NOTA DE REPÚDIO

A COPPE/UFRJ, através da sua Diretoria e do seu Conselho Deliberativo, manifesta repúdio aos atos terroristas de invasão e depredação do Palácio do Planalto, do STF e do Congresso Nacional ocorridos na data de ontem.

Tais atos expressam um atentado à democracia e às instituições nacionais, bem como ao processo eleitoral e à vontade soberana manifestada pela sociedade brasileira.

Reiteramos nosso compromisso com a defesa do estado democrático de direito e conclamamos ao Governo Federal a adotar medidas que garantam a democracia e a vontade do povo brasileiro.

Rio de Janeiro, 09 de janeiro de 2023.

Prof. Romildo Dias Toledo Filho

Diretor

Prof. Fernando Alves Rochinha

Presidente do Conselho Deliberativo

Coppe premia o mérito acadêmico e relembra Massarani e Lobo Carneiro

Professores Leonardo Sales, Edson Watanabe e Luís Marcelo Tavares

A Coppe/UFRJ promoveu na última terça-feira, 13 de dezembro a cerimônia de entrega do Prêmio Coppe Mérito Acadêmico. Os professores Luís Marcelo Tavares e Leonardo Sales Araujo, ambos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM), foram agraciados com o Prêmio Giulio Massarani nas categorias docente sênior e docente jovem, respectivamente, por terem se destacado pela produção acadêmica, formação de Recursos Humanos e trajetória profissional. O professor Edson Watanabe, do Programa de Engenharia Elétrica (PEE), foi contemplado com o Prêmio Lobo Carneiro pelos mesmos critérios e também por sua destacada contribuição à instituição.

De acordo com a diretora acadêmica da Coppe, professora Lavínia Borges, a Coppe é uma instituição que preza pela qualidade e excelência em padrões internacionais, buscando sempre o equilíbrio entre ciência básica e pesquisa aplicada.

A diretora acadêmica da Coppe, professora Lavínia Borges

“Avaliamos anualmente todos os nossos professores e buscamos atualizar os padrões de avaliação. Essa avaliação existe desde que a Coppe foi criada há 59 anos. O prêmio Giulio Massarani foi criado em 1998, para a partir dessa avaliação acadêmica e a partir da importância dessa produção para a sociedade e para a Engenharia, a nossa comissão de avaliação docente elenca os professores que mais contribuíram no biênio. Em 2008, foi criado o prêmio junior oferecido aos professores que têm menos de 15 anos de graduação. No mesmo ano foi criado o Prêmio Lobo Carneiro, que além das questões acadêmicas, também avalia a contribuição para a instituição ao longo da carreira”, explicou.

Segundo o professor Glauco Taranto, presidente da Comissão de Avaliação de Docentes (CAD) da Coppe, “a comissão usa critérios quantitativos e qualitativos para categorizar nossos docentes. A força da academia é baseada numa avaliação justa e coerente dos seus docentes. É o que a CAD procura fazer”.

O vencedor do prêmio Lobo Carneiro, professor Watanabe, teve como padrinho o professor do Programa de Engenharia Civil da Coppe e Professor Emérito da UFRJ, Luiz Bevilacqua, que o conheceu ainda estudante, nos anos 1970, e o descreveu como um “excelente estudante, que começou, rapidamente, uma carreira acadêmica que se adivinhava muito profícua, como realmente tem sido. Nós, professores universitários, somos exploradores, escavadores, transformadores e comunicadores e Watanabe fez essas quatro tarefas com excelência. Aprofundou temas, junto com colegas e alunas, conseguindo projeção internacional de grande valor”.

Prrofessores Luiz Bevilacqua e Edson Watanabe

Professor Bevilacqua contou ter conhecido a família Watanabe e que viu como a vocação cientifica passou de pai para filho. “O pai dele era também um pesquisador. Agricultor, produtor de tomates, e discorria sobre sua produção, não apenas com entusiasmo, mas com conhecimento e criatividade. Vejo Watanabe como continuidade de seu pai, de sua família, e a eles estendo a minha homenagem. Nenhuma pessoa é só, nenhuma pessoa é uma ilha. Tenho imenso prazer em dizer que ele contribuiu muito também em minha vida”, reconheceu.

Professor Watanabe admitiu que a sua iniciação científica começou ainda na infância, quando morava em um sítio em Miguel Pereira, no sul fluminense. “Com 9 anos, voltando da escola, meu pai perguntou se eu conhecia o padre Mendel (Gregor Mendel, considerado o pai da genética). Achei que fosse de alguma igreja da região. Ele me explicou que esse padre tinha feito experiências cruzando sementes de ervilha e conseguiu criar uma variedade diferente. Meu pai queria fazer o mesmo, mas com tomates para ter uma variedade que fosse mais resistente a pragas. Ele só tinha o primeiro ano primário em português, mas tinha estudado japonês com minha avó e lia sem grandes formalidades”.

“Quando estava no terceiro ano, um professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro foi visitar o sítio onde eu morava em Miguel Pereira e meu pai perguntou onde eu deveria estudar. Ele respondeu que eu deveria ir para o Colégio Pedro II. Com 11 anos vim pro Rio de Janeiro. Era um excelente colégio. Em parte, eu fiquei em internato e, em parte do tempo, em casa de famílias, pois eu não tinha parentes aqui. Eu não teria chegado até aqui sem essas famílias e, principalmente, sem a escola pública”.

Ao relembrar sua trajetória acadêmica, Watanabe destacou a escolha pela Eletrônica de Potência como linha de pesquisa. “Na época não era tão importante, mas agora é, pois trata de conversão de energia elétrica e a previsão é que antes de 2030, 100% da energia elétrica gerada vai ter sido processada por algum conversor eletrônico de potência. Além disso, a chamada indústria 3.0 incorporou automação nas linhas de montagem e a eletrônica de potencia permite o controle dos robôs”.

“Por fim, se acham que eu mereci o prêmio Lobo Carneiro por minha dedicação à instituição, recomendo que leiam a biografia do Pinguelli. Ele ia muito além de pensar a instituição, pensava o Brasil, Bevilacqua tem muito disso também. Ele pensava no mundo, pensava na Humanidade. Criou o Instituto Virtual de Mudanças Climáticas quando quase não se pensava nisso. Gostaria que muitos dos nossos jovens professores começassem a pensar mais no Brasil e no mundo e um pouco menos nos números de fator de impacto, embora eles também sejam importantes”, concluiu o ex-diretor da Coppe.

“Não há sustentabilidade sem a indústria mineral”

Professores Rodrigo Magalhães e Luís Marcelo Tavares

Coube ao professor Rodrigo Magalhães de Carvalho apresentar o seu colega de PEMM e vencedor do Prêmio Giulio Massarani, categoria sênior, Luís Marcelo Tavares, a quem descreveu como tendo um perfil de liderança, “com capacidade de formar grupos, nuclear conhecimento, estar disposto a aceitar desafios e pensar o futuro da área”.

“Na Coppe, Luís Marcelo Tavares começou suas linhas de pesquisa em fratura de partículas e modelagem matemática da cominuição. Em 2005, publicou o livro Beneficiamento Gravimétrico, que é referência no Brasil sobre o assunto, onde a literatura sobre o tema é escassa. Também causou uma mudança de paradigma em métodos de elementos discretos, com o Tavares breakage model. Em 2022, apareceu como o 27º pesquisador mais influente na área de mineração e engenharia metalúrgica no mundo, e o 11º considerando apenas publicações em 2021, o primeiro na América Latina”, elogiou.

Professor Luís Marcelo Tavares admitiu que ao ser convidado a realizar concurso para a Coppe, não conhecia a instituição. “Porque eu sou engenheiro de minas e não tem essa graduação aqui na UFRJ. Então, o professor Farias mandou por correio um dossiê explicando o que era a instituição e eu me impressionei”.

“Ao chegar, tive a oportunidade de ver o que é o espírito Coppe, sendo acolhido pelo professor Farias e o pessoal do Laboratório de Química de Interfaces, depois os colegas de almoço no Burguesão. Depois, fui convidado pelo professor João Marcos a assumir a coordenação acadêmica do PEMM e foi um aprendizado fantástico entender como a instituição funciona. Também conheci pessoas folclóricas e interessantíssimas, como Paulo Frutuoso, que durante dois anos usou seu repertório de piadas de gaúcho às minhas custas, Amaranto Pereira, Renato Cotta, Nelson Violante, Ricardo Musafir”, relembrou.

De acordo com o professor, a sua principal motivação em vir para a Coppe foi iniciar um núcleo de pesquisa. “Eu tinha conhecimento teórico, mas não tinha experiência prática, e tive um grande aprendizado com pequenas e médias empresas, minhas sugestões começaram a ser implementadas e fomos aprendendo juntos”.

“Eu me sinto um pouco advogado da indústria mineral. Não há sustentabilidade em nossa sociedade sem a indústria mineral. Um automóvel elétrico usa seis vezes mais carga mineral do que um automóvel convencional. Parque eólica usa nova vezes carga mineral para construí-la e mantê-la do que uma termelétrica a gás natural”, explicou o professor Luís Marcelo Tavares.

Espelho das influências recebidas

Professores Luiz Henrique de Almeida e Leonardo Sales

O professor Leonardo Sales foi o premiado na categoria jovem docente e foi apresentado, de maneira muito bem-humorada por seu padrinho e colega de PEMM, professor Luís Henrique de Almeida, que brincou com o gosto de seu ex-aluno por sanduíches, refrigerantes e por futebol.

“Ele teve excelente rendimento na graduação e mostrou competência técnica e liderança como trainee na Gerdau. Ficou famoso como ‘As cinco falanges’ pelo tamanho de sua mão. Lá havia tudo o que ele gosta: chão de fábrica, poeira, calor e barulho”.

“Em 2008 retornou à Coppe para o doutorado, que defendeu em 2012. Ganhou o prêmio Marechal do Ar Casemiro Montenegro Filho, pela contribuição à nacionalização dos produtos para a indústria nuclear. Tornou-se professor e, na graduação, é considerado um professor ‘mamata’, ‘molezinha’” – caçoou, embora os alunos presentes ao auditório tenham discordado dessa facilidade.

“Leonardo foi chefe de departamento entre 2020 e 2022, justamente no período da pandemia, e explorou ao máximo os recursos tecnológicos e redes sociais para formatar aulas remotas, ajudou diversos colegas docentes, tirando dúvidas e mostrando caminhos. Sempre que alguém tem dúvida sobre como fazer uma aula online ou usar o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), ele responde ‘pode deixar que vou fazer um videozinho explicando o que tem que fazer’”, elogiou.

Professor Luiz Henrique descreveu, ainda, o colega Leonardo Sales como um pesquisador que gosta de trabalhar em equipe, é muito querido pelos alunos, e desenvolve projetos em vários campos da ciência de materiais, desde grampos de estruturas inspirados em mordida de formiga, passando por análise de falhas de equipamentos, e desenvolvimento de ligas especiais como superligas de níquel e ligas de titânio para fins biomédicos.

Divertido com as observações jocosas do padrinho, professor Leonardo Sales foi sucinto e observou que a premiação “é um espelho de toda influência que temos durante a nossa vida, seja pela família, seja pela formação, pelos professores, em especial, aqueles que hoje são meus colegas. Minha formação passou pela indústria e o aprendizado com os professores, técnicos e alunos do PEMM. O resultado é construção baseada no espelhamento do que você aprende e com quem aprende. O desafio é grande de ser herdeiro desse legado”.

Massarani e Lobo Carneiro: por que homenageá-los?

Professor Cláudio Habert

A cerimônia deste ano contou com uma novidade. Os professores Claudio Habert (Programa de Engenharia Química) e Eduardo Fairbairn (Programa de Engenharia Civil), relembraram as trajetórias dos professores Giulio Massarani e Lobo Carneiro, explicando aos alunos o porquê de a instituição honrar a memória destes docentes, batizando as premiações com seus nomes.

Segundo o professor Habert, Giulio Massarani foi um exemplo de um moderno professor universitário de Engenharia e integrou o grupo que se organizou em torno do professor Alberto Luiz Coimbra, criador da Coppe.

“Massarani fez o seu mestrado em Houston (EUA) e voltou em 1963 para compor o corpo docente da primeira turma de pós-graduação em Engenharia do Brasil. Ele e Afonso Teles são os primeiros professores brasileiros a integrar o corpo docente dessa turma. A ideia de Coimbra era que seus pontas de lança absorvessem o que havia de mais moderno em termos de preparação de engenheiros. Vivendo em Houston, em torno da qual a indústria do petróleo se desenvolvia. Massarani rapidamente percebeu as mudanças curriculares, a importância da matemática, do cálculo, e isso causou uma revolução”, contou Habert.

Segundo Claudio Habert, Massarani era extremamente pragmático, sem nunca deixar de respeitar as contribuições teóricas clássicas, dizia que os alunos tinham que resolver problemas, encontrar soluções numéricas. “Ele foi meu professor de métodos matemáticos e até então eu não guardava boa impressão do ensino de matemática na Engenharia. Devo essa nova visão ao entusiasmo com que ele dava aula. Tradicionais no quadro, caligrafia impecável, cultivou o habito de manter suas aulas manuscritas e encadernadas

“Ele tinha percepção de que atrair e fomentar talentos desde cedo era necessário para a profissionalização e progresso da pesquisa no Brasil. Em 1978, inicia a Jornada de Iniciação Científica (JIC) no âmbito do Centro de Tecnologia (CT) e do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). Em 85, a JIC passa a ser realizada em toda a UFRJ, foi batizada com seu nome. Em 1993, criou a Escola Piloto do Programa de Engenharia Química, que oferece cursos de capacitação na hora do almoço e também recebeu seu nome. Precisamos contar às novas gerações quem foi Giulio Massarani, porque o homenageamos e continuaremos homenageando”, relembrou Habert, que qualificou Massarani como sendo um homo coppeano, simbolizando o projeto do professor Coimbra.

Professor Eduardo Fairbairn

Professor Eduardo Fairbairn, por sua vez, descreveu o professor Lobo Carneiro, como “uma figura agradável, generosa e sensível. Era um personagem renascentista. Tinha múltiplas facetas. Foi até deputado federal pelo Partido Republicano Trabalhista (PRT, partido existente à época), participando da discussão da lei que instituiu a Petrobras. ‘Lobão’ era um visionário, um grande incentivador da computação, e por isso o supercomputador da Coppe leva o seu nome. Ele deu o pontapé inicial na história que temos com a Petrobras, na pesquisa de Engenharia offshore. Se hoje estou aqui é por causa dele, pois os grandes professores mudam nossas vidas”, enalteceu.

De acordo com Fairbairn, Lobo Carneiro, ganhou notoriedade internacional ao criar o essai brésilien, brazilian test ou brazilian splitting test. “O teste foi criado devido à necessidade de transladar uma igreja que estava no eixo de onde seria construída a avenida Presidente Vargas. A igreja seria transladada sobre rolos de concreto. Ele descobriu que havia relação entre a carga de compressão sobre o cilindro e sua ruptura por tração, facilitou enormemente os ensaios de tração em materiais e virou um bestseller internacional e foi nomeado pelos franceses de essai brésilien”, explicou o professor, que ao final recomendou o download do livro Engenharia da Transparência: Vida e obra de Lobo Carneiro.

“Nada mais importante que a homenagem feita pelos pares”

Diretor do Conselho Deliberativo, professor Rochinha

Diretor do Conselho Deliberativo da Coppe, professor Fernando Rochinha, destacou que a universidade se fortalece quando revisita antigos ritos acadêmicos, e citou o ex-diretor da Coppe, professor Luiz Pinguelli Rosa, falecido em março, que dizia “não há nada mais importante do que a homenagem feita pelos pares”.

O decano do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ, professor Walter Suemitsu, fez coro a Rochinha e lembrou que o ex-reitor da UFRJ, professor Aloísio Teixeira, dizia que a cerimônia que ele mais gostava era a de emerência. “Cerimônias assim mostram que nós reconhecemos o esforço, a qualidade acadêmica, a dedicação aos alunos”.

Diretor da Coppe, professor Romildo Toledo

Na avaliação do diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, o biênio foi marcado por muitas adversidades e os premiados conseguiram superar momentos muito difíceis, cenário nacional conturbado, o retorno ao trabalho presencial “ainda não foi pleno, não estamos ainda em um estado de normalidade”.

“Quero agradecer à diretoria acadêmica, à Lavínia e toda a equipe, não pelo evento de hoje, mas pelo trabalho do ano inteiro e também aos coordenadores de programas. O trabalho do corpo docente não acontece pelo trabalho individual e sim pelo trabalho coletivo, é um trabalho feito a muitas mãos. Precisamos de muitos agentes, agências de Estado, da universidade nos guiando e valorizando. A presença do vice-reitor mostra o apreço pelo desenvolvimento institucional”, reconheceu professor Romildo.

O professor Carlos Frederico Leão da Rocha avaliou a difícil conjuntura financeira das universidades neste final de ano e a perspectivas de dias melhores. “Precisamos olhar para a frente. Estamos saindo de um período muito difícil. Acredito que neste momento, os membros dessa banca devem ter mais recursos bancários do que a UFRJ”.

“Quando o Brasil fez o Reuni, o país perdeu a oportunidade de fazer uma mudança maior. Pegamos o que nós tínhamos e fizemos uma regra de três, só aumentamos, espelhamos o que tínhamos. Os economistas costumam dizer que no longo prazo tudo vai dar certo, mas Keynes (John Maynard Keynes, economista inglês, um dos mais influentes do século XX) dizia que em longo prazo todos estaremos mortos. Temos que ver como será o futuro e ele, certamente, não será uma repetição do passado. Temos uma perspectiva de crescimento do sistema universitário e não devemos repetir o passado”, concluiu o vice-reitor da UFRJ.

O evento contou com a participação do vice-reitor da UFRJ, professor Carlos Frederico Leão da Rocha; do decano do Centro de Tecnologia, professor Walter Sumietsu; do diretor da Coppe, professor Romildo Toledo; do presidente do Conselho Deliberativo, professor Fernando Rochinha; do presidente da CAD, professor Glauco Taranto; da diretora acadêmica, professora Lavínia Borges; do diretor-adjunto acadêmico, professor Marcello Campos; além dos professores premiados e seus respectivos padrinhos.

A cerimônia de entrega do Prêmio Coppe Mérito Acadêmico está disponível no canal da Coppe no YouTube.

Inscrições abertas para o Invent for the Planet 2023

Estão abertas, até 30 de janeiro, as inscrições para o Invent for the Planet (IFTP) 2023. O IFTP é um desafio de 48 horas para que alunos de 40 universidades de diversos países tenham ideias que possuam potencial para mudar o mundo. O objetivo do desafio liderado pela Texas A&M University (EUA) é contribuir para a melhoria da qualidade de vida do planeta, por meio de projetos tecnologicamente inovadores. A equipe brasileira, representada por alunos da Coppe/UFRJ, Escola Politécnica (Poli/UFRJ) e do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) venceu as edições de 2019 e 2020 do desafio e foi à final no ano passado. O evento será realizado de 10 a 12 de fevereiro, no campus Maracanã do Cefet, na av. Maracanã, 229, Rio de Janeiro.

As inscrições para o IFTP 2023 estão abertas para alunos de graduação, mestrado e doutorado de todas as Engenharias. Dependendo do número de inscritos, a participação será definida através de sorteio, levando em conta a isonomia de participantes da UFRJ e Cefet/RJ, dos diferentes cursos, graduação e pós-graduação. Além disso, reservam-se vagas para participantes das edições anteriores do IFTP.

No Invent for the Planet, cada equipe de estudantes trabalha em um dos desafios de projeto propostos pela organização do evento e interage com equipes de outros países. O IFTP tem objetivos acadêmicos como o desenvolvimento de mentalidade empreendedora, criatividade e inovação. Os participantes têm o desafio de apresentar propostas dentro do prazo, convencendo os julgadores de que suas soluções são as melhores para os problemas apresentados. As cinco melhores soluções do mundo participam de um evento nos Estados Unidos, em data posterior.

Coordenada pelos professores Marcelo Savi, do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe e Departamento de Engenharia Mecânica da Poli, e Pedro Pacheco, do Cefet, a equipe formada por alunos da Coppe e do Cefet conquistou a edição 2020 do desafio com um sistema de filtragem de microplásticos na saída de água das residências. Em 2019, alunos da Coppe, Escola Politécnica e Cefet, venceram a maratona mundial de inovação com o desenvolvimento do EVI – Echolocation for the visual impaired (ecolocalização para os deficientes visuais).

Saiba mais na página do Invent for the Planet 2023.

Programa de Engenharia Elétrica celebra sua história e debate seu futuro

O primeiro Colóquio de Engenharia Elétrica relembrou o passado e debateu o futuro do Programa

O Programa de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ realizou na última terça-feira, 6 de dezembro, o seu 1º Colóquio de Engenharia Elétrica. Durante cerca de quatro horas, os professores Edson Watanabe, Richard Stephan, Afonso Celso Del Nero, Djalma Falcão, José Manoel de Seixas e Paulo Sérgio Diniz contaram a história do PEE, avaliaram problemas atuais e fizeram críticas construtivas.

O Colóquio teve como tema “56 anos do PEE – Perspectivas Históricas e Desafios Futuros” e também contou com a participação do professor Bertrand Laforge, da Université Sorbonne (França) que abordou um tema na fronteira do conhecimento da Física: a matéria escura, prevista nos modelos teóricos, mas cuja existência ainda não pôde ser comprovada.

Preocupado com o que considerou uma desvalorização da atividade pedagógica e com as divisões causadas pela descentralização acadêmica, o professor Paulo Sérgio Diniz fez críticas construtivas em busca de uma política acadêmica mais inclusiva que garanta renovação e excelência.

“Posso parecer amargo, mas acho que nós enquanto grupo precisamos reagir. Acho que estamos em uma decadência coletiva indesejável. Quando vejo os programas acadêmicos que receberam conceito 7 da Capes, não acho que sejam melhores do que nós, tampouco que sejam piores, mas são mais organizados. O modelo que nós adotamos está equivocado. Não estou dizendo que Coimbra errou. Ele fez o que podia fazer, só que depois deveríamos rever as divisões que foram feitas”.

“A UFRJ é o que nós temos de mais importante para contribuir ao país”, afirmou o professor Diniz

Na avaliação do professor, os professores universitários dividem seus esforços em atividades de ensino, pesquisa e consultoria, mas lamentou que haja uma tendência a priorizar a consultoria. “O fato é que o docente que atua em pós-graduação tem que priorizar pesquisa, ele está formando futuros pesquisadores. A pesquisa é o alimento para o conhecimento, para o intelecto. E o professor tem que pesquisar, para alimentar seu intelecto e ensinar bem. Mas, quer ele seja um bom pesquisador ou não, a prioridade total é ser um bom docente. Dar boas aulas, dar conteúdo de qualidade. Temos muitos professores que fazem isso. Por outro lado, professor que entra em sala sem ter preparado seu material, sua aula… ensinar mal deveria ser proibido”, criticou Diniz.

“Temos que valorizar os professores que não são tão dedicados à pesquisa, como são à didática. Professor que não é pesquisador é discriminado. Tem professor que se dedica à universidade como ninguém. Qual o reconhecimento que ele tem? O veem como não sendo um bom pesquisador. Acho que não temos uma política capaz de incluir a todos, de acordo com suas capacidades e interesses. É preciso dar mais oportunidades ao docente que se dedica à didática. Ela não é valorizada. Isso mede a pobreza de espírito de nossa sociedade em geral. É preciso reverter esse processo. A UFRJ é o que nós temos de mais importante para contribuir ao país”, exortou o professor.

O professor Afonso Celso Del Nero falou sobre momentos-chave da história do Programa e destacou professores universitários que considera verdadeiros heróis. “Até 1970, poucas pessoas passavam 40h na universidade. Nem se sabia o que era dedicação exclusiva. Um dos responsáveis pela construção da pirâmide do conhecimento que temos hoje (ensino, pesquisa, dedicação exclusiva) foi aquele por cujo busto vocês passaram para entrar nesse auditório. Alberto Luiz Coimbra. No meu ponto de vista, ele foi um dos semeadores de ideias, dos plantadores de universidades. Outros plantadores de ideias foram o professor Casimiro Montenegro, criador do Instituto de Tecnologia Aeroespacial (ITA), e professor Zeferino Vaz, criador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)”.

“Foi uma época de entusiasmo. Era uma experiência muito rica andar por esses corredores. Uma vontade de trabalhar, produzir, dar o coração”, relembrou professor Afonso Celso Del Nero

Segundo professor Afonso, não faltava dinheiro na Coppe. O país vivia o período de acelerado crescimento econômico, conhecido como milagre brasileiro. “Havia grana e Coimbra conseguia captar recursos para a Coppe. Não dependia dos recursos da UFRJ, vinham recursos do BNDE. Foi uma época de entusiasmo, a Coppe crescia e atraía. Cerca de 70% dos meus professores eram estrangeiros. Havia aulas em inglês e francês. Era uma experiência muito rica andar por esses corredores. Uma vontade de trabalhar, produzir, dar o coração”.

A época áurea terminou quando, de acordo com o professor, ocorreu a “revolta do Bloco H”, em 1973 e 1974, quando os coordenadores de Sistemas, Biomédica e Elétrica se rebelaram contra o diretor da instituição, o professor Alberto Luiz Coimbra. “Uma briga pública, traumática, que foi a grande crise da Coppe. Os quatro protagonistas saíram e muitos outros professores, por eles trazidos à instituição, também saíram. A Coppe sofreu um grande abalo. Veio um interventor, e o PEE quase acabou. Eu e Eugenius (Kaszkurewicz) dizíamos ‘olha o PEE andando pelo corredor’, quando víamos o Djalma Falcão”, relembrou.

Divertindo-se com a lembrança do colega, professor Djalma admitiu que, por cerca de dois anos, foi o único docente da área de sistemas de energia elétrica. “Dos 56 anos do PEE, eu estive presente em 50, como aluno e professor. Em outubro de 1974, eu entrei no corpo docente como auxiliar de ensino”.

Djalma Falcão fez uma abordagem da história do Programa, começando na época do “Finepão”, quando havia financiamento abundante do BNDE e depois da Finep, passando por um período de transição, em que os docentes passaram a sofrer maior cobrança para que publicassem em periódicos conceituados, e os “tempos modernos”, em que as pesquisas foram reorganizadas em laboratórios, mais do que em áreas.

“Precisamos entender porque houve queda na avaliação Capes, se a qualificação docente foi mantida. A minha avaliação é que diminuiu o entusiasmo. Eu visitei as universidades federais de Santa Maria (RS) e São Carlos (SP), ambas com conceito 7 na Capes. Estão em pequenas cidades, com custo de vida mais baixo e condições de atrair professores em dedicação exclusiva”, analisou professor Djalma.

Buscando soluções

Professor Richard Stephan defendeu que se busque uma solução para ajudar o Burguesão

O professor Richard Stephan contou como a história do elevador dos fundos do prédio H (Richard preferiu se referir assim ao Bloco, devido ao cacófato) está intimamente ligada ao MagLev-Cobra, trem de levitação magnética desenvolvido na Coppe sob sua coordenação. “Eu tive que desobstruir o hall do elevador do térreo. Removemos o velho e inauguramos o novo na mesma data da conferência internacional sobre tecnologia de levitação magnética. Passado um mês constatamos que o poço começou a encher de água. Tentamos tirar manualmente, impermeabilizar. Constatamos que muitos problemas vinham da área externa e tentamos de tudo, sem termos recursos”.

“Em 2021, escrevi um projeto de Mobilidade para Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) pedindo recursos também para recuperação daquela área e contamos com ajuda do decano Walter Suemitsu e do superintendente Agnaldo Fernandes. A turma do Agnaldo conseguiu impermeabilizar para valer e fazer uma antessala de contenção e a monitoram. Oito anos depois, neste exato dia (6 de dezembro), o elevador do Prédio H é reinaugurado”, celebrou Richard.

Falando sobre o MagLev-Cobra, professor Richard celebrou o rápido desenvolvimento do projeto, da concepção ao protótipo em escala real, entre 2000 e 2014. “Até março de 2020 transportamos mais de 20 mil pessoas. Garantimos o nível TRL (nível de prontidão tecnológica) 7. Alguma coisa aconteceu no país a partir de 2015 e isso fica para os historiadores explicarem. Nós reagimos muito quando temos direcionamento. Exemplos disso são o Proálcool, Embraer, exploração de petróleo e o próprio MagLev. A competência tática não é nada sem o direcionamento estratégico e eu fui encontrar o nosso problema estratégico em um livro clássico, de Caio Prado Jr, em que ele diz que nossa economia está organizada como fornecedora de produtos primários para o mercado externo. E, infelizmente, continuamos assim”.

Richard pediu ainda uma solução para equacionar as dívidas relativas ao restaurante Burguesão. “O Afonso todo mês manda um email passando o chapéu para tentar salvar o restaurante. Não acho justo ele botar dinheiro do próprio bolso, eu já passei por isso e não dá certo. Precisamos encontrar uma solução para isso e a minha proposta é que a Associação de Docentes assuma isso. Eles devem ter caixa e devem reconhecer que o Burguesão fez parte da nossa comunidade”, sugeriu.

Desafios para o futuro da Engenharia Elétrica

O ex-diretor da Coppe, professor Edson Watanabe, preferiu falar sobre um dos grandes desafios para os quais a comunidade da Ciência e tecnologia se prepara para o futuro próximo, a transição energética. Watanabe explicou que a transição é o caminho para a substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia e tomou como exemplo a China, que faz há décadas um grande esforço de desenvolvimento socioeconômico, mas a um grande custo ambiental.

“Em 2011, o sistema elétrico chinês estava crescendo um Brasil (100 Gw) de energia por ano, a base de carvão, o que causa uma grande emissão de gases de efeito estufa, além de prejuízos à saúde. O jornal O Globo, em 2017, alertava que a poluição atmosférica custava um bilhão de reais à China, anualmente, e as pessoas já usavam máscaras por causa desse problema”, relatou o professor.

Watanabe ponderou que os investimentos em energia nuclear devem voltar à pauta e que haverá mais normas internacionais para incentivar que os países respeitem seus compromissos climáticos. “Acredito que haverá uma imposição internacional. Biden ( presidente americano) já anunciou uma taxa sobre as importações de países que não se esforçam para atingir compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa”.

Professor Seixas lembrou, com carinho, do colega Zieli Dutra, falecido este ano

O professor José Manoel de Seixas, por sua vez, falou sobre como a instrumentação e o processamento inteligente de sinais possuem múltiplas dimensões e discorreu sobre a sua aplicação em armas inteligentes, sonar passivo para a Marinha, auxílio na triagem e diagnóstico de doenças infecciosas como tuberculose e Covid-19, e nos projetos de detecção de partículas subatômicas, nos quais a Coppe atua em colaboração com o Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), o mais importante laboratório de Física de partículas do mundo.

“Em 1989, nosso querido Zieli (professor Zieli Dutra, falecido este ano) nos levou a essa aventura (colaboração com o Cern). Instrumentação Eletrônica e Processamento de Sinais acessam área política de ordem superior e a área de Inteligência Computacional deu possibilidade ao PEE de travar contato com várias áreas e por meio de colaborações resolver problemas bastante complexos”, lembrou, emocionado, Seixas.

“Nós só conhecemos 5% da matéria que nós reconhecemos que existe. Existe Supersimetria? Levamos tantos anos para encontrar o Bóson de Higgs… e se ele for um dentre onze bósons, como prevê o modelo da Supersimetria? Hoje, o Cern já se volta para novos mapeamentos, calibração de assimetrias sutis. Já pensam em construir o Future Circular Collider (FCC), de 100 km de perímetro para substituir o Large Hadron Collider (LHC, com 27 km)”, o LHC vai parecer um brinquedo de criança”, explicou.

Projeto coordenado pela Coppe vence Prêmio ANP

O projeto SOLID² – Sistema de Detecção, Localização e Identificação de Danos em Dutos, coordenado pelos professores Helcio Orlande e Marcelo Colaço, do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe/UFRJ, foi o vencedor do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2022 na Categoria III: Projeto(s) desenvolvido(s) por Instituição Credenciada e/ou Empresa Brasileira, em colaboração com Empresa Petrolífera, na área temática geral “Transporte, Dutos, Refino e Abastecimento”. A cerimônia de premiação foi realizada na quarta-feira, 7/12, no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro.

O projeto consistiu no desenvolvimento de uma ferramenta para identificar e localizar problemas em dutos para o transporte de óleo e gás, usando sensores já presentes e instalados nas extremidades dos dutos. O sistema faz a correção automática das medidas e, usando técnicas de problemas inversos e inteligência artificial, localiza com grande precisão pontos de vazamento em tais dutos. O produto já foi validado experimentalmente e encontra-se em aplicação.

Também foram premiados o professor Luiz Paulo Assad e os pesquisadores Adriano de Oliveira Vasconcelos e Raquel Toste Ferreira dos Santos, do Programa de Engenharia Civil (PEC), na categoria IV – Projeto(s) desenvolvido(s) por Instituição Credenciada e/ou Empresa Brasileira, em colaboração com Empresa Petrolífera, na área temática específica “Redução de Impactos Ambientais e Energias Renováveis.

O projeto “Costa Norte – Desenvolvimento de metodologia para entendimento dos processos costeiros e definição da vulnerabilidade das florestas de mangue das bacias” foi realizado em parceria com as empresas Enauta (petrolífera) e Pro-Oceano Serviço Oceanográfico e Ambiental, e desenvolvido por três universidades, Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade do estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a UFRJ.

Participaram do projeto SOLID²:

Equipe Petrobras: Italo Márcio Madeira – interlocutor técnico e André Ferreira;

Equipe UFRJ: Helcio Rangel Barreto Orlande e Marcelo José Colaço (coordenadores); Bruno dos Reis Jaccoud, Inoussa Tougri e Mohsen Alaeian (pós-doutores); Felipe Sant’Anna Nunes, Matheus de Abreu Monteiro Campos e Raphael Costa Carvalho (discentes de doutorado); Elias do Carmo Dias, Iasmin Louzada Herzog e Victor de Souza Ferreira (discentes de mestrado); Elton Jorge Bragança Ribeiro, Gabriel dos Santos Laurindo e Luiz Carlos Macedo de Oliveira Carvalho Filho (engenheiros); Paulo Veiga da Trindade (técnico).

XIX Rio de Transportes bate recorde de participantes

A 19º edição do congresso Rio de Transportes, coordenado pelo professor Glaydston Ribeiro, do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, marcou o retorno do evento ao formato presencial, mas manteve a possibilidade de participação remota, de forma a se adequar ao momento atual. Com isso, o evento bateu recorde. Foram 347 inscritos, sendo 68 na forma presencial e 279 na forma remota. As atividades do primeiro dia do Congresso, ontem (07/12), chegaram a registrar um pico de 220 pessoas assistindo de forma híbrida.

Hoje, ao final do evento, que está sendo realizado no Inovateca, no Parque Tecnológico da UFRJ, será realizada a entrega do “Prêmio Paulo Cezar Martins Ribeiro”, que busca valorizar os melhores trabalhos publicados nos anais do congresso e contemplará até dez trabalhos acadêmicos inscritos, sendo limitado a dois por área temática. O nome da premiação é uma homenagem ao professor que faleceu em abril do ano passado, em decorrência da covid-19, e coordenou o Rio de Transportes desde sua primeira edição, em 2003, até 2020, ano em que pela primeira vez o evento foi realizado de forma virtual exatamente em função da pandemia.

Pesquisadores da Coppe publicam artigo sobre descomissionamento de sistemas submarinos

Laurelena Palhano (Programa de Engenharia de Produção) apresentando o estudo na Firjan

O descomissionamento de sistemas e equipamentos submarinos pode alavancar a indústria naval brasileira com investimentos de até R$ 50 bilhões até 2040, segundo estimativas da ANP, e o novas tecnologias e respostas para o contexto nacional precisarão ser criadas por um ecossistema de inovação brasileiro. É o que revelam os professores Jean-David Caprace e Marcelo Igor (ambos do Programa de Engenharia Oceânica) e a pesquisadora Laurelena Palhano (do Programa de Engenharia de Produção) da Coppe/UFRJ, em artigo publicado na revista Panorama Naval no Rio 2022.

A publicação, produzida pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), conta com cinco artigos que buscam explicitar e traduzir o potencial atual e futuro do mercado offshore para a indústria naval, com a colaboração da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Associação Brasileira de Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), e do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma).

No artigo, intitulado “Descomissionamento de sistemas e equipamentos submarinos – boas práticas internacionais e avaliação de oportunidades no país”, os autores explicam que o “o ciclo de vida típico de um projeto de óleo e gás inclui as fases de aquisição, exploração, perfuração, desenvolvimento, produção e descomissionamento (…) Com muitos campos de O&G chegando aos estágios finais do ciclo de vida, a indústria enfrenta o desafio de identificar e avaliar os riscos na fase de descomissionamento”. Na avaliação dos pesquisadores, “o desenvolvimento de uma capacidade de descomissionamento tecnicamente competente, eficiente e econômica, além de ambientalmente correta e socialmente responsável, significa que o Brasil estará bem posicionado para obter reconhecimento global e criar oportunidades de geração de riquezas. Isso depende da criação de novas culturas, comportamentos e condições comerciais certas para se tornar globalmente competitivo e inovador”.

“É preciso diversificar a operação com cooperação entre os agentes envolvidos para gerar emprego e renda e evitar impactos ambientais”, afirma Laurelena Palhano, pesquisadora e pós-doutoranda do Núcleo Rogério Valle de Produção Sustentável (Sage) da Coppe.

Confira o artigo, na revista Panorama Naval no Rio 2022.

Coppe promove cerimônia de entrega do Prêmio Mérito Acadêmico 2022

A Coppe/UFRJ promove, dia 13 de dezembro, às 10 horas, a entrega do Prêmio Coppe Mérito Acadêmico 2022 a três docentes que se destacaram pela trajetória profissional e contribuição à instituição. Os professores Luis Marcelo Tavares e Leonardo Sales Araujo, ambos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM), receberão o Prêmio Giulio Massarani nas categorias docente sênior e docente jovem, respectivamente. O professor Edson Hirokazu Watanabe, do Programa de Engenharia Elétrica (PEE), será agraciado com o Prêmio Lobo Carneiro. O evento será realizado no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2, bloco 1, Cidade Universitária, e transmitido ao vivo pelo canal da Coppe no YouTube.

O Prêmio Coppe Mérito Acadêmico é concedido a docentes que se destacam pela produção acadêmica, formação de Recursos Humanos e trajetória profissional. Desde a primeira edição de 2004, entregue no ano seguinte, a premiação foi batizada Prêmio Coppe Mérito Acadêmico Giulio Massarani, em homenagem ao professor que foi um dos fundadores da Coppe, falecido em setembro de 2004. O critério de avaliação para a escolha dos premiados é baseado na produção acadêmica dos professores nos últimos três anos, com ênfase na qualidade e no número de contribuições. Entre os itens avaliados pela Comissão de Avaliação de Docentes (CAD) destacam-se as publicações em periódicos científicos e congressos nacionais e internacionais, as citações dos trabalhos na literatura técnico-científica internacional e as dissertações de mestrado e teses de doutorado orientadas pelos docentes.

O Prêmio Lobo Carneiro Mérito Acadêmico, lançado em 2016, leva em consideração os critérios listados acima, incluindo a destacada contribuição do docente à instituição. O nome da premiação também é uma homenagem a um destacado professor da Coppe, falecido em novembro de 2001.

Confira uma breve apresentação dos professores premiados.

Luis Marcelo Tavares

Professor titular da UFRJ e pesquisador 1A do CNPq, Luis Marcelo Marques Tavares é docente do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM) da Coppe, onde ingressou em 1998. Atua com mais ênfase em Engenharia de Minas, incluindo tratamento de minérios, desenvolvendo pesquisas nas áreas de Cominuição, Concentração gravimétrica, Moagem ultrafina, pelotização e preparação de matérias primas para cerâmicas, dentre outras.

Mestre em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais (1991), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e doutor em Engenharia Metalúrgica (1997) pela University of Utah (EUA), é coordenador do Laboratório de Tecnologia Mineral da Coppe, por ele fundado logo assim que se tornou professor do PEMM, em 1999. O professor é membro fundador da Global Comminution Collaborative (GCC), uma associação sem fins lucrativos sediada na Alemanha, e membro do Conselho Técnico-Científico do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem). É também membro do corpo editorial de sete periódicos e atua ou atuou como revisor em outros 79.

Até o momento, o professor orientou 16 teses de doutorado e 42 dissertações de mestrado, supervisionou quatro pesquisadores de pós-doutorado, e publicou 130 artigos em periódicos nacionais e internacionais. Luis Marcelo Tavares já recebeu 29 premiações. Entre elas, o Prêmio Vale de Reconhecimento Técnico (2016 e 2022), o Prêmio Samarco de Reconhecimento Técnico (2013), o Prêmio ArcelorMittal de Qualidade e Produtividade (2016), e o Prêmio Cetem (2022). Além disso, desde 2020 tem sido listado entre os 2% de pesquisadores mais citados do mundo em estudos publicados no Plos Biology e Elsevier.

Leonardo Sales Araújo

Professor adjunto da UFRJ e pesquisador 2 do CNPq, Leonardo Sales Araújo é docente, desde 2014, do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM) da Coppe, onde concluiu seu doutorado em 2012. Atua nas áreas de Metalurgia Física e Propriedades Mecânicas, Metalurgia de Transformação, com foco em superligas de níquel, aços inoxidáveis, fragilização ao hidrogênio, caracterização microestrutural, análise de falha e ensaios mecânicos.

Mestre em Engenharia de Produção (2006), pela Universidade Federal Fluminense (UFF), é membro do corpo editorial da revista Matéria (UFRJ), do Comitê de Apoio Técnico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). É revisor de quatro periódicos e de projeto de fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Até o momento, o professor orientou três teses de doutorado, onze dissertações de mestrado, e publicou 50 artigos em periódicos nacionais e internacionais. Leonardo Araújo recebeu quatro premiações, incluindo o III Prêmio Marechal-do-Ar Casimiro Montenegro Filho 2012, tema Nuclear, e o Prêmio de Reconhecimento Técnico Luiz Dumont Villares – ABMWeek 2017, da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração, pelo melhor trabalho apresentado durante congresso.

Edson Watanabe

Professor Titular da UFRJ e Pesquisador 1A do CNPq, Edson Hirokazu Watanabe é docente do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, onde ingressou em 1981. Atua, com maior ênfase na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica de Potência aplicada a Sistemas de Potência, atuando principalmente nos seguintes temas: Teoria de Potência Instantânea, Transmissão em Corrente Contínua Alta Tensão, FACTS e Fontes Alternativas de Energia (eólica, ondas, solar e pilhas a combustível).

Mestre em Engenharia Elétrica pela Coppe (1976) e doutor em Engenharia Elétrica pelo Tokyo Institute of Technology (1981), foi diretor da Coppe de 2015 a 2019. Orientou 30 teses de doutorado e 55 dissertações de mestrado. Publicou cinco livros e 235 trabalhos em congressos e revistas.

Em 2002, recebeu o Prêmio João Chrisóstomo Cardoso, outorgado pelo Instituto de Química (IQ/UFRJ). Em 2005, foi admitido, na classe de Comendador, na Ordem Nacional do Mérito Científico; em 2013, recebeu o IEEE Power Engineering Society Nari Hingorani FACTS Award e foi eleito membro da Academia Nacional de Engenharia. Em 2015, foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). No ano seguinte, recebeu a Medalha Amigo da Marinha e o Prêmio InRio Personalidades do Ano.

Em 2017, foi elevado à categoria de Fellow do Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), recebeu o Diploma de Honra ao Mérito do Consulado Geral do Japão, no Rio de Janeiro e foi condecorado com a Medalha do Mérito Marechal Cordeiro de Farias, da Escola Superior de Guerra. Em abril de 2020, foi condecorado pelo Imperador do Japão com a “Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro com Laços”. Em março de 2022 recebeu o Prêmio “One step on eletroctechnology – Look back to the future” do IEE – Japan.

Coppe promove 19ª edição do Rio de Transportes

A Coppe/UFRJ reunirá, nos dias 07 e 08 de dezembro, especialistas e gestores para debater ações e tecnologias que podem melhorar a mobilidade da população, tornando-a mais eficaz e sustentável, tanto ambiental como economicamente. Eles estarão participando de forma híbrida (presencial e remota) da 19ª edição do Congresso de Pesquisa e Ensino em Engenharia de Transportes do Estado do Rio de Janeiro – XIX Rio de Transportes. O evento será realizado na Inovateca, no Parque Tecnológico da UFRJ, na Rua Aloísio Teixeira, 564, Cidade Universitária.

A abertura do evento, dia 07, às 9 horas, contará com a participação dos professores do Programa de Engenharia de Transportes (PET) da Coppe, Glaydston Ribeiro, que é coordenador do geral do evento e do PET; e Rômulo Orrico, que é coordenador da Área de Engenharias I e membro do Conselho Técnico-Científico de Ensino Superior da Capes; da professora do Cefet-RJ, Cintia Oliveira, secretária executiva do evento; e do professor do IME, Orivalde Soares da Silva Júnior, coordenador do Comitê Científico do congresso.

Logo após a cerimônia de abertura, será realizada, às 9h30, a Palestra Magna “Mobilidade urbana do futuro: tendências e contribuições na pesquisa de transportes” proferida pelo Professor da Universidade Técnica de Delft, Gonçalo Homem de Almeida Correia.

Confira a programação completa no site do evento:
https://riodetransportes.org.br/19rdt

Rede Mob promove dois eventos para a melhoria da mobilidade

A Rede Mob, que tem professores e alunos da Coppe/UFRJ entre seus integrantes, promove amanhã, dia 07 de dezembro, dois eventos voltados para a melhoria da mobilidade. O primeiro, a ser realizado às 10h30, é a Aula Inaugural do curso de extensão Mob 4.0, que será proferida pela professora Rosário Macário, diretora do curso de mestrado do Instituto Superior Técnico (IST), de Lisboa. O curso será sobre “Políticas públicas e tecnologias”, e Aula Inaugural, que terá como tema “O futuro da mobilidade”, será transmitida ao vivo pelo canal da Rede Mob no Youtube: https://www.youtube.com/@mob4.032.

O outro evento é o 2º encontro da Trilha Mob, que será realizado às 16 horas e é voltado para a transformação digital na mobilidade inclusiva e sustentável. O objetivo é responder a pergunta “O que precisa ser estudado sobre a transformação digital para a construção de políticas, ações e decisões mais inteligentes, inclusivas e sustentáveis no campo da mobilidade?” O evento será pelo zoom, e os interessados devem se inscrever pelo endereço https://bit.ly/TrilhaMob.

A Rede Mob é um grupo aberto e colaborativo de pesquisadores que em conjunto trabalham sobre o tema da mobilidade, dados e tecnologia. Os membros da Rede se definem como um Hub de Planejamento Inteligente da Mobilidade do Rio de Janeiro. Eles exploram a dimensão dos dados para o planejamento inteligente e tecnológico, a partir de novas formas de coleta de dados e novas maneiras de interagir com o espaço das cidades. O propósito é “transformar realidades a partir do planejamento inteligente da mobilidade urbana”. Para tanto, a Rede atua em diversas frentes, como ciclos de capacitação, hackatonas e publicação de conteúdos informativos, a exemplo de periódicos e de Podcast.

Transição Energética e Tecnologia na Mobilidade e na Logística é tema de palestra de professor da Coppe

O professor Marcio D’Agosto, do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, profere amanhã, dia 06 de dezembro, das 11 às 12 horas, palestra sobre o tema “Transição Energética e Tecnologia na Mobilidade e na Logística”. Promovido pelo Painel Brasileiro da Mobilidade e pelo Instituto Brasileiro de Transporte Sustentável (IBTS), o evento será transmitido pelo canal do Painel Brasileiro da Mobilidade no YouTube.

Professores da Coppe são eleitos membros da ABC

Os professores da Coppe/UFRJ, Celina Miraglia Herrera de Figueiredo, Francisco Thiago Sacramento Aragão, Joana Portugal Pereira e Segen Farid Estefen foram eleitos hoje, dia 1º de dezembro, membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC), e tomarão posse dia 1º de janeiro de 2023.

Celina Figueiredo, professora do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (Pesc), e Segen Estefen, professor do Programa de Engenharia Oceânica (Peno), foram eleitos como membros titulares e receberão seus diplomas no dia 10 de maio de 2023, durante cerimônia de posse que será realizada durante a Reunião Magna da ABC.

Thiago Aragão, professor do Programa de Engenharia Civil (PEC), e Joana Portugal, professora do Programa de Planejamento Energético (PPE), foram eleitos membros afiliados, e a cerimônia de diplomação será realizada durante o simpósio científico da Região Rio de Janeiro, para que apresentem suas pesquisas, em data a ser agendada.

A categoria de membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências foi criada em 2007 para incluir jovens pesquisadores promissores e de excelência, com até 40 anos de idade, das seis regiões definidas pela ABC (Norte, Nordeste e ES, RJ, MG e Centro-Oeste, SP e Sul), indicados e eleitos por membros titulares com atuação nestas regiões. Anualmente, são eleitos cinco jovens cientistas por região para mandatos de cinco anos, não renováveis. As eleições são conduzidas pelos vice-presidentes de cada região.

Veja abaixo a relação de professores da Coppe membros da ABC.

Titulares
Edmundo Albuquerque de Souza e Silva
Edson Hirokazu Watanabe
Eugenius Kaszkurewicz
Geraldo Lippel
Fabiano Thompson
Jayme Szwarcfiter
José Carlos Pinto
Liu Hsu
Luiz Bevilacqua
Luiz Pereira Calôba
Luiz Pinguelli Rosa
Márcia Dezotti
Martin Schmal
Nelson Ebecken
Nelson Maculan Filho
Paulo Sérgio Diniz
Renato Cotta
Roberto Schaeffer
Romildo Toledo
Sandoval Carneiro Junior
Valmir Carneiro Barbosa
Walter Mannheimer

Afiliados
Leda Castilho (2009 – 2013)
Juliana Braga Rodrigues Loureiro (2012 – 2016)
Carolina Naveira Cotta (2015 – 2019)
Miguel Campista (2018 – 2022)
André Lucena (2020 – 2024)
João Paulo Bassin (2021 – 2025)
Gabriela Ribeiro Pereira (2022 – 2026)

Coppe lançara Observatório da Sustentabilidade em Mobilidade e Logística

Na próxima quarta-feira, dia 30 de novembro, às 10h30, será lançado o Observatório da Sustentabilidade em Mobilidade e Logística (OSML), da Coppe/UFRJ. Trata-se de um portal que será dedicado a levantar e disponibilizar dados e informações consistentes sobre práticas sustentáveis nestas áreas, com coordenação dos professores Marcio D’Agosto e Lino Marujo, dos Programas de Engenharia de Transportes (PET) e Engenharia de Produção (PEP) da Coppe, respectivamente. O lançamento será realizado de forma virtual e nos próximos dias o evento será disponibilizado no YouTube.

Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Instituto Brasileiro de Transporte Sustentável e do Programa de Logística Verde Brasil (PLVB), o observatório trará dados específicos da relação entre mobilidade e logística, envolvendo questões socioeconômicas e ambientais. Além disso, apontará caminhos para que se encontrem dados e informações em outros ambientes da rede que se relacionem com o conteúdo do OSML, mas que não precisam fazer parte do observatório.

As informações serão levantadas por pesquisadores do Laboratório de Transporte de Carga (LTC), coordenado por Marcio D’Agosto, e do Laboratório de Mobilidade, Logística e Sustentabilidade (Mobilog), coordenado por Lino Marujo. A intenção é apresentar os dados de forma diferenciada, ainda não encontrada em outras bases, sendo bastante útil para todos os pesquisadores que atuam na área. De início, o observatório será focado na realidade brasileira, com dados sobre o país, podendo ser estender nos próximos anos.

Coppe recebe reunião do grupo temático de C, T&I da transição de governo

“Para nós é muito importante retomar no sentido de reconstruir e transformar o país pela via da importância da Ciência, da Educação, e retomarmos uma agenda forte, determinante”, garantiu Luiz Antônio Elias, na reunião realizada no auditório da Coppe

A Coppe/UFRJ recebeu na última sexta-feira, 25 de novembro, uma reunião do Grupo Temático de Ciência, Tecnologia e Inovação do gabinete de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Participaram do encontro, membros do grupo temático (GT), dirigentes da universidade, e lideranças acadêmicas, empresariais e estudantis, que contribuíram com propostas, sugestões e reivindicações. A reunião foi realizada no auditório da Coppe, Centro de Tecnologia 2 (CT2) da UFRJ.

A sessão foi presidida pelo ex-secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia durante o governo Lula, Luiz Antônio Elias, e contou com a participação de três outros membros do GT: o ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Dilma Rousseff, Celso Pansera; o ex-presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), professor Luis Manuel Rebelo Fernandes; e o ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor Ildeu de Castro Moreira. Estiveram presentes à mesa a reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho; o vice-reitor, professor Carlos Frederico Leão Rocha; e o diretor da Coppe, professor Romildo Toledo.

Luiz Elias iniciou a reunião, esclarecendo que o papel do GT, neste momento de transição, é fazer um diagnóstico do setor, encaminhar propostas para reestruturação organizacional (o que será feito até o dia 30/11) e preparar uma lista preliminar com sugestões de atos normativos (até o dia 11 de dezembro). “Nosso papel é olhar para o ministério com foco analítico para três dimensões: os alertas, portanto as proposições normativas, decretos que impedem o avanço da Ciência, o que é chamado pela imprensa de revogaço; segundo, olhar a estrutura, a parte administrativa, o ministério se voltou mais para negócios do que para a ciência, as unidades de pesquisa se encontram em situação drástica, pois grande parte de seu contingente está em vias de se aposentar; e questões emergenciais no orçamento, estamos detalhando com a equipe responsável pela PEC da Transição todas as medidas necessárias para recuperação da Capes, do CNPq e do FNDCT”.

Segundo Elias, o GT está trabalhando em uma série de temas, dentre os quais: governança, gestão e planejamento; estrutura do ministério; normas, procedimentos; financiamento, orçamento e fomento; CNPq e formação de recursos humanos; Finep e inovação; programa espacial brasileiro; programa nuclear brasileiro; C,T&I para desenvolvimento social; desenvolvimento regional e Amazônia.

“Para nós é muito importante retomar no sentido de reconstruir e transformar o país pela via da importância da Ciência, da Educação, e retomarmos uma agenda forte, determinante. Este é o propósito da comissão de transição e esta é a orientação do vice-presidente Alckmin e do ex-ministro Aloísio Mercadante que coordena os 33 grupos de trabalho. É importante ouvir a comunidade e sorver as contribuições que possam orientar o trabalho da comissão”, enfatizou Luiz Antônio Elias, que disponibilizou o email ctcti2022@gmail.com para que propostas sejam remetidas por escrito.

Segundo o professor Romildo Toledo, “o Brasil viveu um período, que está se encerrando, de muita desvalorização da Ciência, apesar das demonstrações dadas durante a pandemia pela Ciência do Brasil como um todo. Necessário restaurar a capacidade institucional que foi muito desorganizada pela presença de pessoas que não entendiam absolutamente nada de Ciência e Tecnologia em posições muito importantes. Será preciso iniciar com a revogação de uma série de leis e decretos, fazendo ajustes que permitam que a Ciência volte a funcionar adequadamente, garantia de financiamento e fomento que permitam a previsibilidade”, avaliou o diretor da Coppe.

As palavras do professor Romildo foram endossadas pelo professor Luís Fernandes, igualmente crítico ao momento histórico “em que o negacionismo científico se tornou fonte de política pública no país, deixando como legado a maior crise do sistema federal de fomento à ciência, tecnologia e inovação em nossa história”.

Fernandes esclareceu que não é papel do comitê de transição formular estratégias de governo, ou elaborar políticas públicas para o setor. “Isso precisa ficar claro. Essa responsabilidade será dos novos gestores. Nosso foco é trabalhar a transição, medidas urgentes e emergenciais que precisem ser trabalhadas ainda antes da posse e medidas para o início do governo. Sugestões de política, nós recolheremos e encaminharemos aos novos dirigentes, uma vez eles sejam indicados”.

De acordo com Celso Pansera, “estamos ouvindo a comunidade, trabalho intenso de reuniões e vendo o que é prioritário, para que a pessoa que venha a ocupar o ministério, em 1º de janeiro já tenha um conjunto de informações e possa dar a largada com organização”, completou o ex-ministro.

Sinalização positiva para realistas esperançosos

Professor Romildo viu sinais positivos na reunião e pediu que o diálogo com a universidade tenha continuidade

Para o professor Romildo Toledo, a escolha da Coppe como local para a reunião do GT indica a valorização da universidade pública, de qualidade, comprometida com o desenvolvimento social. “Entendemos que a presença de vocês na UFRJ, a maior universidade do sistema federal, é uma sinalização positiva. O papel que a Coppe tem na interação com a sociedade e com o setor industrial (…) é para isso que nós trabalhamos, para gerar conhecimento, formar capital humano e servir à sociedade. Temos a confiança de que levarão o recado aos demais membros do gabinete de transição e esperamos receber, em breve, a equipe escolhida pelo presidente Lula. É muito importante que este diálogo tenha continuidade”.

Segundo a reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, as universidades e institutos de pesquisa públicos são responsáveis por 98% da produção científica do país, mas é preciso fazer mais. “Precisamos fortalecer nossa pós-graduação, reajustar as bolsas, atrair os cérebros que evadiram de nossas universidades ou foram para o exterior, o olhar aos jovens vocacionados para a produção de conhecimento científico e tecnológico é fundamental. Temos certeza que a partir de 2023 vamos avançar nesse sentido”.

“Nós chegamos a achar que estávamos no fundo do poço, mas o fundo do poço tinha calabouço. O que estava ruim ficou pior no atual governo. Mas, acabou, e nós, realistas esperançosos, podemos esperançar. Temos certeza de que haverá valorização das carreiras ligadas à ciência, tecnologia e inovação. Só assim o Brasil será mais soberano, desenvolvido e menos desigual”, afirmou a professora.

Diretor-executivo da Fundação Coppetec, Peregrino criticou a hipertrofia dos mecanismos de controle

O diretor executivo da Fundação Coppetec e presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Fernando Peregrino, pediu ao comitê de transição que o artigo 218 da Constituição Federal, o qual estabelece a inovação como prioridade nacional, seja cumprido. “O artigo 218 não tem sido cumprido e o Marco Legal (da Ciência, Tecnologia e Inovação) também não. Há cada vez mais burocracia, é cada vez maior a hipertrofia do controle. Por favor, ponham para caminhar o PLS 226/2016 (altera leis aprimorar a atuação das instituições científicas, tecnológicas e de inovação – ICTs), pois ele recupera os vetos feitos ao Marco Legal”.

Peregrino pediu ainda que o Decreto 7423/2010 que simplifica o processo de credenciamento das fundações de apoio seja “desengavetado” no Ministério da Casa Civil e reforçou que o sistema nacional de Ciência e Tecnologia precisa ser destravado, “pois se encontra semiparalisado por conta de uma burocracia infeliz que atormenta a vida dos cientistas”.

Cortes no orçamento do conhecimento podem chegar a R$ 100 bilhões

Segundo Mayra Goulart, os recursos para o setor no PLOA correspondem, em valores corrigidos pela inflação, ao valores do orçamento de 200

Marta Batista, coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj), pediu uma reformulação orçamentária do setor e a abertura de concursos públicos. “Não podemos reconstruir C&T sem dinheiro – e por isso o teto de gastos precisa cair – nem sem pessoas. Há um déficit de 11 mil professores e técnico-administrativos”.

De acordo com Mayra Goulart, vice-presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj) e coordenadora do Observatório do Conhecimento, os cortes no chamado “orçamento do conhecimento”, que incluem gastos com Educação, Ciência e Tecnologia, podem chegar a 100 bilhões de reais nos últimos oito anos.

“O que está no PLOA 2023 corresponde, em valores corrigidos pela inflação, ao valor do orçamento de 2009. Apresentamos ao relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI) e ao presidente da Comissão de Educação da Câmara, deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), a proposta de recomposição das verbas aos valores de 2019. Entendemos que a interação com a comissão de transição possa contribuir com esse esforço”, acrescentou a professora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ).

Deputado Waldeck pediu uma perspectiva da ciência, tecnologia e inovação como indispensáveis

O deputado estadual Waldeck Carneiro (PSB-RJ), um dos autores da Lei Luiz Pinguelli Rosa (nomeada em homenagem ao ex-diretor da Coppe), que criou o sistema estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, ponderou que a tarefa do governo recém eleito é “criar um clima novo, uma agenda nova, uma perspectiva da ciência, tecnologia e inovação como indispensáveis a um projeto de desenvolvimento soberano”.

“Queria ressaltar a necessidade de recompor os orçamentos, no fomento à inovação, financiamento da pós-graduação. Garantir uma agenda de encomendas tecnológicas no Brasil. Isso tem funcionado bem em alguns municípios como Maricá. É importante também voltarmos a valorizar a Iniciação Científica e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, e formarmos complexos científicos e industriais vinculados a estratégias de desenvolvimento regional”, acrescentou o deputado.

A diretora de Direitos dos Pós-Graduandos da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Natália Trindade, defendeu que os estudantes de pós-graduação sejam incluídos na recomposição orçamentária e que as despesas com Ciência e Tecnologia sejam retiradas do Teto de Gastos. “Isso é fundamental para qualquer perspectiva de futuro. São quase dez anos sem reajuste. Quase 75% de defasagem nas bolsas de mestrado e doutorado”, criticou a aluna de doutorado em Direito da UFRJ.

“O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) traz para 2023 recursos insuficientes para o custeio das mais de 100 mil bolsas que são geridas pela Capes. Pedimos a recomposição orçamentária da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)”, complementou Ana Priscila Alves, vice-presidente da ANPG.

O presidente do Clube de Engenharia, Marcio Girão, informou que as propostas do Clube para a C&T no país estão formalizadas em um documento chamado Projeto de Reconstrução do Brasil, já encaminhado ao gabinete de transição, construído a partir de quatro debates, e que contou com a participação do diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, no capítulo sobre Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação. “São cerca de 60 diretrizes e o texto está disponível no site Engenharia em Revista. Dentre outras coisas, pedimos o descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o investimento mínimo de 2% do PIB no setor, podendo chegar a 4% no final do governo”, relatou Girão.

Homenagem ao professor Pinguelli

Na avaliação do professor Romildo Toledo, as questões levantadas durante a reunião mostram a angústia da comunidade. “É certo que não dá para atender tudo de uma vez, mas está claro o quanto está represado. É necessário que a gente consiga, nos 100 primeiros dias, realizar ações que sinalizem um caminho para que essa comunidade possa trabalhar com mais alegria e sem ser surpreendido com notícias ruins”.

O diretor da Coppe destacou ainda que é importante, não apenas, fortalecer as agências que foram enfraquecidas nos últimos anos, “mas também definir com mais precisão o papel de cada uma. Tem havido superposições, e não se integram com as fundações de amparo à pesquisa. É preciso que haja uma ação mais coordenada”, ponderou o professor.

Por fim, Luiz Antônio Elias agradeceu às contribuições e disse esperar que “a expressão dessa transversalidade seja consignada pelo novo governo e acredito que será. Releiam o discurso do presidente Lula, feito na SBPC, lá está o fundamento e a expressão que ele tem sobre essa agenda e a determinação de fazer do seu governo aquilo que realmente retome ciência, tecnologia e inovação como estruturantes do desenvolvimento do país.

Ao final do evento, professor Romildo puxou uma salva de palmas em memória do ex-diretor da Coppe, professor Luiz Pinguelli Rosa, falecido em março deste ano.

Coppe promove conferência Effectuation in Rio

O Laboratório Tecnologias, Diálogos e Sítios (LTDS), do Programa de Engenharia de Produção (PEP), da Coppe/UFRJ realiza, de 05 a 09 de dezembro, a conferência Effectuation in Rio, com a presença da professora Saras Saravasthy. Organizado em parceria com a Faperj, Finep, Ação da Cidadania e Secretaria Municipal de Assistência Social, sob coordenação do professor Roberto Bartholo, do PEP, o evento será gratuito e as inscrições podem ser feitas pelo link https://linktr.ee/ltds.ufrj

Serão 5 dias de palestras, debates, apresentação de projetos e uma masterclass com a professora Saras. Natural da Índia, Saras é professora da Universidade de Virginia, Estados Unidos, e do Indian Institute of Management, India, e criou o método de tomada de decisão, denominado Effectuation. A lógica do método se baseia em cinco princípios que servem para guiar o pensamento do empreendedor. Foca-se nos meios, em vez de nos objetivos, para rapidamente aplicar uma ideia de negócio.

Pela primeira vez no Rio de Janeiro, a professora se reunirá com empreendedores, profissionais de inovação da academia, da indústria, do setor público, pesquisadores e consultores para debater sobre a lógica Effectuation e a criação e o desenvolvimento de negócios sociais, ambientes e de tecnologia. Confira a programação no site do LTDS

Projeto de Letramento de Jovens, Adultos e Idosos da Coppe realiza formatura de suas turmas

O Projeto de Letramento de Jovens, Adultos e Idosos da Coppe realizará, no dia 29 de novembro, a solenidade de formatura de suas turmas de 2022. A cerimônia será, às 14h, na sala 122, do bloco G, do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ.

Devido ao aumento de casos de covid-19 no estado do Rio de Janeiro, será obrigatório o uso de máscaras durante o evento, conforme determinação da Reitoria da UFRJ.

Sobre o projeto

Criado em 2005, o projeto de extensão universitária tem o objetivo de alfabetizar toda e qualquer pessoa que não teve a oportunidade de concluir o ensino fundamental e também proporcionar uma base mais sólida às pessoas afastadas por um longo período do ensino formal.

O curso tem duração de três anos e é composto pelo nível básico, intermediário e avançado. Os professores são estudantes de graduação da UFRJ de diversas áreas do conhecimento.

Coppe promove o seminário Pirólise, Energia e Sustentabilidade

O Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig) da Coppe/UFRJ promove, na próxima quinta-feira, dia 1º de dezembro, das 9 às 15 horas, o Seminário “Pirólise, Energia e Sustentabilidade”. Em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o evento gratuito será realizado no auditório da Decania da UFRJ, no Centro de Tecnologia, bloco A, 2º andar, na Cidade Universitária; e terá transmissão pela plataforma Google Meet. Os interessados em participar devem fazer a inscrição pelo site  www.ivig.coppe.ufrj.br.

O evento reunirá especialistas brasileiros e internacionais para debaterem temas como Estado da Arte da Tecnologia de Pirólise; Pirólise e Sustentabilidade; Pirólise, Biochar e Energia Distribuída; Tratamento de bioóleos como insumos para a indústria química; Pirólise e Resíduos Sólidos Urbanos; e Aplicação de biochar na agricultura.

Trata-se de um assunto que hoje desperta grande interesse na comunidade científica e empresarial. A pirólise permite o processamento de biomassa de resíduos, sequestrando carbono e gerando produtos de grande utilidade na agricultura, na indústria química e para geração de energia. Além disso, traz outros benefícios ambientais e sociais, contribuindo para a destinação adequada de resíduos, o fim dos “lixões” e a redução do volume destinado a aterros sanitários.

Professor da University of South Florida especialista em logística profere palestra na Coppe

Amanhã, sexta-feira, 25 de novembro, às 11 horas, o professor Shekin Ozkul, da University of South Florida (USF), profere uma palestra na Coppe/UFRJ, na qual falará sobre a modelagem de uma cadeia de suprimentos de biocombustíveis entre centro urbanos. O evento será realizado no Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, na sala 115, bloco H, Centro de Tecnologia, Cidade Universitária.

Especialista em Logística e diretor fundador do Supply Chain Innovation Lab, Shekin abordará também sobre o desequilíbrio de frete de caminhões entre entrada e saída da Flórida, bem como sobre análise do uso do solo para melhorar o desenvolvimento bem-sucedido do centro de atividades logísticas na Flórida.

Esta será a segunda palestra do professor da USF na Coppe. A primeira foi realizada na manhã desta quinta-feira, dia 24, na qual também falou sobre análise do uso do solo para melhorar o desenvolvimento bem-sucedido de um centro de atividades logísticas.