com serenidade as tantas derrotas”.

“A sua trajetória é um marco para a vida brasileira no campo da ciência, da epistemologia. da tecnologia e da formação de cientistas e educadores. Teve um papel amplo. Como cientista engajado, foi um exemplo pelo rigor na construção, metodologia, jamais transigindo quanto ao rigor. Uma inspiração permanente na luta pela apropriação da ciência e tecnologia em favor da construção de um país justo, fraterno e igualitário. Contribuiu para a formulação de políticas públicas e desenvolvimento da ciência e da tecnologia, apropriação sustentável dos recursos naturais para promover transformação econômica e social. Esteve sempre em defesa do patrimônio público”, analisou o professor da USP.

“Nós debatemos muito. Convergências, quase sempre. Nuances? Muitas. Mas, o propósito que nos fez caminhar juntos me inspira até hoje, compromisso de continuar. Esse compromisso nos fortalece, apesar dos tempos sombrios que vivemos hoje. Quando 80 anos assim se vão e ficam tantas coisas, o que vale dizer é que a celebração dessa existência nos deixa reconfortados. Afinal, são poucos os que contribuíram tanto”, concluiu Sauer.


O evento foi transmitido no YouTube e ainda se encontra disponível.

Laboratório da Coppe e Uerj promovem workshop sobre projetos em parceria no Cern

O Laboratório de Processamento de Sinais (LPS) da Coppe/UFRJ e a Uerj realizam nesta quinta-feira, 9 de junho, um workshop sobre os projetos conjuntos desenvolvidos pelo Cluster Atlas/Brasil, em parceria com a Universidade de Berna (Suíça) e a Universidade de Sorbonne (França), no Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear – o mais importante laboratório de física de partículas do mundo). O workshop será realizado no auditório 11, no primeiro andar do Bloco F, da Uerj, campus Maracanã, das 8h30 às 17h.

O workshop ocorre no momento em que o Atlas, um dos principais experimentos de detecção de partículas subatômicas do Cern. prepara a terceira etapa de aquisição de dados de colisão (Run 3), que busca detectar eventos ainda mais raros no LHC e possíveis desvios em relação ao Modelo Padrão, evidenciando uma nova física subatômica. Coordenado pelo professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, José Manoel de Seixas, o Cluster Atlas/Brasil é formado por pesquisadores da UFRJ, Uerj, UFJF, UFRN e UFBA. As duas últimas ainda não são membros oficiais.

No workshop “Filtragem online no experimento Atlas”, serão discutidos temas envolvendo os filtros online de elétrons, fótons e múons e a monitoração e qualidade de dados, como o Neuralringer, desenvolvido por pesquisadores da Coppe e adotado como referência no Atlas.  Estão previstas 14 apresentações de alunos da UFRJ, a maioria alunos do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, além de alunos de graduação da Escola Politécnica e do Instituto de Física, sobre projetos que contam com financiamento conjunto do Brasil (CNPq, Capes, Fapemig), França (Cofecub) e Suíça (SNSF).  O workshop aproveita para celebrar a oficialização da Uerj como instituição participante do Atlas.

Vice-diretora da Coppe participa de evento da SBPC sobre Mudanças climáticas

A professora Suzana Kahn, vice-diretora da Coppe/UFRJ, participará na próxima quarta-feira, dia 8 de junho, às 16 horas, da décima sessão dos seminários “Projeto para um Brasil Novo”, promovido, de forma online, pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O tema desta edição será “Mudanças climáticas”, com transmissão pelo canal da SBPC no YouTube.

O debate será coordenado por Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente da SBPC. Além de Suzana Kahn participarão do evento o professor Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA-USP) e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); o professor Moacyr Araújo, vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador do Centro de Estudos e Ensaios em Risco e Modelagem Ambiental (CEERMA); e a professora Thelma Krug, vice-presidente do Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

O evento faz parte de 12 seminários temáticos que a SBPC está realizando para tratar de temas relevantes que contribuam para o desenvolvimento do País. Segundo Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC, o objetivo é engajar a comunidade científica a propor políticas públicas para os próximos anos. “A ideia é que esses eventos abordem temas relevantes visando à elaboração de um documento com diretrizes e propostas gerais de políticas que será entregue aos candidatos ao Legislativo e ao Executivo da próxima eleição, durante a 74ª Reunião Anual da SBPC, a ser realizada neste ano na UnB (Universidade de Brasília)”, explica. “A ideia é não ficarmos apenas na batalha do presente, mas pensarmos um futuro melhor para nosso país”, diz.

* Com ascom da SBPC

Lançamento de autobiografia de Pinguelli inicia série de homenagens ao professor

Memórias de Vargas a Lula: a resistência à ditadura e ao neoliberalismo é o título da autobiografia de Luiz Pinguelli Rosa, Professor Emérito e ex-diretor da Coppe/UFRJ, falecido em 3 de março, aos 80 anos. O lançamento da obra editada pela Contraponto será segunda-feira, 13 de junho, às 18h30, na livraria Argumento, na rua Dias Ferreira, 417, no Leblon. Todos estão convidados.

Nas 528 páginas da obra, Pinguelli resgata memórias de sua infância, no Centro do Rio de Janeiro, onde morava e trabalhava na alfaiataria do pai, Avilla Rosa, o qual define como um “alfaiate-filósofo-político”. O Rio era então capital do Brasil e a política “fervia”. Pinguelli adorava ouvir as conversas dos clientes que frequentavam o local, e diz que parte de sua formação deve-se a essas conversas sobre política na alfaiataria do pai. Na época, mal sabia ele que tal aprendizado lhe seria de grande valor em momentos decisivos de sua trajetória.

Memórias pessoais e episódios históricos interagem em fluxo constante. Observador atento, o autor relata sua passagem pelo Exército, no qual chegou a Capitão, suas dissidências e decepções. Foi preso por manifestar-se contra o golpe militar de 1964 e mais tarde internado em um hospício, como represália, após ter pedido demissão do Exército.

Pinguelli mergulha na resistência à ditadura. Ingressa na Coppe, onde foi eleito cinco vezes para diretor da instituição. Na academia Pinguelli se encontra. Expressa livremente suas críticas ao projeto nuclear brasileiro, à globalização, às privatizações, e à submissão ao neoliberalismo que descreve como “barbárie que assolou a humanidade, inclusive o Brasil”.

O autor aponta continuidade no processo histórico que levou Vargas ao suicídio, e que depois “tentou impedir a posse de Juscelino. Passa pelos golpistas que derrubaram João Goulart, implantando a ditadura, e chega aos neoliberais que deram as cartas desde a redemocratização”. Segundo Pinguelli, um ponto comum entre eles é “a consolidação do capitalismo excludente da maioria do povo, integrando a economia brasileira de forma subalterna, em nível mundial”. E aprofunda a discussão, afirmando que a descontinuidade entre a ditadura e o neoliberalismo ocorreu na forma – pois foram conquistados os importantes direitos de eleger os governantes e de livre expressão – mas não no conteúdo dos objetivos maiores dos governos”… Embora cite como bom exemplo o programa Bolsa Família e outras ações do governo Lula que tiraram muitos brasileiros da pobreza, Pinguelli diz que “é preciso dar um passo adiante para a inclusão social em um nível mais justo e sustentável… Para o autor “é preciso civilizar o capitalismo selvagem que levou à crise mundial de 2008-2009 e imprimir algum componente socialista, no sentido mais amplo desta palavra”.

Com sinceridade e elegância fala sobre o período no qual presidiu a Eletrobras, no primeiro governo do presidente Lula, o choque de ideias e sua saída da empresa, assim como os anos no qual foi secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, cujas reuniões eram presididas pelos presidentes Lula e depois Dilma, reunindo ministros e colaboradores de diferentes pastas.

A obra revela um observador atento e curioso, descrevendo de evidências científicas e episódios da história da Ciência a características e peculiaridades de países e cidades pelas quais passou; um admirador da música popular brasileira, cujas letras foram escolhidas com esmero para iniciar capítulos e ilustrar passagens na obra. Revela também um autor generoso, que cita amigos, parceiros, colegas, pessoas conhecidas e mesmo desconhecidas que cruzaram o seu caminho e ou participaram das “lutas”, vitoriosas ou não; um homem sincero e idealista que apresenta sua obra da seguinte forma:

“Conto uma história comum, porém sem o arrependimento dos que, além de mudarem de lado, renegam suas origens de esquerda (…). Escrevo na primeira pessoa, pois conto o que vi e como entendi as coisas. Falo, portanto, de mim mesmo, como um espelho refletindo o que acontecia a minha volta. Reconheço que nesta reflexão pode haver distorção. Tal como nos espelhos curvos. Entretanto, apesar de pessoal, o livro pretende ser de memórias políticas, colocando nos dois pratos da balança as derrotas da esquerda de um lado e as vitórias de outro. Como predominam as derrotas, pensei em chamá-lo memórias de um derrotado. Mudei de ideia. Não para esconder o sentimento de derrota, mas porque mantenho a esperança”.

Saiba mais sobre o professor Luiz Pinguelli Rosa na seção Perfil do Planeta Coppe Notícias.

Rede-Rio celebra 30 anos

Solenidade de inauguração da Rede-Rio em 1992

A Rede-Rio/Faperj celebrou ontem, dia 2 de junho, seus 30 anos, durante evento comemorativo realizado no auditório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Coordenador geral da implantação e coordenador técnico-científico da Rede-Rio desde o início, o professor da Coppe/UFRJ, Luís Felipe Magalhães de Moraes, ressalta que cerca de 140 instituições ligadas à Ciência e Tecnologia do estado do Rio de Janeiro, incluindo quatro universidades federais, estão ligadas a Rede, que cumpre esse papel fundamental de agregar a todos. Entre os que contribuíram para sua implantação estão os também professores da Coppe, Edmundo de Souza e Silva, Nelson Maculan e Zieli Dutra, além do diretor-executivo da Fundação Coppetec, Fernando Peregrino, na época diretor-presidente da Faperj.

Considerada o ponto de partida para a entrada do Rio na Internet, a Rede-Rio, inaugurada em 22/05/1992 (foto), foi uma das primeiras redes de acesso à internet no Brasil voltada para atender e interconectar centros de pesquisa, instituições de ensino, como as universidades, além de órgãos públicos. No início, a Rede-Rio tinha como pontos principais a UFRJ, a PUC-Rio e o LNCC, além de oito instituições conectadas como nós da rede, e um ponto inicial da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). De acordo com Luís Felipe, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe, todas as suas linhas de comunicação permitiam transmissão de dados a 64 Kbits/s, uma velocidade que era considerada alta na época. Atualmente, a taxa de transmissão de dados entre os pontos principais varia de 1 a 10 Gbit/s.

Saiba mais sobre a implantação da Rede-Rio aqui mesmo no Planeta Coppe Notícias.

Ex-diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Maurício Guedes recebe título de Doutor Honoris Causa

O Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ outorgará, nesta sexta-feira, 3 de junho, ao fundador e ex-diretor do Parque Tecnológico da UFRJ e ex-coordenador da Incubadora de Empresas da Coppe, Maurício Guedes, o título de Doutor Honoris Causa. A solenidade será realizada às 10h, no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2, e será transmitida pelo canal WebTV da UFRJ no YouTube.

Diretor de Tecnologia da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) desde 2018, Maurício de Vasconcellos Guedes Pereira esteve por duas vezes à frente de entidades representativas do setor, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp). Seu trabalho foi fundamental para a consolidação de um dos maiores sistemas mundiais de parques tecnológicos e incubadoras de empresas que, segundo a Anprotec, conta com 363 incubadoras de empresas, 43 parques tecnológicos em operação e 60 em implantação, além de 57 aceleradoras.

Engenheiro de Produção graduado pela UFRJ e mestre em Planejamento Energético pela Coppe, Maurício fundou a Incubadora de Empresas da Coppe, e a coordenou de 1994 a 2014. Foi também cofundador do Parque Tecnológico da UFRJ, do qual foi diretor desde a sua criação, de 2003 a 2015.

Abertura do Coppe I

A Coppe/UFRJ inaugura, nesta quinta-feira, 2 de junho, o Coppe I, espaço de trabalho compartilhado e colaborativo, parte integrante do Ecossistema de Inovação da instituição. O evento terá início às 15h, no auditório do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Materiais e Tecnologias de Baixo Impacto Ambiental na Construção Sustentável (Numats), sala I-110, no Bloco I do Centro de Tecnologia da UFRJ.

Programação

15:00 – Abertura – Professor Romildo Toledo, diretor da Coppe.

Apresentação do Ecossistema de Inovação – Professora Marysilvia Costa, diretora-adjunta de Empreendedorismo da Coppe

Convidados: Guilherme Monteiro Santos, analista de desenvolvimento de negócios da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan); Rafael Clemente, sócio-fundador do EloGroup, ex-residente da Incubadora de Empresas da Coppe; Felipe Berguer, do Instituto Reditus.

16h15 – Visita ao Laboratório Urbano Vivo de Construções Inteligentes (LCI) e Coppe I.

Ônibus elétrico a etanol é apresentado em Maricá

A Coppe/UFRJ e a prefeitura de Maricá apresentaram, dia 26 de maio, um ônibus elétrico que consome energia produzida a bordo a partir do etanol e que passará a circular no final deste ano pela cidade em fase de testes. O veículo é uma das respostas da Coppe, que passou a contar com a parceria de Maricá, a dois grandes problemas ambientais e econômicos: o pesado uso de diesel, combustível poluente de origem fóssil, para mover as frotas de veículos coletivos; e a ineficiência dos motores a combustão interna, que em média aproveitam apenas cerca de 20% da energia contida no combustível. Após a apresentação, o veículo ficou exposto na rodoviária de Maricá até o fim de semana para demonstração e explicação técnica sobre o projeto com a equipe da Coppe.

O novo veículo faz parte de uma série de três ônibus desenvolvidos no Laboratório de Hidrogênio da Coppe, sob coordenação do Professor Paulo Emílio de Miranda, com diferentes combustíveis não poluentes, que rodarão em Maricá, a partir de dezembro e durante um ano, em período de testes. Todos possuem tração elétrica e aos poucos entrarão em circulação com o objetivo de renovar a frota dos 125 ônibus Tarifa Zero, que circulam por toda a cidade com 36 linhas. O segundo ônibus é 100% elétrico e o outro é híbrido elétrico-hidrogênio, cujo protótipo da primeira versão foi lançado em 2010 e o da terceira versão em 2016, durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Paulo Emilio discursa ao lado do prefeito Fabiano Horta

O ônibus híbrido elétrico-etanol tem a vantagem de utilizar um combustível que o Brasil domina como nenhum outro país: tem ampla infraestrutura de produção, distribuição e comercialização e vastas possibilidades de aumento de produção. De acordo com o professor Paulo Emilio, o veículo é equipado com um gerador de energia elétrica embarcado que, denominado CESE-Etanol (conversor de energia seguidor de eficiência a etanol), funciona como um extensor de autonomia e foi totalmente desenvolvido na Coppe. “O gerador funciona em regime permanente, proporcionando maior eficiência energética no seu uso. Neste veículo, a hibridização da energia tem a vantagem adicional de eliminar o maior inconveniente dos veículos elétricos abastecidos apenas na rede: a baixa autonomia”, explica o professor da Coppe.

Após período de testes, a cidade de Maricá irá escolher o modelo de ônibus a ser adotado no processo de descarbonização da frota municipal, podendo até optar em utilizar os três. Além de favorecer o meio ambiente, a iniciativa vai gerar recursos financeiros para a cidade com royalties e vendas futuras. O projeto envolve três esferas da prefeitura em seu desenvolvimento: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico; Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM); e Empresa Pública de Transportes (EPT).

“O desenvolvimento dos ônibus é um marco na construção de uma Maricá do presente, que dialoga com perspectivas de futuro. Estamos trabalhando para assegurar novas oportunidades para a cidade e reforçar políticas de mobilidade urbana inovadoras, marca do município ao longo da última década”, afirma o prefeito de Maricá, Fabiano Horta.

O diretor-presidente do ICTIM, Celso Pansera, ressalta que a iniciativa da gestão municipal chega em forte momento dos debates mundiais sobre avanços na utilização de energias renováveis em ambientes urbanos. “Estamos buscando uma matriz limpa, na qual o único descarte é a produção de água. Queremos criar um ambiente inovador, em um contexto mundial de busca por alternativas sustentáveis para o planeta”, diz Pansera.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Igor Sardinha, que deu origem a essa iniciativa com a Coppe, afirma que Maricá tem a ambição de se tornar uma referência em economia sustentável. O objetivo, em médio prazo, é virar um centro de produção de soluções em energia com matriz baseada em fontes limpas. “Nós sempre procuramos aproveitar as possibilidades que temos com recursos atuais dos royalties do petróleo para pensar no momento posterior, tanto no aspecto ambiental como econômico. Buscamos diversificar a economia local e criar arranjos produtivos com novas tecnologias, gerando emprego e renda independentemente de variações do petróleo. Os ônibus com tração elétrica da Coppe são a porta de entrada para fortalecer nossa política econômico-ambiental”, diz Igor Sardinha.

Sobre o ônibus híbrido elétrico-etanol

Além de utilizar fonte renovável de energia, o veículo foi estruturado para garantir o máximo de eficiência energética e o mínimo – ou nada – de poluição. A chave é um inteligente sistema de hibridização e gestão da energia a bordo. Ao contrário de veículos elétricos convencionais, que carregam suas baterias exclusivamente na rede elétrica, o novo ônibus produz eletricidade a bordo, usando o CESE-Etanol. Além disso, também realiza o aproveitamento de parte da energia cinética em processos de frenagem e desaceleração, convertendo-a em energia elétrica para uso a bordo.  O protótipo possui confortos extras para os passageiros, como tomadas para o carregamento de celulares, laptops e outros dispositivos móveis.

Assim como outras metrópoles do planeta, as grandes cidades brasileiras consomem pesadamente combustíveis fósseis para movimentar suas frotas de veículos coletivos. Somando o consumo de gasolina pelos automóveis, o setor de transportes no Brasil responde por mais da metade do consumo de derivados de petróleo e menos de 0,4% do consumo de eletricidade. O ônibus da Coppe abre uma grande perspectiva de eletrificação dos transportes no país. Considerando que a maior parte da energia elétrica no país já vem de uma fonte renovável e não poluente – as hidrelétricas –, esta é uma oportunidade para o Brasil inverter totalmente o panorama do seu transporte urbano, tornando-o um dos mais sustentáveis do mundo.

Ônibus elétrico a etanol será apresentado em Maricá onde circulará em fase de testes

Foto da penúltima versão do veículo

A Coppe/UFRJ e a prefeitura de Maricá apresentam na quinta-feira, dia 26 de maio, um ônibus elétrico que consome energia produzida a bordo a partir do etanol e que passará a circular no final deste ano pela cidade em fase de testes. O veículo é uma das respostas da Coppe, que passou a contar com a parceria de Maricá, a dois grandes problemas ambientais e econômicos: o pesado uso de diesel, combustível poluente de origem fóssil, para mover as frotas de veículos coletivos; e a ineficiência dos motores a combustão interna, que em média aproveitam apenas cerca de 20% da energia contida no combustível. A demonstração ocorrerá a partir do próprio dia 26, das 14h às 17h, na rodoviária de Maricá, com visitação e explicação técnica sobre o projeto com a equipe da Coppe.

O novo veículo faz parte de uma série de três ônibus desenvolvidos no Laboratório de Hidrogênio da Coppe, sob coordenação do Professor Paulo Emílio de Miranda, com diferentes combustíveis não poluentes, que rodarão em Maricá, a partir de dezembro e durante um ano, em período de testes. Todos possuem tração elétrica e aos poucos entrarão em circulação com o objetivo de renovar a frota dos 125 ônibus Tarifa Zero, que circulam por toda a cidade com 36 linhas. O segundo ônibus é 100% elétrico e o outro é híbrido elétrico-hidrogênio, cujo protótipo da primeira versão foi lançado em 2010 e o da terceira versão em 2016, durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O ônibus híbrido elétrico-etanol tem a vantagem de utilizar um combustível que o Brasil domina como nenhum outro país: tem ampla infraestrutura de produção, distribuição e comercialização e vastas possibilidades de aumento de produção. De acordo com o professor Paulo Emilio, “o veículo é equipado com um gerador de energia elétrica embarcado denominado CESE-Etanol, conversor de energia seguidor de eficiência a etanol, que funciona como um extensor de autonomia e foi totalmente desenvolvido na Coppe. Ele funciona em regime permanente, proporcionando maior eficiência energética no seu uso. Neste veículo, a hibridização da energia tem a vantagem adicional de eliminar o maior inconveniente dos veículos elétricos abastecidos apenas na rede: a baixa autonomia”.

Após período de testes, a cidade de Maricá irá escolher o modelo de ônibus a ser adotado no processo de descarbonização da frota municipal, podendo até optar em utilizar os três. Além de favorecer o meio ambiente, a iniciativa vai gerar recursos financeiros para a cidade com royalties e vendas futuras. O projeto envolve três esferas da prefeitura em seu desenvolvimento: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico; Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM); e Empresa Pública de Transportes (EPT).

“O desenvolvimento dos ônibus é um marco na construção de uma Maricá do presente, que dialoga com perspectivas de futuro. Estamos trabalhando para assegurar novas oportunidades para a cidade e reforçar políticas de mobilidade urbana inovadoras, marca do município ao longo da última década”, afirma o prefeito de Maricá, Fabiano Horta.

O diretor-presidente do ICTIM, Celso Pansera, ressalta que a iniciativa da gestão municipal chega em forte momento dos debates mundiais sobre avanços na utilização de energias renováveis em ambientes urbanos. “Estamos buscando uma matriz limpa, na qual o único descarte é a produção de água. Queremos criar um ambiente inovador, em um contexto mundial de busca por alternativas sustentáveis para o planeta”, diz Pansera.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Igor Sardinha, que deu origem a essa iniciativa com a Coppe, afirma que Maricá tem a ambição de se tornar uma referência em economia sustentável. O objetivo, em médio prazo, é virar um centro de produção de soluções em energia com matriz baseada em fontes limpas. “Nós sempre procuramos aproveitar as possibilidades que temos com recursos atuais dos royalties do petróleo para pensar no momento posterior, tanto no aspecto ambiental como econômico. Buscamos diversificar a economia local e criar arranjos produtivos com novas tecnologias, gerando emprego e renda independentemente de variações do petróleo. Os ônibus com tração elétrica da Coppe são a porta de entrada para fortalecer nossa política econômico-ambiental”, diz Igor Sardinha.

Sobre o ônibus híbrido elétrico-etanol

Além de utilizar fonte renovável de energia, o veículo foi estruturado para garantir o máximo de eficiência energética e o mínimo – ou nada – de poluição. A chave é um inteligente sistema de hibridização e gestão da energia a bordo. Ao contrário de veículos elétricos convencionais, que carregam suas baterias exclusivamente na rede elétrica, o novo ônibus produz eletricidade a bordo, usando o CESE-Etanol. Além disso, também realiza o aproveitamento de parte da energia cinética em processos de frenagem e desaceleração, convertendo-a em energia elétrica para uso a bordo.  O protótipo possui confortos extras para os passageiros, como tomadas para o carregamento de celulares, laptops e outros dispositivos móveis.

Assim como outras metrópoles do planeta, as grandes cidades brasileiras consomem pesadamente combustíveis fósseis para movimentar suas frotas de veículos coletivos. Somando o consumo de gasolina pelos automóveis, o setor de transportes no Brasil responde por mais da metade do consumo de derivados de petróleo e menos de 0,4% do consumo de eletricidade. O ônibus da Coppe abre uma grande perspectiva de eletrificação dos transportes no país. Considerando que a maior parte da energia elétrica no país já vem de uma fonte renovável e não poluente – as hidrelétricas –, esta é uma oportunidade para o Brasil inverter totalmente o panorama do seu transporte urbano, tornando-o um dos mais sustentáveis do mundo.