O Centro de Pesquisas e Caracterização de Petróleo e Combustíveis (Coppecomb) da Coppe/UFRJ está produzindo álcool 70% a partir de tecnologia de filtragem que retira as impurezas do etanol, tornando-o apropriado para uso hospitalar. Primeiro laboratório a receber os kits de filtragem, que combinam filtros por carvão, resina e membranas, o Coppecomb integra o Grupo de Trabalho do Álcool da UFRJ, cujo projeto foi um dos vencedores no edital Desafio Vale Covid-19 para iniciativas inovadoras de combate ao novo Coronavírus. O projeto, que contempla cinco universidades brasileiras, possibilitará a produção e doação de mais de 30 mil litros de álcool 70% por semana.
O GT da UFRJ é composto por várias unidades da UFRJ: Coppe, Escola de Química, Instituto de Química, Faculdade de Farmácia, Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, Centro de Ciências da Saúde, Complexo Hospitalar e Prefeitura Universitária. De acordo com a vice-diretora da Escola de Química, professora Fabiana da Fonseca, desde que foi constituído, o grupo recebeu muitas doações de álcool combustível, mas os principais doadores não conseguiam evitar que alguns hidrocarbonetos se misturassem ao álcool.
Segundo a professora Fabiana, embora a maior parte do álcool produzido – mais de 70 mil litros até o momento- fosse bom o suficiente para diversos tipos de uso, não tinha a pureza necessária para uso hospitalar. “Por isso, decidimos buscar formas de retirar essas impurezas e optamos pelos kits que combinam filtragem por carvão, resina e membranas. Nós já usávamos esses processos para filtragem de outros líquidos, mas é a primeira vez que usamos para a produção de álcool 70%”, explica a coordenadora do projeto.
Com a tecnologia, o álcool recebido em doações é bombeado para um módulo, no qual passa por duplas filtragens em carvão ativado e resinas poliméricas. Após essa etapa, o álcool ainda passa por uma filtragem adicional em membranas de microfiltração. Em seguida, o álcool puro, resultante do processo, é diluído até 70% e pode ser disponibilizado em líquido, gel ou glicerinado.
“O kit servirá para filtrar o álcool que recebemos da BR Distribuidora, uma das principais doadoras e primeira colaboradora do projeto, desde a primeira semana. A BR já doou dez mil litros de álcool e a produção total do GT, a partir das contribuições de todos os doadores e parceiros do projeto, já ultrapassou 70 mil litros de álcool diluído”, complementa Rejane Rocha, pesquisadora do CoppeComb.
O projeto foi inscrito pela professora Fabiana da Fonseca no Desafio Vale Covid-19, edital lançado em março pela mineradora para selecionar iniciativas inovadoras de combate à Covid-19. Selecionado, o GT recebeu R$ 393 mil para expandir o uso dos kits de filtragem em outras cinco universidades: Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UFTPR).
As oito edições do Fórum Virtual: “O Brasil após a pandemia”, promovido pela Coppe/UFRJ, estão disponíveis na página da instituição no youtube (www.youtube.com/coppeufrj). Os debates transmitidos ao vivo pelo Facebook da Coppe (www.facebook.com/coppe) já alcançaram 385 mil pessoas, e contam com a participação de especialistas e convidados que discutem os impactos da Covid-19 e expõem suas reflexões, propostas e alternativas para o país pós-pandemia. O público pode acompanhar e participar com perguntas e comentários.
“A proposta do fórum é motivar a reflexão sobre propostas e alternativas de reorganização estrutural. O Brasil é um país reconhecido por sua desigualdade socioeconômica, problemas estruturais e insuficiência de sistemas públicos eficazes de amparo social. Precisamos encontrar maneiras criativas e inovadoras de superar as perdas e partir para um novo patamar, após essa difícil travessia”, afirma o diretor da Coppe, professor Romildo Toledo.
Confira abaixo os temas discutidos, os debatedores convidados e os links das matérias de cobertura das oito edições do Fórum no Planeta Coppe Notícias.
Debatedores: Cora Ronai, O Globo; Marcelo Tas, TV Cultura; Marcos Cavalcanti, professor da Coppe/UFRJ; e Silvio Meira, professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mediação: Suzana Kahn, vice-diretora da Coppe/UFRJ.
Debatedores: Daniel Moczydlower, vice-presidente de Engenharia e Tecnologia da Embraer; Romildo Toledo, diretor da Coppe/UFRJ, Vahan Agopyan, reitor da Universidade de São Paulo (USP); e Segen Estefen; professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe. Mediação: Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe/UFRJ.
Debatedores: Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde; Carlos Grabois, Gadelha, professor da Fiocruz; Antônio Carlos Campos de Carvalho, professor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ; e Roberto Medronho, professor da Faculdade de Medicina e do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, ambos da UFRJ. Mediação: Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe/UFRJ.
Debatedores: Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF); Flávio Dino, governador do Maranhão; e Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mediação: Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe/UFRJ.
Debatedores: Glenn Greenwald, jornalista do site The Intercept Brasil; e Pedro Dória, colunista do jornal “O Globo” e cofundador do Canal Meio. Mediação: Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe/UFRJ.
Debatedores: Lígia Bahia, professora, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ; Ricardo Henriques, professor da UFF e ex-secretário da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, do Ministério da Educação. Mediação: Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe/UFRJ.
Debatedores: Eduardo Moreira, economista e escritor; Márcio Pochmann, professor da Unicamp e ex-presidente do Ipea. Mediação: Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe/UFRJ.
Debatedores: Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ; Ciro Gomes, ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República; e Alessandro Molon, deputado federal do Rio de Janeiro. (PSB-RJ). Mediação: Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe/UFRJ.
Na avaliação do professor Marcos Cavalcanti, não é mais cabível discutir se haverá ensino remoto. “É uma absoluta necessidade”
Com a expansão das atividades de ensino à distância, uma necessidade imposta pelo prolongado distanciamento social em função da Covid-19, acendeu-se o alerta para o risco de aumentar ainda mais a exclusão social de parte do corpo discente das universidades públicas. Reunidos pelo Fórum Virtual da Coppe/UFRJ, os jornalistas Cora Rónai e Marcelo Tas, e os professores Marcos Cavalcanti (Coppe) e Silvio Meira (UFPE e FGV) defenderam mudanças nas relações de ensino e o uso dos recursos nos fundos setoriais para a promoção de uma política de equidade digital.
O debate foi realizado no último domingo, 28 de junho, e foi transmitido, ao vivo, na página da Coppe no Facebook e está disponível na página da instituição no YouTube. A oitava edição do Fórum Virtual “O Brasil após a pandemia”, teve o tema “Atividades Remotas e Digitalização – Aumento da Exclusão Social?”, e foi mediado pela vice-diretora da Coppe, professora Suzana Kahn.
O professor Marcos Cavalcanti, do Programa de Engenharia de Produção (PEP) da Coppe, abriu o debate embasando seu raciocínio em dados da PNAD (Programa Nacional por Amostragem de Domicílios) 2018. A pesquisa feita pelo IBGE apontou que o Brasil tinha, no ano da amostragem, oito milhões de estudantes matriculados no ensino superior. Deste total, 74% na rede privada e 26% nas universidades públicas. Além disso, 83% dos domicílios desses alunos tinham computador e 99% tem acesso a celular, com 98% declarando ter acesso à Internet., sendo 88% via banda larga.
“Não é isso o que a gente vê nos debates dos professores. O senso comum é que o ensino remoto irá aumentar a exclusão radicalmente. Quando vemos que a maioria tem acesso por computador ou celular. Claro que há problemas, sobretudo se discriminar por classe social. Mas, mesmo assim, os dados contrariam o senso comum. Uma pesquisa recente feita na Fiocruz, mostrou que, em Manguinhos, 85% das classes D e E têm acesso a internet e a acessam diariamente”, explicou Cavalcanti.
Na avaliação do professor do PEP, não é mais cabível discutir se haverá ensino remoto. “É uma absoluta necessidade. Vai ter que ter. O acesso está muito mais perto dos 100% do que o senso comum acredita, embora persistam desigualdades. Cabe ao poder público realizar parceria para viabilizar o acesso gratuito a conteúdo educacional em banda larga. Eu acredito que as empresas de telecomunicação vão topar fazer. É possível e viável”, avaliou.
“Exclusão é um dado da realidade. ‘Digital’ é apenas uma lente que expõe que somos um país muito desigual”, afirmou Marcelo Tas
Marcelo Tas corroborou os dados apresentados pelo professor Marcos Cavalcanti, mas destacou que a desigualdade social é brutal e piorará após a pandemia. “A exclusão não é digital. Exclusão é um dado da realidade. ‘Digital’ é apenas uma lente que expõe que somos um país muito desigual. Apesar disso, não tenho dúvida de que a tecnologia pode aproximar pessoas que estão excluídas”, refletiu o jornalista.
Embora tenha confirmado a credibilidade dos números da Pnad, o comunicador pediu cautela para analisa-los. “Dados e algoritmos também contém vieses. Entrevistei Marcelo Gleiser recentemente e aprendi com ele que Ciência também tem vieses, e que método científico existe justamente para retirar esses vieses”, alertou Tas.
Para Marcelo Tas, não se deve demonizar a Internet, que é uma ferramenta, por haver exclusão digital, mas, ao contrário, o país deve se preparar para a mudança de horizonte à frente que “é gigantesca”. “O que vai acontecer nos próximos cinco anos vai ser muito grande. Quem menosprezou a mudança até antes da pandemia, prepare-se. A leitura de dados já é mediada por Inteligência Artificial (IA). Até eleições foram influenciadas pela IA. Há a questão do impulsionamento de publicidade em sites altamente contaminados por fake news. A Unilever declarou que vai retirar toda publicidade do Facebook. Outras empresas farão o mesmo, e isso causou terremoto no mercado. O Zuckerberg que era o rei da cocada preta levou ao menos três tombos nos últimos anos”.
Há recursos para a equidade digital
O professor Sílvio Meira revelou que há recursos nos fundos setoriais para promover a almejada equidade digital
Para o professor Sílvio Meira, a pesquisa mais pertinente sobre o tema vem sendo conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CTIC.Br), a qual mostra que 70 milhões de brasileiros têm acesso precário a internet e 42 milhões nunca a acessaram. “Em 2020, mais da metade dos brasileiros acessava por conta pré-paga. 114 milhões. Esse limite não vale para aplicativos da classe Zuck (redes sociais), mas significa que há limite nos dados que podem ser usados, como streaming. Mais da metade (53%) das casas do país não tem banda larga. Sem isso, streaming é inviável, ou seja, ensino à distância inviável.
“Discutimos a universalização, mas é muito difícil universalizar qualquer coisa. Como exemplo, uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 92% da Europa têm acesso a água segura. Ou seja, 72 milhões (8%) não têm. Isso é muita coisa. Universalizar não é algo trivial. Não é uma questão de igualdade e sim de equidade. É empoderar pessoas diferentes com realidades diferentes”, ponderou o professor da UFPE.
Como lembra Silvio Meira, em 1995, foi criado um comitê gestor para a Internet, que, dentre outras atribuições, se voltou para a questão da equidade digital. “Hoje, 72% dos domicílios dos Distrito Federal têm banda larga, mas no Maranhão mais de 80% não contam com esse serviço. Mesmo que você esteja numa grande capital, dependendo de onde esteja, mesmo que tenha dinheiro não conseguirá contratar banda larga. Para resolver tais questões foram criados fundos de contribuição obrigatória das teles, o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) e o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), que reúnem 115 bilhões de reais”, destacou.
“Contabilizando todos os gastos, cerca de um trilhão de reais deverá ser gasto em função da pandemia. Não haveria recursos para criar equidade digital? Seria uma fração desse montante, e esse recurso já existe. Qual o problema de investir 50 bilhões de reais em equidade digital? Poderíamos começar com todos alunos da rede pública, fundamental, médio e superior. As porcentagens são cobradas sobre faturamento das teles e os recursos não são gastas. Porque não há política, nem estratégia”, criticou Meira, criador do projeto Porto Digital, no Recife.
Repensar as formas de aprender e ensinar
Para a jornalista Cora Rónai, a Internet deveria ser direito básico como água, luz, saneamento. “Todo político sério deveria brigar por isso”
Responsável pela primeira coluna de tecnologia em um grande jornal brasileiro, Cora Rónai relembrou que a tecnologia permitiu o acesso a uma ampla gama de conhecimentos, sem a necessidade do deslocamento físico e com um celular e acesso à Internet, os alunos têm à disposição catálogos de diversas bibliotecas públicas.
“Quando criança, eu tinha acesso a ótimas bibliotecas públicas, incluindo a Biblioteca Nacional, mas imagine uma criança no interior do país? Hoje, a tecnologia aboliu esse problema, mas resta a desigualdade no seu acesso. Além disso, precisamos ensinar as crianças a usar tecnologias, usar as redes. A sociedade mudou demais para usar o mesmo esquema de ensino de dois séculos, um sujeito na frente da sala falando. As crianças devem aprender a aprender. O aprendizado não se esgota em sala de aula”, avaliou a colunista do jornal “O Globo”.
Na opinião da jornalista, a Internet deveria ser direito básico como água, luz, saneamento. “Todo político sério deveria brigar por isso. As pessoas não deveriam correr atrás de Internet, e uma vez universalizada, a ideia deveria ser pulverizar a escola por outros espaços. Não limitar o ensino à sala de aula, e pensar porque não ter espaços de ensino nos quais crianças de idade diferentes possam aprender juntas”.
O professor Sílvio Meira concorda que o ensino remoto possa estender o presencial, em vez de substituí-lo. “A geração Z já faz isso. No Minecraft, League of Legends, Twitch (os dois primeiros são jogos e o terceiro, uma plataforma de streaming para jogos). Entre os 3 e 15 anos de idade, as crianças inglesas jogam 6.200 horas. Um curso de Engenharia tem 4.200 horas. O que quero dizer é que as crianças jogam um curso e meio de Engenharia no ensino fundamental. No Ensino Médio, provavelmente farão o mesmo. Na faculdade, ouvem professor repetir slides de conteúdo que estão disponíveis no YouTube. Há disciplinas que são commodities. Por que precisamos de infinidades de professores repetindo os mesmos conteúdos dos mesmos livros para Administração 1?”, criticou.
“O conceito de universidade que ainda adotamos existe desde 859, quando Fatima al-Fihiri, uma refugiada, criou a universidade Al- Quaraouiyine, em Fez, no Marrocos. Já havia campus e já havia o conceito de Professor Titular. Precisamos pensar em como fazer para que o como faz para o campus seja ‘O lugar’ e não ‘um não lugar’. Será que o campus (ou escola) ainda é o lugar para aprender? Ou precisamos fazer um reboot”, questionou o professor Sílvio Meira, que recomendou para o tema a leitura do livro Não lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade, de Marc Augé.
Para Marcos Cavalcanti, o ensino remoto vai viabilizar a personalização da Educação. “Hoje a escola dá um ensino padrão. O professor olha a turma como se fossem todos iguais, e quem não aprende vai ficando para trás. Eu acredito que em vez de aumentar desigualdade, poderemos reduzir drasticamente desigualdades se os alunos puderem ter acesso a mais formas de aprendizado”.
“Além disso, o professor poderá saber em que nível cada aluno está, qual dificuldade de cada um, e terá condições de oferecer ajuda individualizada. Isso também permite ao aluno aprender de maneira individualizada. Nós, professores ‘PHDeuses’ temos que descer do pedestal e usar a tecnologia que nossos alunos já estão usando”, enfatizou o professor da Coppe.
Na opinião de Cavalcanti, o papel do professor não é “dar a faca e o queijo, é provocar a fome”. “O papel é deixar a pessoa curiosa, querendo aprender. Em vez de encher de informação, fazer pensar sobre a realidade. Nosso papel como provedor de informação acabou. Há vídeo muito mais interessante sobre Revolução Francesa do que um professor empilhando informação em uma sala. Talvez seja mais útil reunir e debater o que cada um leu sobre o tema, e inclusive apontar o que é fake no que é disseminado na Internet”, defendeu o coordenador do Centro de Referência em Inteligência Empresarial (Crie), laboratório da Coppe.
Levantamento realizado na UFRJ revela que o número de óbitos domiciliares por covid-19 no município do Rio de Janeiro pode ser bem maior do que o notificado. De acordo com os dados apurados, na cidade carioca, entre 16 de março e 28 de maio de 2020, foram registradas, sem atribuição direta ao novo coronavírus, 885 mortes a mais de causas naturais em residências do que no mesmo período do ano passado. Mas, os pesquisadores acreditam que boa parte delas pode ter a Covid-19 como causa básica, o que indica que os cálculos de leitos necessários estão comprometidos e as medidas que vêm sendo adotadas equivocadas, a exemplo do início do afrouxamento do confinamento no município.
O levantamento foi realizado pelos professores da UFRJ Rafael Galliez e Roberto Medronho, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina; Guilherme Horta Travassos, da Coppe; Priscila Machado Lima e Claudio Miceli de Farias, da Coppe e do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE); e pela técnica Patrícia Furtado da Silva, coordenadora de Atenção à Saúde do Complexo Hospitalar da UFRJ. Todos integram o Grupo de Trabalho Multidisciplinar da UFRJ sobre a Coronavirus Disease 19. Os pesquisadores fizeram o levantamento, a partir dos dados do Portal da Transparência do Registro Civil do município do Rio.
O professor Rafael Galliez explica que eventualmente muitos óbitos declarados como outras causas podem ter a Covid-19 como a causa básica, que é definida como a “doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte, ou as circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal”. De acordo com o professor, o novo coronavírus também pode ser uma causa contribuinte. “Isto ocorre quando qualquer doença ou lesão que, a juízo médico, tenha influído desfavoravelmente na saúde de uma pessoa, contribuindo assim para sua morte, mesmo sem estar relacionada com o estado patológico que conduziu diretamente ao óbito”, explica.
O Dia 16 de março foi escolhido como um dos pontos de partida para o levantamento, por ser o primeiro dia em que um óbito domiciliar foi registrado no município do Rio tendo a covid-19 como motivo suspeito. Mas, para tornar a situação preocupante mais visível, a professora Priscila Machado Lima explica que levantaram também as ocorrências no período entre 01 de janeiro e 28 de maio, no qual o total de mortes registradas em residências por causas básicas foi 893 a mais que no mesmo período em 2019.
“Analisando os registros, podemos observar que apenas 59 foram, de fato, atribuídos à covid-19. No total, no ano passado foram registradas 2.989 mortes por doenças respiratórias em domicílios da cidade do Rio neste período, e dessas 2.580 foram classificadas como Demais óbitos. Agora em 2020, nesse mesmo intervalo de tempo, o número subiu para 3.882 casos, dos quais os Demais óbitos respondem por 3.233, que é um número que precisa ser avaliado com muita atenção”, alerta a professora do NCE e do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe.
Para os pesquisadores o expressivo aumento de 885 casos de morte domiciliares consideradas como outros motivos, faz acreditar que os 59 registrados como covid-19 pode estar muito abaixo da realidade. Por isso, de acordo com eles, a quantidade de leitos e UTIs ocupados é insuficiente para ser utilizada como parâmetro de apoio para medidas de relaxamento de distanciamento social, já que entre as vítimas não diagnosticadas com o novo coronavírus pode haver muitas que contraíram essa doença e não chegaram a ser hospitalizadas. Na visão dos pesquisadores, é notório que o Rio de Janeiro não conseguiu dispor de todos os leitos de internação e UTI necessários para atender aos pacientes, e se houver um crescimento ainda maior, o que pode ocorrer com o afrouxamento, a situação tende a piorar. De acordo com eles, há outros indicadores que deveriam ser considerados antes de se reduzir o isolamento social, como o aumento de casos notificados, aliado ao crescente aumento de mobilidade, e a estimativa da taxa de transmissão.
No momento, muitos podem ter a sensação que houve alguma melhoria no quadro de evolução da pandemia devido à redução na procura por leitos hospitalares. Mas, para a coordenadora de Atenção à Saúde do Complexo Hospitalar da UFRJ, Patrícia Furtado da Silva, a redução também pode estar relacionada, entre outros fatores, à prática de automedicação por uma parte da população. “Além de potencialmente provocar algum reflexo sobre o número de atendimentos hospitalares, a automedicação pode ser fator presente no histórico de indivíduos que evoluíram com gravidade e óbito em domicílio. A medicação por conta própria pode retardar a procura dos infectados por serviços de saúde”, lamenta Patrícia, enfermeira e técnica da UFRJ.
O atual quadro de óbitos domiciliares reforça ainda mais a necessidade de maior bloqueio de circulação da população. Os professores Guilherme Travassos, Roberto Medronho e Claudio Miceli, que também desenvolveram um modelo computacional para estimar a evolução da pandemia, continuam defendendo um maior isolamento social no município e no estado do Rio, como forma mais eficaz para poupar vidas neste momento, e também evitar o colapso no sistema de saúde. Neste sentido, desenvolveram um indicador batizado de “covidímetro” que, inspirado em um velocímetro, mostra à população a evolução dos casos e os riscos de contágio, e ainda sinaliza exatamente o grau de risco de colapso no sistema de saúde.
A Coppe/UFRJ promove no próximo domingo, 28 de junho, o oitavo debate do fórum virtual: O Brasil após a pandemia. Com o tema “Atividades Remotas e Digitalização – Aumento da Exclusão Social?”, esta edição terá a participação da jornalista Cora Ronai, do jornal O Globo; do jornalista Marcelo Tas, da TV Cultura; do professor Marcos Cavalcanti, da Coppe/UFRJ; e do professor emérito da UFPE, Silvio Meira. O evento será mediado pelo professor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, será transmitido ao vivo na página da instituição no Facebook, a partir das 18h.
Sobre os palestrantes
Colunista de tecnologia e cronista do Segundo Caderno, do jornal “O Globo”, Cora Rónai criou a primeira coluna de informática do jornalismo brasileiro, no Jornal do Brasil, em 1986. Foi a primeira jornalista brasileira a criar um blog: o internETC, ativo desde de 2001. Cora Rónai também foi pioneira na utilização da fotografia digital como documento. Recebeu o Prêmio Comunique-se de melhor jornalista de Informática em 2004, 2006 e 2008, e de melhor jornalista de Tecnologia, em 2018. Já publicou mais de dez livros, entre eles: “Caiu na Rede”, “Uma Ilha Lá Longe” e “Álbum de Retratos”.
Jornalista, comunicador, educador, produtor e diretor de TV, Marcelo Tas é apresentador do programa #Provoca e comentarista do Jornal da Cultura na TV Cultura. Professor de Inovação e Comunicação do Ibmec, também publica conteúdos de Educação no canal #DESCOMPLICADO no YouTube. Atuou como colunista e colaborador dos seguintes veículos: Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Isto É, revista Trip e revista Crescer. Também foi âncora e colunista nas rádios: Bandnews, 89 FM, Eldorado FM e CBN. Destacou-se ainda como um dos autores do Telecurso (Fundação Roberto Marinho/ TV Globo), e do CQC (Band). Marcelo Tas é o criador do “Beco das Palavras”, instalação do Museu da Língua Portuguesa (São Paulo) e de “Humano”, game interativo no Museu do Amanhã (Rio de Janeiro). Seu blog jornalístico venceu cinco vezes o Prêmio Comunique-se.
Coordenador do Centro de Referência em Inteligência Empresarial (Crie) e professor do Programa de Engenharia de Produção da Coppe, Marcos Cavalcanti é editor da Revista Inteligência Empresarial e membro do Board do New Club of Paris. Ex-diretor de tecnologia da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Marcos coordena os cursos de pós-graduação lato sensu Master on Business and Knowledge Management (MBKM) e Web Intelligence & Digital Ambience (WIDA).
Professor Emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Sílvio Meira é co-fundador do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR) e do Porto Digital, que transformou o centro histórico do Recife, em um dos maiores parques tecnológicos do país. Professor associado de Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e colunista do jornal Estado de S. Paulo, Meira também o criador da Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES), desenvolvida com o objetivo pensar a cidade a longo prazo.
O diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, destacou que a Coppe pode colaborar na criação de um complexo industrial da Saúde. “Temos interação com a indústria e um conjunto de expertises que podemos reunir nas Engenharias Mecânica, Sistemas, Biomédica, dentre outras”
Uma política industrial ativa, focada nas vocações tecnológicas do país, no poder de compra do Estado e na flexibilização das regras de contratação de Engenharia são elementos fundamentais para o Brasil enfrentar os desafios tecnológicos nacionais no pós-pandemia. Esse foi o entendimento dos debatedores que participaram do fórum virtual “O Brasil após a pandemia”, no último domingo, 21 de junho.
Esta edição teve a participação do diretor da Coppe/UFRJ, professor Romildo Toledo; do reitor da USP, professor Vanhan Agopyan; o professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe, Segen Estefen e o vice-presidente de Engenharia e Tecnologia da Embraer, Daniel Moczydlower. O evento contou com a mediação do professor Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe, e foi transmitido ao vivo no Facebook está disponível na página da instituição no YouTube.
Na avaliação do reitor da USP, professor Vanhan Agopyan, a pandemia tirou os cientistas de suas zonas de conforto. “Já tínhamos desafios tecnológicos pré-pandemia, mas avançávamos de maneira mais tranquila. A pandemia nos trouxe novos desafios. A pequena competitividade das empresas brasileiras se perderá se não acelerarmos nosso processo de mudança. Tecnologia não se compra. O que se compra é uma versão N-1, N-2. Mesmo as subsidiárias utilizam uma versão defasada daquilo que é utilizado na matriz. Ou somos partícipes desse desenvolvimento tecnológico ou não seremos competitivos”.
“A competição entre as indústrias se transformará em colaboração entre as indústrias. Para que possamos ressurgir fortes da pandemia. Prevalecerá a ideia de cooperação entre concorrentes. Mas, eu estou preocupado com a postura do nosso empresariado. Da mesma forma que não entendia que tecnologia não se compra, se desenvolve. Não está atento à velocidade das mudanças”, alertou o professor Vanhan.
Para o diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, a pandemia expôs uma série de problemas causados pela falta de uma política industrial, tanto em nações desenvolvidas quanto em países em desenvolvimento. “Os Estados Unidos já não têm mais a sua indústria local, ela está offshore. Não foram capazes de produzir lá os equipamentos e insumos que precisavam. O mercado, essa entidade mágica que tudo valora, foi um fiasco para as high techs. As empresas de biotecnologia americanas e europeias não souberam responder à crise. Ou não têm compromisso algum com o Estado de bem-estar social e só têm com o lucro imediato”, criticou.
Segundo o professor Romildo, os países que lidaram melhor com a Covid-19 tiveram aconselhamento científico. “Mas a solução era medieval, da época da peste negra: afastamento social e limpeza. Não teve inovação e quem não adotou essa solução da Idade Média teve os piores resultados. É o caso do Brasil, que vive uma situação esdruxula, pois nós já sabíamos o que viria, o vírus chegou aqui depois, e já chegamos a 50 mil mortes. Se foi por economia, não fez sentido algum, pois já estamos no quarto mês de afastamento social”.
“Vejo a necessidade da criação de um complexo industrial da Engenharia de Saúde. A Coppe pode colaborar para isto. Temos interação com indústria, a Fundação Coppetec e a Incubadora de Empresas. Temos parceria com a Faculdade de Medicina e o Complexo Hospitalar e temos um conjunto de expertises que podemos reunir nas Engenharias Mecânica, Sistemas, Biomédica, dentre outras”, propôs o diretor da Coppe.
Professor Romildo listou então iniciativas desenvolvidas pela Coppe no enfrentamento ao novo coronavírus. “Estamos produzindo os ventiladores pulmonares de exceção, um esforço grande da UFRJ, da USP, da Marinha. Ainda estamos tomando uma coça dos setores de controle, de pedidos de documentos. Falta compromisso da indústria para alocar produção. Vencemos os estágios TRL, de amadurecimento tecnológico, de 1 a 9 para produzir mil ventiladores. Os recursos chegaram, a Alerj apoiou, Itaú apoiou, mas precisamos de vontade política, de política de Estado”.
“Também produzimos software para planejar política de afastamento, covidímetro, teste sorológico. Tudo isso em tempo recorde. As pessoas estão trabalhando incessantemente e o governo cobrando ponto eletrônico de quem está trabalhando remotamente e o ameaçando cortar adicionais de insalubridade e periculosidade porque foram afastadas do trabalho presencial. O ministro de Ciência e Tecnologia não apareceu em hora alguma. Nem naquela reunião dos palavrões. Não ouvimos uma palavra de pedido de apoio a quem produz inovação”, criticou professor Romildo.
De acordo com o professor Romildo Toledo, a União Europeia está preparando um plano de recuperação econômica no valor de 750 bilhões de dólares. “Criarão seis milhões de empregos na área da construção civil, aumentando a eficiência energética das construções. Provavelmente vão usar biomateriais, as fibras vegetais de que tanto falamos. Vão investir pesado em energia renovável, armazenamento de energia, aí entra energia do hidrogênio e pensamos no trabalho que o professor Paulo Emílio de Miranda faz na Coppe. A UE já tem 200 mil pontos de pontos de carregamento para ônibus elétrico e pretende chegar a um milhão. Precisamos migrar para essa transição, nós temos tecnologia e conhecimento. Temos grande universidade distribuídas pelo país, não é só UFRJ e USP. Temos UFRGS, UFMG, UFMG, UFBA, UFSC” enumerou.
Política industrial sustentável a longo prazo
“Esse pensamento de cada um faz apenas aquilo no que é mais competitivo não se aplica na área da saúde. Os países abdicaram da capacidade de produzir os insumos necessários”, criticou o professor Segen Estefen
Na opinião do professor Segen Estefen, o Brasil sofre com uma sociedade destroçada pela pandemia e pela falta de governo, e para se recuperar deverá apostar nas suas empresas e setores econômicos mais competitivos. “A Petrobras tem potencial para diversificar muito as suas atividades, para criar e fomentar tecnologia. Mostrou isso quando foi ao mar e descobriu as reservas no pré-sal que geram mais de 70% do petróleo do país, isso é fantástico para um investimento em longo prazo. A visão de que a empresa deve apenas retirar petróleo é uma visão míope, ela pode ir muito além. Uma empresa como a Petrobras deve pensar estrategicamente a transição energética. Temos uma tendência à eletrificação e a ida dela ao mar faz da Petrobras uma candidata a liderar a geração de energia nos oceanos”.
Para Segen, a Vale está aquém do seu potencial, por falta de uma política industrial que coloque em seu entorno companhias que possam processar o minério e dar sequência à linha produtiva. “O Brasil ganharia muito se além de exportar minério puder exportar materiais semiprocessados”, avaliou o professor que criticou a excessiva especialização das cadeias produtivas. “Esse pensamento de cada um faz apenas aquilo no que é mais competitivo não se aplica na área da saúde. Os países abdicaram da capacidade de produzir os insumos necessários aos seus sistemas de saúde”.
“Não conheço país que o Estado não seja partícipe da inovação, inclusive pela compra governamental”, destacou o reitor da USP
O professor Vahan evitou criticar o empresariado por não investir em inovação e buscou entender os motivos deste comportamento. “Para investir em algo que só dará retorno em longo prazo, tem que ter estabilidade econômica e segurança jurídica. Não sou economista, mas vejo que estabilidade é algo que não conseguimos manter. A segurança jurídica também é complicada. Houve avanços, como a Lei do Bem, a Lei da inovação, mas qual industrial brasileiro sensato é capaz de usar essa legislação se em dois anos pode aparecer um fiscal e aplicar uma multa que a leve a insolvência? Temos empresários refratários, mas temos alguns que são modernos e querem investir, mas como convencer os acionistas a fazer um investimento pesado para retorno em 10, 15 anos”, questionou o reitor da USP.
“Não critico o empresário, é preciso ter uma política que lhe confira segurança. Não é política de governo, é de Estado, como tem todos os países industrializados. Não conheço país que o Estado não seja partícipe da inovação, inclusive pela compra governamental. É assim nos Estados Unidos e Europa. O próprio MIT recebe 85% do seu orçamento do governo”, ponderou professor Vanhan Agopyan.
Para Daniel Moczydlower, os investimentos em Educação, Ciência e Tecnologia são determinantes para um país se manter competitivo no cenário global, distribuindo riqueza e oferecendo dignidade à sua população. “As palavras-chave são sustentabilidade e previsibilidade dos investimentos. Precisa de investimento em longo prazo, seguro e estável, para colhermos os resultados em longo prazo. Os países olharão com mais cuidado para algumas indústrias. É preciso pensar em mecanismos para apoiar de maneira sustentável esses segmentos”, afirmou o vice-presidente de Engenharia e Tecnologia da Embraer.
Superando o “Vale da Morte”
“Os países que superaram o Vale criaram mecanismos de política industrial e o Estado encomenda tecnologia”, frisou Daniel Moczydlower
Na avaliação de Moczydlower, o Brasil obteve reconhecimento internacional em Ciência, compatível com o peso do país como uma das maiores economias do mundo, mas não conseguiu ainda traduzir essa Ciência de qualidade em tecnologia. “São poucas as empresas nacionais com centros de pesquisa estabelecidos no país e capazes de gerar produtos tecnologicamente inovadores. Em foros como a MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação) e ANPEI (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras), a gente tem discutido como fazer o Brasil avançar em rankings de inovação. Estamos atrás de muitos países de porte médio, mas apesar de muito debate não estamos conseguindo superar esse gap”.
Segundo o vice-presidente da Embraer, existe no desenvolvimento tecnológico um “Vale da morte”, uma zona intermediária na elaboração de um produto inovador, em que o risco é muito alto para a maioria das empresas e está além da vocação das universidades. “Os países que superaram o Vale criaram mecanismos de política industrial e o Estado encomenda tecnologia. O decreto 9283 permite que seja praticado no Brasil. Podemos usar o poder de compra do Estado para alavancar segmentos nos quais o país demonstre vocação. Mas, não podemos cair na armadilha de que teremos sucesso em todas as indústrias, é preciso fazer escolhas”, alertou o doutor em Engenharia Química, formado pela Coppe.
Moczydlower destacou a necessidade de o país rever as normas de compras públicas para que tenha a flexibilidade necessária na contratação de Engenharia ou tecnologia. “A Engenharia merece flexibilidade que estimule a adoção de tecnologias inovadoras e vá além da questão do menor preço. Melhor preço não deveria se confundir com menor preço”.
“Há o mito de que o Vale do Silício é feito com private equity, com capital de risco. Caso pensemos um desenvolvimento icônico do Vale como o Iphone, diversos elementos tela multitouch, microchips, sistemas de memória, todas remetem a contratações feitas por órgãos governamentais. Não é mão invisível, é política de Estado bem planejada e pensada que atrai os melhores cérebros”, enfatizou o vice-presidente de Engenharia e tecnologia da Embraer.
A Coppe/UFRJ promove no próximo domingo, 21 de junho, o sétimo debate do fórum virtual: O Brasil após a pandemia. Nesta edição, o tema será “Desafios tecnológicos nacionais no pós-pandemia”, e o Fórum contará com a presença do diretor da Coppe, professor Romildo Toledo; do reitor da USP, professor Vanhan Agopyan; o professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe, Segen Estefen e o vice-presidente de Engenharia e Tecnologia da Embraer, Daniel Moczydlower. O evento será transmitido ao vivo na página da Coppe no Facebook, a partir das 18h.
O encontro contará com a mediação do professor Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe. O público poderá assistir e participar do debate, ao vivo, com perguntas que serão encaminhadas aos debatedores, no próprio link da transmissão.
Sobre os palestrantes
Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e presidente da Associação Brasileira de Materiais e Tecnologias não Convencionais, o professor Romildo Toledo foi diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe (2013 a 2015), e vice-diretor da instituição (2015 a 2019). É membro do INBAR Bamboo Construction Task Force, e coordenador executivo do Centro Brasil-China de Mudanças Climáticas e Energias Renováveis – uma parceria entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua. É o atual diretor da Coppe, com mandato até 2023.
Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, professor Vahan Agopyan foi diretor da Escola Politécnica da USP (2002 a 2005), pró-reitor de Pós-Graduação (2010 a 2014) e vice-reitor da USP (2014 a 2018). Foi ainda diretor-Presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo (IPT) e coordenador de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento do estado de São Paulo. É o atual diretor da USP, com mandato até 2022.
Membro Titular da Academia Nacional de Engenharia e fellow da Society for Underwater Technology (Reino Unido) e da American Society of Mechanical Engineers (ASME), Segen Estefen foi diretor da Coppe (1998 a 2001) e diretor Acadêmico (1994-97) e de Tecnologia e Inovação (2007-13) da instituição. Coordenou o capítulo sobre Energia dos Oceanos no Relatório Especial sobre Energias Renováveis do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e foi membro do Conselho de Administração da Petrobras.
Ex-aluno da Coppe, Daniel Moczydlower ingressou na Embraer em 2013 como presidente e CEO da unidade de negócios Embraer Sistemas. Em 2017 assumiu a direção de Desenvolvimento Tecnológico da Embraer S.A, responsável pela gestão dos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento Pré-Competitivo, incluindo os contratos de cooperação tecnológica no Brasil e no exterior e a gestão da Propriedade Intelectual. Antes de ingressar na Embraer, foi CEO da Chemtech Engenharia e Software, entre 2010 e 2013.
Pesquisadores da Coppe/UFRJ realizaram um estudo e encaminharam à Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro (Setrans), com o intuito de contribuir para redução do contágio e da letalidade da Covid-19, tendo em vista a perspectiva de retomada das atividades econômicas. Entre as recomendações, está a necessidade de incentivos aos deslocamentos a pé ou por bicicleta bem como o aumento da frota de ônibus e barcas em circulação e redução dos intervalos de trens e metrô. Para garantir a sustentabilidade do efeito destas ações, o estudo também avalia que poderá ser necessário uma compensação financeira aos operadores de transportes, suportada por uma reestruturação financeira de todo o sistema de mobilidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, já que tais medidas implicam custos que não serão normalmente cobertos pelas receitas tarifárias.
O estudo, realizado sob a coordenação dos professores Rômulo Orrico e Matheus Oliveira, do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, teve como premissa a garantia da saúde e segurança física dos cidadãos e trabalhadores, aprimorando as ações de distanciamento social e higienização dos ambientes, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outras instituições da área. Para tanto, os pesquisadores mostraram que é necessário uma adequação no ambiente físico dos principais veículos de média e alta capacidade, bem como a valorização da mobilidade ativa como uma alternativa eficiente, segura e resiliente para estes momentos. Eles entendem que tais medidas também sejam permanentes. Fazem parte da equipe, os pesquisadores Bruno Coelho, Gabriela Binatti, Ígor Maranhão, João Melo, José Paiva Neto, Júlia Fagundes, Mariana Carneiro, Priscila Carvalho, Ycaro Batalha e Dario Almeida.
O professor Romulo Orrico diz que é fato concreto que os veículos de transporte público estão entre os locais de maior potencial de transmissão da Covid-19. Por isso, considera fundamental que haja uma articulação governamental, de forma que secretários de transporte do estado do Rio e das prefeituras tenham como orientar os dirigentes dos operadores de transportes. Para ser uma ideia, a estimava é que, diariamente, mais de 1,4 milhão de pessoas se desloquem entre municípios, por ônibus e vans. Só no pico da manhã, de 7 às 8 horas, 543 mil passageiros são transportados por ônibus intermunicipais. Além disso, a totalidade das viagens em metrô e a maioria das viagens em trem são internas à cidade do Rio de Janeiro. Por isso, o professor da Coppe defende ações rápidas de forma integrada, como ocorreu em países como Alemanha, França e Coreia do Sul, que dependem de forte articulação horizontal, entre as diversas secretarias, e vertical, entre os municípios e o estado.
Como parte do estudo, os pesquisadores analisaram várias medidas adotadas no mundo para enfrentar esse problema, a partir boas práticas na mobilidade e de proteção. Eles verificaram que entre as mais utilizadas nas principais cidades estão a implementação de ciclovias e ciclofaixas emergenciais, melhoria dos cruzamentos em eixos mais movimentados, incluindo automação de sinais para pedestres – que antes eram por acionamento manual–, redução de áreas na via destinada a veículos, com o intuito de aumentar áreas para pedestres, e também a suspensão de tarifas no transporte público para todos ou para alguns segmentos específicos da sociedade.
Medidas de segurança para passageiros e funcionários do setor de transportes
Entre as medidas de proteção propostas no estudo estão a obrigatoriedade do uso de máscaras nos transportes e dentro dos terminais, isolamento do motorista dentro dos ônibus e medição de temperatura de todos os funcionários das empresas de transporte. Para garantir o uso de máscaras, os pesquisadores consideram a fiscalização como uma medida importante e que deve estar presentes nas plataformas de trens, metrô e BRTs, para assegurar que todos os usuários cumpram a regra. Já nos ônibus, sugerem criar instrumentos que confiram ao motorista autoridade para proibir o ingresso e permanência de pessoas sem máscaras no transporte, sendo respaldado pelos agentes de segurança quando necessário.
“Em diversas cidades do mundo, como Salvador, Vancouver (Canadá) e Skåne (Suécia), o distanciamento do motorista de ônibus também é garantido com barreira física em material plástico, isolando o assento do motorista, bem como com a proibição de uso de assentos próximos ao motorista, também isolados com fita e cartazes. Outra ação importante, para controlar a propagação do coronavírus, é a testagem e isolamento dos infectados. Como há dificuldade de realização de testes, a União Internacional de Transporte Público (UITP) propõe que se realize, ao menos, a aferição da temperatura dos funcionários que trabalham em contato com a população”, explica Romulo Orrico.
Os pesquisadores da Coppe alertam que é necessário que se tenha álcool em gel disponibilizado para todos, higienização e medidas de distanciamento no interior dos veículos e nas plataformas. De acordo com eles, é preciso sinalização dentro dos veículos, com demarcações alternadas e em diagonal, determinando os assentos a serem deixados vagos, conforme recomendações da UITP. Nos metrôs e trens, o correto é que tenha marcações no chão para passageiros em pé, respeitando a distância mínima de um metro. “Já nos ônibus, barcas e BRTs, jamais a permanência de pessoas em pé, e os pontos e plataformas de embarques também devem contar com sinalizações de distanciamento demarcadas no chão, mantendo distância mínima de um metro entre os usuários. Tais medidas foram implementadas em diversas cidades, a exemplo de Miami e Londres” diz Romulo Orrico.
Compensação financeira aos operadores de transportes pode ser necessário
Com relação a sustentabilidade financeira do sistema, a nota técnica do estudo constata a expressiva redução da demanda por transportes públicos, desde o dia 16 de março, quando escolas, espaços públicos, atividades de lazer, entre outros, foram fechados ou tiveram sua utilização não recomendada. A partir da constatação desta perda, os pesquisadores da Coppe avaliam que o setor levará um longo tempo para ter condições de restabelecimento, principalmente em função da queda de renda e emprego da população e, também, pela necessidade de respeitar espaços adequados entre os usuários de forma a evitar um forte e persistente surto dentro do sistema de transportes.
“Mesmo que as restrições à circulação fossem, imprudentemente, suspensas, a severa crise econômica decorrente da pandemia afetará de tal maneira a renda e os empregos da população, que muitos terão pouco orçamento para se permitir o nível de mobilidade do período pré-pandemia. A esses, somam-se aqueles que, por prudência, continuarão evitando deslocar-se, numa tentativa de evitar a propagação da infecção para si e para os outros. Por isso, a nota propõe algumas formas de compensação financeira aos operadores de transportes, que pode ser por etapas”, explica o professor Matheus Oliveira.
Dentre as propostas de apoio financeiro, a de imediato, para ser tomada dentro de 30 dias, está a implantação de instrumentos para suporte à liquidez, incluindo injeções de dinheiro por meio de subsídios condicionados à comprovação de real desequilíbrio, bem como de compromissos de garantia e melhoria dos serviços oferecidos. Também no período inicial, os pesquisadores da Coppe sugerem fornecer linhas de crédito de rápido desembolso, oferecendo empréstimos garantidos e com juros mais baixos para atender às necessidades de capital de giro no curto prazo.
Confira a nota técnica dos pesquisadores do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe: https://bit.ly/COPPE-MOB-COVID
A Coppe/UFRJ firmou parceria com Bio-Manguinhos/Fiocruz e com a empresa FK Biotecnologia-Imunobiotech para a produção de testes sorológicos para diagnóstico da Covid-19. Os testes estão sendo desenvolvidos, com o apoio da unidade Embrapii-Coppe e do Sebrae, a partir da proteína S (spike) presente na superfície do novo coronavírus. A proteína S está sendo produzida desde fevereiro de 2020 em células geneticamente modificadas no Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (Lecc) da Coppe, coordenado pela professora Leda Castilho.
De acordo com a professora do Programa de Engenharia Química da Coppe, a produção de testes confiáveis no Brasil permitirá ampliar significativamente a testagem da população brasileira, que hoje em dia é muito baixa. “Os testes que detectam anticorpos do tipo IgG, os quais podem estar relacionados à imunidade, são muito importantes para compreender a disseminação da doença, subsidiar modelos epidemiológicos, auxiliar no desenvolvimento de vacinas, assim como permitir que decisões de políticas públicas sejam cientificamente embasadas”, esclarece.
“Os testes sorológicos, mais baratos e simples que o PCR, não detectam o vírus na fase aguda da doença, mas sim os anticorpos gerados pelo organismo algumas semanas após o contágio com o vírus, como parte da resposta imunológica do organismo. Por isso, eles se aplicam mesmo aos cerca de 80% dos indivíduos infectados que não apresentam sintomas, mas que podem ter contribuído para transmitir o vírus”, explica a coordenadora do projeto.
Segundo Leda Castilho, os testes sorológicos podem ser produzidos no Brasil por várias empresas e em grande escala, desde que haja disponibilidade de uma proteína do vírus para atuar como o “coração” do teste. Conforme explica a professora, a proteína S é uma das proteínas responsáveis pela estrutura tridimensional do novo coronavírus, o SARS-CoV-2. “Ela é responsável pela ligação do vírus às células humanas, permitindo a entrada e multiplicação do vírus. A proteína S é um alvo prioritário do sistema imunológico, sendo portanto a proteína mais promissora para o desenvolvimento de ensaios de diagnóstico sorológico”.
Em conjunto com o professor André Vale, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ), foi desenvolvido um teste sorológico do tipo “ELISA” usando a proteína S produzida na Coppe. Quando o plasma de indivíduos convalescentes foi avaliado, o resultado do teste “ELISA” apresentou correlação direta com a capacidade de neutralizar o novo coronavírus, medida no Instituto de Biologia da UFRJ, em trabalho coordenado pelos professores Amílcar Tanuri e Orlando Ferreira.
Amostras da proteína S produzida no Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares já foram entregues às empresas parceiras, as quais estão produzindo testes do tipo “ELISA” (FK Biotecnologia-Imunobiotech) e do tipo teste rápido (Bio-Manguinhos). Dada a urgência por testes confiáveis para diagnóstico da Covid-19, a parceria apoiada pela Embrapii e pelo Sebrae visa a otimização e o escalonamento do processo de produção e purificação da proteína, para que a tecnologia possa ser implementada em maior escala.
“O escalonamento inicial do processo até escala de biorreator de 50 litros ocorrerá na Coppe, já possibilitando a obtenção de proteína S em quantidade suficiente para produção de dezenas de milhares de testes por semana”, antecipa a professora Leda Castilho.
De acordo com o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis, “o Instituto participa com apoio técnico para o escalonamento da produção da proteína S e com o desenvolvimento de um teste rápido para detecção de anticorpos. É uma parceria de inovação aberta; um exemplo de colaboração nacional, de instituições públicas e privadas, para dar resposta às necessidades do País, garantir a independência tecnológica e fortalecer o combate à atual crise da Covid-19. O objetivo final é a produção do teste rápido em larga escala, para atender às demandas do Ministério de Saúde”.
Na avaliação do CEO da FK Biotecnologia-Imunobiotech e professor licenciado da PUC-RS, Fernando Kreutz, o novo teste baseado na proteína S representa uma inovação que pode mudar o paradigma de enfrentamento à pandemia. “O desenvolvimento deste teste é um exemplo de parceria público-privada que dá certo e que transforma ciência em riqueza social”, reforça Kreutz.
Outras parcerias para a produção da proteína S
Outras empresas brasileiras, laboratórios governamentais e pesquisadores de diversas instituições brasileiras também já receberam a proteína S da Coppe com diversas finalidades além da produção de testes diagnóstico. Segundo a professora Leda Castilho, o Instituto Vital Brazil (IVB) recebeu a proteína para a imunização de cavalos para produção de soro anti-coronavírus, e o Hemorio a recebeu para monitorar a quantidade de anticorpos anti-coronavírus em voluntários convalescentes, com objetivo de tratar pacientes graves de Covid-19 mediante transfusão de plasma.
Antes de firmar a parceria apoiada pela Embrapii e pelo Sebrae, o projeto liderado por Leda Castilho recebeu em maio apoio do Senai Cetiqt (RJ), do Senai Nacional, e da empresa CTG para o desenvolvimento inicial da produção da proteína S em pequena escala, em uma ação que envolvia também a utilização da proteína S produzida pela Coppe por Bio-Manguinhos e pela empresa AdvaGen Biotech.
O professor Antônio Carlos Campos de Carvalho criticou a reabertura de shopping centers
A Coppe/UFRJ realizou no último domingo, 14 de junho, o sexto debate do fórum virtual: O Brasil após a pandemia. A defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), a importância de um complexo industrial articulado com a demanda garantida pelo SUS e a valorização das universidades e instituições públicas de pesquisa foram alguns dos consensos explicitados pelo professor Carlos Grabois Gadelha, da Fiocruz; pelo professor Antônio Carlos Campos de Carvalho, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ); e pelo professor Roberto Medronho, da Faculdade de Medicina e do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, ambos da UFRJ.
O debate contou com a mediação do professor Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe, e foi transmitido na página da Coppe no Facebook. O vídeo está disponível na página da instituição no YouTube. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) participaria do Fórum. Mas, o ex-ministro estava em uma fazenda no interior do Mato Grosso do Sul, sem um bom acesso à internet. Mandetta chegou a gravar um vídeo, mas por dificuldades técnicas o mesmo não pôde ser exibido durante o evento. O vídeo pode ser conferido aqui.
Segundo o professor Roberto Medronho, a taxa de letalidade da Covid-19, para casos notificados (segundo o professor, algo entre 1/10 e 1/12 dos casos são notificados) está em 5,5% no Brasil. No mundo, 5,6%. “Estamos perto. Mas, o Brasil são vários Brasis. Em alguns lugares já chegamos ao pico e estamos em decréscimo, em outros o contágio está em expansão. A experiência internacional recomenda que a reabertura gradual da economia seja feita quando a taxa de contágio estiver em r=1, ou seja cada infectado sintomático contamine outra pessoa. A nossa taxa de contágio está em 1,7. Chegamos a estar com a taxa em 5. Com o isolamento, a taxa caiu muito, mas não o suficiente para abertura do mercado”.
O professor Antônio Carlos Campos de Carvalho concordou que antes que a taxa fique abaixo de r=1 não se deve cogitar o retorno das atividades, “muito menos shoppings”. “O CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção, sigla em inglês) mostra que o risco de transmissão em superfícies e atividades ao ar livre é baixo, mas é muito alto em escritórios, templos e shopping centers”.
Para o professor do Instituto de Biofísica, a pandemia mostrou o quanto a Medicina pode ser imprecisa. “Dados recentes americanos apenas 2% dos jovens até 17 anos tiveram necessidade de atendimento médico por causa da Covid. Sabemos que acima de 60 são grupos de risco, doenças cardiovasculares e metabólicas também, mas vemos jovens saudáveis indo a óbito e centenários se recuperando. A Medicina que praticamos ainda é pouco individualizada, é uma Medicina da imprecisão. Das dez drogas farmacológicas ou biológicas que mais rendem dinheiro a indústria, o melhor desempenho é que um paciente seja beneficiado a cada 4, e o pior 1 a cada 22. “Esses índices são incompatíveis com qualquer outra atividade industrial. Imagine a Embraer produzir quatro aviões e apenas um capaz de voar?, criticou.
Defesa do SUS
“O SUS é um dos sistemas de saúde mais solidários do mundo”, enalteceu o professor Roberto Medronho
Na avaliação de Roberto Medronho, é importante que a pandemia e o seu enfrentamento façam com que a mídia e a classe política mudem sua visão acerca do Sistema Único de Saúde. “O SUS a despeito do subfinanciamento crônico, continua vivo. É um dos sistemas mais solidários do mundo. Atende gratuitamente 220 milhões de brasileiros de qualquer classe social. Nos EUA, a grande desgraça que ocorreu foi não ter um SUS. Morreu muita gente pobre, preta, da periferia por não haver um sistema público, universal e gratuito. Aqui, houve problemas sobretudo por parte dos governantes. É fundamental que haja mais eficiência e controle, mas o desastre seria muito maior se não fosse o SUS”, afirmou o professor da Faculdade de Medicina.
Para o Carlos Gadelha, a sociedade brasileira deveria ver o SUS como um patrimônio. “É o sistema mais universal e generoso do mundo, no seu alcance, embora conte com o menor financiamento dentre os sistemas universais de saúde”, afirmou o professor da Fiocruz, que enfatizou que nos locais onde a atenção básica de saúde foi implementada de maneira mais robusta, as respostas à pandemia foram mais eficazes.
“A concepção do sistema pactuado entre os níveis federados foi uma conquista da Saúde. Isso foi discutido e organizado com muita centralidade de instituições como a Fiocruz, a UFRJ, a Unicamp. Vemos na Coppe e na USP, avanços no desenvolvimento de ventiladores pulmonares, na bioengenharia. Na Fiocruz, novos testes e medicamentos. É importante mostrarmos para que a sociedade veja que Coppe e Fiocruz fazem bom uso dos recursos públicos”, defendeu Gadelha.
O professor Roberto Medronho, que já dirigiu a Faculdade de Medicina e o Instituo de estudos em Saúde Coletiva, destacou que o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho) tem dado um exemplo do que é fazer ciência e prestar assistência, e expressou seu orgulho pelas ações desenvolvidas na UFRJ. “Em fevereiro, a reitora (professora Denise Pires de Carvalho) me chamou para coordenar o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 e foi um dos momentos mais bonitos da minha vida. Ver a potência da universidade para pensar e propor soluções. E saber que não é só a UFRJ, é também Fiocruz, Uerj, UFF, USP, Unicamp”.
A importância da indústria nacional
Na avaliação do professor Roberto Medronho, uma constatação imposta pela pandemia foi quão dependente o mundo se tornou da importação de produtos chineses, sejam reagentes, testes ou equipamentos de proteção individual. “O mundo inteiro entendeu a necessidade de um complexo industrial da saúde. Estavam todos dependentes da China, que pratica preços muito mais baixos que os demais. Quando precisaram, a produção doméstica não foi suficiente”.
O professor Carlos Gadelha corroborou a avaliação do colega. “Mais de 90% dos fármacos e máscaras N95 utilizados nessa pandemia são importados. Precisamos consolidar o tripé SUS-C&T-base de produção nacional. Articular esses três pilares é uma questão fundamental de soberania. Produzir no país não é feio, é necessário. Quem não sabe fazer não sabe nem comprar, como prova a vergonha que tem sido feita na aquisição de ventiladores. Essa pandemia coloca isso como uma reflexão necessária a uma agenda de desenvolvimento”.
Para Antônio Carlos de Carvalho, o país precisa ter política de Estado e ter política industrial. “No momento, não temos nenhuma das duas. É uma visão míope achar que despesa em Saúde, Educação e Tecnologia seja gasto, é investimento”, criticou. O professor do IBCCF lembrou que há poucas, porém meritórias, iniciativas particulares de investimentos nessas áreas. “Pessoas com muitos recursos criaram instituições como o Instituto Serrapilheira. Alguns grupos de saúde privada têm investido em C&T. Mas, infelizmente parece que o segmento terraplanista é majoritário entre o empresariado. Temos que buscar os mais progressistas para termos também financiamento privado”, lamentou Carvalho.
Testes, vacinas e o poder de compra do SUS
“Nosso instrumento mais poderoso para uma política industrial é termos o SUS. Quando a produção industrial dialoga com o SUS dá certo”, explicou professor Carlos Gadelha
Segundo Antônio Carlos Campos de Carvalho, é fundamental aumentar a testagem no país para planejar e implementar políticas públicas, incluindo a reabertura da economia. “Somos um dos países que menos testam e precisamos de testes confiáveis. Saída gradual, bem planejada e executada, depende de testagem ampla e bem-feita. Dado ruim gera modelo ruim e teste com 50% de falso positivo não serve”, destacou o professor.
Questionado quanto à necessidade de haver uma vacina para que a economia e a sociedade voltem ao normal, Carlos Gadelha enfatizou que a vacina deve ser produzida no país, mesmo que seja por empresa estrangeira. “A vacinação, de uma maneira geral, é um sucesso no país e tem parceria com empresas estrangeiras. É exemplar no mundo porque não está assentada em pés de barro. Temos Fiocruz e Butantã”, avaliou o professor da Fundação Oswaldo Cruz.
“É importante termos parcerias com as iniciativas mais promissoras. Garantindo compra, haverá oferta. Um Estado forte atrai empresas privadas fortes. Os Estados Unidos botaram mais 6 bilhões no sistema de ciência e tecnologia após a pandemia. Aqui, 87% do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) são contingenciados. Não há inovação sem horizonte de mercado. Nosso instrumento mais poderoso para uma política industrial é termos o SUS. Quando a produção industrial dialoga com o SUS dá certo”, explicou professor Gadelha.
Segundo Gadelha, quando o Sistema Único de Saúde foi criado em 1988, o déficit industrial do setor ficou evidente. “Antes bastava não importar nada. Com o Sistema, o déficit passou de quatro bilhões de reais para 20 bilhões. Um orçamento inteiro da Saúde gera lucro no exterior devido à nossa desindustrialização. Isso é inaceitável” contextualizou.
Para o professor da Fiocruz, o país precisa de nacionalismo, mas de um tipo muito diferente daquele defendido pelos seguidores do atual presidente. “Precisamos do nacionalismo do Milton Santos, quando propõe uma outra globalização, da solidariedade, e não este nacionalismo conservador, fascista. É amar o país e saber que sabemos fazer bem feito não só alimentos, mas vacinas e aviões. O nacionalismo de que falamos é de outra natureza. Da inclusão social, e de uma globalização da solidariedade e não essa globalização vergonhosa em que país rico rouba máscara de país pobre”.
A Lemobs, empresa residente da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, lançou o aplicativo App Minha Saúde, cujo objetivo é apoiar municípios e população, facilitando a avaliação de sintomas que possam sinalizar o diagnóstico da Covid-19. O aplicativo permite realizar uma “Autoavaliação Coronavírus”, que embora não substitua o diagnóstico clínico que deve ser feito, exclusivamente, por médico, pode indicar a necessidade de monitoramento diário de sintomas como temperatura, pressão, entre outros, gerando escores de risco e análises por parte das secretarias de Saúde.
O aplicativo despertou o interesse da Confederação Nacional de Municípios (CNM) que, por meio de um chamamento público, selecionou a solução e, desde o início de junho, está divulgando a ferramenta e sua importância aos 5.570 municípios brasileiros. A ferramenta é gratuita e resulta de uma parceria entre a Lemobs, a empresa ProntLife, o Laboratório do Futuro do Programa de Engenharia de Sistema e Computação (Pesc) da Coppe, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
A tecnologia começou a ser implantada no município de Teresópolis (RJ), onde o prefeito determinou que todas empresas para retomar suas atividades terão que ter seus funcionários utilizando o aplicativo como forma de protegê-los e também aos clientes. Uma vez identificada uma diferença no estado de saúde, que possa indicar ser um dos sintomas de covid-19, o funcionário e a empresa terão que acionar o serviço hospitalar, pelo próprio aplicativo, de forma a receber as orientações pertinentes. Segundo André Assis, médico e CEO da ProntLife, os dados obtidos na Autoavaliação indicam se a pessoa faz parte do grupo de risco, se apresenta sintomas de alarme, se tem alergia a algum medicamento sintomático usado para aliviar sintomas, como dipirona, paracetamol e AS. “Dependendo do caso, seguindo diretrizes da OMS e das autoridades públicas de Saúde, o aplicativo vai alertar o usuário, sugerindo que procure o serviço de saúde mais próximo e fornecendo número de telefone e whatsapp de contato”.
Outro grande município que adotou o aplicativo foi Juazeiro do Norte (CE), onde foi lançado, dia 02 de junho, pelo secretário da saúde e prefeito local. No dia 14 do mesmo mês, a prefeitura emitiu um decreto instituindo que os empresários, comerciantes e prestadores de serviços devem monitorar seus colaboradores e funcionários utilizando o aplicativo Minha Saúde.
Até o momento, oito cidades mineiras também já utilizam o sistema, das quais Santa Rita do Sapucaí, Paraguaçu e Elói Mendes aderiram logo assim que a ferramenta foi disponibilizada, na primeira quinzena de maio. Na sequencia, a ferramenta foi implantada em Ouro Fino, Jacutinga, Monte Sião, Inconfidentes e Bueno Brandão. Nestes municípios, as informações cadastradas pelo usuário já podem ser acompanhadas pelas secretarias de saúde, por meio de um programa online, que não precisa ser instalado no computador.
De acordo com Sérgio Rodrigues, CEO da Lemobs, o programa foi estruturado de forma que os profissionais da secretaria possam organizar o conteúdo seguindo os protocolos de segurança da informação, como determina a Lei Gral de Proteção de Dados. “Como o aplicativo é georreferenciado, a secretaria municipal de Saúde poderá monitorar os sintomas do cidadão e saber onde ele se encontra, facilitando a identificação de focos da pandemia. Além disso, o usuário poderá, futuramente, consultar todos os dados registrados, além de manter um canal direto com os serviços de saúde”, explica Sérgio Rodrigues, que também é pesquisador do Laboratório do Futuro da Coppe.
Além de atender às necessidades dos municípios, a ferramenta pode ser configurada para que empresas e planos de saúde possam oferecer o serviço a seus associados, e também para que empresas prestem serviço de acompanhamento médico online aos seus funcionários. O pesquisador da Coppe ainda acrescenta que todos os interessados podem utilizar o aplicativo, mesmo que não haja conexão direta com uma secretária de saúde. Neste caso, uma pessoa que desconfie estar com um dos sintomas da covid-19 poderá consultar os dados do Ministério Saúde disponibilizados no aplicativo, junto com o número direto de contato para tirar dúvidas. Além disso, ele poderá acessar o mapa das unidades de saúde, que faz parte do aplicativo, que indicará a unidade mais próxima para ser atendido. Até o dia 15 de junho, foram registrados downloads de usuários em 15 estados, envolvendo 100 municípios, sendo 27 somente no Rio de Janeiro. Ao todo, o número de usuários do aplicativo já ultrapassa a 10 mil.
O combate ao plágio, a importância da confiança na sociedade e a necessidade de formar profissionais inovadores foram alguns dos temas destacados pelo professor da Copp/UFRJ, Edson Watanabe, na palestra “Ética na Pesquisa, Criatividade e Inovação”. Devido ao distanciamento social imprescindível ao enfrentamento da Covid-19, a tradicional palestra foi realizada remotamente e transmitida, ao vivo, na segunda-feira, 8 de junho, pela página da Coppe no Facebook.
Tendo grande experiência acumulada no tema de ética e integridade na pesquisa, desde 2007 quando assumiu a diretoria de Assuntos Acadêmicos da Coppe e começou a se deparar com violações de direito autoral, professor Watanabe explicou que, na maioria dos casos, “os plagiadores não têm consciência da ilegalidade e imoralidade que cometem. Há a percepção equivocada de que o que está na internet, o estudante pode copiar e colar”.
“A forma mais fácil de plagiar é simplesmente copiar e colar trechos da obra de outra pessoa. É a forma mais fácil de detectar também. Mas, copiar trocando pronomes, mudando tempo verbal ou substituindo palavras por sinônimos também é plágio, assim como reescrever textos de terceiros, que é mais difícil de detectar, mas também deve ser combatido”, explicou o professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe.
Watanabe alertou que embora o uso de material sem a devida referência seja percebido por muitos autores como um problema menor, a negligência pode acarretar graves consequências, especialmente causados pelos que não foram referenciados. “Em 2010, descobriram um plágio feito pelo ministro da Defesa alemão Karl-Theodor zu Guttenberg em sua tese de doutorado. Ele era cotado para ser o sucessor da chanceler Angela Merkel, mas após o episódio foi para o ostracismo”, relembra.
“Existe um grupo chamado Caçadores de Plágios, que avisa a instituição que conferiu diploma a uma tese com conteúdo plagiado e avisa o pesquisador que foi plagiado. Eles já nos avisaram que uma tese do Programa de Engenharia Civil tinha sido plagiada. É o mesmo grupo que atuou na Alemanha e também na Polônia”.
Professor Watanabe mencionou ainda um editorial publicado pela revista inglesa The Economist, em 2013, How Science goes wrong, o qual alertava que a Ciência estava se tornando menos confiável. Uma proporção crescente de artigos científicos não podia ser replicada, o que sugeriria que suas conclusões são inválidas.
Também em 2013, a revista Nature publicou uma reportagem Brazilian citation scheme ousted, que revelou que três publicações se articularam para elevar seus fatores de impacto.
“Despublicar um artigo, após constatar uso indevido de material alheio ou mesmo dados incorretos, não protege totalmente o acadêmico das consequências do plágio ou falta de integridade. Caso você publique 100 artigos e tenha um artigo despublicado, será lembrado por este. “Erros éticos são como tatuagem. Uma vez feitos, é muito difícil apagar””, enfatizou o professor, recomendando o Retraction Watch, site que publica retratações sobre artigos científicos.
Até o começo do mês de junho, havia 15 artigos relativos à Covid-19 retratados (despublicados) listados no Retraction Watch, incluindo o famoso estudo publicado na revista Lancet, que se tornou referência ao desaconselhar o uso da hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus.
A Lancet despublicou o artigo, no dia 4 de junho, após três de seus quatro autores se retratarem, devido à impossibilidade de realizar uma auditoria completa e independente dos dados que embasaram o estudo, e assim não poderem endossar a veracidade dos dados primários. “Eu sempre digo que é importante ter dados que sejam auditáveis. Muitas bancas e editoras podem duvidar dos resultados experimentais e querer auditar os resultados”, relembrou Watanabe.
Para evitar que seus alunos passem por problemas dessa natureza, a Coppe criou a Declaração de Não Violação de Direitos Autorais de Terceiros, que deve ser assinada por todos os mestres e doutores formados pela instituição. Professor Watanabe recomendou aos alunos que leiam as Diretrizes de integridade científica e responsabilidade éticas da Coppe/UFRJ, presentes na página de Normas, resoluções e regulamentos no site da Coppe.
“Indisciplina” na inovação e neurobiologia da confiança
Após discorrer sobre ética e integridade na pesquisa, professor Watanabe falou sobre criatividade e inovação. Abordando os quatro conjuntos de conhecimentos, Watanabe afirmou que o conhecimento inovador está em descobrir “aquilo que não sei que não sei”. Segundo o professor, o aluno de doutorado deve ser “indisciplinado” no bom sentido, transitar entre os diferentes saberes e entender que a fronteira do conhecimento é interdisciplinar.
Ecoando as palavras do ex-presidente do CNPq, professor Mário Borges, de que “ciência transforma dinheiro em conhecimento, e inovação transforma conhecimento em dinheiro”, Watanabe explicou que uma inovação não basta ser uma boa ideia, um bom artigo ou mesmo uma patente, mas que deve ser algo “que funcione e o mercado aprove”.
O professor lembrou o economista austríaco Joseph Schumpeter, para o qual a inovação tecnológica seria a força motriz do desenvolvimento econômico, e explicou a escala TRL (Technology Readiness Level), criada pela Nasa para avaliar o amadurecimento tecnológico de produtos inovadores.
Watanabe citou o trem de levitação magnética Maglev-Cobra e o ônibus híbrido elétrico-hidrogênio, como tecnologias criadas na Coppe que já chegaram ao TRL 6, precisando cumprir mais algumas etapas para chegar ao TRL 9 quando a tecnologia está madura o suficiente para amplo uso na sociedade.
O ex-diretor da Coppe frisou ainda que a confiança tem correlação com o desenvolvimento do país, de acordo com a conclusão no artigo Neurobiology of Trust , publicado pelo economista americano Paul Zak, professor da Claremont Graduate University e diretor do Centro de Estudos Neuroeconômicos.
Segundo a pesquisa de Paul Zak, em países muito desenvolvidos como Dinamarca, Noruega, Taiwan e Japão, as pessoas manifestavam muita confiança umas nas outras. O que é fundamental nos negócios, sobretudo em projetos longo prazo. Por sua vez, países em desenvolvimento como Argentina e Uganda apresentaram baixos níveis de confiança. “No Brasil, último da fila, só 2% das pessoas diziam confiar nos outros. Acho que isso pode ter até piorado após a Lava-Jato. A consequência disso é que a falta de confiança leva a um país extremamente regulado, desconfiado e burocratizado, criticou o professor Watanabe.
A Coppe/UFRJ promove no próximo domingo, 14 de junho, o sexto debate do fórum virtual: O Brasil após a pandemia. Com o tema “A crise na Saúde e o SUS”, esta edição terá a participação do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS); o professor Carlos Grabois Gadelha, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); o professor Antônio Carlos Campos de Carvalho, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ); e o professor Roberto Medronho, da Faculdade de Medicina e do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, ambos da UFRJ. O evento será transmitido ao vivo na página da Coppe no Facebook, a partir das 18h.
O encontro contará com a mediação do professor Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe. O público poderá assistir e participar do debate, ao vivo, com perguntas que serão encaminhadas aos debatedores, no próprio link da transmissão.
Sobre os palestrantes
Médico ortopedista e ex-deputado federal por dois mandatos consecutivos (2011 a 2018), Luiz Henrique Mandetta foi ministro da Saúde, de janeiro de 2019 a abril de 2020. Mandetta foi ainda secretário municipal de Saúde de Campo Grande (MS), de 2005 a 2010, e presidente da Unimed Campo Grande, de 2001 a 2004.
Doutor em Economia pelo Instituto de Economia (IE/UFRJ), Carlos Grabois Gadelha é professor do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP) e coordenador do Grupo de pesquisa sobre desenvolvimento, complexo econômico industrial e inovação em saúde (GIS), da Fiocruz.
Doutor em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz, Roberto Medronho é professor da Faculdade de Medicina e do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc), ambos da UFRJ. Medronho foi diretor das duas unidades. Atua na área de Saúde Pública, com ênfase em Epidemiologia e, atualmente, é diretor da Divisão de Pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF).
Doutor em Ciências Biológicas (Biofísica) pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ), Antônio Carlos Campos de Carvalho é professor do IBCCF e Professor Visitante do Albert Einstein College of Medicine (EUA). Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Carvalho já foi diretor de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (2013 a 2105) e atualmente coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Regenerativa e a Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC).
Para Flávio Dino, a democracia está em risco e seria um erro relativizá-lo. “Outras gerações cometeram este erro e pagamos um preço caro”
A Coppe/UFRJ reuniu no último domingo, 7 de junho, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; o governador do Maranhão, Flávio Dino; e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. Os três destacaram que não se deve minimizar as ameaças explícitas ao regime democrático e enfatizaram que o momento pede a união de todos que prezam a democracia, independentemente de suas ideologias ou preferências partidárias.
O debate, que teve como tema a “Necessidade de União Nacional pela Democracia”, foi transmitido ao vivo na página da Coppe no Facebook, e contou com a mediação do professor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa. O vídeo está disponível na página da instituição no YouTube
De acordo com o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), o fato de diferentes partidos, instituições e mesmo movimentos da sociedade civil buscarem articular uma frente ampla em defesa da democracia, isso deixa implícito que ela esteja sob ataque. “De fato, está e seria grave fazer vista grossa a isso. Outras gerações cometeram este erro e pagamos um preço caro. Até mesmo o Financial Times manifestou sua preocupação em editorial. Não podemos ter otimismo ingênuo, ingenuidade não serve a nada no momento”, alertou Dino.
O ministro Gilmar Mendes manifestou sua preocupação com a multiplicação dos ataques às instituições republicanas e aos valores democráticos. “Estas manifestações já ocorriam no entorno do presidente desde a campanha eleitoral. Atualmente, temos um acampamento em Brasília, liderado por uma senhora (Sara Winter) que diz ter armas e querer agredir em prol da ucranização do Brasil”.
“As vivandeiras dos quartéis perderam a informalidade. O artigo 142 da Constituição Federal regula a atividade das Forças Armadas, e leitores precipitados viram nele as bases para um autogolpe. Muitas dessas manifestações contaram com a presença do presidente Bolsonaro. Uma delas no Forte Apache, de seus acólitos. Eu já disse ao presidente que ele, como chefe de Estado, não deveria participar de manifestações antidemocráticas e ilegais”.
De acordo com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, as manifestações antidemocráticas, de tão recorrentes, tornaram-se espetáculos dominicais. “No mais recente, houve um desfile equestre, Bolsonaro cavalgou entre seus apoiadores, como se fosse o líder de hostes militaristas. Faço coro ao ministro Gilmar Mendes e acrescento que as vivandeiras estão hoje entronizadas no centro do Poder Executivo, inclusive a promover as teses do autogolpe”.
No entendimento de Santa Cruz, há um conjunto de ilegalidades (invasão de terras indígenas, grilagem, garimpo ilegal) que se aglutinam em torno de um homem “que é ignorante, mas não é burro nem incoerente”. “Bolsonaro nunca valorizou a democracia nem disse que governaria para todos. Ele governa para seus apoiadores radicalizados, e tem jogado as polícias militares contra os governadores. Eu aludo como antidemocrática a milicianização da política brasileira. O que é milicianizar as instituições? Afastá-las dos padrões da legalidade”, explicou o advogado.
O ministro Gilmar Mendes comentou a decisão do STF de reafirmar a competência concorrente de estados, municípios e União na adoção de medidas de proteção à saúde. Ou seja, que todos os entes federados têm deveres e responsabilidades para com a saúde da população. De acordo com o ministro, a decisão deixou claro que o SUS é um modelo tripartite. “Os serviços diretos são prestados pelos estados e municípios. Quando se colocou essa zona de conflito, o Supremo primou que a União tinha o que dizer, mas que deveria respeitar em termos de abertura e fechamento, aquilo que compete aos demais entes. Creio que isso causou desconforto ao presidente, que disse que o STF esvaziou sua caneta. Talvez tenha em mente alguma concepção de presidencialismo imperial, que não existe”, avaliou.
Para o ministro Gilmar Mendes, o Brasil vive um momento histórico “bastante peculiar”, no qual somam-se “desenvolvimento econômico medíocre – agravado pela pandemia que impôs a paralisação de atividades e o distanciamento social – à crise política que traz série de desinteligências entre os Poderes”.
Apesar da pressão imposta pela militância governista, o ministro mostra-se tranquilo quanto ao papel institucional da corte que representa. “Temos consciência de que estamos contribuindo bem o papel de guardiões da Constituições. Não creio que haja extravasamento e caso haja descontentamento com alguma decisão, é possível impetrar recurso”, afirmou o ministro do STF.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil frisou que a OAB não está na luta partidária, mas ”quem se omitir agora será conivente”. “Temos um ministro da Educação contra a Educação, uma ministra dos Direitos Humanos machista, o do Meio Ambiente é ecocida, o presidente da Fundação Palmares, racista. O filho do presidente diz que não é questão de se (confrontará a ordem democrática), mas de quando. Cabe a nós impedir esse quando”, reforçou Felipe Santa Cruz.
Frente Ampla pela democracia
“Temos que abrir o coração à generosidade e não disputar a liderança de um movimento que deve ser natural”, defende o presidente da OAB
O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que tem participado de diversas iniciativas com fim de que seja constituída uma frente ampla capaz de contemplar a todos que defendam a democracia, mas fez um alerta. Como atrair para esta luta as classes C e D que vivem acossadas pela violência da polícia, do tráfico e da milícia? Temos que incluir mulheres e negros, abrir o coração à generosidade e não disputar a liderança de um movimento que tem que ser natural como um rio. Um movimento contra o fascismo e o governo da morte. Precisamos lutar para que tenhamos ao menos a consciência tranquila”, afirmou Santa Cruz.
Para o ministro Gilmar Mendes, o fundamental é focar nas convergências. “Nesse estado de desassossego, como dizia Fernando Pessoa, chamarmos todas as pessoas de boa fé para sobrevalorarmos a democracia. Ninguém quer desenvolvimento social ou econômico às expensas do ambiente democrático, que é um pressuposto que deve ser defendido.Temos também que dar atenção aos jovens e à formação democrática”.
Destacando a necessidade de uma Frente Ampla, suprapartidária, pluri-ideológica, baseada no bom senso, Flávio Dino defendeu que o PT não seja excluído, mas mostrou-se reticente quanto à inclusão do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. “Uma Frente Ampla deve ser construída para além do mundo partidário e das lideranças postas. Mas, não creio que esta se dará excluindo o PT, pela representatividade que tem, as vitórias eleitorais que já teve, e pela maior bancada da Câmara. Às vezes sou cobrado ‘Flavio Dino se reuniu com quem?’. Ué, e não pode? Devemos sim nos reunir. A estrada de Damasco é larga, Saulo de Tarso passou por ela e se tornou Paulo. Talvez Moro passe por ela e se torne democrata. Mas estava há pouco na antessala do fascismo. Agora, tudo tem seu tempo debaixo do Céu, diz a Bíblia. Em 2022 pensa-se depois, mas creio que pior para a esquerda seja o isolamento”, refletiu o governador.
Flávio Dino enfatizou que é preciso fazer que a gramática e o dicionário da democracia prevaleçam, para evitar aventureiros. “Autocratas não gostam de instituições que contraponham seu poder. Bolsonaro comete crimes em série contra a Constituição Federal e as leis. Inclusive ao pacto federativo. Ele culpa os governadores pelo desemprego, quando a condução macroeconômica compete ao governo federal. Mas, precisamos resistir. O monstro do fascismo ainda não se agigantou, mas existe”.
União pela democracia e pela justiça social
“A crise dá a oportunidade de revisitar as mazelas sociais que vínhamos tolerando e pensarmos na criação de um Estado social mais justo”, defendeu Gilmar Mendes
Após discorrer sobre as ameaças, veladas e explícitas, à democracia, o ministro Gilmar Mendes chamou atenção para o título do Fórum Virtual da Coppe e para a necessidade de pensar o país par ao pós-pandemia. “Ela (pandemia) mostrou algumas falhas do sistema. Precisamos fortalecer o SUS. Havia apenas 70 leitos de UTI em Manaus. A crise revelou necessidade de fortalecer o sistema, mas graças a Deus temos o SUS, senão poderia ser pior”.
Outra questão levantada pelo ministro foi a dificuldade de localizar os titulares dos direitos de receber a renda básica emergencial. “Causou perplexidade, nossos cadastros se mostraram incapazes de localizar nossos ‘invisíveis”’. É altamente constrangedor para uma das maiores economias do mundo. Precisamos reconceber o sistema de proteção social. Chegamos a romantizar favelas e comunidades, e temos nelas péssimas condições sanitárias. Falta de água, e os piores índices de tuberculose, como alertou o ex-ministro Mandetta. Como dizer a essas pessoas para colocar os doentes em outros cômodos se não há? Isso precisa entrar em nossa agenda. Mais de 60 milhões de brasileiros não têm água encanada, metade da população não tem tratamento de esgoto”, criticou o jurista.
“Precisamos conceber consensos em prol da democracia, mas também em torno de uma democracia social. A crise dá a oportunidade de nos reencontrarmos com o Brasil profundo, revisitar as mazelas sociais que vínhamos tolerando e pensarmos na criação de um Estado social mais justo”, defendeu Gilmar Mendes.
Na avaliação de Flávio Dino, a principal proteção da democracia é justamente o auxílio emergencial, “pois ele permite a condição material da subsistência. Sem isso reina o desespero, que é um caldo de cultura inclusive para o fascismo. É interesse da sociedade que a renda básica seja mantida, quiçá para sempre”.
Dino chamou atenção para a necessidade de o país fomentar e valorizar um complexo industrial na área da Saúde. “A Coppe, que investiga esses temas com muita seriedade, sabe que estamos importando máscaras N95 e respiradores em ações desesperadas porque não há oferta adequada de insumos de saúde em nosso país. É uma questão de soberania nacional. As elites militares que tanto prezam o conceito, que zelem então pela soberania”, avaliou o governador do Maranhão, que também cobrou uma reforma tributária, capaz de redistribuir renda e atacar as desigualdades socioeconômicas.
O professor Edson Watanabe profere nesta segunda-feira, 8 de junho, às 10h, a sua tradicional palestra sobre ética, integridade na pesquisa e inovação. Este ano, a palestra “Ética na Pesquisa, Criatividade e Inovação” será realizada via Zoom e transmitida, ao vivo, na página da Coppe no Facebook.
A palestra será dividida em três blocos. O primeiro trata da ética na pesquisa com atenção especial para a ética na publicação tratando do problema da autoria, do plágio, do uso de material já publicado, dos direitos autorais (copyright), entre outros.
No segundo bloco, o ex-diretor da Coppe falará sobre os quatro conjuntos de conhecimentos. O terceiro bloco abordará a inovação tecnológica. “Muitos, erradamente, acham que basta ter uma boa ideia para ser considerado inovador. A inovação precisa de muito mais que boas ideias, uma patente ou mesmo uma tese. O inovador deve ter um mindset específico assim como o pesquisador e, em geral, são mindsets diferentes”, antecipa o professor Watanabe.
Os professores da Coppe/UFRJ, Alexandre Szklo e Joana Portugal Pereira, apresentam nesta sexta-feira, 5 de junho, os resultados preliminares de um estudo encomendado ao laboratório Cenergia, da Coppe, pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS) para avaliar o potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa no setor marítimo internacional. O evento será realizado às 10h30 e a inscrição deve ser feita neste link.
De acordo com a professora Joana Portugal Pereira, serão apresentadas uma análise multicritério sobre quais as rotas tecnológicas mais competitivas (analisando a disponibilidade de matérias primas, maturidade tecnológica, custo, potencial de redução de gases de efeito estufa, entre outros critérios) e uma análise de ciclo de vida destas rotas tecnológicas.
A terceira etapa, com conclusão prevista para agosto, terá a projeção de cenários preditivos utilizando o modelo de avaliação integrada (IAM), Coffee (Computable integrated Framework For Energy and the Environment), primeiro IAM de uso global desenvolvido por instituição do hemisfério sul.
O webinar contará ainda com a participação da pesquisadora Yuanrong Zhou, do International Council on Clean Transportation e será mediado por Lavínia Hollanda, diretora-executiva da Escopo Energia.
Com base em novos dados gerados por modelo computacional desenvolvido na Coppe/UFRJ, em parceria com a Faculdade de Medicina, pesquisadores continuam recomendando lockdown no estado do Rio, caso não haja uma redução rápida na velocidade de transmissão. A terceira nota técnica, que acaba de sair, incorpora também informações referentes à mobilidade da população, obtidas por meio da movimentação dos aparelhos de celular, como forma de comprovar que o confinamento ainda é necessário. De acordo com os pesquisadores, o número de infectados no estado poderá chegar a 71 mil no pico da pandemia, que poderá ocorrer a partir do final da primeira quinzena de junho (12-17 de junho). O modelo foi configurado levando em conta que cada pessoa infectada pode transmitir o vírus para outras 2,02 pessoas, em média.
Coordenado pelos professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), membros do Grupo de Trabalho Multidisciplinar da UFRJ sobre a Coronavirus Disease 19 (COVID-19), Guilherme Horta Travassos, da Coppe, Roberto de Andrade Medronho, da Faculdade de Medicina, e Claudio Miceli de Farias, da Coppe e do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE), o estudo inclui somente os casos de Covid-19 confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde do estado do Rio de Janeiro.
Capaz de calcular diariamente as previsões com base na evolução dos dados notificados e disponíveis, desde o início da pandemia, a ferramenta prevê o número de pessoas que poderão ser infectadas pela Covid-19, bem como pode estimar o número de óbitos em decorrência da doença no Estado do Rio Janeiro, cuja população é de 17,2 milhões.
“O modelo estima que o número de casos de Covid-19 confirmados no período de pico deverá chegar a cerca de 71 mil casos notificados. De acordo com o modelo utilizado, caso se mantenha o cenário atual, no qual apenas cerca de 40% a 50% da população fluminense segue as orientações de confinamento, o número de óbitos pode chegar a 15,1 mil pessoas ao final da pandemia”, alerta Claudio Miceli, professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe e do NCE.
Lockdown imediato para poupar vidas
Os professores defendem lockdown imediato como forma mais eficaz, no momento, para poupar vidas e também evitar o colapso no sistema de saúde. Para se ter uma ideia, a modelagem indica que durante o pico serão necessários 800 ventiladores pulmonares novos funcionando, simultaneamente, sem contar os que já estarão em uso pelos pacientes que adoeceram antes.
O aparente relaxamento no confinamento, observado nas ruas, foi constatado pelo acompanhamento do deslocamento de aparelhos de telefone celular (sem identificação do proprietário), e como resultado o modelo mostra maior número de contágio no período de 16 a 19 dias após o aumento de circulação da população. De acordo com o indicador de mobilidade, o nível de isolamento social que se manteve em média acima de 50% no período de 14/03 a 02/05, começou a decrescer e chegou a 46,4% na semana de 17 a 23/05. Com base neste indicador de mobilidade, os pesquisadores acreditam que o nível de isolamento esteja abaixo de 50%, com o aumento de movimentação nas ruas, a partir de 17/05.
O professor Roberto Medronho, que lidera o Grupo de Trabalho Interdisciplinar para enfrentamento da Covid-19 da UFRJ, explica que as medidas de isolamento social adotadas têm contribuído para reduzir o número de casos, mas que não são suficientes para eliminar a necessidade do Estado do Rio precisar contar com milhares de leitos e inúmeros respiradores.
“A adoção do lockdown é necessária, tendo em vista o comportamento da população até o momento, e a insuficiência de infraestrutura hospitalar do Rio de Janeiro. É a forma mais eficaz de frear a contaminação de pessoas. Os países que adotaram essa medida, como a França, já estão retornando suas atividades. O mesmo já poderia estar acontecendo no Rio de Janeiro, caso isso fosse feito”, lamenta Medronho, acrescentando que caso a vacina não chegue a tempo, enfrentaremos uma segunda onda de epidemia, cujo período ainda não é possível estimar.
Os resultados do modelo têm como base os dados epidemiológicos acumulados dos casos notificados de 20/02 a 16/05. A partir desse período, os pesquisadores calcularam a evolução da pandemia pela linha do tempo, e fizeram simulações utilizando as ocorrências da semana a partir de 17/05.
Modelo calcula com rapidez a evolução da pandemia
Guilherme Travassos explica que o grande diferencial deste modelo está na realimentação rápida, na evolução temporal e na visualização de forma clara do estado da pandemia. Para isso, criaram um indicador inspirado em um velocímetro, batizado de “covidímetro”, que sinaliza o grau de risco de colapso no sistema de saúde. Em breve, o indicador e as previsões de novas infecções estarão disponíveis ao público no site de acompanhamento Coronavírus (https://dadoscovid19.cos.ufrj.br), no ar desde o início de abril, mostrando todos os casos notificados.
“Desenvolvemos um modelo estruturado para recalcular automaticamente e com confiabilidade o cenário futuro. Ele possibilita visualizar as consequências das atitudes tomadas há 15 dias da data de análise, o que o torna uma ferramenta importante para os gestores governamentais. Também conta com um “velocímetro” para que a população possa ver a evolução dos casos e das previsões, todos os dias, pela Internet. Mas é necessário registrar que o modelo é alimentado por dados organizados e fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio, que podem sofrer variações por problemas de notificação, entre outras ocorrências que influenciam os resultados”, afirma Guilherme Travassos, professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe.
A Coppe/UFRJ promove no próximo domingo, 7 de junho, mais um debate do Fórum Virtual “O Brasil após a pandemia”. Com o tema “Necessidade de União Nacional pela Democracia”, o Fórum contará com a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes; do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B-MA); e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. O debate será transmitido ao vivo na página da Coppe no Facebook, a partir das 18h.
O encontro contará com a mediação do professor Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe. O público poderá assistir e participar do debate, ao vivo, com perguntas que serão encaminhadas aos debatedores, no próprio link da transmissão.
Sobre os debatedores
Ministro do Supremo Tribunal Federal desde 2002, o juiz Gilmar Mendes exerceu diversos cargos na Administração Pública, tendo sido Procurador da República; Adjunto da Subsecretaria-Geral da Presidência da República, Consultor Jurídico da Secretaria-Geral da Presidência da República, Assessor Técnico na Relatoria da Revisão Constitucional na Câmara dos Deputados, Assessor Técnico no Ministério da Justiça, Subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil e Advogado-Geral da União. Presidiu o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ocasiões distintas. É professor de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília e criador do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
Atual governador reeleito do Maranhão, Flávio Dino foi juiz federal e professor de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Dino foi ainda diretor da Escola de Direito de Brasília, do Instituto Brasiliense de Direito Público, e presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). secretário‐geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Federal entre 2006 e 2010, Flávio Dino ocupou ainda os cargos de secretário‐geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).
Presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com mandato até 2022, Felipe Santa Cruz presidiu a seção fluminense da OAB por dois mandatos consecutivos. Advogado trabalhista e filho de Fernando Santa Cruz, vítima da ditadura militar, Felipe Santa Cruz foi professor das universidades Cândido Mendes e Santa Úrsula.
Ensino Híbrido: Desafios e perspectivas nas engenharias e no ensino básico
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Título: Ensino Híbrido: Desafios e perspectivas nas engenharias e no ensino básico Coordenador: MARCELLO LUIZ RODRIGUES DE CAMPOS Contato do coordenador: campos@smt.ufrj.br
Resumo: A pandemia da COVID-19 impôs uma transição drástica do modelo padrão de ensino, para aulas estritamente virtuais, e tem exigido um grande esforço para preparar e oferecer cursos aos alunos, seja no ensino universitário ou no ensino básico, pois poucos estavam preparados para lidar com as tecnologias de ensino online. Passados meses após o isolamento, não tem sido trivial a transição do presencial para o virtual, principalmente na manutenção da qualidade das disciplinas oferecidas neste novo formato. Uma lição foi aprendida neste processo: é necessário investir de forma permanente na implementação de tecnologias inovadoras/eficientes no melhoramento dos processos de ensino e aprendizagem. Neste sentido, este projeto visa a dar apoio à rede pública de ensino, seja no âmbito do ensino básico ou do ensino de engenharia em outras universidades, no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é o desenvolvimento de recursos e cursos em formato híbrido, incorporando técnicas de aprendizado ativo, sala de aula invertida, multimodalidade, etc.
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Escola Piloto em Engenharia Química Prof. Giulio Massarani
Resumo: A Escola Piloto Presencial (EPP) em Engenharia Química surgiu em 1993, no PEQ/COPPE, e é uma ferramenta de atualização e de educação continuada, bastante útil para professores de ensino médio e de graduação, mas também muito procurada por estudantes e técnicos, além de empregados da indústria em geral. Nesta proposta da EPP desta edição serão oferecidos 10 módulos: TÉCNICAS AVANÇADAS DE CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS (DIVIDIDA EM 10 SUB-MÓDULOS) ensina técnicas de ponta para caracterização de diversos de tipos de materiais, discutindo o fundamento das técnicas e exemplificando com dados reais. Os módulos são: Módulo 1: Técnicas espectroscópicas (FTIR, DRIFTS, RAMAN e UV-Vis) Módulo 2: Ressonância magnética nuclear (RMN) Módulo 3: Difração de raios x (DRX) Módulo 4: Espectrômetro de Massas e Redução à Temperatura Programada (MS e TPR) Módulo 5: Cromatografia por permeação em gel (GPC) Módulo 6: Análises de tamanho de gotas e partículas Módulo 7: Técnicas cromatográficas gasosa e líquida – Uma visão de Troubleshooting Módulo 8: Elementos de caracterização de petróleo Módulo 9: Análises térmicas – TGA, DSC e DMA Módulo 10: Biotecnologia no Cotidiano.
Resumo: O LabIS veio se configurando ao longo de uma caminhada que remonta aos trabalhos e investigações da linha de pesquisa em Informática e Sociedade (IS) do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da COPPE/UFRJ. Uma linha de pesquisa há tempos em busca de um Brasil ainda por inventar, movida pelo desejo de compreender a realidade brasileira para colaborar com a construção de um país mais justo e equânime. Trabalhamos com a produção de software de acessibilidade (LibrasOffice), jogos educativos (Damática), bancos comunitários (Mumbuca e Preventório) e oferecemos cursos de programação para estudantes da rede pública do ensino médio.
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Letramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ
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Título: Letramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ Coordenador: DENISE CUNHA DANTAS Contato do coordenador: ddantas@oceanica.ufrj.br
Resumo: O Letramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ é um projeto aberto a todo aquele que não é alfabetizado e aquele que não teve acesso ou não concluiu os estudos no Ensino Fundamental na idade escolar referente. Foi criado em 2005 pela Assessoria de Desenvolvimento Social da COPPE, a partir de uma pesquisa com os servidores e trabalhadores terceirizados que atuavam em atividades de limpeza e serviços gerais. A pesquisa foi ampliada para outras unidades e setores da Universidade. Hoje o Projeto tem como aluno servidores da UFRJ e terceirizados que, em sua maioria, trabalham no Centro de Tecnologia, e cidadãos moradores do entorno da Ilha do Fundão, principalmente da Vila Residencial e do Complexo da Maré. As aulas são ministradas no Centro de Tecnologia para as turmas de Letramento Básico, Intermediário e Avançado. E acontecem de segunda a sexta feira, de 15 às 16:30 horas.
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Polímeros para o setor de petróleo e gás – Aditivos
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Título: Polímeros para o setor de petróleo e gás – Aditivos Coordenador: TAISSA ZANGEROLAMI LOPES RODRIGUES Contato do coordenador: taissazl@yahoo.com.br e elucas@metalmat.ufrj.br
Resumo: A ação contempla aulas teóricas e demonstrativas e obtenção, caracterização e propriedades em solução dos polímeros, além de suas aplicações como aditivos na indústria do petróleo.
Resumo: A reciclagem de plásticos é um tema importante, visto que mais de 60% de todo plástico produzido já virou resíduo e apenas 9% foi reciclado em todo mundo. No Brasil os dados são ainda mais alarmantes. O relatório apresentado pelo WWF recentemente afirma que o Brasil é o quarto maior produtor de resíduos plásticos do mundo e recicla menos de 2% desse montante. Contudo, políticas de reciclagem e educação ambiental ainda são precárias e pouco divulgadas, e a disseminação de informações que tornam os plásticos vilões fazem com que o banimento desses materiais seja cada vez mais desejável. No entanto, vale lembrar que os plásticos são polímeros de alto valor agregado, baixo custo de produção e muito versáteis, e quando reciclados podem ser reinseridos na cadeia produtiva, possibilitando a produção de novos materiais, além de alavancar o setor energético. Dessa forma esse projeto visa instruir e incentivar alunos de escolas públicas e privadas a serem multiplicadores dos conceitos de reciclagem em suas escolas, famílias e comunidade. Onde palestras e atividades lúdicas serão realizadas, de forma virtual, incentivando o descarte correto ou reutilização de resíduos plásticos, evitando que esses resíduos sejam descartados em lugares impróprios.
Programa de Incubação de Empreendimentos Populares – Inovação Social dos Processos de Incubação de EES
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Título: Programa de Incubação de Empreendimentos Populares – Inovação Social dos Processos de Incubação de EES Coordenador: AMANDA FERNANDES XAVIER PEDROSA Contato do coordenador: amandaxavier86@gmail.com
Resumo: A ITCP/COPPE vem atuando, desde a sua criação, no apoio aos Empreendimentos Populares. Desenvolve ações que vão de encontro às necessidades das classes populares e dos setores informais, que historicamente ficam à margem das ações sociais desenvolvidas pelo Estado. Hoje novas técnicas e ferramentas são requeridas para enfrentar os novos desafios que se apresentam. Esta proposta visa investigar metodologias inovadoras de incubação, que propiciem o aperfeiçoamento das atividades dos empreendimentos incubados, dando continuidade às ações desenvolvidas pela ITCP/COPPE. A implantação das novas metodologias desenvolvidas permitirá melhorar a qualidade dos Empreendimentos Econômicos Solidários – E. Site da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP/COPPE/UFRJ
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Espaço COPPE Miguel de Simoni
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Título: Espaço COPPE Miguel de Simoni Coordenador: CLAUDIA MARIA LIMA WERNER Contato do coordenador: werner@cos.ufrj.br
Resumo: A atividade central deste projeto é a visitação guiada a exposição do Espaço COPPE, realizada predominantemente por estudantes do Ensino Médio da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os grupos de estudantes realizam as visitas acompanhados por professores das escolas de origem. O ambiente dos espaços de divulgação científica e tecnológica, como o Espaço COPPE, pode proporcionar elementos-chave de fomento à motivação intrínseca do aprendizado – por exemplo: construção de significado pessoal, tarefas desafiadoras, colaboração e sentimentos positivos sobre os esforços realizados e, portanto, são potenciais indutores da formação de vínculos novos, por vezes mais intensos. Site do Espaço COPPE
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SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS – DEFESA
Resumo: O Curso tem por objetivo a elaboração, implantação, manutenção, melhoria contínua e auditorias internas de sistemas de gestão da qualidade segundo requisitos das normas NBR-ISO:9001 e implantação de boas práticas de gestão segundo os critérios definido no Modelo de Excelência em Gestão (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). O curso está vinculado ao Programa FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIDORES PÚBLICOS.
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SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS GERAIS E UFRJ
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Título: SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS GERAIS E UFRJ Coordenador: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS Contato do coordenador: eduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br
Resumo: O Curso tem por objetivo a elaboração, implantação, manutenção, melhoria contínua e auditorias internas de sistemas de gestão da qualidade segundo requisitos das normas NBR-ISO:9001 e implantação de boas práticas de gestão segundo os critérios definido no Modelo de Excelência em Gestão (MEG-TR) preconizada pela SEGES do Ministério de Economia). O curso está vinculado ao Programa FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIDORES PÚBLICOS.
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UBUNTU.lab – Programa de inovação aberta em cidades inteligentes para a redução da desigualdade racial no Rio de Janeiro
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Título: UBUNTU.lab – Programa de inovação aberta em cidades inteligentes para a redução da desigualdade racial no Rio de Janeiro
Coordenador: MATHEUS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA Contato do coordenador: matheusoli@hotmail.com
Resumo: O Projeto BRA/15/010 – Fortalecimento e Expansão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial é uma ação entre o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o objetivo de descentralizar as políticas públicas de igualdade racial e fortalecer e expandir o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir). A Fundação COPPETEC foi uma das entidades selecionadas através do projeto U.lab para apresentar a prefeitura do Rio de Janeiro um laboratório de inovação governamental a ser replicado como política de promoção da igualdade racial no âmbito de implementação do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Município desenvolvido pelo Escritório de Planejamento da Secretaria Municipal da Casa Civil (EPL). No âmbito do Sinapir, o presente projeto tem o objetivo de entregar ao município do Rio de Janeiro, um programa de inovação governamental que coloca o jovem negro como protagonista da tecnologia capaz de promover o bem-estar no seu dia a dia.
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Unidade de Suporte à Inovação Social – USIS
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Título: Unidade de Suporte à Inovação Social – USIS Coordenador: CARLA MARTINS CIPOLLA Contato do coordenador: carla.cipolla@ufrj.br
Resumo: A atividade apoia inovações sociais como chave para o desenvolvimento. O USIS/ UFRJ – Unidade de Suporte à Inovação Social – nasceu do projeto LASIN – Latin American Social Innovation Network -, financiado pela Comissão Europeia, com o propósito de implementar um modelo de envolvimento Universidade/comunidade, baseado na combinação de atividades curriculares e extra-curriculares, materiais e instrumentos de aprendizagem, treino prático, oficinas e mentorias para reforçar as ligações da universidade com o ambiente social mais amplo (Grupos comunitários, ONGs e/ou OSCIPS, Organizações governamentais, empresas e escolas) com metodologia própria desenvolvida por LASIN.
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“TÁ” LIGADO?! MINHA CÂMERA NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA – A LINGUAGEM AUDIOVISUAL COMO LIVRE EXPRESSÃO NA CONSTRUÇÃO DIALÉTICA NO ESPAÇO ENTRE A UNIVERSIDADE, A ESCOLA E A SOCIEDADE
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Título: “TÁ” LIGADO?! MINHA CÂMERA NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA – A LINGUAGEM AUDIOVISUAL COMO LIVRE EXPRESSÃO NA CONSTRUÇÃO DIALÉTICA NO ESPAÇO ENTRE A UNIVERSIDADE, A ESCOLA E A SOCIEDADE Coordenador: ANDREA MARIA DO NASCIMENTO SILVA Contato do coordenador: andreanascimento@cos.ufrj.br
Resumo: Todos nós da comunidade acadêmica e escolar tivemos que nos adaptar à utilização de soluções tecnológicas para nos comunicar, socializar e nos relacionar durante o período de pandemia para reproduzir a rotina de uma sala de aula. Com isso, a linguagem audiovisual e o uso de dispositivos portáteis, como smartphones e tablets, que já era uma realidade muito presente em nossa vida, de repente, se tornou fundamental. Essa proximidade foi uma grande motivação que trouxe a memória da frase emblemática do cineasta Glauber Rocha – Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça – que inspirou o título deste projeto e que nos faz compreender que atualmente a nossa práxis gira em torno dessa máxima que representa nosso atual cenário social nos hábitos de registrar e compartilhar nossas imagens, nossos áudios, nossos vídeos, seja de forma direta ou indiretamente nas redes sociais. Portanto, este projeto visa atender a uma demanda técnica para auxiliar a produção de conteúdo de divulgação de pesquisas, trabalhos escolares, vídeo aulas, entre outros, de forma que o público participante do projeto conheça detalhes da composição audiovisual. Enfatizar o uso da linguagem audiovisual para acesso ao conhecimento e para a troca de saberes, uma comunicação dialética onde é importante não só transmitir o conhecimento gerado na universidade mas também possibilitar que a sociedade contribua com o seu olhar, seu fazer, sua crítica.
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Apoio às Micro e Pequenas Empresas do estado do Rio de Janeiro para o desenvolvimento de trajetórias econômicas sustentáveis
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Título: Apoio às Micro e Pequenas Empresas do estado do Rio de Janeiro para o desenvolvimento de trajetórias econômicas sustentáveis Coordenador: AMANDA FERNANDES XAVIER PEDROSA Contato do coordenador: amandaxavier86@gmail.com
Resumo: As MPE compõe 92% das empresas do Estado do Rio de Janeiro (RJ) e são responsáveis por mais de 50% dos empregos formais (Brasil, 2020). No entanto, as MPE enfrentam enormes desafios, sobretudo pela amplitude da atual crise sanitária, econômica e social (CNI, 2021; SEBRAE, 2020), colocando em evidencia o modelo econômico dominante, centrado na produção em massa de bens materiais e de performance financeira (Fernandes et al., 2021; Lima & Dias, 2020). Nesse sentido, esse projeto se fundamenta na perspectiva da Economia da Funcionalidade e da Cooperação (EFC), que tem como proposta fornecer soluções integradas de bens e serviços a partir da cooperação entre diferentes atores territoriais, abandonando a noção de escalabilidade e desenvolvendo novos modelos de governança de empresas e territórios (Du Tertre et al., 2019). Essa abordagem interacionista permite um menor consumo de recursos naturais e a renovação do vínculo social, criando resiliência para as relações econômicas, tão fragilizadas diante do cenário atual (Xavier et al., 2021; Roman et al., 2020). Este projeto visa apoiar as Micro e Pequenas Empresas do estado do Rio de Janeiro no desenvolvimento de trajetórias econômicas sustentáveis, criando impacto direto na sociedade e na comunidade científica. Para tanto, visa a formação, acompanhamento e intervenção de dirigentes de empresas para transição de modelo econômico a partir do Modelo da Economia da Funcionalidade e da Cooperação.
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Boas Práticas de Acolhimento – Saberes, Convivências e Aprendizagens
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Título: Boas Práticas de Acolhimento – Saberes, Convivências e Aprendizagens Coordenador:VANDA BORGES DE SOUZA Contato do coordenador: vanda@adc.coppe.ufrj.br
Resumo: Entende-se que o acolhimento poderá ampliar sua esfera de atuação, para além do campo psicossocial, podendo alcançar também o contexto socioeconômico, acadêmico, das relações laborais entre outros. Com o passar do tempo, a sobrevivência às situações de adoecimento, outros aspectos do acolhimento foram se apresentando. O acolhimento financeiro, o acolhimento acadêmico, o acolhimento dos conflitos e dificuldades de relacionamentos, o acolhimento laboral pela dificuldade de absorção e entendimento das novas formas de trabalho surgidas. A partir de então, se fez necessário repensar como dar conta de considerar todos esses tipos de acolhimentos. Neste sentido, este projeto pretende evidenciar a importância de compartilhar uma informação que oriente e facilite os indivíduos para o desempenho de ações de acolhimento nos diversos espaços de convivência. Por isso, saberes, convivências e aprendizagens fazem parte de uma via de mão dupla. Ou seja, cada parte tem o que a transmitir, conhecer e se aperfeiçoar com a outra.
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Capacitação de jovens para o mercado de TI em NF, uma abordagem através de aprendizado ativo: introdução à programação em Python
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Título: Capacitação de jovens para o mercado de TI em NF, uma abordagem através de aprendizado ativo: introdução à programação em Python Coordenador:EDMUNDO ALBUQUERQUE DE SOUZA E SILVA Contato do coordenador: edmundo@land.ufrj.br
Resumo: Este curso é uma ação prevista no projeto de Extensão “Ensino Hibrido: Desafios e perspectivas nas engenharias e no ensino básico” já registrado no SIGA, pela COPPE. O projeto de extensão registrado no SIGA tem como um dos seus objetivos a criação de cursos em áreas chave para o desenvolvimento do Estado e de acordo com a experiência multidisciplinar da COPPE. Através de uma parceria com a Ong Ideas de Friburgo que proporcionou a infraestrutura necessária (espaço físico, computadores, pessoal local, etc.) foi criado um local para treinamento de jovens oriundos de escolas públicas do segundo grau. A ideia do curso surgiu durante a elaboração de disciplinas de programação para um curso avançado de técnicas de Inteligência Artificial com o formato hibrido baseado no Aprendizado Voltado a Projetos (PBL, projeto FAPERJ) de forma a que a experiência do projeto em PBL fosse aplicada a jovens alunos. O curso visa introduzir os jovens em linguagens modernas de computação, e fornecer o treinamento essencial para que o aluno da rede pública de ensino possa mais facilmente ingressar no mercado de trabalho local. Os alunos selecionados têm a oportunidade de aprender programação na prática, com base na linguagem Python, para melhor entender e tentar propor soluções a problemas reais e da cidade de Friburgo quando possível. O curso visa também fornecer incentivos para que os egressos possam continuar os estudos em tópicos adicionais de tecnologias da computação.
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Disseminação das aplicações da Engenharia Nuclear no âmbito da sustentabilidade ambiental
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Título: Disseminação das aplicações da Engenharia Nuclear no âmbito da sustentabilidade ambiental Coordenador:INAYA CORREA BARBOSA LIMA Contato do coordenador: inayacorrea@gmail.com
Resumo: Em sua Décima Edição, a Semana do Meio Ambiente da BR Marinas integra em sua agenda o Dia Mundial do Oceano, inserindo-se no contexto da Década do Oceano da ONU. Este evento conta com os apoios do Núcleo de Vida Marinha e do Centro de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e da Cidade do Rio de Janeiro e da Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano, trazendo para o público carioca a importância dos Oceanos na mitigação das Mudanças Climáticas, o debate sobre a biodiversidade e as potencialidades do Oceano, e a integração entre Ciência, Educação, Políticas Públicas e Sociedade Civil. Ademais, serão incorporadas pela primeira vez aplicações nucleares e atômicas de medidas para englobar a temática em tela com cujo acadêmico-cientifico. E, por fim, teremos uma ação de Sensibilização Ambiental será realizada através da promoção de um Mutirão de Limpeza com foco nos resíduos sólidos do entorno da Marina da Glória, incluindo o Lixo Marinho, com a participação de voluntários.
Resumo: Em 2022, os desastres causaram mais de 30,704 mortes e com 185 milhões de pessoas afetadas, e prejuízos de 223.8 bilhões de dólares segundo o Centre for Research on the Epidemiology of Disasters (CRED). No Brasil, entre 2011 a 2022, especificamente no Rio de Janeiro, houve 591 ocorrências de desastres, resultando em 987 mortes e afetando 3,9 milhões de pessoas, e prejuízos econômicos superior a R$ 3,08 bilhões (Atlas digital de desastres no Brasil, 2023). Tais dados demonstram a importância e a complexidade das Operações Humanitárias e de Desastres (OHD), as quais envolvem o acesso as áreas afetadas, a coordenação de diversos stakeholders e falta de recursos. Assim surge o projeto Droneiros Voluntários, idealizado no âmbito do Programa de Engenharia de Produção da COPPE/CT/UFRJ de forma a auxiliar a escassez de recursos humanos e tecnológicos na resposta a desastres. O projeto conta com uma plataforma tecnológica que atua como um facilitador, unindo proprietários de drones, defesa civil e outras organizações no desenvolvimento de ações de mapeamento de áreas de risco e afetadas por desastres, promovendo uma colaboração entre stakeholders mais eficaz e eficiente no contexto de OHD. Nesse sentido, o projeto atua no engajamento e promoção da troca de conhecimento entre os diferentes atores tratados como público alvo, promovendo OHD eficazes e mais eficientes, com integração entre diferentes áreas de conhecimento científico e pesquisadores de diferentes níveis que atuam em OHD.
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INSILICONET – PROGRAMANDO O FUTURO
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Título: INSILICONET – PROGRAMANDO O FUTURO Coordenador:ARGIMIRO RESENDE SECCHI Contato do coordenador: arge@peq.coppe.ufrj.br
Resumo: A InSilicoNet é um espaço de colaboração onde diversos atores da sociedade são convidados a trazer seus problemas técnicos para construir, em conjunto com os membros acadêmicos, soluções tecnológicas inovadoras baseadas em ferramentas digitais. Está estruturado como uma rede de sete Universidades do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ, UERJ, PUC-Rio, UFF, UFRRJ e SENAI CETIQT) e profissionais de engenharia com experiência na área de engenharia de sistemas em processos (Process Systems Engineering, PSE). A InSilicoNet tem a missão de promover o desenvolvimento científico e tecnológico comprometidos não apenas com o desempenho econômico, mas com os impactos sociais e ambientais por meio de atividades de extensão integradas a iniciativas de pesquisa e ensino em PSE, contemplando: a) Fábrica de Aprendizagem, que desenvolve competências e habilidades de discentes de graduação e pós-graduação para o trabalho colaborativo empregando PSE na solução de problemas tecnológicos, sociais e ambientais tratáveis por ferramentas de engenharia digital; b) Oferta de cursos de extensão que promovam competência para o desenvolvimento de pesquisa, tecnologia e inovação; e c) Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento integrando discentes de graduação e pós-graduação sob orientação acadêmica e mentoria por indústrias, organizações e/ou governos.
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Rede Refugia
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Título: Rede Refugia Coordenador:THARCISYO COTTA FONTAINHA Contato do coordenador: tcottaf@gmail.com
Resumo: O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) revela que em 2022 o mundo ultrapassou a marca de 100 milhões de pessoas em deslocamento forçado, motivados por inúmeras razões. No Brasil, desde 2011 foram realizadas 297.712 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. Devido a sua complexidade e alta quantidade de pessoas afetadas, a crise humanitária de refugiados precisa ser enfrentada pelos governos em comunhão com a sociedade civil e o setor privado, a fim de se garantir que as pessoas em deslocamento forçado tenham seus direitos humanos protegidos durante um processo de acolhimento efetivo e atento às suas necessidades. Assim, interessados em auxiliar no enfrentamento brasileiro à crise migratória, a Rede Refugia foi idealizada no âmbito do Programa de Engenharia de Produção da COPPE/CT/UFRJ. Trata-se de uma plataforma tecnológica colaborativa que objetiva facilitar o processo de acolhimento, proteção e integração de pessoas em deslocamento forçado que estão no Brasil. Dessa forma busca-se fortalecer os processos de colaboração mútua entre refugiados, solicitantes de refúgio, apátridas, poder público, entidades privadas, organizações humanitárias e outros stakeholders. Por meio de um processo de inovação social, a Rede Refugia busca fomentar um ambiente que favoreça a implementação de soluções inovadoras para os problemas vivenciados pelas pessoas em deslocamento forçado vivendo em solo brasileiro.
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Agendamento com a GRH
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Agendamento com a GRH
Setor da COPPE responsável pela orientação aos funcionários, no tocante a direitos e deveres em sua vida funcional, além de promover diversas ações que contribuem para capacitação profissional e bem-estar dos trabalhadores.
A Equipe é formada por profissionais da área de Administração, Recursos Humanos e Pedagogia, que estão prontos para atender a força de trabalho COPPE.
O serviço de Agendamento de Espaço é fornecido pelo Setor de Eventos Institucionais e Operação, e deve ser solicitado por meio do Sistema de Administração Predial, pelo Entrada Única.
Este serviço realiza o agendamento para uso dos seguintes espaços:
O serviço de Retirada de Resíduo Químico é fornecido pela Gerência de Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde, e deve ser solicitado por meio do Sistema de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, pelo Entrada Única.
O serviço de Segurança Patrimonial é fornecido pelo Grupo de Apoio de Segurança Patrimonial, e deve ser solicitado conforme as orientações abaixo:
Em caso de furto, roubo ou agressão, ligar para a sala de segurança da Coppe no ramal: 8457 ou 2560-8858.
Em caso de furto ou roubo de patrimônio, ligar para a Divisão de Segurança da UFRJ – DISEG: 3938-1900 e setor de segurança da Coppe, ramal: 8457 ou 2560-8858.
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Gestão Eletrônica de Documentos
Gestão Eletrônica de Documentos
O serviço de Gestão Eletrônica de Documentos é fornecido pela Gerência de Documentação, e deve ser solicitado em contato direto com o setor, de forma presencial, na sala I-125A.
Este serviço contempla a preservação e acesso dos documentos em meios físico e eletrônico da COPPE.
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Limpeza de Espaços
Limpeza de Espaços
O serviço de Limpeza de Espaço é fornecido pelo Setor de Administração Predial e deve ser solicitado por meio do Sistema de Administração Predial, pelo Entrada Única.
O serviço de Elaboração de Projeto de Arquitetura é fornecido pelo Grupo de Apoio de Arquitetura e Engenharia, e deve ser solicitado por meio de envio por e-mail do formulário de Solicitação de Projeto de Arquitetura.
Este serviço contempla a elaboração do projeto conforme a solicitação, e inclui: levantamento do local, estudo preliminar para ser aprovado pelo Prof. Responsável e desenvolvimento do projeto.
E-mail para solicitação: fernanda@adc.coppe.ufrj.br
O serviço de Manutenção e acesso a Sistemas Administrativos é fornecido pelo CISI, e deve ser solicitado por meio da gerência do próprio setor.
Este serviço está disponível para toda a Coppe.
Os Sistemas Administrativos da DPADI estão disponíveis por meio do Entrada Única.
O serviço de Manutenção de Infraestrutura e Redes é fornecido pelo CISI, e deve ser solicitado por meio do sistema de Helpdesk do CISI, que possibilita uma maior agilidade e transparência no atendimento do suporte técnico. A ferramenta adotada para implantação deste sistema foi o software livre OcoMon.
O serviço de Manutenção Predial é fornecido pelo Setor de Infraestrutura, e deve ser solicitado por meio do Sistema de Manutenção, pelo Entrada Única.
Este sistema contempla a solicitação dos seguintes serviços: Conserto de ar central, conserto de ar de janela, conserto de ar tipo split, conserto de refrigerador, instalação de ar tipo split, serviço de elétrica, serviço de hidráulica, serviço de lustrador, serviço de pintura, serviço de serralheria, serviços de marcenaria, serviços de obras civis, serviços gerais, troca de disjuntor, troca de lâmpadas
O serviço de Incorporação / Baixa de Patrimônio é fornecido pelo Setor de Patrimônio, e deve ser solicitado conforme as orientações abaixo:
Como faço para fazer uma baixa?
Enviar uma carta ao Setor solicitando a baixa , descrevendo o bem, mencionando o nº da plaqueta COPPE e nº da UFRJ.
Como faço para fazer uma transferência?
Enviar uma carta ao Setor de Patrimônio solicitando a transferência do bem , com a descrição do mesmo e o nome do laboratório que ficará responsável.
Como faço para fazer uma doação?
Fazer uma carta ao Setor de Patrimônio solicitando a doação , enviando os documentos onde o Setor de Patrimônio fará a abertura de processo para dar encaminhamento ao Conselho de Curadores da UFRJ para autorização.
Como faço (alunos/doutorandos) para patrimoniar?
Enviar a nota fiscal junto com o formulário e o vínculo com a Instituição (TERMO DE CONCESSÃO E ACEITAÇÃO DE BOLSA ou TERMO DE OUTORGA ao Setor de Patrimônio .
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Agendamento de Transporte
Agendamento de Transporte
O serviço de Agendamento de Transporte é fornecido pela Gerência de Logística Institucional e Operação.
Este serviço é atualmente administrado pela Divisão de Frota Oficial, sendo a Gerência de Logística Institucional e Operação responsável pela interface de agendamento do serviço para os usuários da Coppe.
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Almoxarifado
Almoxarifado
O serviço de Solicitação de Material ao Almoxarifado é fornecido pelo Setor de Almoxarifado, e deve ser solicitado por meio do Sistema de Movimentação de Material, pelo link Entrada Única
Para reserva de locação do salão de eventos da sede do Grêmio ou do campo de futebol para qualquer atividade a ser realizada no local, deve-se seguir os procedimentos adotados na página do grêmio.
Hybrid Education: Challenges and perspectives in engineering and basic education
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Action name: Hybrid Education: Challenges and perspectives in engineering and basic education Coordinator: MARCELLO LUIZ RODRIGUES DE CAMPOS Contact information: campos@smt.ufrj.br
About the action: The COVID-19 pandemic enforced a drastic transition from the traditional teaching model to strictly online classes, having required a great effort to prepare and offer courses to students ranging from primary to higher education, since only a few were prepared to deal with technologies for online teaching. Even months after social distancing started, the in-person to online transition was not a trivial process, especially when it came to maintaining the quality of the courses offered in this new modality. This process taught us one important lesson: it is necessary that we permanently invest in implementing innovative/efficient technologies for improved teaching and learning. As such, this project aims to support public education in the state of Rio de Janeiro, from basic education to higher Education in engineering at other universities. With a hybrid learning modality, our purpose is to develop resources and courses that incorporate active learning methods, flipped classrooms, multimodality, etc.
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Prof. Giulio Massarani Pilot School of Chemical Engineering
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Action name: Prof. Giulio Massarani Pilot School of Chemical Engineering Coordinator: HENRIQUE POLTRONIERI PACHECO Contact information: pacheco.h.pacheco@gmail.com and helen@peq.coppe.ufrj.br
About the action: The Pilot School for In-Person Education (EPP) in Chemical Engineering was created in 1993 by our Program of Chemical Engineering (PEQ/COPPE) as a tool for improvement and continuing education. It was very beneficial for high school and undergraduate teachers, but also very popular with students, technicians, and industry workers in general. This edition of EPP is called ADVANCED TECHNIQUES FOR MATERIALS CHARACTERIZATION and will comprise 10 modules. It consists in teaching cutting-edge methods for characterizing various types of materials, discussing the fundamentals of such techniques, and exemplifying them with real-world data. The modules are as follows: Module 1: Spectroscopy techniques (FTIR, DRIFTS, RAMAN, and UV-vis); Module 2: Nuclear magnetic resonance (NMR); Module 3: X-ray diffraction (XRD); Module 4: Mass spectrometry and temperature-programmed reduction (MS and TPR); Module 5: Gel permeation chromatography (GPC); Module 6: Droplet and particle size analysis; Module 7: Gas and liquid chromatography troubleshooting methods; Module 8: Aspects of petroleum characterization; Module 9: Thermal analysis - TGA, DSC, and DMA; Module 10: Biotechnology in everyday life.
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Laboratory for Informatics and Society – LabIS
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Action name: Laboratory for Informatics and Society – LabIS Coordinator: HENRIQUE LUIZ CUKIERMAN Contact information: hcukier@cos.ufrj.br and lealsobral@cos.ufrj.br
About the action: LabIS stems from the long journey traversed by the work and research of Informatics and Society (IS), a line of research from our Systems Engineering and Computer Science Program (PESC). We are driven by the desire to better comprehend the many faces of our society, seeking to contribute towards more equality and fairness. We develop software for accessibility (LibrasOffice), educational games (Damática), community banks (Mumbuca and Preventório) and offer programming courses for public high school students.
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Literacy for Youth, Adults, and the Elderly of COPPE/UFRJ
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Action name: Literacy for Youth, Adults, and the Elderly of COPPE/UFRJ Coordinator: DENISE CUNHA DANTAS Contact information: ddantas@oceanica.ufrj.br
About the action: Literacy for Youth, Adults, and the Elderly is a project for all those who are not literate and those who did not have access to or did not complete primary and/or lower secondary school at the corresponding age. It was created in 2005 by COPPE's Department of Social Development, based on a survey of civil servants and outsourced workers involved in cleaning and general services. We extended our research to other units and sectors of our university. Today, our students are civil servants and outsourced workers at UFRJ, most of whom work at the Technology Center, and citizens who live near Ilha do Fundão, mainly in Vila Residencial and Complexo da Maré. Our classes are held at the Technology Center for the Basic, Intermediate, and Advanced Literacy classes, Monday to Friday, from 3 p.m. to 4:30 p.m.
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Polymers in Oil and Gas – Additives
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Action name: Polymers in Oil and Gas – Additives Coordinator: TAISSA ZANGEROLAMI LOPES RODRIGUES Contact information: taissazl@yahoo.com.br and elucas@metalmat.ufrj.br
About the action: our action comprises theoretical and practical classes on obtaining, characterizing, and analyzing the properties of polymers in solution, as well as their applications as additives in the petroleum industry.
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Polymers: applications and awareness
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Action name: Polymers: applications and awareness Coordinator: ARIANE DE JESUS SOUSA BATISTA Contact information: ariane.pent@gmail.com and ariane@pent.coppe.ufrj.br
About the action: Plastic recycling has become a very important matter, since over 60% of all plastic produced globally has already become waste but only 9% has been recycled. In Brazil, the situation is even more alarming. A recent WWF report states that Brazil is the fourth largest producer of plastic waste worldwide, with a recycling rate of less than 2%. Our policies for recycling and environmental education are still insufficient and poorly publicized. Furthermore, plastics have recently been made out to be villains, making it increasingly desirable that these materials are banned. However, it is worth remembering that plastics are polymers with high value-added, low production costs, and very versatile properties. When recycled, they can be reinserted into the production chain, which enables the production of new materials and boosts the energy industry. As such, our project aims to guide and encourage students from public and private schools to reproduce the concept of recycling in their schools, families, and communities. We hold online lectures and fun activities that stimulate the reuse and proper disposal of plastic waste, preventing it from being disposed of in inappropriate places.
A Program for Community Business Incubation – Social Innovation in EES (Solidarity Economy Business) Incubators
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Action name: A Program for Community Business Incubation – Social Innovation in EES (Solidarity Economy Business) Incubators Coordinator: AMANDA FERNANDES XAVIER PEDROSA Contact information: amandaxavier86@gmail.com
About the action: Since its creation, the ITCP/COPPE (Technology Business Incubator for Community Cooperatives) has been working to support community-based enterprises, aiming at meeting the needs of the working class and informal workers, which have historically been marginalized and excluded from social actions developed by the government. The new challenges of today require new techniques and tools. As such, this is a proposal that researches innovative business incubation methodologies for the purpose of improving the activities of the incubated enterprises and providing continuity to the actions developed by ITCP/COPPE. Ultimately, implementing such new methodologies will improve the quality of Solidarity Economy Businesses.
Action name: Espaço COPPE Miguel de Simoni Coordinator: CLAUDIA MARIA LIMA WERNER Contact information: werner@cos.ufrj.br
About the action: We promote a guided tour of the Espaço COPPE exhibitions, primarily arranged for high school students from the Rio de Janeiro Metropolitan Area. The visiting groups of students are accompanied by teachers from their corresponding schools. Environments such as Espaço COPPE are driven by science and technology and provide key elements in fostering intrinsically motivated learning. For instance, building personal meaning, taking up challenging tasks, learning to collaborate, and recognizing the positive feelings that come from the efforts we made can potentially induce the formation of new, sometimes more intense bonds.
QUALITY MANAGEMENT SYSTEM (SQG) and MODELS FOR MANAGEMENT EXCELLENCE (MEG) FOR CIVIL SERVANTS
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Action name: QUALITY MANAGEMENT SYSTEM (SQG) and MODELS FOR MANAGEMENT EXCELLENCE (MEG) FOR CIVIL SERVANTS Coordinator: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS Contact information: eduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br and karina.andrade@adc.coppe.ufrj.br
About the action:Our course aims to develop, implement, maintain, continuously improve, and internally audit quality management systems as required by the NBR-ISO:9001 standards and to implement good practices in management according to the criteria defined in the Model for Management Excellence (MEG) of the Brazilian Foundation for Quality (FNQ). The course is related to the CONTINUING EDUCATION FOR CIVIL SERVANTS program
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QUALITY MANAGEMENT SYSTEM (SQG) and MODELS FOR MANAGEMENT EXCELLENCE (MEG) FOR CIVIL SERVANTS AT UFRJ AND OTHERWISE
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Action name: QUALITY MANAGEMENT SYSTEM (SQG) and MODELS FOR MANAGEMENT EXCELLENCE (MEG) FOR CIVIL SERVANTS AT UFRJ AND OTHERWISE Coordinator: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS Contact information: eduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br
About the action: Our course aims to develop, implement, maintain, continuously improve, and internally audit quality management systems as required by the NBR-ISO:9001 standards and to implement good practices in management according to the criteria defined in the Model for Management Excellence (MEG-TR) proposed by SEGES/Brazilian Ministry of Economy. The course is related to the CONTINUING EDUCATION FOR CIVIL SERVANTS program.
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UBUNTU.lab - Open innovation program in smart cities to reduce racial inequality in Rio de Janeiro
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Action name: UBUNTU.lab - Open innovation program in smart cities to reduce racial inequality in Rio de Janeiro Coordinator: MATHEUS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA Contact information: matheusoli@hotmail.com
About the action: Project BRA/15/010 – Strengthening and Expanding the National System for Racial Equality is an effort from the Ministry of Women, Family, and Human Rights (MMFDH) and the United Nations Development Programme (UNDP) aimed at decentralizing public policies on racial equality and strengthening and expanding the National System for Racial Equality (Sinapir). The COPPETEC Foundation was one of the organizations selected through the U.Lab project to provide the Local Government of Rio de Janeiro with a government innovation laboratory. Its purpose is to be replicable as a policy to promote racial equality within the Local Sustainable Development Plan at the time of its implementation, as developed by the Office of Planning from the Municipal Chief of Staff's Secretariat (EPL). Within the framework of Sinapir, this project aims to provide the municipality of Rio de Janeiro with a government innovation program that puts black youth at the forefront of technology and is capable of promoting well-being in their daily lives.
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Support Unit for Social Innovation – USIS
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Action name: Support Unit for Social Innovation – USIS Coordinator: CARLA MARTINS CIPOLLA Contact information: carla.cipolla@ufrj.br
About the action: Social innovation is a key aspect to development. The Support Unit for Social Innovation (USIS/UFRJ) is a result of the Latin American Social Innovation Network (LASIN), which is a project funded by the European Commission, aimed at implementing a university-community engagement model based on a combination of curricular and extra-curricular activities, learning materials and tools, practical training, workshops, and mentorship, with its own methodology developed by LASIN, to strengthen the connection of universities with a wider social environment (community groups, NGOs and/or OSCIPS (Civil Society Organizations of Public Interest),
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Observatório de Bancos Comunitários e Moedas Sociais Digitais UFRJ
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Título: Observatório de Bancos Comunitários e Moedas Sociais Digitais UFRJ Coordenador: LUIZ ARTHUR SILVA DE FARIA Contato do coordenador: luizart@gmail.com
Resumo: O Observatório de Bancos Comunitários e Moedas Sociais Digitais UFRJ visa visibilizar, fortalecer e refletir sobre tais experiências, seja na promoção de espaços de debate e de ensino-aprendizagem, seja no desenvolvimento de tecnologias com os coletivos envolvidos. Inspira-se na (e em articula-se com a) rede formada por pesquisadores extensionistas iniciada em 2020, o Observatório de Bancos Comunitários e Moedas Sociais (OBM). Este reúne pesquisadores engajados em aliar seus conhecimentos acadêmicos com as atividades práticas de bancos comunitários e moedas sociais do Brasil, nas perspectivas da escuta dos coletivos envolvidos, do engajamento extensionista e da análise das práticas dos coletivos envolvidos. “Bancos Comunitários são serviços financeiros solidários, em rede, de natureza associativa e comunitária, voltados para a geração de trabalho e renda na perspectiva de reorganização das economias locais”. Reúnem práticas e princípios, como a concessão de microcrédito para produção e consumo locais, sempre que possível em moedas sociais (válidas em um território restrito e com paridade com o Real)(https://www.institutobancopalmas.org/o-que-e-um-banco-comunitario/). No Brasil, tais bancos tiveram como experiência pioneira o Banco Palmas (Fortaleza, 1998) e acumulam mais de 150 iniciativas. Com a digitalização de suas moedas sociais, inspiraram e articularam-se com políticas públicas de transferência de renda, notadamente no Estado do RJ.
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MOB4.0 - Hub de planejamento inteligente da mobilidade do estado do Rio de Janeiro
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Título: MOB4.0 - Hub de planejamento inteligente da mobilidade do estado do Rio de Janeiro Coordenador: MATHEUS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA Contato do coordenador: matheusoli@hotmail.com
Resumo: O acesso às tecnologias de comunicação e informação oferece uma gama diversa de instrumentos de coleta de dados capazes de acompanhar o posicionamento de pessoas e objetos no espaço e registrar o seus deslocamentos ao longo do tempo. Compondo este conjunto de instrumentos, destacam-se os dispositivos de IoT (Internet of Things, em inglês e, traduzido para o português, Internet das Coisas), aplicativos, registros de utilização de serviços inteligentes (e.g. cartões, terminais) como potenciais fontes de dados para o planejamento, gestão, operação e monitorização dos serviços de transportes. Nesse contexto, o presente curso tem o propósito de validar o potencial do estado da arte em termos de instrumentos inteligentes de coleta de dados no campo do planejamento da mobilidade urbana para a construção de um ecossistema de planejamento inteligente da mobilidade no Estado do Rio de Janeiro. Metodologicamente, programa de capacitação para a regulamentação, contratação e uso de ferramentas analíticas e bases de dados sobre o mesmo tema se realiza através do desenvolvimento e validação de uma plataforma informacional voltada para o planejamento da mobilidade de forma inteligente, inclusiva e sustentável com foco nos municípios do Estado do Rio de Janeiro e um programa de capacitação para a regulamentação, contratação e uso de ferramentas analíticas e bases de dados sobre o mesmo tema.
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EAD Baixo Carbono: Energias Renováveis no Oceano
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Título: EAD Baixo Carbono: Energias Renováveis no Oceano Coordenador: SUZANA KAHN RIBEIRO Contato do coordenador: skr@pet.coppe.ufrj.br
Resumo: Estamos aumentando o volume de carbono na atmosfera, o que representa um risco para a sociedade, e isso irá gerar um impacto mundial muito grande. No curso de Baixo Carbono, oferecido pela COPPE/UFRJ, vamos apresentar formas de reduzir esse impacto através das soluções de baixo carbono, mostrar a importância e necessidade de se ter tecnologias de baixo carbono.
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EAD Baixo Carbono: Mudanças Climáticas
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Título: EAD Baixo Carbono: Mudanças Climáticas Coordenador: SUZANA KAHN RIBEIRO Contato do coordenador: skr@pet.coppe.ufrj.br
Resumo: Estamos aumentando o volume de carbono na atmosfera, o que representa um risco para a sociedade, e isso irá gerar um impacto mundial muito grande. No curso de Baixo Carbono, oferecido pela COPPE/UFRJ, vamos apresentar formas de reduzir esse impacto através das soluções de baixo carbono, mostrar a importância e necessidade de se ter tecnologias de baixo carbono.
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“Y’KNOW”?! my camera in my hand and an idea in my head – audiovisual language as free expression in the dialectic construction within the space between university, school and society
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Action name: “Y’KNOW”?! my camera in my hand and an idea in my head – audiovisual language as free expression in the dialectic construction within the space between university, school and society Coordinator: ANDREA MARIA DO NASCIMENTO SILVA Contact information: andreanascimento@cos.ufrj.br
About the action: All of us from the academic and school community had to adapt ourselves to the use of technological solutions in order to communicate, socialize and engage with each other during the pandemic while aiming towards reproducing a classroom routine. As a result, audiovisual language and the use of portable devices such as smartphones and tablets, which were already a very present reality in our lives, suddenly became fundamental. This proximity was a great motivation that brought to memory the emblematic quote from filmmaker Glauber Rocha – A camera in hand and an idea in my head – which inspired the name of this project and makes us comprehend that our current practice revolves around this idea which represents our current social scenario in the habits of registering and sharing our images, voice messages, our videos, whether directly or indirectly on social media. Therefore, this project aims to meet a technical demand to assist in the production of content regarding the dissemination of research, school work, video lessons, among others, in a way that the audience participating in the project is familiar with the details of audiovisual composition. Emphasizing the use of audiovisual language as a vehicle for learning and sharing knowledge, a dialectical communication where it is important not only to transmit the knowledge generated at universities but also enable society to contribute with its gaze, its action and its criticism.
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Support for Micro and Small Companies in the state of Rio de Janeiro for the development of sustainable economic trajectories
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Action name: Support for Micro and Small Companies in the state of Rio de Janeiro for the development of sustainable economic trajectories Coordinator: AMANDA FERNANDES XAVIER PEDROSA Contact information: amandaxavier86@gmail.com
About the action: SMEs make up 92% of companies in the State of Rio de Janeiro (RJ) and are responsible for over 50% of formal employment (Brazil, 2020). However, as SMEs face huge challenges, especially due to the extent of the current health, economic and social crisis (CNI, 2021; SEBRAE, 2020), highlighting the dominant economic model, centered around the mass production of material assets and financial statement (Fernandes et al., 2021; Lima & Dias, 2020). In this sense, this project is based on the perspective of the Economy of Functionality and Cooperation (EFC), which aims to provide integrated solutions for assets and services through the cooperation between different territorial actors, abandoning the notion of stability and developing new governance models for companies and territories (Du Tertre et al., 2019). This interactionist approach allows for less consumption of natural resources and a renewal of social bonds, creating resilience for economic relations, which have been so fragile due to the current scenario (Xavier et al., 2021; Roman et al., 2020). This project aims to support Micro and Small companies in the state of Rio de Janeiro in developing sustainable economic trajectories, creating a direct impact on society and the scientific community. To this end, it aims to train, monitor and intervene with business leaders for the transition of their economic model based on the Economy of the Functionality and Cooperation Model.
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Best Practices on Emotional Care – Knowledge, Coexistence and Learning
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Action name: Best Practices on Emotional Care – Knowledge, Coexistence and Learning Coordinator:VANDA BORGES DE SOUZA Contact information: vanda@adc.coppe.ufrj.br
About the action: It is understood that when providing care, one can expand the scope of its action beyond the psychosocial field, therefore also reaching the socioeconomic, academic and employment relations context, among others. Over time, other aspects of the care being provided started to emerge, as a way to survive situations of illness, such as financial care, academic care, care regarding relationship conflicts and challenges, as well as regarding labor due to the difficulty in absorbing and comprehending the new emerging work forms. From then on, it has been necessary to rethink a way to encompass all of these different types of care. In this sense, this project intends to highlight the importance of sharing information that directs and helps individuals in performing actions of care in several mutual commonspaces. Therefore, knowledge, coexistence and learning are a part of two-way street, meaning that each part has something to transmit, learn and improve with the other.
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Training youngsters for the IT market in Nova Friburgo, an approach through active learning: introduction to Python programming
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Action name: Training youngsters for the IT market in Nova Friburgo, an approach through active learning: introduction to Python programming Coordinator:EDMUNDO ALBUQUERQUE DE SOUZA E SILVA Contact information: edmundo@land.ufrj.br
About the action: This course is an action provided for in the Outreach Project: “Hybrid Education: Challenges and perspectives in engineering and basic education”, which is already registered in SIGA, by COPPE. The outreach project registered in SIGA has as one of its goals to create courses in key areas for the development of the State and in accordance with COPPE’s multidisciplinary experience. Through a partnership with the Ideias de Friburgo NGO, which provided the necessary infrastructure (physical space, computers, local staff, etc), a space for training youngsters with a public high school background was created. The idea for the course emerged during the development of programming classes for an advanced course in Artificial Intelligence techniques with a hybrid format based on Project-Based Learning (PBL, FAPERJ project) so that the experience of the PBL project was applied to young students. The course aims to introduce the youngsters to modern computer languages as well as provide essential training in order to enable the public school student to enter the local job market more easily. Selected students have the opportunity to learn programming in practice, based on the Python language, to better understand and try to propose solutions to real problems in the city of Friburgo when possible. The course also aims to provide incentive so that egressed students can continue their studies in additional topics of computer technology.
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The Dissemination of Nuclear Engineering Applications in the field of environmental sustainability
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Action name: The Dissemination of Nuclear Engineering Applications in the field of environmental sustainability Coordinator:INAYA CORREA BARBOSA LIMA Contact information: inayacorrea@gmail.com
About the action: In its Tenth Edition, BR Marinas’ Environment Week integrates World Ocean Day in its agenda, inserting it within the context of the UN's Ocean Decade. This event is supported by Núcleo de Vida Marinha, Environmental Education Center of Rio de Janeiro's State Environment Department and UNESCO Chair for Ocean Sustainability, bringing awareness to the people of Rio about the importance of the Oceans in mitigating Climate Change, the debate on biodiversity and Ocean potentials, and the integration between Science, Education, Public Policies and Civil Society. Furthermore, nuclear and atomic applications shall be incorporated for the first time as measures to encompass the academic-scientific theme in question. Lastly, we shall hold an Environmental Awareness action which shall be carried out through the promotion of a major Clean-Up Campaign focusing on solid waste in the surroundings of Marina da Glória, including Marine Litter, with the participation of volunteers.
About the action: In 2022, disasters caused over 30,704 deaths, affected 185 million people, and induced economic losses of 223.8 billion dollars according to the Centre for Research on the Epidemiology of Disasters (CRED). In Brazil, between 2011 and 2022, specifically in Rio de Janeiro, there have been 591 disaster occurrences, resulting in 987 deaths, affecting around 3,9 million people and inducing economic losses of over R$3,08 billion (Digital atlas of disasters in Brazil, 2023). Such data demonstrates the importance and complexity of Humanitarian and Disasters Operations (OHD), which involve access to affected areas, coordination of several stakeholders and lack of resources. Thus, the Volunteer Drone Pilots project was created, idealized within the scope of the COPPE/CT/UFRJ Industrial Engineering Program in order to help with the shortage of human and technological resources in disaster response. The project has a technological platform that acts as a facilitator, uniting drone owners, civil defense and other organizations in the development of actions to map areas at risk and affected by disasters, promoting more effective and efficient collaboration between stakeholders in the context of OHD. In this sense, the project works to engage and promote knowledge exchange among the different actors treated as target audience, promoting effective and more efficient OHD, with the integration of different scientific knowledge areas and researchers of different levels who act in OHD.
About the action: InSilicoNet is a collaboration space where diverse actors from society are invited to bring their technical problems to build, together with academic members, innovative technological solutions based on digital tools. It is structured as a network of seven Universities of the State of Rio de Janeiro (UFRJ, UERJ, PUC-Rio, UFF, UFRRJ and SENAI CETIQT) and engineering professionals with experience in the area of process systems engineering (PSE). InSilicoNet have a mission to promote the scientific and technological development committed not only to the economic performance, but also to the social and environmental impacts through outreach activities integrated to research and teaching initiatives in PSE, contemplating: a) Learning Factory, which develops skills and abilities of undergraduate and graduate students for collaborative work employing PSE to solve technological, social and environmental problems treatable by digital engineering tools; b) Offering outreach courses that promote competence for developing research, technology and innovation; c) Research and Development Projects integrating undergraduate and graduate students under academic supervision and mentoring by industries, organizations and/or governments.
About the action: The United Nations High Commissioner for Refugees (UNHCR) reveals that in 2022 the world surpassed the mark of 100 million people in forced displacement, motivated by numerous reasons. In Brazil, since 2011 297.712 requests for the recognition of refugee status have been made. Due to its complexity and high amount of people affected, the humanitarian refugee crisis has to be addressed by governments in partnership with civil society and the private sector, in order to ensure that people in forced displacement have their human rights protected during an effective reception process that is attentive to their needs. Thus, those interested in helping Brazil face its migration crisis, Rede Refugia was created within the scope of the Industrial Engineering Program at COPPE/CT/UFRJ. It is a collaborative technological platform that aims to facilitate the process of reception, protection and integration of these people in forced displacement who are in Brazil. In this way, we seek to strengthen the mutual collaboration processes among refugees, asylum seekers, stateless people, public authorities, private entities, humanitarian organizations and other stakeholders. Through a social innovation process, Rede Refugia aims to foster an environment that favors the implementation of innovative solutions to the problems experienced by people in forced displacement living in Brazilian territory.
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UFRJ Observatory of Community Bank and Digital Local Currency
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Action name: UFRJObservatory of Community Bank and Digital Local Currency Coordinator: LUIZ ARTHUR SILVA DE FARIA Contact information: luizart@gmail.com
About the action: The UFRJ Observatory of Community Bank and Digital Local Currency aims to make such experiences visible as well as strengthen and reflect on them, whether by promoting spaces for debate and teaching-learning or by developing technologies with the involved groups. It is inspired by (and works in tandem with) the network formed by science outreach researchers which began in 2020, the Observatory of Community Bank and Local Currency (OBM). This network brings together researchers engaged in allying their academic knowledge with the practical activities of community banks and social currency in Brazil, from the perspective of listening to the involved groups, engaging in outreach work and analysing the practices of the groups involved. “Community Banks are solidarity-based financial services, in a network, of an associative and communitary nature, aimed at generating work and income with a perspective of reorganizing local economies”. They bring together practices and principles, such as a microcredit granting for local production and consumption, whenever possible, in social currencies (valid in a restricted territory and at par with the Real)(https://www.institutobancopalmas.org/o-que-e-um-banco-comunitario/). In Brazil, such banks had Banco Palmas (Fortaleza, 1998) as their pioneering experience and accumulated more than 150 initiatives. With the digitalization of their social currencies, they inspired and worked in tandem with public policies for income transfer, notably in the State of RJ.
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MOB4.0 – Hub of smart planning of the mobility of the state of Rio de Janeiro
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Action name: MOB4.0 – Hub of smart planning of the mobility of the state of Rio de Janeiro Coordinator: MATHEUS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA Contact information: matheusoli@hotmail.com
About the action: Access to information and communication technologies offers a diverse range of data collection instruments capable of tracking the positioning of people and objects in space and recording their movements over time. Composing this set of instruments, IoT (Internet of Things) devices, applications and records of the use of smart services (e.g. cards, terminals) stand out as potential sources of data for the planning, management, operation, and monitoring of transportation services. In this context, the present course aims to validate the potential of the state of art in terms of intelligent data collection tools within the field of urban mobility planning for the construction of an ecosystem of intelligent mobility planning in the State of Rio de Janeiro. Methodologically, the training program for the regulation, hiring and use of analytical tools and databases on the same topic is carried out through the development and validation of an information platform aimed at planning mobility in an intelligent, inclusive and sustainable way, focusing on the municipalities of the State of Rio de Janeiro.
About the action: We are increasing the volume of carbon in the atmosphere, which poses a risk to society and will generate a major global impact. In the Low Carbon course, offered by COPPE/UFRJ, we will present ways to reduce this impact through low carbon solutions, showing the importance and need for low carbon technologies.
About the action: We are increasing the volume of carbon in the atmosphere, which poses a risk to society and will generate a major global impact. In the Low Carbon course, offered by COPPE/UFRJ, we will present ways to reduce this impact through low carbon solutions, showing the importance and need for low carbon technologies.